quinta-feira, 4 de agosto de 2005

Colégio de Santa Joana: Um pouco da sua história

Posted by Picasa Teresa Saldanha Teresa de Saldanha leu os problemas da sua época
e respondeu com a fé Foi no dia 4 de Setembro de 1837, no Palácio da Anunciada, em Lisboa, que nasceu Teresa Rosa Fernanda de Saldanha Oliveira e Sousa. Era a segunda dos filhos de D. Isabel Maria de Sousa Botelho e de João de Saldanha Oliveira, terceiros condes de Rio Maior. Desde cedo norteia a sua vida pelo amor a Deus e aos pobres. Entrega-se, de alma e coração, como voluntária e fundadora, ainda muito jovem, à Associação Protectora das Meninas Pobres, para a promoção e educação da mulher. Ao discernir uma vocação religiosa, abraça a cruz da proibição dos pais e da ausência de qualquer vida religiosa no país. Guiada só “pela vontade de Deus”, sacrifica o desejo de se consagrar, no ardor da sua juventude, mas tem a consolação de fundar a Congregação Portuguesa das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena, que orienta e custeia, acompanhando as duas primeiras Irmãs que fazem o seu noviciado em Drogheda, na Irlanda. A 13 de Novembro de 1868, desembarcam em Lisboa as duas primeiras Irmãs, instalando-se numa pequena casa, nas portas da cruz, onde começam a sua acção na clandestinidade. A partir de 1834, no Mosteiro de Jesus, como noutros conventos, foi proibida a emissão de votos. Por morte da última religiosa, em 1874, e a pedido da população de Aveiro, o Governo deu o convento às pupilas que aí permaneceram, abrindo estas uma escola para crianças pobres. Devido às enormes dificuldades económicas, quer na manutenção do convento, quer do pequeno colégio, recorreram, como outros já tinham feito, a D. Teresa de Saldanha: «Escreveram-me muito aflitas por falta de meios e eu venho dizer-te que me parecia que a nossa Associação lhes poderia enviar algum socorro e, se estivermos de acordo, poderemos mandar mensalmente essa esmola. A senhora a quem deve ser enviado o vale do correio chama-se D. Leonor Angélica Cardoso de Lemos... reina naquela casa um muito bom espírito e só a Ordem de São Domingos e Nosso Senhor têm feito com que elas perseverem. Deus há-de recompensar-nos se as ajudarmos, de alguma maneira.» Mais tarde, D. Manuel de Bastos Pina, Bispo de Coimbra, a cuja diocese estava ligada Aveiro, renovou o pedido. D. Teresa de Saldanha anuiu ao pedido do Prelado. Fez muitos melhoramentos no edifício e as Irmãs Dominicanas vieram para Aveiro em Outubro de 1884. Assumiram a direcção do colégio, incumbindo-se da guarda da casa e das venerandas relíquias da sua Santa Padroeira. Foi primeira Superiora a Madre Maria Inês Champalimaud Duff. Desta santa e bondosa religiosa dependeu o bom andamento da actividade das Irmãs, em Aveiro. O Prelado acompanhou a acção educativa e caritativa das Irmãs como o atestam as suas cartas a D. Teresa de Saldanha. O seu objectivo era a educação de meninas. Narra a crónica da altura: «para se encarregar desta nova fundação, visto que de há muito esta senhora, Teresa de Saldanha, costumava gastar os seus rendimentos anuais em obras de beneficência e caridade, fez obras importantes; mandou vir mestras excelentes e, para dirigir o colégio, mandou vir de Benfica algumas senhoras da sua confiança.» A mesma cronista continua: «O colégio de Santa Joana adquiriu novo alento, sendo frequentado por um grande número de crianças.» Além das internas havia «uma aula gratuita para os filhos do povo, frequentada por 180 crianças.» Acerca desta fundação, testemunha um ilustre aveirense, D. João Evangelista de Lima Vidal: «Entre as mais amplas beneficências que a sociedade e a religião ficaram devendo em Portugal à Fundadora das Irmãs Terceiras Dominicanas, figurará sem dúvida a fundação do Colégio de Santa Joana, na cidade de Aveiro.» D. Teresa de Saldanha sentia uma peculiar alegria nesta fundação. Por um lado, era mais um convento dominicano, e este com uma evocação muito especial, que conseguia recuperar, libertando-o de outras mãos, de outros fins; por outro lado, sentia que mais jovens e mais crianças, bem como a população da zona, seriam abrangidas pelo seu projecto evangélico. Em 1901, esta casa foi perturbada por grupos revolucionários, mas continuou a sua missão até 1910. A Madre Teresa de Saldanha, no ano de 1904, foi recebida em Aveiro com imensa alegria, demorando-se oito dias para ver as Irmãs e animá-las com a sua presença que inspira um santo fervor e desejo de fazer cada vez mais por Nosso Senhor; vendo o bem que por ali se faz com o pensionato e com o externato. A Comunidade era constituída por 28 Irmãs. Em 1910 as Irmãs viram-se forçadas a sair deste convento e da cidade, onde regressaram, em nova fundação, quarenta e três anos depois. Ao convento nunca mais voltaram. Teresa de Saldanha faleceu a 9 de Janeiro de 1916, após sofrer a perseguição, a espoliação e a expulsão com a revolução de 1910. Porque manteve a serenidade, a esperança e a fé teve o gozo de ver a sua obra nascer noutros países.

Flávia Dores

Filme sobre João Paulo II estreia nos EUA

Posted by Picasa João Paulo II "KAROL: A história de um homem que se tornou Papa"
No próximo dia 15 de Agosto, a rede de televisão Hallmark estreará o filme "Karol: A história de um homem que se tornou Papa". O filme dura quatro horas, está dividido em duas partes e tem como base o livro de Gian Franco Svidercoschi, "História de Karol". Foi rodado entre o Vaticano e Cracóvia, narrando a vida do Papa Wojtyla desde a sua juventude dedicada à arte, passando pela sua resposta à vocação sacerdotal e o caminho que seguiu até à sua eleição em Outubro de 1978.
No passado dia 12 de Junho, Bento XVI expressou em comunicado a sua gratidão àqueles que lhe querem oferecer a ele e a todos a oportunidade de ver este filme que trata da vida do jovem Karol Wojtyla até à sua eleição como o Pontífice conhecido como João Paulo II".
Joaquín Navarro-Valls, porta-voz do Vaticano, também reconheceu que o próprio João Paulo II viu o filme e ficou "muito impressionado". O actor polaco Piotr Adamczyk faz o papel de Karol Wojtyla e teve a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente numa audiência no Vaticano.

quarta-feira, 3 de agosto de 2005

Um artigo de António Rego

Posted by Picasa O novo toque dos sinos
É curioso atravessar a manhã de domingo numa cidade ou aldeia. O templo, apesar de por vezes repetitivo no estilo, e nem sempre primoroso na decoração, é um sinal de identificação e um elemento integrante de qualquer paisagem rural ou urbana.Ao domingo, mesmo que alguns templos não estejam cheios, há uma “celebração” conhecida por Eucaristia Dominical, ou mais popularmente por Missa, que percorre todo o país. É distribuída abundantemente pela rádio e pela televisão. Não é captável como sacramento nem substitui o preceito dominical. É um sinal. Repetido em rádios e televisões é como um toque de sinos na cidade hodierna. Traz ressonâncias de Deus, notícias da comunidade reunida em oração, alma plural, palavras bíblicas (oportuna e inoportunamente), cânticos por vezes já ouvidos, reflexões do presidente da liturgia, preces pelo mundo inteiro, silêncios que também falam.
O mistério da Eucaristia. Constitui muitas vezes um convite ao olhar dos ouvintes ou espectadores, cada vez em maior número, que seguem, como quase tudo, em fragmentos, a liturgia à distância, a experiência de alguém que vestiu o fato de ver a Deus, saiu de casa e foi mesmo vê-l’O e escutá-l’O.
Os mestres da liturgia apreciam, e bem, o rigor, o passo e o gesto certo, os condimentos óptimos e oficiais que reúnem e revivem o património espiritual de milénios que urge não profanar em folclore fácil e meramente sensitivo. Mas o espectador e o ouvinte também têm o seu código de percepção de Deus. Por isso, a respiração interior duma comunidade celebrante, passada pela rádio e televisão de amplitude nacional ou mesmo local, têm a capacidade de acender a emoção do campanário que sempre recorda que Deus anda por ali perto, habita entre os homens e gera uma festa familiar, acessível, cantável, fraterna.
Mesmo que a televisão e a rádio estejam numa sala vazia da casa, não deixam de inundar as paredes porosas do cidadão de hoje a quem restam poucos espaços para sintonizar essa dimensão da vida e da comunidade. E os doentes, os idosos, os sós, os distraídos, mesmo os que descrêem, nunca deixarão de partilhar essa experiência desconcertantemente interactiva. É domingo. O espírito orante da comunidade é um dos elementos mais fortes desta aparente rubrica de entretenimento. Toda a qualidade é pouca. Mas que ande longe a erudição ritualista que só não afasta os apaixonados por rubricas. O Mistério da Fé não se comunica por rubricas.

Catecismo da Igreja Católica

Edição portuguesa do Compêndio do Catecismo chega às bancas a 22 de Agosto. Obra também será publicada numa edição de bolso
A edição do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica chegará às bancas no próximo dia 22 de Agosto. A tradução portuguesa, a cargo da CEP, foi aprovada pela Congregação para a Doutrina da Fé no passado dia 14 de Julho.
O Arcebispo Angelo Amato, secretário do referido Dicastério, concedeu então autorização à publicação desta obra na nossa língua.
A edição foi confiada à Gráfica de Coimbra que, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, explica ainda que, “dada a importância da obra, pareceu-nos oportuno preparar uma edição de bolso”, que estará disponível, igualmente, a 22 de Agosto. Esta edição, com a mesma disposição gráfica, pretende ser “mais cómoda e económica, permitindo assim uma maior difusão”.
O lançamento do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, em 28 de Junho passado, gerou uma onda de interesse sobre a nova exposição do essencial da doutrina e da moral católicas.
O presidente da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé e Ecumenismo da CEP, D. António Marto, explicou à Agência ECCLESIA que estamos na presença de “uma síntese que torna mais acessível ao público, que quer fazer uma leitura mais rápida, as verdades essenciais da fé proclamada, vivida, celebrada e rezada”.
D. António Marto considera que o esquema de perguntas/respostas é útil como “auxílio mnemónico” e para “suscitar a curiosidade”, desafiando os católicos a entenderem as questões como “uma pergunta de Cristo a quem lê”.
O Bispo de Viseu assinala que estamos na presença de um “instrumento de auxílio” para o trabalho de Evangelização, lembrando que “não se pode ficar pelo Catecismo, são necessários momentos de aprofundamento do que lá está”.
Ao longo de quase 300 páginas, o leitor é confrontado com aquilo que Bento XVI define como “uma síntese fiel e segura do Catecismo da Igreja Católica. Ele contém, de maneira concisa, todos os elementos essenciais e fundamentais da fé da Igreja”, uma espécie de vademecum “que permita às pessoas, aos crentes e não crentes, abraçar, numa visão de conjunto, todo o panorama da fé católica”.
(Para ler mais, clique ECCLESIA)

Um poema de Santa Catarina de Sena

M A R I A Maria, Mar pacífico Doadora de paz; Terra frutífera! Tu, Maria És a planta nova Donde nos veio a flor Do Verbo, Filho Unigénito de Deus, Porque em Ti, Terra fecunda, Foi semeado este Verbo. Tu és A terra e a planta. Ó Maria Carro de fogo, Trouxeste o fogo escondido E velado sob cinzas Da tua humanidade.

terça-feira, 2 de agosto de 2005

FARAV: De 6 a 14 de Agosto

Posted by Picasa Artesanato e gastronomia de mãos dadas
De 6 a 14 de Agosto, terá lugar, no novo Parque de Exposições de Aveiro, a 26ª edição da FARAV, uma das principais feiras de artesanato do País. Este ano, na FARAV vão estar presentes 185 artesãos (27 do Concelho de Aveiro), dos quais 96 estarão a trabalhar ao vivo. São oito os municípios presentes, duas juntas de freguesia do concelho de Aveiro e 14 representações estrangeiras, nomeadamente da China (incluindo Hong Kong), Equador, Gana, Marrocos, Peru, Rússia, Senegal, Índia, Angola, Mali, Zimbabwe, Quénia, Egipto e Brasil. Nesta edição da FARAV, estão ainda presentes seis associações e seis representações oficiais.
A FARAV organiza anualmente o Concurso “A Melhor Peça de Artesanato”, uma iniciativa que tem como objectivo a dinamização e promoção do artesanato português. Este ano estão já inscritas cerca de 20 peças de artesanato, que estarão a concurso nas vertentes Artesanato Tradicional ou Artesanato Criativo.
No campo da gastronomia, os visitantes encontram dez restaurantes típicos e cerca de vinte stands a vender produtos tradicionais, numa oferta destinada a proporcionar-lhes as melhores especialidades e petiscos regionais. Nesta mostra, podemos apreciar as caldeiradas de enguias, variadas confecções da lampreia, bacalhau, as carnes autóctones arouquesa e marinhoa, as chanfanas e o leitão. E tudo isto na excelente companhia dos doces regionais e conventuais que associam história e qualidade – os ovos moles de Aveiro, o pão-de-ló de Ovar, a tradicional doçaria de Arouca, os pastéis de Águeda, entre outros.
A feira conta também com animação todas as noites prevendo-se que possa receber, ao longo dos nove dias, mais de 50 mil visitantes.
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Programa de animação:
6 de Agosto, 21.30 horas – AQUATUNA
7 de Agosto, 19.30 horas – Quarteto de Saxofones de Aveiro
13 de Agosto, 21.30 horas – Grupo de Fados – Lisete da Conceição, João Mário (guitarra portuguesa) e João Carlos (viola)
14 de Agosto, 19.30 horas – Enfim Brasil
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Fonte: "Site" da CMA

Migrações exigem novo conceito de cidadania

Posted by Picasa É urgente uma reflexão sobre cidadania
Os novos fluxos migratórios e as problemáticas das “segundas gerações” exigem um novo conceito de cidadania. Esta é a principal conclusão do 8º Meeting Internacional das Migrações (www.meetingloreto.it), este ano dedicado ao problema das segundas gerações, tendo como tema “Filhos de estrangeiros ou filhos de ninguém? Os menores imigrantes protagonistas na Europa de hoje e de amanhã”.
Os participantes do encontro assinalaram a necessidade de encontrar novos caminhos que permitam a participação do jovem na vida da sociedade, pedindo que sejam facilitados os processos de naturalização - adoptando os princípios do ius soli (direito de terra) sobre o princípio do ius sanguinis (direito de sangue). "É urgente uma reflexão mais global sobre o conceito de cidadania, orientando a legislação para uma cidadania ligada mais à residência e menos à nacionalidade", afirmam.
A iniciativa, promovida pelos missionários e leigos da agência scalabriniana para a cooperação e o desenvolvimento, reuniu na semana passada especialistas católicos, leigos, agentes sociais e organismos do sector. Reflectindo sobre a situação na Europa, os participantes chegaram à conclusão de que o jovem da segunda geração acaba, frequentemente, “numa situação de conflito com a sociedade, gerada pela inculturação familiar”.
De acordo com o documento final do encontro, o problema das segundas gerações na Europa e da falta de integração está relacionado com a questão da estagnação económica e do desemprego juvenil. Segundo os especialistas, o problema intensifica-se, pois os migrantes de segunda geração inserem-se nas camadas média e baixa da sociedade, reproduzindo a situação dos pais.
No Encontro internacional foram defendidas políticas migratórias que favoreçam “a inserção e a integração” destas gerações. "É necessário prestar atenção, porque os menores e os jovens de segunda geração não são 'imigrados', já que nasceram e cresceram nos países europeus e não podem ser considerados 'estrangeiros'", destaca o documento.
Fonte: ECCLESIA