domingo, 2 de julho de 2006

Um artigo de Anselmo Borges, no DN

A herança cristã da Europa e do mundo
Após longos debates por causa da inscrição da herança cristã no projecto de "Tratado que estabelece uma Constituição para a Europa", penso que se encontrou uma boa solução nesta redacção para um dos considerandos do Preâmbulo: "Inspirando-se nas he- ranças culturais, religiosas e humanistas da Europa, cujos valores, sempre presentes no seu património, fixaram na vida da sociedade o papel central da pessoa humana e dos seus direitos invioláveis e inalienáveis, bem como o respeito pelo direito (...)." Esta redacção é mais abrangente e tem em conta outras heranças religiosas importantes.
Como é sabido, as críticas à Igreja Católica sucedem-se e há mesmo alguma má vontade hoje contra o próprio cristianismo por parte de intelectuais e responsáveis políticos. Isso não deve admirar, pois a religião não está imune à crítica. Lamentável seria e é o desconhecimento real do cristianismo e do que ele significa para a Europa e para o mundo.
No seu último livro, Aprender a Viver, um pequeno tratado de filosofia para os jovens, o conhecido filósofo francês Luc Ferry, que já foi ministro da Educação da França e que se confessa não crente, chama a atenção para o "absurdo" que lhe aconteceu quando era estudante: na História da Filosofia, saltava-se quinze séculos - do fim do século II para o século XVII -, com total ignorância da História Intelectual do Cristianismo.
Ora, há no cristianismo ideias que ainda hoje têm uma importância decisiva, de tal modo que foram retomadas pela filosofia moderna e mesmo por ateus.
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IPSS entram na Rede de Cuidados Continuados

Novas necessidades
de saúde requerem
novas respostas
Apesar do aumento da esperança de vida verificam-se carências ao nível dos cuidados de longa duração e paliativos, decorrentes do aumento da prevalência de pessoas com doenças crónicas incapacitantes. Em Fátima, a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) realizou um encontro sobre a Rede de Cuidados Continuados Integrados. Em declarações à ECCLESIA, o Pe. Lino Maia, presidente da CNIS, referiu que como existe a possibilidade de “integração e cooperação das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) nesta rede havia necessidade de divulgar e sensibilizar as IPSS sobre as possíveis parcerias a estabelecer”.
Publicado em Junho passado, o decreto-lei sobre Rede de Cuidados Continuados Integrados salienta que estão a surgir novas necessidades de saúde e sociais, que “requerem respostas novas e diversificadas que venham a satisfazer o incremento esperado da procura por parte de pessoas idosas com dependência funcional, de doentes com patologia crónica múltipla e de pessoas com doença incurável em estado avançado e em fase final de vida”. Com o novo diploma “era importante dirigir alguns alertas às IPSS e fazer sentir a importância destas neste plano” – sublinhou o presidente da CNIS.
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Foto: Padre Lino Maia
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sábado, 1 de julho de 2006

"PAIS, UMA EXPERIÊNCIA" LANÇADO A 27 DE JUNHO

Um livro que não ensina, mas que ajuda a aprender
Uma experiência de trabalho construída com pais e não para pais, alterando o modelo habitual dos “Cursos para Pais”, que, na grande maioria dos casos, se limitam a promover sessões em que um “perito” indica aos progenitores o modo de agir com os filhos. É esta a principal mensagem deixada pelos autores do livro, Inês Pinho e Hugo Cruz. Nesta obra Pais, Uma Experiência, a educação parental é entendida como “um processo co-construído” ao longo da intervenção com os pais, no sentido de se desenvolverem e reforçarem “competências parentais que permitam um melhor e mais adequado desempenho das funções educativas”, o que possibilitou, a partir de um projecto inicial de prevenção primária das toxicodependências, desenvolver um conjunto de iniciativas de capacitação dos pais intervenientes, os protagonistas de todo o processo. A sessão abriu com um espectáculo teatral “Retratos de Família”, onde os actores foram os pais que, durante dois anos e meio, integraram o Clube de Pais, do projecto de intervenção social “Pais XXI”, um dos raros projectos de educação parental desenvolvidos no país. O processo criativo desse espectáculo, dirigido e encenado pelo próprio autor, Hugo Cruz, é retratado num dos capítulos do livro, “Teatro e educação parental”. Nele pinta-se, num quadro simbólico, o turbilhão dos quotidianos, o barulho dos dias e das vidas na busca para reencontrar o genuíno, a espontaneidade, o verdadeiro estar com os filhos.
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Milene Câmara
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Um texto do Padre José Tolentino Mendonça

«Haveis de rir»
(Lc 6, 21)
Isaac quer dizer “Deus sorriu”. E este sorriso de Deus aparece como resposta ao riso céptico de Sara, que se sabia avançada nos anos e privada já de fecundidade. Sara ria-se da impossibilidade histórica de uma promessa (Gen 18,10-15). O sorriso de Deus ressoaria, contudo, na alegria daquele filho nascido, irrecusável testemunho não apenas de uma promessa, mas de um inusitado cumprimento. Um leitor superficial da Bíblia pode, facilmente, tropeçar numa imagem de Deus susceptível, colérico, ciumento, implacável. Das 29 vezes que no Antigo Testamento se refere o riso, apenas duas expressam uma satisfação por boas razões. Em todas as outras o riso, mesmo o de Deus, é de sarcasmo ou desprezo. Não admira que em torno ao riso de Deus e dos crentes se tenha formado uma longa história de incompreensões. E as caricaturas do cristianismo o apresentem, não raro, como uma cultura sisuda e triturada pela culpa mais que do lado da alegria. Porém, se na tradição bíblica, o riso é um motivo ambíguo e inconclusivo, o mesmo não se pode dizer da alegria. Há um título de um teólogo, Werner Thiede, que resume bem a insistência com que, na Bíblia, ela ocorre: “A hilaridade prometida”. Deus pratica um luminoso humor (a começar pela apresentação do Seu nome: «Eu Sou Aquele que Sou», Ex 3,14). A certeza do povo crente é que «a nossa boca se saciará de alegria» (Sl 126,2). Recentes metodologias de análise narrativa do Novo Testamento mostram bem como Jesus usa de uma ironia fascinante, que remove eficazmente os obstáculos do coração, desconcertando e, finalmente, alegrando, pois recupera o que de nós tínhamos já por perdido (Lc 15,9). Mas o cristianismo, na sua radical novidade, troca ainda as voltas ao humor. No cimo da cruz é o próprio Deus que se torna risível, e os comentários ali atirados são bem mais ácidos que o vinagre dado a beber. Nesta desarmante representação de Deus que a Cruz propõe, reside, inegavelmente, a grande viragem que o Evangelho, há dois mil anos, anuncia. ::
In "Observatório da cultura"

FOLCLORE NA GAFANHA DA NAZARÉ

Par do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré
GRUPO ETNOGRÁFICO
ORGANIZA XXII
FESTIVAL NACIONAL DE FOLCLORE
O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré está a preparar o XXII Festival Nacional de Folclore, que terá lugar no próximo sábado, dia 8 de Julho, com a participação de seis representantes de diversas zonas do País, para além do grupo anfitrião. Os amantes do folclore e da etnografia podem, então, apreciar o Centro Cultural, Recreativo e Desportivo de Belas (Lisboa), o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Salvaterra de Magos (Ribatejo), e os Grupos das Sargaceiras da Casa do Povo da Apúlia (Apúlia), Folclórico de Juncal do Campo (Castelo Branco), Folclórico de Vila Nova de Sande (Guimarães), Danças e Cantares do Mondego (Coimbra), e Etnográfico da Gafanha da Nazaré. Do programa consta a recepção aos grupos participantes e convidados, pelas 16.30 horas, seguindo-se uma visita ao espaço museológico “Casa Gafanhoa”. O desfile começa às 21 horas, e uma hora depois inicia-se o Festival, com a exibição dos grupos, que apresentam retalhos, curiosos e bem estudados, de diversas regiões do País. No fundo, este Festival, como os outros que o antecederam, pode ser considerado como uma homenagem ao povo que hoje habita a Gafanha da Nazaré, oriundo de muitas regiões de Portugal. F.M.

Um artigo de Francisco Sarsfield Cabral, no DN

A aposta arriscada
do ministro
das Finanças
O ministro das Finanças tem mantido uma atitude de sereno optimismo quanto ao cumprimento da meta para o défice orçamental deste ano. É uma meta difícil, pois implica descer de 6% do PIB em 2005 para 4,6% em 2006. Ou seja, 1,4 pontos percentuais num só ano, façanha que o Estado português jamais conseguiu no passado.
A tranquilidade - pelo menos aparente - de Teixeira dos Santos transmite confiança, dando a impressão de que as contas públicas estão controladas. Mas se os factos vierem a desmentir o ministro, ainda que apenas por algumas décimas, o rombo na credibilidade governamental será considerável, em Portugal e no estrangeiro.
A aposta arriscada do Governo conta com alguns factores a seu favor. A ligeira melhoria na conjuntura económica nacional, em primeiro lugar. Se o PIB crescer este ano acima do previsto, a meta da redução do défice terá mais possibilidades de ser atingida. Porque a percentagem indicada se fará em relação a um PIB maior e porque o crescimento económico aumenta a colecta fiscal. Mas, por enquanto, trata-se mais de uma esperança do que de um facto. Até porque a recuperação verificada no primeiro trimestre assenta numa forte subida das exportações de bens e serviços, que os números de Abril não confirmam.
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Um dia de peregrinação

Santuário de Fátima
retoma «Um dia
em peregrinação»
O Santuário de Fátima volta a propor, aos peregrinos e visitantes, a partir de 16 de Julho e até 15 de Setembro, o programa "Um dia em Peregrinação". Segundo dados fornecidos pela Sala de Imprensa do Santúario, "realizou-se em 2005 pela sétima vez tendo participado 1.643 pessoas, em especial de nacionalidade portuguesa".
Este programa «Um dia em peregrinação», é desenvolvido pela secção Informações, do Serviço de Peregrinos do Santuário, e é uma exortação ao peregrino de Fátima. É um projecto organizado para quem deseja conhecer, ou aprofundar os conhecimentos que têm, sobre os locais, a história e a mensagem das Aparições de Nossa Senhora do Rosário em Fátima. Está organizado de forma a preencher o dia de quem visita o Santuário, com momentos de oração e de convívio e "tem sido uma aposta conseguida", referem os responsáveis.
É um programa gratuito para o qual não é necessária inscrição e conta com o acompanhamento de seminaristas voluntários, encarregues de acompanhar os peregrinos.
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