segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

NATAL: PROVÉRBIOS

Posted by Picasa PROVÉRBIOS
- Ande o frio por onde andar, no Natal cá vem parar. - Caindo o Natal à segunda-feira, tem o lavrador de alugar a eira. - Festa do Natal no lar, da Páscoa na praça, do Espírito Santo no campo. - Mal vai a Portugal se não há três cheias antes do Natal. - Natal à sexta-feira, por onde puderes semeia; ao domingo, vende bois e compra trigo. - O Natal ao assoalhar e a Páscoa ao luar. - Depois que o Menino nasceu, tudo cresceu. - Natal ao sol, Páscoa ao fogo – fazem o ano formoso. - Depois do Natal, saltinho de pardal - Pelo Natal, cada ovelha no seu curral. - Pelo Natal, neve no monte, água na ponte. - Chuva em Novembro, Natal em Dezembro. - Do Natal a Santa Luzia, cresce a noite e mingua o dia. - Dos Santos ao Natal, bom é chover e melhor nevar. - Dos Santos ao Natal, perde a padeira o seu capital. - Dos Santos ao Natal, é inverno natural. - Natal em casa, junto à brasa. - No dia de Natal têm os dias bico de pardal. - No Natal semeia o teu alhal se o quiseres cabeçudo pelo Entrudo. - Pelo natal se houver luar, senta-te ao lar; se houver escuro, semeia tudo. - Pelo Natal, sachar o faval. - Pelo Natal, tem o alho bico de pardal.
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NB: Há mais provérbios... Quem quer dar uma ajuda?

MENSAGEM DO PAPA: "NA VERDADE, A PAZ"

Mensagem para o Dia Mundial da Paz Será apresentada no próximo dia 13 de Dezembro
A Sala de Imprensa da Santa Sé anunciou que na próxima Terça-feira, 13 de Dezembro, apresentará, oficialmente, a mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz 2006, que terá como tema "Na verdade, a paz".
O documento papal será apresentado às 11h30 da manhã – hora de Roma – pelo Cardeal Renato Martino, o Bispo Giampaolo Crepaldi e D. Frank J. Dewane, respectivamente Presidente, Secretário e Subsecretário do Pontifício Conselho “Justiça e Paz”.
A Jornada Mundial da Paz, estabelecida pelo Papa Paulo VI, celebra-se o primeiro dia de Janeiro.

domingo, 11 de dezembro de 2005

GAFANHA DA NAZARÉ: Novas placas toponímicas

A Gafanha da Nazaré tem novas placas toponímicas, que vêm substituir as que haviam sido aplicadas há muito, com os mesmos nomes. Pequenas e sóbrias, de fundo azul e com o brasão da cidade, lêem-se com facilidade. A ideia foi boa. Apenas uns curtos reparos: 

1 – Podiam ter evitado erros, vendo bem o que se escreve, tanto mais que vão ficar à vista de todos. Assim, logo na minha rua (Rua Almeida Garrett), lá aparece Garret só com um tê. E o mais curioso é que a velha placa ainda pode ser vista, no outro extremo da rua, com o nome do célebre e multifacetado escritor e político escrito como deve ser. Aliás, conta-se que ele um dia terá dito que o seu apelido se escrevia com dois tês, embora só se lesse um. 
Um outro erro está também na placa alusiva ao famoso parlamentar José Estêvão. Estevão, sem acento circunflexo, é erro notório, porque a palavra é grave e sem acento soa mesmo muito mal. Experimentem dizer Estevão, acentuando a sílaba "vão", como se fosse palavra aguda. 

2 – Outra coisa: Se na placa de José Estêvão acrescentaram um atributo, “Tribuno”, e muito bem, por que motivo não fizeram o mesmo, por exemplo, na placa de Almeida Garrett, que foi um dos maiores escritores portugueses, com honras de ter sido sepultado nos Jerónimos? 

3 – Por hoje fico-me por aqui, com desejos de que corrijam o que está mal. 

Fernando Martins

NATAL: Um texto de Cecília Sacramento

Eram os convidados de honra
 

A noite de Natal. A ceia. 

A aproximação do acontecimento, a repetição sempre apetecida, igual e nova, o diferente que pairava e nos invadia e ficava a agitar-nos como um vento bom. A grande sala de jantar repensada desde os primeiros dias de Dezembro, limpa do tecto às frinchas do soalho, sob a fiscalização da Avó, que já sabia de cor os sítios mais vulneráveis, entre as frinchas que iam de lado a lado, ao comprido das tábuas, na juntura, muito penetradas pela piaçava, rija, a escovar o mais fundo possível, metia-se a vassoura no balde, esfregava-se-lhe o sabão, “é preciso que a água com o sabão entre abundante na frincha e seja arrastada com o rasar da piaçava, para com ela vir todo o lixo”, dizia ao ensinar, depois o pano apanhava-o, depois passava-se por água limpa, constantemente renovada, o pano limpava, por fim, muito espremido, e a madeira ficava repousada, amarelinha e seca, quase. Esta, a última fase da limpeza, todo o resto fora metodicamente executado de cima para baixo e, por fim, podia-se respirar o ar cheiroso a lavado fresco. 
Os potes cheios de verdes ficavam junto à parede do fundo, rente à janela, à esquerda da lareira o grande pinheiro erguido, coberto de coisas brilhantes como se o céu tivesse baixado até ali. A tarde do dia de Ceia era destinado à mesa e aos cozinhados. A Mãe, na sala, enquanto a Avó, na cozinha, supervisionava a doçaria, o grande fogão de ferro em ebulição como se fosse uma caldeira a todo o vapor, a lenha a estalar em baixo, na lareira, à volta das panelas altas e bojudas, de pés esguios e asas ajustadas. Sobre a trempe, o enorme tacho de cobre, nele as maravilhas que a Rosa mexia, a espaços, com uma comprida colher de pau. 
Na sala, a mesa, ao meio, esticada para um e outro lado e, na contingência, acrescentada com uma outra que se ajustava numa das extremidades, a somar mais lugares, sei lá, vinte as cadeiras, alinhadas, em volta, pareciam ameias a cercar o castelo, a mesa, uma toalha a cair generosamente, bordada a cores com motivos alusivos ao Natal, sinos, ramos de azevinho espalhados por toda ela; candelabros nos topos, cada um com cinco velas, parecia um altar cada extremidade da mesa, quando elas estavam acesas, irreais; ao meio, em sentido longitudinal, um grande centro de camélias, entremeadas de bolas de várias cores, os talheres das festas a luzir como prata, os copos lindos, esguios, eles também a cintilar como espelhos iluminados — a mesa era um painel estendido e, sobre ele, os objectos a comunicarem-nos a alegria que está no interior das coisas nos dias de festa. Nos dias de sermos pessoas.
Os mais pequenos, como os maiores, o lugar da Rosa ali, ao lado da Avó, ela esquiva, sem ter corpo para o ocupar, o lugar do ti Né Velho, de mãos muito escuras e grandes, com o garfo agarrado como quem pega na foicinha. 
No fim de todos os preparos para a grande refeição, era o acender da lareira, o Toninho e eu a trazer as achas e os cepos em cestos, cuidadosos, nem uma talisca a cair, a Mãe punha caruma num montículo, sobre ela duas ou três pinhas, uns cavacos, riscava o fósforo, o fogo nascia, depressa subia, enrubescendo a cara dela, mais rosada naquela tarde de fadiga amorosa. E finalmente, os dois, mais tarde os três, depois... então, sentados no chão, em frente ao lume, e a Mãe no último ritual: abria uma caixa de papelão e dela tirava cuidadosamente as três figuras mágicas a que se reduzia o presépio, que punha na base do pinheiro e que aí ficavam, a contemplarem-se mutuamente, quedas, na disponibilidade, para estarem na nossa festa. Eram os convidados de honra. Outros viriam.

Cecília Sacramento
In “Apenas uma luz inclinada”

NB: Com a publicação deste texto de Natal da escritora Cecília Sacramento, quero lembrar e homenagear, desta forma singela mas muito sincera, a minha querida professora de português, falecida há meses. Aqui fica uma curta expressão da sua riquíssima sensibilidade.

F.M.

A revista “XIS” anuncia um projecto interessante

“A Música da Bíblia” A revista “XIS”, que se publica aos sábados com o “PÚBLICO”, anunciou, no seu último número, um projecto interessante, que é, nem mais nem menos, “uma Bíblia falada e musicada, um conjunto de CD com sete meses de horas de gravações. Para ir ouvindo como uma história, musicada para tranquilizar o ambiente”. A ideia e o projecto nasceram com Jorge Quintela, 41 anos, e Paulo Coelho, 54 anos, que contaram com a “revisão minuciosa” do biblista Isaías Araújo e com o apoio da Igreja. No fundo, são 22 CD que estão a ser comercializados e que não deixarão de ser apreciados por todos quantos têm a Bíblia como referência para a vida e como um dos muitos pontos de partida para encontrar Deus. Paulo Coelho diz, a propósito deste trabalho, que “ler a Bíblia da forma como se leu gera uma reacção interessante, porque chega-se à conclusão de que a Bíblia tem ali respostas para praticamente tudo o que se passa na nossa vida do dia-a-dia. É só saber ir procurá-las no sítio certo”. E acrescenta: “Eu encontrei muitas coisas para poder meditar e para poder ajudar a resolver os nossos problemas do quotidiano. Era como se tivesse ali um manual da própria vida.” Por sua vez, Jorge Quintela refere que “o mais impressionante é, de facto, a actualidade do texto. Não só é uma obra fabulosa como há alturas em que mexe connosco. O que está lá escrito faz todo o sentido perante o que se passa hoje em dia”. Este é um projecto que tem o objectivo de levar a Bíblia a todos: às crianças, aos cegos, a quem já a conhece e a quem nunca a leu. É, afinal. Uma história contada em CD. F.M.

sábado, 10 de dezembro de 2005

NATAL: Um poema de David Mourão-Ferreira

Posted by Picasa NATAL, E NÃO DEZEMBRO Entremos, apressados, friorentos, numa gruta, no bojo de um navio, num presépio, num prédio, num presídio, no prédio que amanhã for demolido… Entremos, inseguros, mas entremos. Entremos, e depressa, em qualquer sítio, porque esta noite chama-se Dezembro, porque sofremos, porque temos frio. Entremos, dois a dois: somos duzentos, duzentos mil, doze milhões de nada. Procuremos o rastro de uma casa, a cave, a gruta, o sulco de uma nave… Entremos, despojados, mas entremos. De mãos dadas talvez o fogo nasça, talvez seja Natal e não Dezembro, Talvez universal a consoada.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2005

MUSEU DE AVEIRO: "NATAL DO LIVRO"

Posted by Picasa Museu de Aveiro OBRAS DIVERSAS A PREÇOS EM CONTA
Até 31 de Dezembro, os amigos do livro podem visitar, no Museu de Aveiro, mais uma edição do “Natal do Livro”, onde poderão apreciar e comprar obras a preços em conta, com reduções que atingem os 75 por cento.
Esta exposição/venda apresenta livros editados pelos museus ligados ao Instituto Português dos Museus, tanto nacionais como outros que fazem parte da Rede de Museus, nomeadamente roteiros, catálogos de exposições e de acervos, obras específicas sobre museologia, bem como livros temáticos.
No Museu de Aveiro, podemos, então, encontrar obras como “A utopia e os pés no terreno”, do arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, “De Picasso a Dali”, “Estudo da pintura portuguesa, origem da oficina Gregório Lopes”, “Guarda – História e cultura judaica”, “Amália Rodrigues – Retratos fotográficos Silva Nogueira”, “Surrealismo em Portugal 1934 – 1952”, “A casa das porcelanas”, “Livro antigo do Museu de Aveiro”, entre muitos outros, sobre arqueologia, urbanismo, pintura,música, escultura, joalharia, porcelanas, faianças e biografias. Uma mostra a não perder, sobretudo nesta quadra natalícia, em que se oferecem tantas prendas que não servem para nada.
Fonte: Correio do Vouga

Um artigo de Laurinda Alves, no Correio do Vouga

Posted by Picasa Laurinda Alves, directora da revista XIS Dezanove sorrisos e meio
É impossível ficar indiferente quando alguém nos faz um sorriso aberto e sincero. Ninguém é imune àquela que foi considerada a mais subtil das expressões humanas e, mesmo sem termos consciência, todos reagimos a um sorriso. São muito raros os que permanecem gelados e, quando acontece, revelam uma insensibilidade quase chocante.
Em matéria de reacções bizarras, aliás, abro aqui um parêntesis para referir as inúmeras vezes que nos cruzamos em elevadores com pessoas impassíveis e incapazes de cumprimentar à entrada ou à saída. Confesso que esta casta de gente olimpicamente alheia à presença física dos outros me incomoda e perturba sempre. Ou seja, não consigo nunca deixar de reparar na falta de educação daqueles que entram e saem de um cubículo, que sobe e desce carregado de pessoas, como se não as vissem nem ouvissem. E fecho o parêntesis.
Pode acontecer não devolvermos um sorriso por excesso de distracção ou por uma preocupação súbita mas, na realidade, reparamos sempre que alguém nos sorri.O sorriso é uma linguagem silenciosa, que diz tanto ou mais do que as próprias palavras e traduz muito daquilo que em nós permanece mudo ou, de alguma forma, secreto.
As pessoas também se revelam pela naturalidade e facilidade com que sorriem. Mais ou menos frequentes, na realidade existem sorrisos polidos, elegantes, irónicos, francos, acolhedores, sedutores, felizes, tímidos, cúmplices, generosos, defensivos, corajosos, comovidos, desarmantes, e por aí adiante. Dizem os especialistas que há 19 tipos de sorriso e que cada um convoca músculos diferentes e transmite ao cérebro mensagens distintas. Ou seja, antes de ser um sinal afectivo, é um mecanismo cerebral, pois tudo começa por um estímulo da parte anterior do hipotálamo, uma glândula situada na base do cérebro. Os cientistas citados pela revista Psychologies esclarecem que, tal como uma onda, esta excitação inicial transmite um fluxo nervoso ao sistema límbico, que é, por definição, o lugar das emoções. Assim sendo, o tónus muscular relaxa e desenham-se as expressões faciais de simpatia, prazer ou contentamento.
Curisosamente, se o estímulo começar na parte posterior do hipotálamo, as reacções faciais são de zanga, ira ou desprazer. Há sorrisos famosos e eternos, como o de Mona Lisa; e há outros completamente anónimos, mas que nos tocam e são capazes de transformar uma situação banal num momento especial. Olhando para esta casta de sorrisos possíveis e imaginários, até posso concordar que existam 19 tipos de sorrisos, mas atrevo-me a juntar mais um: o meio sorriso, sempre tão misterioso e atraente.

NATAL: Mensagem do Bispo de Aveiro

 


O NATAL EM QUE ACREDITO


O NATAL QUE EU DESEJO O teu Natal, Senhor Jesus, vem aí no final de um ano doloroso, no qual pudemos ver larga sementeira de morte, devastação, desespero, indiferença, guerra. Decerto, não foi só a natureza criada, descontente com aqueles que a não respeitam e não se esforçam por penetrar o seu segredo e perscrutar as suas leis. Foram, também, os que não deixam o mundo rasteiro dos seus interesses e ficam alheios ao sofrimento de quem não entra nos seus projectos. Foram, ainda, os que, na actividade política, por esse mundo fora, se esqueceram que só a procura denodada do bem de todos justifica a sua vida. 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2005

NATAL: UM POEMA DO CARDEAL ALEXANDRE DO NASCIMENTO

Posted by Picasa Tela do pintor renascentista italiano Rafael (1483 - 1520) O MENINO E SUA MÃE Vi há tempos um quadro feito por mão inspirada: Os traços eram perfeitos do Menino Jesus e sua Mãe. Causava enlevo, fazia ternura, e o olhar que se desprendia de Nossa Senhora, Que tinha seguro nos braços o seu Menino. Este deixava ver bem Seu grande afecto, Sua divina paixão por Aquela que tão estreito o trazia ao peito: A cabecita de encontro, bem encostada, entre a face e o ombro de Sua Mãe e a carita de criança voltada para nós… Mais que tudo, porém, impressionou-me o ar, o ar de desafio, cheio de divina meiguice um ar (Deus me perdoe!) quase gaiato que parecia dizer a quantos o quisessem entender: “É minha, só minha a Virgem Maria!” De tão estreito e apertado que cingia com os bracitos Nossa Senhora… Confesso que estranhei, por me ver quase defraudado por esta divina avareza. Mas no olhar sorridente da Virgem bondosa li logo a resposta, a bonança que me vinha: “Deixa-O, meu filho, são primeiros tempos que goza a novidade de ter… Mãe: Eterno que é, só isto Lhe faltava, no céu… Não tarda que no Calvário te dê a Sua vida (pouca coisa para Ele!) e o que é mais ainda: que te dê Sua Mãe, tua Santa Maria”. In “Livro de Ritmos”

IMACULADA CONCEIÇÃO

Posted by Picasa Imaculada Conceição O dogma da Imaculada Conceição foi proclamado em 8 de Dezembro de 1854 por Pio IX
1. O dogma da Imaculada Conceição, proclamado a 8.12.1854 por Pio IX (Bula “Ineffabilis Deus”), declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, desde a sua Conceição, ou seja, que ela foi preservada desde sempre da mácula do pecado original, no qual nascem todos os filhos de Adão. Enquanto estes estão privados da graça divina, a Virgem Maria foi toda pura, santa e imaculada desde o início da sua vida. Esta foi desde sempre a convicção profunda da Igreja, que viu na Virgem Maria a ‘Nova Eva’ (Sto.Ireneu).
2. Apesar da sua reconhecida devoção a Nossa Senhora, homens como S. Bernardo, Sto. Alberto Magno, S. Boaventura e S. Tomás tiveram dificuldade em admitir a Imaculada Conceição, porque difícil de conciliar com o dogma da universalidade da Redenção. Proclamar a Imaculada Conceição parecia implicar retirar a Virgem Maria da órbita da Redenção em Jesus Cristo, a qual, por ser necessária e absoluta, era tão universal como o pecado original. Se a Virgem Maria não estivesse incluída no número dos que contraíam o pecado de Adão, ficava então igualmente excluída da redenção, e esta não seria universal, pois não abrangeria todos os descendentes de Adão. Perante esta alternativa, foram como que obrigados a negar o privilégio de Maria até ser possível conciliá-lo com o dogma da universalidade da redenção em Cristo.
(Para ler mais, clique Ecclesia)

UNIVERSIDADE DE COIMBRA: "DEZ LIVROS QUE ABALARAM O MUNDO"

Posted by Picasa
EXPOSIÇÃO ABERTA ATÉ 15 DE FEVEREIRO Edições muito antigas e valiosas da Bíblia e da "Origem das Espécies", de Darwin, estão expostas a partir de hoje na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (UC), na mostra "Dez livros que abalaram o mundo". Patente até 15 de Fevereiro na Sala de S. Pedro, a exposição resulta de uma votação entre dez docentes de todas as faculdades da UC, instados a escolher os dez livros que mais influenciaram a Humanidade.
A "Origem das Espécies", de Charles Darwin, foi o livro mais votado, seguindo-se a Bíblia, num conjunto de obras em que também figuram a "Odisseia", de Homero, e "Dom Quixote de La Mancha", de Miguel de Cervantes.
Segundo o director da Biblioteca Geral, Carlos Fiolhais, nesta lista dos dez livros mais decisivos na história da Humanidade constam ainda "O Capital", de Karl Marx, "A Riqueza das Nações", de Adam Smith, "A Interpretação dos Sonhos", de Sigmund Freud, e um conjunto de obras e artigos de Albert Einstein sobre a teoria da relatividade.
"Diálogo sobre Duas Novas Ciências", de Galileu, e "Princípios Matemáticos de Filosofia Natural", de Isaac Newton, integram também o rol.
A exposição inclui cerca de 120 edições das obras, entre as quais figuram exemplares da Bíblia datados da Idade Média, em pergaminho, com iluminuras desenhadas à mão, e o único exemplar original existente em Portugal dos "Annalen der Physic", no qual Einstein publicou artigos sobre a teoria da relatividade.
O catálogo da mostra integra cerca de três centenas de edições destas obras, existentes na Biblioteca Geral e nas restantes bibliotecas da UC. "É uma mostra representativa da riqueza do património das bibliotecas da Universidade de Coimbra", frisou o professor catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia.
Num ciclo de debates que se prolonga até 8 de Junho de 2006, os docentes que participaram na votação justificam as suas escolhas. "Dez livros que abalaram o mundo" é uma iniciativa conjunta da Biblioteca Geral e da Reitoria da Universidade de Coimbra.
FONTE: PÚBLICO

Um artigo de D. António Marcelino

Posted by Picasa D. António Marcelino HOMENAGEM À MULHER, OBREIRA SILENCIOSA DE BEM
A revista Sal Terrae dedica o seu último número a um tema curioso que titula assim: “Quem cuida dos cuidadores?” Logo na apresentação dos conteúdos se recorda que “as mulheres são as principais responsáveis dos cuidados, mas, ao mesmo tempo, são as mais esquecidas, ou seja, aquelas de quem menos se cuida.” Então se recorda que, frequentemente, exercem a tarefa de cuidar de quem delas precisa, por vezes em verdadeira solidão, carregando em si desgaste e dor, por exemplo, perante o doente incurável que amam e vão perdendo a pouco e pouco.
Diz-se ainda que nos esquecemos que a pessoa que cuida, também necessita de cuidados. Necessita de desabafar e de alguém que a escute, do oxigénio do descanso e do rosto amável que lhe sorria, da carícia de quem se mostra agradecido e de um ombro sobre o qual tem direito a se recostar. Habituei-me a ver, reconhecer e admirar muitas destas mulheres conhecidas ou anónimas, heróicas e persistentes num heroísmo que se vai traduzindo, cada dia que passa, em dedicação sem limites e silêncios mais eloquentes que as palavras. São multidão de mães, esposas, tias e avós, vizinhas e voluntárias, gente que orientou por aí a sua vida a tempo inteiro, que passa despercebida e não remói ingratidões porque tem um coração que não se nega, porque o seu saber é, sobretudo, amar e cuidar. Estamos numa semana em que Maria, a “Mulher Eterna”, tem, para os cristãos, que de modo filial a veneram num dia de especial de memória de uma prerrogativa excepcional que Deus lhe fez, a favor de todos. Uma outra mulher, Teresa do Menino Jesus, que nos seus restos veneráveis peregrina pelo mundo, vai chegar até nós com o seu fascínio de jovem, viva e contagiante, que é, para este tempo de vazio, um modelo eloquente. Ela nos dará conta da excepcional sabedoria que pode levar à entrega, sem reservas, ao que é essencial para uma vida feliz e realizada. Estes dois modelos de mulher, estimular à contemplação, em silêncio agradecido, da mulher ou das mulheres das nossas vidas que sempre aqueceram o mundo gélido do egoísmo e das quais seremos eternos devedores de amor, ternura e reconhecida gratidão. A sociedade do consumo e do prazer, incapaz de ver além dos sentidos, vem empobrecendo a mulher. Por vezes, também esta, num mundo de novas e justificadas possibilidades, sob as muitas luzes que deslumbram, foi perdendo o sentido da sua singular dignidade, do seu valor e missão, indispensáveis à humanização das relações pessoais, num mundo cada vez mais frio, calculista, superficial, comodista, onde vão deixam de contar os valores morais fundamentais, deixando tudo mais pobre. A mulher é sempre vocacionada para a maternidade, no sentido mais amplo desta misteriosa missão: mãe biológica, espiritual ou social. Por isso a mulher mãe, é inseparável de cada um de nós, e mal vai quando deixa de ser referência indispensável na nossa vida. Feliz daquele que é capaz de olhar e respeitar qualquer mulher, conhecida ou não, com a luz interior mais pura que recebeu do amor único da sua mãe, essa “mulher eterna” que a memória do coração nunca deixará morrer! O estrago social de mais graves consequências nos dias de hoje e que mais afecta o presente e o futuro das pessoas e da sociedade é o da destruição da mulher, da sua dignidade, missão singular. Isto não quer dizer que ela tem de regressar a casa e voltar a ser apenas doméstica, mas sim que ela mesma tem de ser a casa do acolhimento, do aconchego, da alegria e da paz, a escola diária do amor, que mesmo quando paciente e sofrido nunca deixa de ser criador e renovador de esperança. Cuidar de quem cuida sem horários nem descontos. A mulher ao centro e a sociedade terá futuro.

CACIA: ÁRVORE DE NATAL ECOLÓGICA

DÊ ASAS À SUA IMAGINAÇÃO
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Encontra-se esculpida no triângulo do terreno que dá acesso à ponte rodoviária sobre o "caminho-de-ferro", em Cacia, uma árvore de Natal, que será decorada, com aquilo que a sua imaginação quiser.
A decoração é subordinada ao tema REUTILIZAR, pelo que, com base em resíduos resistentes à água, tais como latas, plásticos, garrafas, etc. etc., dê asas à sua imaginação, transformando-os em enfeites deNatal, como melhor lhe der prazer.
É só colocar no espaço verde, a árvore está à nossa espera!
Vá lá e participe…… e Feliz Natal…....
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Nota: A ADACE (Associação para a Defesa do Ambiente de Cacia e Esgueira) tem a responsabilidade da distribuição das peças deacordo com critérios meramente estéticos e rejeitaremos peças que não obedeçam ao tema (reutilizar).

AVEIRO: BAZAR DE NATAL

Bazar de oportunidades até dia 11 Paralelamente às tradicionais iluminações de Natal que já brilham em grande parte das artérias da cidade, Aveiro conta também com um programa de animação que começou ontem. O objectivo é reforçar o espírito natalício próprio da quadra festiva que se atravessa, ao mesmo tempo que é proporcionado a toda a população momentos de lazer e diversão. Ontem, foi inaugurado o Bazar de Natal no Fórum Aveiro e, ao mesmo tempo, assinalado o início do programa de animação preparado para este ano.
O Bazar está localizado na Praça das Arcadas do Fórum Aveiro e consiste num espaço onde instituições particulares de solidariedade social e outras entidades apresentam as suas valências e trabalhos realizados pelos seus utentes.
Os artigos vão estar à venda até ao dia 11, a preços especiais e de forma a angariarem verbas para as suas actividades. Este evento integra, entre outras presenças, a Santa Casa da Misericórdia de Aveiro, Centro de Alcoólicos Recuperados do Distrito de Aveiro, APPACDM, CERCIAV, Estabelecimento Prisional, Associação de Artesãos, Livraria Municipal e Florinhas do Vouga. Presentes estão também vários artesãos trabalharem ao vivo, trazidos a este Bazar pela mão da Associação de Artesãos de Aveiro, A Barrica.
A programação de Natal, que vai decorrer até ao dia 1 de Janeiro e de forma descentralizada pelas várias freguesias de Aveiro, aposta em teatro infantil, animação de rua, recitais de poesia e Ludoteca, um espaço destinado aos mais novos, com ateliers diversos, construção de fantoches, jogos, sessões de conto, dramatizações pelas crianças, entre outras actividades.
Fonte: DIÁRIO DE AVEIRO

quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

ÍLHAVO: V CONCURSO LITERÁRIO JOVEM

Posted by Picasa PAÇOS DO CONCELHO DE ÍLHAVO UM DESAFIO À IMAGINAÇÃO
DOS JOVENS DO CONCELHO Foi aprovada em reunião da Câmara Municipal a quinta edição do Concurso Literário Jovem, que traz dois desafio: que todos dêem asas à sua imaginação e que participem. O regulamento, que pode ser consultado no “site” da CMI, diz que “a prática regular de actividades como a leitura e a escrita é amplamente aceite como sendo um hábito fundamental para a formação de todos os indivíduos, nomeadamente dos mais jovens. Contudo, com o advento das novas tecnologias, este tipo de práticas tem vindo a perder terreno em favor de outros meios de 'utilização' mais rápida, como sejam a televisão ou a informática”. Refere que, “apesar da riqueza destes novos meios, sobretudo da Internet, no que diz respeito à quantidade e diversidade da informação disponível e à rapidez com que pode ser obtida, a leitura de obras literárias, assim como a prática regular da escrita, continuam a ser formas privilegiadas de desenvolvimento do espírito crítico, da capacidade de raciocínio, assim como da criatividade”. E é para fomentar estes hábitos, nomeadamente entre os jovens do Concelho, que a Câmara Municipal de Ílhavo promove a quinta edição do Concurso Literário Jovem.
F.M.

NATAL: Um texto de António Rego

Posted by Picasa Pormenor central do presépio do Santuário de Fátima No meio de nós
Por mais avassalador que seja o volume de informação que diariamente ingerimos, nunca saberemos o suficiente sobre o que se passa no mundo. Por mais compêndios que estudemos acerca de história, ciências e artes, sempre ficará por compreender, no seu todo, o incomensurável mistério do homem. Vamos, por isso, percebendo aos poucos que a maior parte de nós não se diz nem se explica.
Mergulha no profundo lago do simbólico e na expressão nebulosa de todas as nossas perguntas lógicas sem resposta. Ou melhor: é na simplicidade última das palavras e dos gestos que dizemos o mais sublime que há em nós e no mundo. À medida que vamos tacteando esta teia do incompreensível e do indizível, na pesquisa inquieta do infinito que há dentro e fora de nós, como que vamos pressentindo a alma das pessoas numa aproximação desconcertante a Deus. Pessoa. Sem O sabermos dizer por inteiro, nem por inteiro O compreendermos.
Socorremo-nos do rito, que parece estreito, emocional, imperceptível e até ilógico. Mas é aí que encontramos algum conforto naquilo que queremos e não sabemos dizer.
O Natal tem dois mil anos acumulados de narrativas, expressões, culturas, adulterações, aproveitamentos. E apetece-nos, por vezes, rejeitar os adereços que cruzam pensares, dizeres e interesses alheios ao sobrenatural. Mas é nosso dever tentar, até à exaustão, descobrir os ritos que o mundo de hoje, muito fragmentariamente, oferece de simplicidade, beleza, solidariedade, compaixão, reconciliação, encontro de família, gestos de ternura, a que só falta um nome que aos cristãos compete explicitar: Jesus.
O Natal tem excessos de verniz e clarões de brilho fátuo. Mas interessa potenciar e até reconverter estes signos que se escondem na aparente profanidade das manifestações sociais. Importa ouvir esse sermão que ressoa do deserto, por outras palavras, e repete elementos essenciais da mensagem de Jesus há dois mil anos proclamada. Para não andarmos aturdidos à procura dum Deus que afinal está no meio de nós.

Um artigo de Francisco Perestrello, na Ecclesia

Informação de Cinema
Há muitos cinéfilos, ou pelo menos alguns, que além de gostarem de ver bom cinema gostam de estar sobre o mesmo bem informados. Para o conhecimento de cada filme estreado, ou mesmo para boa parte dos lançamentos em vídeo/DVD, o recurso às críticas dos jornais e revistas, a par com a consulta de alguns sites de Internet constitui fonte suficiente para uma informação adequada.
Tempos houve em que se podia ir mais longe. Revistas especializadas aprofundavam temas, carreiras dos profissionais, elementos técnicos da 7ª Arte e notícias mais detalhadas sobre as produções em curso. Algumas chegaram a ter uma grande projecção nacional, como o caso da «Filme», que sob a direcção de Luís de Pina foi elemento indispensável ao longo de vários anos.
Outras, sem atingirem a mesma profundidade de análise, atingiram uma vida longa, como a «Celulóide», ou mesmo o «Cinéfilo» nas suas duas épocas de edição. Embora em estilo diferente, o «BC-Boletim Cinematográfico» viveu quase meio século, tendo encontrado continuidade, mas já em Internet, no Cinedocfilme. Foi um caso ímpar de continuidade, mas limitava-se à análise dos filmes estreados.A regra foi o inverso do que acima se refere.
De forma geral, e sobretudo nos tempos mais recentes, cada revista lançada chega apenas ao seu terceiro, quarto ou quinto número, aproximadamente, começando logo a lutar com a inviabilidade financeira e as quebras de colaboração. Tentativas louváveis, algumas com condições gráficas de qualidade, não contaram em geral com uma estrutura que lhes permitisse a continuidade.
A própria TV Filmes, inicialmente sob a direcção de Salvato Telles de Menezes, soçobrou ao fim de poucos anos de edição.Temos assim inteiramente deserto um mercado que, embora escasso, não deixa de existir.
Uma revista bem estruturada e com um editor sólido poderia bem ocupar esta lacuna que há muito se sente entre os cinéfilos portugueses.

Um artigo de Francisco Sarsfiel Cabral, no DN

IMPUNIDADE
O Conselho de Ministros aprovou na sexta-feira a proposta de lei sobre prioridades da investigação criminal. A proposta é algo vaga e deve ser melhorada no Parlamento, aproveitando os contributos dos partidos da oposição. Mas é uma novidade, depois de décadas de alheamento do poder político em relação à justiça. Começará, enfim, a cumprir-se o preceito constitucional que, desde 1997, atribui ao poder político a definição da política criminal.
Segundo o DN de sábado, os procuradores do Ministério Público temem que a sua autonomia esteja em causa, ficando esta magistratura dependente do poder político. Não ocorre aos ilustres magistrados que assim pensam que os cidadãos estão fartos de ver sucessivos e clamorosos falhanços do sistema judicial - da vaga de prescrições às sistemáticas violações do segredo de justiça - sem poderem pedir contas a alguém. O caso das escutas é paradigmático. Cresce na sociedade portuguesa a ideia de que parte dessas escutas serve, não os processos em causa, mas de arma de pressão sobre pessoas e entidades, designadamente da área política, através de fugas cirúrgicas para a comunicação social.
Esta suspeita, que é gravíssima, não parece comover os magistrados. Mas ela leva um defensor das liberdades como Miguel Sousa Tavares a concluir "Prefiro o perigo de uma investigação criminal hierarquicamente subordinada a um poder legitimamente eleito do que entregue aos próprios, sem orientação nem controlo democrático externo" (Público de sexta-feira).
Claro que os juízes têm de ser independentes, não podendo ser legalmente responsabilizados pelas suas sentenças. E o Ministério Público deve ser autónomo na condução concreta dos processos. Mas a impunidade tem limites. A proposta de lei sobre investigação criminal é um primeiro passo.

AVEIRO: FEIRA DAS FLORES

Posted by Picasa FEIRA DAS ARTES E OFÍCIOS E FEIRA DAS FLORES
As Feira das Artes e Ofícios e Feira das Flores vão ter lugar no próximo Domingo, dia 11 de Dezembro de 2005, das 8 às 19 horas, nas Praças 14 de Julho e Joaquim Melo Freitas.
De realçar que a Feira das Artes e Ofícios tem por objectivo reavivar tradições e mostrar o que de melhor se faz em artesanato, transmitindo cultura e saberes às gerações mais novas.
Trata-se de uma iniciativa a não perder, porque estes certames são, também, um desafio à nossa imaginação.

terça-feira, 6 de dezembro de 2005

VOLUNTÁRIOS: gente que se dá sem nada esperar em troca

Posted by Picasa MÃO AMIGA
E OUVIDOS PARA OUVIR Celebrou-se ontem, dia 5, o Dia Internacional dos Voluntários. Não houve muitas vozes a falar dos voluntários, mas são eles que, na nossa sociedade, como noutras, animam a solidariedade e tornam mais fraterno o mundo em que vivemos. E fazem-no, tanto nas inúmeras instituições de solidariedade social existentes no nosso País, como individualmente, vezes sem conta valorizando a rede de vizinhança, que tende a diluir-se. Em Portugal, algumas estimativas apontam para mais de um milhão e meio de pessoas que, no seu dia-a-dia, vão ao encontro de quem sofre, dos mais pobres dos pobres, dos marginalizados e excluídos pela sociedade, dos que vivem em solidão. Não apenas para lhes matar a fome e para responder às suas necessidades mais urgentes, mas sobretudo para as ouvir e para as ajudar a descobrir um sentido para a vida. Em Portugal, os voluntários continuam a crescer, como sinal inequívoco da generosidade da nossa gente. Gente que dirige instituições, gente que contribui para a humanização dos hospitais, gente que se mobiliza para responder a situações de catástrofe, gente que ajuda quem sofre no leito da dor, gente que promove a auto-estima de quem perdeu o gosto pela vida, gente que vai à procura de quem tem fome, gente que partilha experiências, gente que, em suma, não se limita a dar, mas se dá totalmente aos outros. Eu não sei se todos os meus leitores já pensaram na riqueza do voluntariado, enquanto forma privilegiada de tornar o mundo mais belo. Eu não sei se todos os meus leitores já pensaram que também está ao seu alcance engrossar as fileiras de quem se preocupa com os que mais precisam. Mas tenho a certeza de que, mais dia, menos dia, alguns hão-de ter a coragem de dar um passo no sentido de deixar o nada fazer em que se encontram, perdendo tempo, tantas vezes, com futilidades, aposentados e não só, para se porem ao serviço de quem está à espera de mão amiga e de ouvidos para ouvir. Fernando Martins

NATAL: Um texto de Manuel Olívio da Rocha

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FIGURAS DO MEU PRESÉPIO Povos todos, batei palmas, Aclamai a Deus com brados de alegria. Salmo 46
: Justos, aclamai o Senhor, Os corações rectos devem louvá-lo. Louvai o Senhor com a cítara, cantai-Lhe salmos ao som da harpa. Cantai-Lhe um cântico novo, Cantai-Lhe com arte e com alma. Salmo 32 Todos os anos, com os meus netos, construímos o Presépio. E enquanto vamos colocando as figuras (Pronto, lá foi o pé do pastor! Não faz mal, o avô cola...), perfilam outros figurantes do Presépio que, ano a ano, mês a mês, dia a dia, hora a hora, se vai fazendo e refazendo no mais íntimo de mim e que já ocupa o Mundo e se vai espalhando por todo o Universo.. Quero retirar apenas três... Estes: o Luís, o Humberto e o Adão. [Mas que é isto? Todos os outros elementos do grupo dão um passo em frente e atiram:— E então?...E nós?... Eu sei que sois músicos como esses três. Certamente que chegará a vossa vez...Como me poderei esquecer? Numa prateleira, lá estão o mestre Rocha com o seu grupo de músicos e de cantoras do Cortejo dos Reis; noutra, os irmãos Ribau Teixeira, o Manuel, o Ângelo, o Plínio e o Diamantino, acompanhados pelo Hortênsio, o Manuel Gafanhão e tantos outros que enchiam de música os nossos domingos e dias de férias; acima, o senhor Dionísio, com a sua rabeca, e o Porfírio, com o trompete, que atingem o nosso imaginário do mais e melhor; ali à mão, estão o Padre Valente e toda a família Nédio...Tantos e tantas que à música vão dando ‘a sua vida’, mas a quem a música vai oferecendo (e com que emoção o tenho observado!) uma sempre renovada vontade de viver!...]
O Luís é italiano e ficou conhecido, entre nós, por Padre Luís Sabini. Um dia veio para Portugal, passou por Esgueira, a sua lambreta levou-o ao Bunheiro e a outras povoações que lhe acenavam, deambulou pelo Porto e agora anda por terras de Moçambique. Mas Luís marcou profundamente o nosso viver porque, sendo um Homem pequeno, de olhar vivo, era de uma delicadeza a toda a prova e sabia tocar concertina... Calcorreou as ruas, vielas e quelhas do bairro, com frio, com chuva, sempre com o seu sorriso a desarmar qualquer menos lisura de alguém do grupo que se juntou para cantar as Boas Festas...E nós hoje, estamos com ele e pedimos-lhe a bênção, para nós e nossos filhos que tão bem sabia acarinhar e encaminhar!... O Humberto é um manganão: basta olhar para o seu bigode. Eu diria mais: o bigode é o Humberto! Homem alto, bem desempenado, bela figura. Dedicou a sua vida à música: quantos jovens lhe devem o que sabem desta arte! E sempre por dedicação e amor! Sem nunca levar um tostão aos discípulos! Quem o quiser encontrar é ir às missas de Sábado ou de Domingo, ali na nossa Capela. O seu clarinete (claro que toca mais instrumentos do que a mão tem de dedos! Mas é este o seu instrumento!) introduz os cânticos e faz floreados que nos contagiam. É um artista! Há dias teve um problema com a ‘máquina’. Quando o médico lhe deu a alta, disparou:— Senhor doutor, já posso ir tocar o meu clarinete à Missa?! Foi um espanto quando naquele corredor do hospital, as consultas pararam e à porta dos consultórios surgiram as cabeças espantadas e interrogativas dos médicos. — Os colegas não se preocupem, fui eu que pedi a este senhor para trazer o clarinete para fazer uma experiência! (E voltando-se para o doente) Sr. Humberto, pode tocar, mas sem esforço nem arrelias! Aí o bigode sorriu, levantando as pontas! E o Adão? Alto e seco, corria as ruas a fazer a propaganda e a cobrança da sua Banda! E também ele era um ‘preguinho’ a desejar as Boas Festas, com o P. Luís...Mas um dia...adoeceu gravemente e privou-nos do som do seu saxofone. Ficámos convencidos que não mais nos acompanharia. Mas a sua alma era tão grande como a sua arte: logo que melhorou, aí o temos, embora tocasse só com uma mão!... Ainda hoje estou para perceber como conseguia afinar com as vozes! E parece-me estar a ver a sua Mulher que, com infinda paciência e bondade, o acompanhava e lhe transportava o seu saxofone! E é no recôndito deste nosso Presépio, lá bem no fundo de nós mesmos, que estes figurantes nos acompanham na nossa caminhada ao encontro do centro da Vida, aquele Menino-Deus que tão bem cantaram e continuam a cantar! Bem hajam!

Manuel Olívio da Rocha

Um artigo de Guilherme d'Oliveira Martins

Repensar Portugal Acaba de ser reeditado o livro “Repensar Portugal” (Multinova, 2005), da autoria do Padre Manuel Antunes (1918-1985), nas vésperas do Congresso Internacional, que assinala (com o apoio do CNC) a memória de uma das figuras mais marcantes da cultura portuguesa do século XX. A obra publicada originalmente em 1979 manteve, passados estes anos, uma curiosíssima jovialidade, que não é fácil de acontecer quando estamos perante ensaios políticos e sociais. E, tendo sido os ensaios que a constituem escritos dez anos antes da queda do muro de Berlim, é muito interessante notar hoje um sentido profético nas considerações de Manuel Antunes. Daí que tenhamos de reconhecer que a citação de Nietzsche, que o autor faz, ganha hoje uma pertinência evidente: “é a cultura que dota a consciência de memória, mas essa memória é mais função do futuro do que do passado”. Repensar Portugal exige a compreensão da importância de uma revolução moral. E o autor fala, por isso, na necessidade de assumir o primado da produtividade sobre a propriedade, da cultura sobre a economia, do ser sobre o ter, da comunidade sobre a sociedade. A democracia necessitaria, por isso, de concretizar os dês exigentes de um projecto renovado: desburocratizar, desideologizar, desclientelizar e descentralizar. Para tanto, haveria que interiorizar a democracia e que dignificar a política. «De facto se há doentes do poder, muito mais perigosos que os doentes do futebol ou da droga, há também os sãos do poder, aqueles que conhecendo-se na estreiteza dos próprios limites, porventura, em certa impureza das próprias motivações, assumem o poder como função social de serviço à comunidade, como dever, nem sempre grato, a cumprir, como tarefa necessária que alguém terá a exercer». E se esta ideia de serviço é crucial, a verdade é que tem de ser exercida com «a naturalidade de quem, sabendo-se finito e relativo e a trabalhar num mundo relativo e finito, não obstaculiza outros melhores», respeitando, afinal, o velho princípio da subsidiariedade, segundo o qual as questões da polis devem ser resolvidas o mais próximo possível das pessoas. E aqui entramos no tema da legitimidade e da legitimação – e «com todas as imperfeições, que as possui sobretudo no domínio da eficácia, com todos os riscos da manipulação “inocente” e do cisionismo cíclico ou até radical, com todos os custos económicos que ele comporta, o modo democrático de legitimação é ainda de todos o mais digno de seres humanos, racionais e livres, o mais corrigível nos seus abusos, ao mesmo tempo que o mais estável nas suas estruturas de fundo». O Padre Manuel Antunes propõe, no fundo, a “recriação de Portugal por Portugal” – através de uma democracia, encarada como “espaço da liberdade e da comunidade, da subjectividade e da legalidade, da consensualidade e da soberania popular”. Eis a tarefa sempre inacabada que este Repensar Portugal contém e propõe…
In Ecclesia

segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

Ritmo de vida agitado debilita sistema imunitário

Cientistas provam efeitos do stresse Investigadores australianos conseguiram provar cientificamente os efeitos do stresse na saúde humana. O ritmo de vida agitado pode gerar desde uma simples constipação ao cancro, é hoje revelado na revista médica «Journal of Experimental Medicine». Segundo os investigadores do Instituto Garvan, de Sydney, uma hormona libertada no corpo, chamada neuropéptido Y (NPY), afecta o sistema imunitário e torna a pessoa doente. «Antes havia provas indirectas de uma ligação entre o cérebro e o sistema imunitário. Agora temos a ligação», explicou a investigadora Fabienne Mackay. Assim, «durante os períodos de stresse, os nervos libertam muito NPY, que vai para o sangue, onde inibe as células do sistema imunitário», acrescentou a cientista. A libertação dessa hormona «torna as pessoas mais vulneráveis quando têm uma constipação ou uma gripe e mesmo em situações mais graves, como o cancro», afirmou à rádio ABC Herbert Herzog, outro dos investigadores. Os cientistas do estudo garantem ainda que a artrite reumatóide, a esclerose em placas, a doença de Crohn e a diabetes têm ligação ao stresse.

Fonte: EXPRESSO

MIA COUTO: Citações - 4

"Há quem acredite que a ciência é um instrumento para governarmos o mundo. Mas eu preferia ver no conhecimento científico um meio para alcançarmos não domínios mas harmonias. Criarmos linguagens de partilha com os outros, incluindo os seres que acreditamos não terem linguagem. Entendermos e partilharmos a língua das árvores, os silenciosos códigos das pedras e dos outros."
In "Pensatempos"