sexta-feira, 31 de dezembro de 2004

ÚLTIMO DIA DE 2004



 O dia começou luminoso. Um sol radiante prenunciava um dia primaveril. Um daqueles dias que nos aquecem o corpo e enriquecem a alma. Prenúncio, também, de um ANO NOVO mais tranquilo e mais solidário? Desejamos que sim. Importa, para isso, que todos saibamos assumir a nossa quota-parte nas responsabilidades de mudar o mundo para melhor.

 F.M.

 

quinta-feira, 30 de dezembro de 2004

IPSS apoiam sudeste asiático

A Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) lançou já um apelo a todas as IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social), para que apoiem as vítimas do maremoto que assolou o sudeste asiático.“Participando numa grande onda de solidariedade que minimize os efeitos dessas ondas assassinas e devastadoras, apelo a todas as instituições particulares de solidariedade social para, com o seu dinamismo próprio, contribuírem generosamente, ajudando quem, neste momento, precisa da nossa solidariedade efectiva”, escreve o presidente da CNIS, Pe. Francisco Crespo, em mensagem enviada à Agência ECCLESIA.Este apoio deverá ser canalizado para a conta da CNIS (Montepio Geral) cujo NIB é o seguinte: 0036 0093 99100067797 10.“O final deste ano 2004 ficará para sempre assinalado pela brutal manifestação da natureza que espalhou a destruição, o terror e a morte no sudeste asiático. Enquanto expressão organizada do dever moral de solidariedade as IPSS não poderão ficar indiferentes à angústia, ao sofrimento, à dor de tantos irmãos nossos que dependem da rápida ajuda internacional”, assinala o presidente da CNIS.

Cem poemas de Sophia




Cem poemas de Sophia

Com a VISÃO e com o JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias, foi distribuído em 26 de Agosto, pouco depois do seu falecimento (2 de Julho de 2004), o livro CEM POEMAS DE SOPHIA. Trata-se de uma merecida homenagem à nossa maior poetisa, como muitos a consideram, e que todos os portugueses nunca poderão esquecer. Não recebeu o Prémio Nobel da Literatura, mas nem por isso alguma vez deixou um lugar alto de destaque no panorama literário português e mesmo universal. Natural que fosse de um outro país, com maior influência no mundo, ou pertencesse ela a qualquer lóbi económico-político e há muito que a sua humanidade e sensibilidade poéticas teriam sido reconhecidas pela academia que atribui o célebre prémio.
A selecção dos poemas e a introdução são do também poeta e jornalista José Carlos Vasconcelos, que se debruça sobre O ESPLENDOR DE SOPHIA, como profundo conhecedor da arte da homenageada pela Visão e JL, ao jeito de "um abrir de porta, ou de janela, para o indispensável conhecimento de todos os seus versos". Estes CEM POEMAS DE SOPHIA, que bem merecem uma leitura meditada, para se descobrir a dimensão da poetisa em todo o seu esplendor, serão uma belíssima forma, também, para cada um se iniciar na descoberta da riqueza poética do povo português.

F.M.


 As rosas 

Quando à noite desfolho e trinco as rosas 
É como se prendesse entre os meus dentes 
Todo o luar das noites transparentes, 
Todo o fulgor das tardes luminosas, 
O vento bailador das Primaveras, 
A doçura amarga dos poentes, 
E a exaltação de todas as esperas.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2004

CÂMARA DE ÍLHAVO ATRIBUI BOLSAS DE ESTUDO

A Câmara Municipal de Ílhavo deliberou proceder à aprovação do relatório de análise e atribuição das Bolsas de Estudo Municipais, respeitantes ao Ano Lectivo 2004/2005, com a atribuição de oito novas bolsas e a manutenção de 14, atribuídas no ano passado. No início do ano 2005 será realizada a sessão de entrega destas Bolsas de Estudo Municipais, que apoiam jovens do Concelho de Ílhavo, estudantes do ensino secundário e superior. Quando muitos políticos falam da Educação e da Cultura, como prioridades nacionais, é bom verificar que a autarquia ilhavense, certamente à semelhança de muitas outras, não abdica de apoiar estudantes. Esta medida é um bom incentivo para muitos jovens.

ADOPTE UM IDOSO

Um estudo recente divulgou que em Espanha há sete milhões de idosos e que, um em cada seis, vive sozinho. Três em cada quatro são mulheres. No que se refere a Portugal, não conhecemos estatísticas rigorosas sobre os idosos que vivem na solidão, no isolamento, com falta de saúde e sem cuidados médicos essenciais. Mas o que se sabe é que na Europa esta é uma verdade indesmentível, à qual o nosso País não consegue fugir. Embalados pelo fervor solidário que o Natal nos trouxe, seria interessante que nas nossas comunidades apostássemos em proceder a um inquérito para se saber quem vive só. E porque o Estado e as instituições não conseguem responder a todas as solicitações dos que mais precisam, seria muito bom que cada um de nós levasse à prática a adopção de um idoso, vizinho, marcado pela solidão e, quantas vezes, esquecido pelas famílias.

terça-feira, 28 de dezembro de 2004

Solidariedade com o Sudeste Asiático



A Cáritas portuguesa, juntamente com o IPAD - Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento -, está a recolher fundos para as vitimas do sismo e do maremoto ocorridos no Sudeste Asiático e enviará, amanhã, dia 29 de Dezembro, um avião com ajuda humanitária. Nesse avião, com destino ao Sri Lanka, da Cáritas seguirá um contentor com seis toneladas de medicamentos. Neste momento, existem milhões de pessoas a necessitar de auxílio. Assim, a Cáritas Portuguesa apela à solidariedade de todos os portugueses para que apoiem  as vítimas desta catástrofe. Para o efeito, foi aberta na Caixa Geral de Depósitos a conta "Caritas Ajuda as vítimas do Sudeste Asiático" com o NIB 003506970063091793082. 
Também a AMI (Assistência Médica Internacional) está a realizar uma Campanha de Emergência para ajudar as vítimas da catástrofe natural que assolou 7 países do continente asiático. Os donativos podem ser feitos através de: - Depósito da conta BES da AMI nº 015/40000/0006 - Multibanco. Entidade 20909 e Referência 909 909 909 em Pagamento de Serviços -Transferência bancária para o BES - NIB 000700150040000000672.

EFEMÉRIDES AVEIRENSE

No dia 28 de Dezembro de 1873, realizou-se em Aveiro uma grande assembleia onde se resolveu pedir ao Governo que mandasse estudar o plano das obras da barra e adiantasse os fundos necessários para os trabalhos de maior urgência; a Câmara Municipal de Aveiro tomou como suas as palavras da representação que seria enviada a El-Rei e ao seu Governo. No mesmo dia, mas em 1931, foi assinado o contrato definitivo para as obras da barra e porto de Aveiro. Fonte: Calendário Histórico de Aveiro, de António Christo e João Gonçalves Gaspar

JOVENS QUEREM UM FUTURO DE PAZ






De hoje a 1 de Janeiro, vai decorrer em Lisboa o 27.º Encontro Europeu de Jovens, promovido pela Comunidade Ecuménica de Taizé. Dezenas de milhares de jovens, de diversos países europeus, que foram acolhidos por famílias portuguesas, das dioceses de Lisboa, Setúbal e Santarém, vão rezar e reflectir, na perspectiva de um futuro de paz. 
O Irmão Roger, fundador da Comunidade de Taizé, sublinhou, na carta de dirigiu aos participantes, a necessidade de dar uma resposta concreta e cristã aos que "aspiram hoje a um futuro de paz, a uma humanidade livre das sombras da violência". 
Noutra passagem da sua carta, lembra o testemunho de muitos cristãos que, "através da sua própria vida, desejam tornar Cristo presente a muitos outros", porque sabem que a Igreja "não existe para ela própria, mas para o mundo, para depositar nele um fermento de paz". 
O Irmão Roger frisa que "Comunhão é um dos mais belos nomes que a Igreja tem: nela, não pode haver severidades recíprocas, mas só transparência, bondade de coração, compaixão... e assim se conseguem abrir as portas da santidade". 
Por sua vez, Kofi Annan, Secretário-Geral da ONU, considera que este Encontro "é para nós um incentivo e um sinal de esperança". E acrescentou: "Juntos, podemos fazer mudar as coisas e construir para todos um futuro de paz e de prosperidade."

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segunda-feira, 27 de dezembro de 2004

NATAL PARA SEMPRE

Terminada a quadra festiva do Natal, tudo voltará, se quisermos, ao normal. Nos últimos dias, tudo contribuiu para que a mensagem natalícia fosse bastante divulgada. As ruas enfeitaram-se e iluminaram-se de noite e a música, com melodias inesquecíveis, de sempre e de vários quadrantes, inundou o ambiente. Nas casas, não faltaram os presépios, as árvores de Natal e os enfeites a lembrarem aos familiares e visitantes que tinha chegado a hora de nos voltarmos mais uns para os outros, com gestos de ternura e de fraternidade. Curiosamente, ou talvez não, até nas ruas nos sentimos mais delicados e aos conhecidos, e até aos desconhecidos, soubemos sempre desejar Boas-Festas, enquanto formulámos votos de um Novo Ano mais próspero. Por todo o lado, houve festas, confraternizações, troca de lembranças e até a comunicação social nos deu conta de uma atenção especial para com os idosos, os mais pobres, os desprotegidos da sorte, os sem-abrigo. E não faltou gente generosa que se multiplicou no bem-fazer, com promessas de que estaria disponível para continuar a apoiar quem mais precisa. É um lugar-comum dizer-se que o Natal é quando o homem quiser. E também, que seria bom que o espírito natalício se prolongasse por todos os dias do ano. Vamos todos apostar nisso?

O NOSSO MENINO JESUS

O nosso MENINO JESUS está na família há muitos anos. Desde há meio século, aparece sempre, de forma mais visível no início do Advento, para a todos ajudar a chegar com mais autenticidade ao Natal. Em nossa casa, fica no salão mais movimentado, simplesmente na companhia de Sua Mamã, Maria Santíssima, e de Seu Papá adoptivo, o venturoso S. José. Sem vaquinha nem burrinho, sem pastores nem ovelhinhas, sem castelos nem riachos e sem outras fantasias que possam obscurecer a Sua presença inefável entre nós.
O nosso MENINO JESUS ali está como oferta a quem entra no salão e a quem se debruça sobre a Sua humildade e sobre o mistério do Seu nascimento. Sobre a Sua mensagem, que é o anúncio de um Deus próximo, humanado, que veio prometer um Reino de liberdade, de justiça, de amor, de verdade, de fraternidade e de paz. Deitado em caminha fofa, não passa frio. Mãos carinhosas tricotaram há anos roupinha quente, de lã, onde não falta uma capinha com capucho para maior agasalho. Tal como Sua Santíssima Mamã teria feito se ao tempo fosse moda. 
De fora, a desafiar o Inverno que às vezes se faz sentir, apenas o Seu rosto sereno e uns olhinhos muito vivos. Os bracinhos, abertos, como que oferecem um abraço de ternura a quem entra. Ou pedem um pouco de colo que O alivie da posição em que fica dia e noite. De quando em vez, há uma alma boa que O levanta, O aconchega, O afaga e O beija com carinho e amor. E até chama a atenção dos mais distraídos para a presença do MENINO, que não está entre nós só por estar. Estou mesmo convencido de que o nosso MENINO JESUS está atento ao calor humano com que a família, que há décadas O acolheu, O mimoseia, de maneira especial no Advento. 
Tenho mesmo a certeza de que Ele tem, ano após ano, segredos com que distingue toda a gente de casa e até os amigos da família. Talvez por isso, muitos não resistem a parar junto d´Ele, como quem O escuta com atenção. Estão a ouvi-l’O, certamente, como se ouve alguém da nossa intimidade com muito para contar ou para dizer. Que o nosso MENINO JESUS, pelo que tenho visto, gosta imenso de nos ouvir e de ler o que nos vai na alma. 
No salão, onde o nosso MENINO JESUS está, há vida, que Ele decerto aprecia e compreende. Gente que fala e escuta, gente que ri e discute, gente que conversa sobre coisas sérias e a brincar, gente que partilha sentimentos e emoções, gente que acredita que as comunidades podem ser melhores se todos quiserem e souberem contribuir para isso. 
No Seu íntimo, deve sentir-se feliz por estar connosco, no convívio constante com pessoas de idades diversas, de mentalidades diferentes, com sonhos bem guardados e às vezes comungados, com pessoas que não se deitam sem Lhe dirigirem um simples gesto de ternura e que, de manhã, ao levantar, O vão saudar e acariciar, com um “olá amigo!”, que o é de todas as horas. Há dias, o salão estava barulhento e nada convidativo ao descanso e à meditação.
Propositadamente, desliguei a televisão, para poder pensar e para contemplar o MENINO. E também na esperança de que Ele dormitasse, que os meninos precisam de dormir bastante. O Tóti e a Tita, o cão e a cadela que formam um par feliz, que nem alguns humanos conseguem imitar, estranharam o meu comportamento e procuraram os seus ninhos, onde se acomodaram. A Biju e a Gúti, as gatas, mãe e filha, a primeira mais arisca e fugidia e a segunda mais serena e misteriosa, fixaram-me espantadas, como que questionando-se sobre o porquê da minha atitude. Depois, a Biju quedou-se no parapeito da janela e a Gúti, a tal de ar e olhar misteriosos, aproximou-se, mansamente, do MENINO e ali ficou embevecida, talvez a contemplá-l’O. 
Na gaiola, Quitinho, o canário, deixou os trinados habituais e olhou, inquieto, para tanta calma. Senti, então, quanto o silêncio é importante na vida, para tudo e para todos. Desligados do barulho ensurdecedor que nos rodeia, saberemos encontrar-nos a nós próprios, para depois nos encontrarmos com os outros. E com Deus. 
Pé ante pé, aproximei-me do nosso MENINO JESUS, acariciei-O, e como que notei fixo em mim o Seu olhar, todo ele transbordante de infantil candura e de felicidade contagiante. Mais ainda: pressenti que Ele queria segredar-me um qualquer recado para eu ter em conta. Um recado contra o pessimismo que me domina frequentemente e que me leva a pensar que o mundo está perdido e sem conserto. Porque há guerras sem fim, como sempre houve através do tempo, porque há fome e pobrezas humilhantes, porque há gente que explora gente, porque há falta de amor em tantas vidas, porque há abismos sem fundo entre ricos e pobres, porque há homens e mulheres sem tempo para serem humanos, solidários e tolerantes, porque há pessoas loucas ou a caminho da loucura com o muito que têm e com o mais que ainda querem ter. 
O nosso MENINO JESUS concordou comigo, decerto numa estratégia pedagógica, para logo acrescentar, com uma convicção envolvente e desafiante, que todos podemos alterar este estado de coisas, começando a ser melhores, escutando-O, nos ambientes em que vivemos e trabalhamos. Sorridente, ainda adiantou que o segredo está em seguirmos os milhões e milhões de pessoas que promovem a paz, os milhões e milhões de pessoas que se dão aos outros, partilhando o que têm, os milhões e milhões de pessoas que vivem a alegria e a fraternidade, os milhões e milhões de pessoas que tornam o mundo mais belo, os milhões e milhões de pessoas que lutam pela justiça e pela verdade, os milhões e milhões de pessoas que vivem a simplicidade e promovem a reconciliação, os milhões e milhões de pessoas que pregam e vivem o amor, os milhões e milhões de pessoas que experimentam, no dia-a-dia, a liberdade, os milhões e milhões de pessoas que acreditam e apostam numa sociedade cada vez mais cristã. E eu a pensar que era tudo tão mau, quando, afinal, há imensas coisas boas, gratificantes, respeitadoras e promotoras da dignidade humana. 
Que grande lição me deu o nosso MENINO JESUS, naquele dia em que desliguei a televisão para pensar e para O ouvir, tendo por testemunhas, exclusivamente, o silêncio dos amigos animais de nossa casa. Prometi-Lhe, então, que jamais voltaria a querer ver a aldeia global, em que moramos, tão negra, com nuvens carregadas a escurecerem os hotizontes, acreditando, antes, que o homem novo e novas comunidades só podem brotar de gente com esperança e com coragem para ultrapassar mentalidades anquilosadas, retrógradas e pessimistas, oferecendo a todos testemunhos sãos que vêm da Fonte da Alegria e do Amor que nos ofertou o Deus-Menino, há mais de dois mil anos, e que alguns de nós teimamos em ignorar. Sobretudo, quando O pomos de lado ou apenas a decorar uma qualquer árvore com enfeites natalícios, onde o MENINO é tão-só um deles. 
A caminho do Natal, que é, como muitos ainda sabem, a celebração do mistério do nascimento do nosso Salvador, as catedrais do consumo já estão enfeitadas e preparadas para o desafio de nos fazerem esquecer o essencial, que é a mensagem de ternura que o MENINO nos legou. 
O MENINO, afinal, quer que descubramos nos nossos corações e nos corações dos que nos rodeiam, primeiro que tudo, os fios que tecem as verdadeiras prendas, que estão mais no darmo-nos aos outros do que no darmos somente embrulhos multicoloridos, quantas vezes cheios de nada. E também, que no meio de tanto sofrimento, de ódios, de violências e de escravaturas degradantes da vida humana, é possível descobrir um sentido novo, aberto a novos horizontes e que projecte um futuro melhor, verdadeiramente apoiado na lição sempre renovadora do NATAL DE JESUS CRISTO. 

Fernando Martins

domingo, 26 de dezembro de 2004

Festa da Sagrada Família



Festa da Sagrada Família Celebra-se hoje a Festa da Sagrada Família - Maria, José e Jesus -, que nos é apresentada como modelo e fonte dos valores perenes que devem enformar a vida de todas as famílias. Num mundo marcada pelo secularismo e pela fuga às verdades que o cristianismo nos ofereceu, será sempre útil parar para reflectir sobre o bem que a família pode garantir a todos os seus membros, sempre numa perspectiva de construir uma sociedade mais humana. Os Bispos Portugueses escreveram uma Carta Pastoral -http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia.asp?noticiaid=9312 -, intitulada "A Família, esperança da Igreja e do mundo", em Maio de 2004, que tem andado um pouco esquecida. Nela se sublinha que, "Quando o homem chega a este mundo, é a família que o acolhe e é nela que ele aprende a dar os primeiros passos; é na família que ele encontra essa primeira teia de relações que o vão ajudar a desenvolver todas as suas potencialidades pessoais e sociais; é na família que ele toma consciência da sua dignidade e que aprende os valores; é na família que ele se descobre como ser chamado à comunhão e ao amor; é da família que ele parte ao encontro da cidade e é à família que ele regressa em busca da força da comunidade. A família tem, portanto, um papel único e insubstituível na vida e na realização do homem". E na parte final, diz, ainda, que "Aos crentes e a todos os homens de boa vontade, aos responsáveis pelas estruturas do Estado, aos legisladores e a todos aqueles que estão empenhados na construção de um mundo mais fraterno e solidário, a Igreja pede que amem a família e que promovam políticas de protecção da comunidade familiar".


sábado, 25 de dezembro de 2004

MENSAGEM DE NATAL DO PAPA

 Cristo nasceu por nós, vinde adorá-l'O 



Cristo nasceu por nós, vinde adorá-l'O! Vamos para Ti, neste dia solene, doce Menino de Belém, que ao nascer escondeste tua divindade para compartilhar a nossa frágil natureza humana. Iluminados pela fé, Te reconhecemos como verdadeiro Deus encarnado por amor nosso. Tu és o único Redentor do homem! Ante o presépio onde jaz indefeso, que cessem tantas formas de crescente violência, causa de indizíveis sofrimentos; que se apaguem tantos focos de tensão, que correm o risco de gerar conflitos abertos; que se consolide a vontade de buscar soluções pacíficas, respeitadoras das legítimas aspirações dos homens e dos povos. 
Menino de Belém, Profeta da paz, encoraja as iniciativas de diálogo e de reconciliação, apoia os esforços de paz que, ainda que tímidos, mas cheios de esperança, se estão a fazer actualmente por um presente e por um futuro mais sereno para tantos irmãos e irmãs nossos no mundo. Penso na África, na tragédia de Darfur, no Sudão, Na Costa do Marfim e na região dos Grandes Lagos. 
Com grande apreensão acompanho os acontecimentos no Iraque. E como não olhar com ansiedade compartilhada, mas também com inquebrantável confiança, a terra da qual Tu és Filho? Por toda parte se vê a necessidade de paz! Tu, que és o Príncipe da verdadeira paz, ajuda-nos a compreender que a única via para construí-la é fugir horrorizados do mal e buscar sempre e com valentia o bem.
Homens de boa vontade de todos os povos da terra, Vinde com confiança ao presépio do Salvador! «Não tira os reinos humanos quem dá o Reino dos céus.» Vinde para vos encontrardes com Aquele que vem para nos ensinar o caminho da verdade, da paz e do amor.

A Estrela Esperança

"Era uma vez... milhões e milhões de estrelas no céu, havia estrelas de todas as cores: brancas, lilases, prateadas, vermelhas, azuis... Um dia, elas procuraram o Senhor Deus, Todo Poderoso, o Senhor Deus do Universo, e disseram-lhe: ‘Senhor Deus, gostaríamos de viver na terra, entre os homens...’. ‘Assim será feito’, respondeu Deus, que acrescentou: ‘Conservarei todas vocês bem pequeninas como são vistas, e podem descer à terra." 
Conta-se que, naquela noite, houve uma linda chuva de estrelas, algumas aninharam-se nas montanhas, outras misturaram-se aos brinquedos das crianças e a terra ficou maravilhosamente iluminada. Porém, passado algum tempo, as estrelas resolveram abandonar os homens e voltar para o céu, deixando a terra escura e triste. — ‘Por que voltaram?’ — perguntou Deus, à medida que elas chegavam ao céu. — ‘Senhor Deus, não nos foi possível permanecer na terra, lá existe muita miséria, muita desgraça, muita fome, muita violência, muita guerra, muita maldade e muita doença.’ E o Senhor disse-lhes: ‘Claro, o vosso lugar real é aqui no céu, a terra é o lugar do transitório, daquilo que morre e onde nada é perfeito, aqui no céu é o lugar da perfeição, o lugar onde tudo é imutável, onde tudo é eterno, onde nada perece.’ Depois de chegarem todas as estrelas e conferido o seu número, Deus disse: ‘Mas falta uma estrela. Perdeu-se no caminho?’ Um anjo que estava perto respondeu: ‘Não Senhor, uma estrela resolveu ficar entre os homens; ela descobriu que o seu lugar é exactamente onde existe imperfeição, onde há limites, onde as coisas não vão bem.’ — ‘Mas que estrela é essa?’ — voltou Deus a perguntar. E o anjo respondeu: ‘Por coincidência, Senhor, era a única dessa cor. ‘ — ‘E qual é a cor dessa estrela?’ — insistiu Deus. E o anjo disse: ‘A estrela é verde, Senhor, a estrela verde do sentimento de Esperança.’ E quando olharam então para a terra, a estrela já não estava só. A terra estava novamente iluminada, porque havia uma estrela verde no coração de cada pessoa, porque o único sentimento que o homem tem, e Deus não, é a Esperança. Deus já conhece o futuro, e a Esperança é própria da natureza humana, própria daquele que caiu, daquele que erra, daquele que não é perfeito, daquele que ainda não sabe como será seu futuro. Vamos fazer a estrela verde que temos dentro de nós brilhar cada vez mais e sempre.”

In site judaico

sexta-feira, 24 de dezembro de 2004

PARA UM NATAL COM FUTURO

Decálogo para o Natal 

Natal é alegria

Se tens tristeza, alegra-te! O Natal é alegria. 
Se tens inimigos, reconcilia-te! O Natal é paz. 
Se tens amigos, busca-os! O Natal é encontro. 
Se tens pobres ao teu lado, ajuda-os! O Natal é dádiva. 
Se tens soberba, sepulta-a! O Natal é humildade. 
Se tens pecados, converte-te! O Natal é vida nova. 
Se tens trevas, acende a tua lâmpada! O Natal é luz. 
Se vives na mentira, reflecte! O Natal é verdade. 
Se tens ódio, esquece-o! O Natal é amor. 
Se tens fé, partilha-a! O Natal é Deus connosco.

Sagrada Família


Que a Sagrada Família nos ajude a transmitir, sobretudo aos mais novos, sentimentos de paz e de amor a todos os que nos cercam. 

SANTO NATAL

Formulo votos de Santo Natal a todos quantos me lerem, ao mesmo tempo que manifesto o desejo de que saibamos transmitir, aos que enchem os nossos corações e as nossas vidas, e a quantos nos cercam no dia-a-dia, as heranças de paz, amor e harmonia que recebemos dos que mais nos amaram. Fernando Martins

quinta-feira, 23 de dezembro de 2004

NATAL - 7

Origens do Natal 

Os primeiros dados históricos relativos à festa do nascimento de Jesus Cristo remontam ao ano 336, em Roma. A eles estão ligados dois acontecimentos determinantes: o Édito de Milão, em 313, pelo qual o imperador romano Constantino deu liberdade de culto aos cristãos, e a existência de uma festa pagã, iniciado por Aureliano, no ano de 274, a 25 de Dezembro, em que, por ocasião do solstício de Inverno, se divinizava o sol, comemorando-se o seu “nascimento”.
Na Igreja do Oriente, o Natal, como manifestação ou “Epifania” de Jesus, celebra-se no dia 6 de Janeiro. A solenidade da Epifania passou para o ocidente nos finais do séc. IV, pretendendo-se celebrar a vinda dos magos, a consequente manifestação de Jesus Cristo como senhor de todos os povos, luz do mundo.Os textos biblicos não especificam o dia ou mês do nascimento de Jesus. Segundo a tradição captada por São Lucas (2,4-7), o nascimento de Jesus aconteceu em Belém de Judá, a terra do rei David, de cuja linhagem era José, o esposo de Maria.
O nascimento terá ocorrido no ano 6 ou 7 a.C. O início da era cristã, fixado por Dionísio, o Exíguo (c. sécs. V-VI), foi mal calculado, pois o rei Herodes morreu no ano 4 a.C. Com São Leão Magno, o Papa do concílio de Calcedónia, deu-se a essa solenidade o fundamento teológico, definindo-a como "sacramentum nativitatis Christi" para indicar seu valor salvífico.
Liturgicamente, a Solenidade é caracterizada por três missas: a da Meia-Noite ou do Galo ("ad noctem" ou "ad galli cantum"), que remonta, parece, ao papa Sisto III, por ocasião da reconstrução da basílica liberiana no Esquilino (Santa Maria Maior), depois do concílio de Éfeso, em 431; a da Aurora ("in aurora"), originariamente em honra de Santa Anastácia, que tinha um culto celebrado com solenidade em Roma no século VI e, na liturgia actual, conserva ainda uma oração de comemoração; a do Dia ("in die"), a que primeiro foi instituída, no séc. IV.
A reforma litúrgica do Concílio Vaticano II confirma a estrutura desse tempo, que vai das primeiras Vésperas do Natal até o Domingo que se segue à Epifania. Enriqueceram-se os textos litúrgicos das celebrações e inseriu-se a missa vespertina da vigília; solenizou-se a maternidade divina de Maria, bem como o baptismo de Jesus.
O tempo de Natal celebra a vinda de Jesus, o Filho de Deus, e a sua manifestação aos homens. Com o seu centro no Natal (25 de Dezembro), compreende as festas da Sagrada Família (Domingo após o Natal, ou, se este não ocorrer, a 30 de Dezembro); a de Santa Maria, Mãe de Deus, a 1 de janeiro; a Solenidade da Epifania do Senhor, a 6 de Janeiro, ou no Domingo que ocorre entre os dias 2 e 8 de Janeiro. 
O tempo de Natal termina com a festa do Baptismo do Senhor, no Domingo após a Epifania, ou, se esta coincide com o dia 7 ou 8 de Janeiro, na segunda-feira seguinte.Têm também lugar a celebração das festas de S. Estêvão, S. João evangelista e dos Santos Inocentes respectivamente a 26, 27 e 28 de Dezembro, dentro da oitava do Natal, que vai do dia 26 até 1 de Janeiro, Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, dia mundial da paz.Em redor da liturgia de Natal formou-se, ao longo dos séculos, uma série de costumes populares que contribuíram para criar um ambiente festivo na intimidade das famílias e nas ruas das aldeias e cidades...

 In Agência Ecclesia

quarta-feira, 22 de dezembro de 2004

JOVENS DE TAIZÉ EM LISBOA

Jovens de Taizé em encontro europeu

Em Lisboa, de 28 de Dezembro a 1 de Janeiro, vai ter lugar o 27º Encontro Europeu de Jovens de Taizé. Serão três dias de oração, reflexão, partilha e debate de temas de importância para a construção de uma sociedade mais humana. Neste encontro, participam jovens de toda a Europa, esperando-se a presença empenhada de cerca de 50 mil, fundamentalmente cristãos de várias denominações. Os jovens vão ser, na sua grande maioria, acolhidos por famílias de Lisboa e arredores, num verdadeiro espírito ecuménico. Os momentos de oração serão seguidos de encontros abertos a todos os interessados, versando temas sobre religião, cultura, economia, entre outros, ao mesmo tempo que oferecem uma boa oportunidade aos participantes para fortalecerem a sua personalidade, com vista a um futuro melhor. Para mais informações: 

www.taize.fr/pt

NATAL - 6

Miguel Torga 




  ESTRELA DO OCIDENTE 

Por teus olhos acesos de inocência 
Me vou guiando agora, que anoitece. 
Rei Mago que procura e desconhece 
O caminho. 
Sigo aquele que adivinho 
Anunciado 
Nessa luz só de luz adivinhada,
Infância humana, humana madrugada. 
Presépio é qualquer berço 
Onde a nudez do mundo tem calor 
E o amor 
Recomeça.
Leva-me, pois, depressa, 
Através do deserto desta vida, 
À Belém prometida... 
Ou és tu a promessa?

terça-feira, 21 de dezembro de 2004

PRESTIGIAR A POLÍTICA


Prestigiar a política, uma urgência de hoje. António Marcelino Ouve-se, a torto e a direito, que a política entre nós está pelas ruas da amargura. De mistura com tal modo de dizer e de pensar, vêm os comentários, poucas vezes abonatórios, aos que se dedicam à acção política, sem o cuidado de não generalizar uma crítica negativa, pois ainda há gente séria e capaz que aceita estar em primeiro plano, por dedicação à causa pública. 
Não raras vezes o faz, com prejuízo da vida pessoal, familiar e profissional e sujeitando-se, sem necessidade, a ser vítima de arma de arremesso, gesto fácil de muitos que apenas olham aos seus interesses.
Esta situação traz desafios a quem preza a sua condição de cidadão consciente e não quer ficar em lamentações e protestos, dado que a política, como a entende, se deve considerar uma actividade necessária e, por isso mesmo, indispensável e nas mãos de gente digna, com valores e princípios. 
O que se pede é que todos contribuam para a dignificação da acção política, estimulando o empenhamento dos que a podem realizar, com dedicação e competência, olhando o bem de todos e denunciando os que, dentro ou fora, contribuem para a sua degradação. 
Há que agir, por isso, ponderadamente, na hora da escolha dos candidatos e intervenientes, provocando debate sobre as pessoas e as coisas essenciais, não se quedando a ver o que acontece, mas contribuindo para que aconteça o melhor. Melhor será sempre o que tiver no horizonte das preocupações e das decisões o bem de todos, traduzido na promoção e satisfação dos direitos humanos fundamentais; no respeito pela dignidade da pessoa, da família e da natureza criada; no reconhecimento dos valores éticos e morais; na estima pela cultura e pela legítima e sã tradição; na defesa activa da vida humana, da saúde, da liberdade, da justiça, da paz e da igualdade de direitos e deveres; no respeito pela democracia, suas exigências e construção harmónica e pelas legítimas e possíveis aspirações das pessoas e das populações; no diálogo sereno e aberto com todos; na liberdade interior, em relação a pessoas e grupos, que permita decidir e agir a favor do bem comum, sem prisão a interesses nem pressões de clientelas. É possível expressar tudo isto, com seriedade e sem demagogias, em projectos políticos concretos, e realizá-lo, com tempo e persistência, de modo programado e sem atropelos evitáveis.
O povo, se tem o dever de não se omitir na participação que lhe compete, tem também direito a que se lhe fale claro, sem subterfúgios nem palavras que emocionam, mas pouco ou nada esclarecem. “Forcemos os partidos a porem o acento da sua intervenção na qualidade das propostas, na competência e dignidade das pessoas e não apenas nos discursos que o ambiente de campanha habitualmente inflama”, assim dizem os bispos portugueses. É esta uma palavra responsável que pode, desde agora, ajudar a dignificar a política já na próxima campanha eleitoral. 


Texto do Bispo de Aveiro, publicado no Correio do Vouga

VIDA HUMANA

A vertigem na investigação do início da vida humana Em artigo publicado na ECCLESIA, intitulado “A vertigem na investigação do início da vida humana”, o Doutor Alexandre Laureano Santos, Consultor da Comissão Episcopal das Comunicações Sociais, afirma que “Os progressos da investigação científica e as suas aplicações práticas devem privilegiar o respeito pelo ser humano relativamente aos objectivos e às motivações da ciência e da sociedade, segundo o princípio do primado ético do ser humano em todas as circunstâncias, sobretudo naquelas em que a própria vida pode estar em questão. 
Quando os interesses de uns e outros colidam, deve existir inequivocamente o primado da vida humana sobre todos os valores e interesses. Assim, todo o embrião humano tem o direito às condições do seu desenvolvimento. Os embriões originados in vitro, não obstante as eventuais reservas e limitações que possam colocar-se quanto às circunstâncias e mesmo à legitimidade da sua criação, deverão integrar-se num projecto parental e poder fazer parte de uma família. Em circunstância alguma poderão criar-se embriões humanos destinados à investigação”. 
Um artigo a ler, pela sua pertinência.

Natal


Bom momento para que saibamos e queiramos oferecer
o MENINO-DEUS aos nossos filhos e netos.

Votos de Natal

Voto de Natal 

Acenda-se de novo o Presépio no Mundo! 
Acenda-se Jesus nos olhos dos meninos! 
Como quem na corrida entrega o testemunho,
passo agora o Natal para as mãos dos meus filhos. 

E a corrida que siga, o facho não se apague! 
Eu aperto no peito uma rosa de cinza. 
Dai-me o brando calor da vossa ingenuidade,
para sentir no peito a rosa reflorida!

Filhos, as vossas mãos! E a solidão estremece, 
como a casca do ovo ao latejar-lhe vida... 
Mas a noite infinita enfrenta a vida breve: 
dentro de mim não sei qual é que se eterniza. 

Extinga-se o rumor, dissipem-se os fantasmas! 
Ó calor destas mãos nos meus dedos tão frios! 
Acende-se de novo o presépio nas almas. 
Acende-se Jesus nos olhos dos meus filhos. 

David Mourão-Ferreira

In Cancioneiro de Natal

AVEIRO DIGITAL

Partilha pela Internet Ontem, no Parque de Feiras e Exposições de Aveiro, foram aprovados 32 novos projectos, no âmbito do Programa Aveiro Digital. Trata-se de um investimento de 3,74 milhões de euros. Com estes projectos, são já 78 os que servem a área da AMRia, suporte da Aveiro Digital, o que corresponde a um investimento de 22 milhões de euros. Todos os projecto abrangem sectores tão diversos como a cultura, a educação e o ensino, o lazer, a formação, o social e a solidariedade, servindo populações, escolas de vários graus de ensino, em especial a comunidade Universitária, serviços de Saúde, autarquias, empresas, instituições de cultura e recreio, Misericórdias e IPSS (Institituições Particulares de Solidariedade Social). No fundo, vão proporcionar a aproximação de pessoas e instituições, vão dinamizar a partilha de saberes e bens, vão favorecer a troca de experiências, vão tornar público o que temos e o que nos faz falta e vão servir de estímulo a novas iniciativas, tudo para enriquecimento das nossas comunidades e pessoas, que ficam mais abertas ao mundo. Urge, porém, que não fiquemos apenas a ouvir falar destas novas tecnologias, mas que as saibamos aproveitar, utilizando-as com regularidade.