segunda-feira, 18 de abril de 2005

Um artigo de Sarsfield Cabral, no Diário de Notícias

:: Direitos
Respondendo, em Paris, a uma pergunta sobre a lei do aborto em Portugal, o Presidente da República fez votos para que haja entre nós um debate sossegado e esclarecido sobre o assunto. E, a título pessoal, manifestou-se favorável a uma evolução legislativa nessa matéria, acentuando a sua preocupação com os direitos das mulheres - que considerou a questão mais profunda. "Sou solidário com as mulheres que sofrem", disse.
O Presidente não referiu outros direitos. Por exemplo, os do nascituro. Dir-se-á que este não é pessoa jurídica, logo não tem direitos. Há mesmo quem só veja no feto um monte de células. Mas será assim? Tudo decorre desse ponto essencial quando começa a vida humana? Apenas depois de se nascer? E se podemos falar de pessoa antes do nascimento, a partir de quando exactamente? Qualquer momento posterior à concepção surge como arbitrário. As mulheres, como os homens, têm direito ao seu corpo. Mas a ideia de que o ser na barriga da mãe não é mais do que uma parte do corpo desta é cada vez mais difícil de sustentar. A tecnologia permite hoje detectar num feto de poucas semanas toda uma série de características de uma pessoa. Muitos pais se encantam com as ecografias do pequeno ser. Não possui decerto autonomia. Mas que autonomia tem um bebé dias após o seu nascimento?
Tentando contribuir para o debate sossegado e esclarecido que o Presidente deseja - e bem -, eu diria que a questão fulcral, aqui, são os direitos morais dos mais fracos e indefesos, os que ainda não nasceram, mas existem. Esses não têm voz, por isso deveriam merecer da sociedade uma atenção prioritária. Não está em dúvida apoiar as mulheres em momentos difíceis da sua vida, um imperativo defendido pelo Presidente da República. Mas há outros seres em causa, que não podem ser ignorados.

Conclave para a eleição do Papa

Cardeal Ratzinger assume que o Conclave é hora de grande responsabilidade
Na homilia da missa votiva para a eleição do novo Papa, que decorreu na Basílica de São Pedro, em Roma, esta manhã, o Cardeal Ratzinger, Decano dos Cardeais eleitores, sublinhou que "o Conclave é hora de grande responsabilidade".
Falando contra a "ditadura do relativismo", que não reconhece nada como definitivo, o Decano dos Cardeais vincou que "a nossa medida, porém, é Jesus, o verdadeiro homem". Depois de agradecer a Deus pelo Pontificado de João Paulo II, o Cardeal Ratzinger pediu a todos os presentes: "rezemos ao Senhor que nos dê um Pastor segundo o seu coração, que nos guie para o conhecimento de Cristo, o seu amor, a verdadeira alegria." Todos os Cardeais eleitores concelebram esta Eucaristia solene, em latim. Os Cardeais não eleitores estavam sentados na primeira fila. A homilia foi uma meditação sobre as leituras da Bíblia proferidas durante a missa, com o Cardeal alemão a esclarecer que iria abordar "apenas algumas passagens que dizem respeito a um momento como este", tendo sublinhado o desafio de a Igreja assumir uma "fé adulta", que não siga "as ondas da moda e da última novidade". "Quantos ventos de doutrina conhecemos ao longo dos últimos decénios, quantas correntes ideológicas, quantas modas do pensamento... A pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi muito agitada por estas ondas" e "atirada de um lado para o outro: do marxismo ao liberalismo, até ao libertinismo; do colectivismo ao individualismo radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo", referiu. O Cardeal Ratzinger conclui assinalando que "a única coisa que permanece para a eternidade é tudo aquilo que semeamos na alma humana: o amor, o conhecimento, o gesto capaz de tocar o coração, a palavra que abre a alma à alegria do Senhor".
Hoje mesmo, da parte da tarde, haverá, na Capela Sistina, a primeira votação, com a participação dos 115 cardeais eleitores, isto é, os que têm menos de 80 anos. Se houver Papa, nessa altura, o fumo branco anunciará ao mundo essa grande nova.
Fonte: Agência Ecclesia

BANCO ALIMENTAR CONTRA A FOME

Mais uma recolha de produtos alimentares,
nos dias 8 e 9 de Maio Nos próximos dias 7 e 8 de Maio, o Banco Alimentar Contra a Fome vai proceder a mais uma recolha de produtos alimentares, junto dos hipermercados e dos supermercados. É mais um desafio que nos é dirigido, não só para contribuirmos generosamente com as nossas dádivas, mas também, e sobretudo, para que passemos a olhar com redobrada atenção para os pobres que estão à nossa volta. É sabido que em Portugal há um milhão de pessoas a passarem fome e outras tantas, ou mais, a viverem no limiar da pobreza, com rendimentos que nem sempre chegam para os medicamentos que diariamente têm de tomar. Por mais iniciativas que os Governos desenvolvam e por mais subsídios que atribuam aos mais necessitados, pode garantir-se que a colaboração da sociedade civil, em geral, e de cada um de nós, em particular, é fundamental. Diz a Federação dos Bancos Alimentares que mais de 10 000 voluntários (espalhados por cerca de 500 estabelecimentos comerciais, efectuando o transporte dos produtos doados e separando e arrumando os alimentos nos armazéns dos Bancos Alimentares) permitirão uma vez mais a criação de uma extraordinária cadeia de solidariedade onde cada pessoa representa um elo indispensável. Por isso, é preciso alimentar a ideia de que a nossa contribuição é muito importante, para que os Bancos Alimentares Contra a Fome e as Instituições de Solidariedade Social por eles apoiadas possam continuar a contribuir para reduzir as carências alimentares de mais de 200 000 pessoas. Por tudo isto, aqui deixo um apelo a todos para que se envolvam nesta iniciativa do Banco Alimentar, quer colaborando na recolha, quer entregando os seus contributos, nos dias 8 e 9 de Maio. Para participarem como voluntários, podem inscrever-se nos Bancos Alimentares. Os Universitários de Aveiro podem dirigir-se ao CUFC, onde lhes serão prestados todos os esclarecimentos, até 27 de Abril. F.M.

Desporto na Gafanha da Nazaré - 3

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As rivalidades As rivalidades próprias de qualquer desporto também naqueles tempos da minha meninice se viveram com alguma paixão. Os jogos não eram oficiais, já que se tratava de clubes não filiados em qualquer Associação, excepção feita para o Atlético que, segundo na altura foi amplamente divulgado, chegou a ser clube oficial, porém sem qualquer proveito desportivo. E a paixão dos seus dirigentes, por pressão logicamente psicológica dos respectivos adeptos, chegava ao ponto de procurarem e convidarem jogadores, expressamente para cada jogo, pertencessem eles aos clubes rivais da terra, a outros clubes amadores da região ou ao Beira Mar que já era instituição de respeito na altura. O importante era ganhar, custasse o que custasse. E tal como hoje, também naquela época as vitórias ou derrotas eram comentadas com fervor clubista e com promessas de “vingança” para a próxima vez, que podia ser no domingo seguinte. A curiosidade maior dos muitos adeptos estava em saber quem é que jogava e em que clube! E se os dirigentes não eram suficientemente diligentes ou bastante abonados para cativar os melhores jogadores, podiam muito bem preparar as malas e desandar. Esses dirigentes não serviam. E ainda hoje é assim. Aliás, o único dirigente, que saibamos, que acompanhou sempre o seu clube, desde o nascimento até à morte, foi o senhor Casqueira, mais conhecido por Casqueirita. Quando ele se cansou de gastar quanto tinha e não tinha com o seu Atlético, o clube morreu. É que, naqueles tempos, como hoje, os profissionais ou aparentados podem levar um clube à ruína, principalmente se não houver ponderação nos gastos e realismo nas contratações. (Continua) F.M.

domingo, 17 de abril de 2005

Carência de sacerdotes em todo o mundo

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Por toda a parte, a Igreja está mobilizada para a questão da escassez de vocações sacerdotais. Portugal não é diferente do resto de um mundo que sofre com a falta de padres. Os Estados Unidos são um dos locais onde a carência é mais sentida, tendo em 15 anos "perdido" cerca de oito mil sacerdotes, mas também na América Latina várias vozes alertam para o problema. Na Europa, o número de católicos por cada sacerdote está a aumentar. A África e a Ásia são os continentes onde esta razão ainda pende a favor de uma maior presença de padres.
(Para ler mais, clique DN) NB: Ler outros textos sobre o tema no mesmo jornal

JOÃO PAULO II visto pelos leitores

Foto de Vítor Amorim, tirada em Fátima
João Paulo II: Testemunha de Cristo; Irmão de todos! "Acredito no Homem único (não no insubstituível), enquanto pessoa que, em todos os momentos e épocas da vida, confere a esta um permanente sentido de descoberta e de esperança fraterna, através das marcas indeléveis da determinação, da fidelidade e da dignidade que lega à História e à memória humana." Escrevi estas palavras, por ocasião dos 25 anos de pontificado de Sua Santidade, no verso de uma fotografia que lhe tirei, aquando da sua peregrinação ao Santuário da Cova da Iria, em Maio de 1991, desejando, assim, partilhar e comemorar, com os amigos e conhecidos, estas duas expressões de vida e de fé, de um homem que me tinha dito para não ter medo. Nem sempre lhe fui fiel, mas, nem por um momento, ele deixou de ser para mim um desafio de exigência pessoal, através das suas alocuções, documentos, e, sobretudo, das suas intervenções testemunhais, de homem de paz, de amor e perdão, perante a sociedade e as grandes questões mundiais, no seu todo. Em 14 de Agosto de 2004, durante a sua peregrinação ao Santuário de Lourdes, dizia, de uma forma premonitória, própria dos homens com uma dimensão de fé próxima do Pai: "sinto com emoção ter chegado ao fim da minha peregrinação." Pela graça de Deus, tal assim aconteceu. Continuemos, pois, a procurar sermos os peregrinos desta herança deixada para hoje e para o futuro, na certeza de que João Paulo II está ao nosso lado, bem como do seu sucessor. (Esgueira, 2005.04.16) Vítor Amorim

Artigo de Teresa Soares Correia

::: Convite ao dinamismo
1. “Diz-me e eu esquecerei”
Está comprovado cientificamente que, em 24 horas, esquecemos 50% do que vemos ou ouvimos, se não fizermos “revisões.” Isto é válido na Escola, mas também no nosso dia-a-dia. É muito fácil esquecermos o que sucedeu há um ou dois meses, se não houver quem no-lo relembre. Pior: já tínhamos esquecido como era o mundo no tempo da Guerra Fria e como evoluiu até este início do século XXI. Com a morte do Santo Padre, os meios de comunicação proporcionaram-nos uma ocasião privilegiada de balanço de mais de 50 anos da História da Humanidade. Foi um momento genuíno de revisão e de descoberta de um mundo melhor (apesar de ainda haver muito para melhorar).
2. “Ensina-me e eu lembrar-me-ei”
Por coincidência (ou talvez não), este é o ano em que se comemora o 50º aniversário da libertação de Auschwitz, onde morreram S. Maximiliano Kolbe e Sta Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), canonizados por João Paulo II, respectivamente em 1982 e 1998. Se, aquando de tal comemoração, em Janeiro, as televisões deram pouco relevo ao assunto, agora, passaram filmes e documentários sobre aquele que viveu na Polónia martirizada pelo flagelo nazi, e que se tornou num dos Papas mais carismáticos da História. Aquele que não hesitou em denunciar crimes contra a Vida. Aquele que não hesitou em reconhecer os erros da Igreja e por eles pedir perdão. Aquele que afirmou “Quando o bem vence o mal, reina o amor; e onde reina o amor reina a paz.” Aquele que ensinou com entusiasmo, convidando ao dinamismo e à rejeição da inércia.
(Para ler o resto, clique CV)

Desporto na Gafanha da Nazaré - 2

O campo da União ficava junto ao Forte e aos Socorros a Náufragos, que se vêem na foto
Os primeiros clubes Os primeiros gafanhões eram, sem dúvida, mais dados ao trabalho do que ao desporto. Aliás, nem outra coisa seria de admitir, se imaginarmos o esforço desenvolvido no dia-a-dia para alcançarem o milagre da transformação destas terras em oásis verdejante. Os tempos livres, quando os tinham, passavam-nos a cantar e a bailar, sobretudo aos fins-de-semana e no termo dos trabalhos agrícolas e outros, especialmente aquando do fabrico dos adobes nos areais da mata, na altura da cobertura da casa em construção, nas desmantadelas, nas rasgadelas de tiras para fabrico caseiro de mantas chamadas de farrapos, e noutros serviços que envolviam diversas pessoas. Desporto seria mais com os rapazes. Sem preocupações de praticar desporto oficial, os gafanhões limitavam-se a dar uns pontapés na bola, entre diversos jogos populares, como o pião e a macaca para os mais jovens, e o futebol e a malha para os mais espigadotes ou adultos. Claro que nas tabernas não faltava o jogo de cartas, mais concretamente a sueca, e o dominó. Mas isso são outras histórias a que um dia haveremos de voltar. Hoje ficamo-nos pelo Futebol que nos nossos dias arrasta milhões de pessoas e envolve somas astronómicas em todos os quadrantes da Terra. Lembramos, e com que saudade, antigos clubes que há mais de meio século por aqui congregavam a juventude da Gafanha da Nazaré. E faziam-no com tal garra que ainda sentimos o entusiasmo com que os jogos eram aguardados e disputados. Referimo-nos, concretamente, à Associação Desportiva Gafanhense que tinha o seu quartel-general na Cale da Vila, à União Desportiva Gafanhense que cantava de galo na Cambeia, e ao Atlético Clube da Marinha Velha que, como o nome indica, se impunha no lugar que o baptizou. Mas não se julgue que só o Futebol foi rei nesse tempo. Também o Basquetebol e a Natação, mais sob a responsabilidade da Associação, por aqui se praticavam nessa data já um pouco distante da nossa meninice. O Futebol, esse sim, foi sempre o desporto favorito dos gafanhões e todas as tentativas para implantar outro qualquer saíam muitas vezes frustradas, com poucas mas muito dignas excepções. Mas continuemos a remexer nas gavetas da nossa memória para lembrar o que foram os jogos entre esses dois clubes rivais da nossa terra. Antes, porém, diga-se que a Associação tinha o seu campo de jogos nas areias da mata, na zona denominada das lebres (haveria, por ali, tantas lebres que se justificasse o baptismo?), em terra batida, como os outros campos existentes por aqui; o Atlético no campo da borda, onde presentemente está o porto de pesca costeira, com o moinho do tio Conde à vista, sujeitando-se os jogadores e a assistência a ver a bola fugir levada pela corrente, principalmente em hora de maré cheia, isto se entretanto um mais afoito não conseguisse salvá-la das águas salgadas; e a União aproveitava a cedência do campo do Forte que a JAPA (Junta Autónoma do Porto de Aveiro), actualmente APA (Administração do Porto de Aveiro) mandara construir ali bem perto do Forte Novo ou Castelo da Gafanha. Serviu, como as actuais gerações sabem, o Grupo Desportivo da Gafanha até 1983, embora, por falta de iluminação no novo complexo desportivo, os treinos nocturnos ali tivessem continuado durante cerca de dois anos. Fernando Martins

Artigo do Diário de Aveiro: Aniversário dos Bombeiros de Ílhavo

::: Novo quartel é a grande ambição
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo quer lançar ainda este ano a primeira pedra do seu novo quartel. Uma aspiração que ganha mais força em dia de festa, com a comemoração dos 112 anos de vida da corporação, celebrados ontem ao longo de todo o dia.O dia de ontem foi de festa na cidade de Ílhavo. A corporação local de Bombeiros festejou 112 anos de vida, promovendo para isso uma programação que começou pelas nove horas, com a tradicional romagem aos cemitérios para a deposição de flores. A manhã completou-se com a realização de um simulacro, que fez parar o trânsito na cidade ilhavense. Pouco passava das 11.30 horas quando a sirene do quartel de Bombeiros soava, alertando para um acidente grave que acabava de acontecer na rotunda da Malhada. Uma viatura ligeira com dois passageiros tinha embatido num pesado de mercadorias, carregado de bidons cheios de produtos químicos. A colisão, que foi violenta, resultou no encarceramento dos dois passageiros da viatura ligeira, que apresentavam ferimentos graves, bem como na queda de três bidons, acabando por derramar o seu conteúdo na estrada.
(Para ler todo o artigo, clique DA)

"GOTAS", exposição de Fausto Correia

As "Gotas", de Fausto Correia, estão à sua espera na Sala de Exposições Inês de Castro da Delegação Regional de Coimbra do Instituto Português da Juventude. "Escorrem pequenas, amparadas pelos reflexos de vida que concentram. Brincam com os nossos olhos e fundem-se com eles irradiando a energia da sua fugaz existência. São gotas de vida, as minhas gotas. Vestidas de cor e de luz, são vaidosas e lindas. São garotas traquinas a brincar no recreio. Um mundo pujante de alegria, um mundo que queremos nosso. Estas são as minhas gotas", escreve Fausto Correia na apresentação de mais uma exposição do projecto BlogAveiro. A mostra estará patente ao público até 19 de Abril e pode ser visitada das 9 às 18 horas em dias úteis e aos sábados das 10 às 19 horas.
Fonte: Blogaveiro

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Hello "Pôr do sol" de Crixtina, pseudónimo artístico de Dora Bio

sábado, 16 de abril de 2005

IV Aniversário da elevação da Gafanha da Nazaré a cidade

"Trocas à moda antiga"
na Escola Secundária Hoje, até às 16 horas, está a decorrer, na Escola Secundária, uma acção denominada "Trocas à moda antiga", integrada no IV aniversário da elevação da Gafanha da Nazaré a cidade. Trata-se de uma iniciativa daquela escola, envolvendo professores, alunos, empregados e pais. Na feira, porque se trata mesmo de uma feira, com os participantes vestidos à moda dos nossos avós, vendia-se de tudo um pouco, ao som permanente dos pregões de quem quer impor o seu produto. A animação era geral, o que explica o interesse de uma educação/aprendizagem, baseada numa participação dinâmica e interdisciplinar. Por ali vi de tudo um pouco, em especial produtos agrícolas com fartura, ou não fosse a Gafanha da Nazaré uma terra com solo bastante fértil, embora hoje persista uma agricultura que eu chamaria de entretenimento. Batatas, ovos, criação, hortaliças, fruta, peixe de diversas qualidades, fresco e salgado, com predominância de bacalhau e seus derivados, tudo era oferecido a preços razoáveis. Mas também vi artesanato, nomeadamente cestaria, brinquedos e doces, estes integrados num programa especial, chamado "A Matemática também é doce". Num recanto preparava-se o arroz doce, para servir de complemento à caldeirada de enguias e outros comeres, como sarrabulho, rojões e tudo o mais que faça recordar os tempos dos nossos avós. Para animar a festa, que a feira é sempre uma festa, exibir-se-ão o Coral da Escola e um Rancho Folclórico. Até às 16 horas passe por lá. É sempre bom participar e aprender. Fernando Martins
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Receita vendida na Feira Arroz doce 1 kg de arroz 0,5 kg de açúcar 2 L de água 1 L de leite 100 g de manteiga 12 gemas Casca de meio limão Canela e sal q. b. Preparação: 1º Arroz + água + sal, num tacho ao lume até cozer 2º Leite + açúcar + manteiga + casca de limão, mexendo sempre até engrossar 3º Passar gemas num passador e misturar aos poucos no tacho que se retirou do lume 4º Levar de novo ao lume por 2 minutos 5º Enfeitar com canela (Receita da D. Cristina)

Seca já afecta 32 mil portugueses

:: A seca já afecta abastecimento de água a 32 mil portugueses, garante o Diário de Notícias na edição de hoje, o que já é uma situação preocupante. ::
O número de portugueses com dificuldades no abastecimento de água disparou para 32 mil, segundo o relatório da Comissão da Seca 2005 ontem apresentado. No fim de Março, eram 4300 aqueles que já tinham sido afectados por cortes. Em quinze dias, são oito vezes mais. A situação de seca voltou a agravar-se, empurrando 80 por cento do território nacional para o nível severo e extremo.O último ponto da situação feito pelo Instituto Nacional da Água (Inag), a 31 de Março, revelava que as chuvas naquele mês tinham permitido um desagravamento da situação. Mas, em duas semanas, voltou a alastrar a área afectada. Os 24 por cento do território em seca extrema aumentaram para 56 por cento e os 28 por cento em seca severa passaram para 24 por cento, deixando de fora apenas 20 por cento do País.
(Para ler o artigo, clique Diário de Notícias)

DESPORTO NA GAFANHA

Gafanhoas da década de 40 do século passado
Os primeiros passos Há mais de cem anos, era a Gafanha da Nazaré um deserto com algumas casitas semeadas a esmo e a desafiarem ventos que fustigavam tudo e todos. Águas salgadas lambiam terras e gentes e queimavam sementeiras da borda-d'água que teimavam em furar areias ainda virgens. No meio deste cenário pouco acolhedor, um homem rude mas obstinado sonha com terra de progresso. Era o gafanhão. Não satisfeito com o que a terra solta avaramente lhe oferecia, sonha levar por diante a sua transformação a todo o custo, regando com bátegas de suor areias estéreis. E à força de um trabalho insano, foi plantando hortas e depois jardins, quantas vezes roubando espaço à ria e ao mar, ao mesmo tempo que fazia crescer, um tanto sem nexo, pobres casebres que lhe serviam de habitação. O gafanhão, porém, não estava satisfeito e aspirava a mais. O trabalho e o suor de gentes e animais não bastavam para a transformação de areias até então improdutivas. Era preciso mais. Vê o moliço cair-lhe aos pés atirado pelas vagas remansosas das águas sedutoras da ria. Imagina-o apodrecido a fertilizar campos durante séculos abandonados. E da imaginação à realidade pouco distou. A princípio lá foi rapando o moliço que lhe era oferecido de mão beijada. Depois, sem pressas, foi a aventura do moliceiro e da bateira. E as areias, qual milagre tantas vezes sonhado, cedo começaram a dar frutos que se vissem. Contudo, o gafanhão não era homem de têmpera frágil e logo perdeu o medo do mar. Ei-lo a seguir noutra faina não menos importante. A boroa e as batatas tantas vezes insípidas precisavam de conduto que lhes compensasse o esforço de gerações. E vai ao bacalhau, e pesca na ria, e labuta nas salinas, e aprende artes e ofícios. O gafanhão do século XX é já outro. Aprende a ler e voa mais alto em cursos de toda a ordem. Emigra e descobre o comércio. Bate-se na indústria de igual para igual com outros. Aceita outras gentes de mil e tal freguesias do País, com quem se mistura. Não descura a cultura, as artes preenchem momentos de lazer e não esquece a matriz cristã que desde o berço o embalou com certezas de eternidade. E também pratica desporto, cuja história ainda está por fazer. Fernando Martins (Continua)

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Posted by Hello Figueira da Foz: Marina