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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Grande lição de vida...




O doente que visita outros doentes

Durante as minhas caminhadas matinais, por decisões de saúde, cruzo-me, por vezes, com um velho amigo, de 80 anos, que anda pelas ruas da Gafanha da Nazaré num carrinho eléctrico. Sei que foi afectado por uma doença rara que o impossibilitou de trabalhar, já há anos, dificultando-lhe a caminhada.
Hoje encontrei-o em conversa amena com um idoso, um pouco mais velho, mas também limitado. Nem com a bengala pode chegar para além do primeiro cruzamento, poucos metros ao lado da sua residência. Ao vê-los, interrompi a conversa que ambos travavam para os cumprimentar.
Depois das saudações e das habituais perguntas sobre o estado de saúde e de ânimo de cada um, abordámos a questão do carrinho eléctrico que o leva “para todo o lado”.
Com a doença, o meu amigo não podia sair de casa. Apenas o fazia quando precisava de ir aos médicos. As quatro paredes da sala onde estava habitualmente limitaram-lhe os horizontes, o que o deixava triste. Só a visita de familiares e amigos o animava.
Um dia acordou com a imaginação afiada, na procura de uma solução para a sua vida. E daí a comprar o carrinho foi um já. Agora, diz-me ele, já pode sair todos os dias, percorrer as ruas da Gafanha da Nazaré, olhar as pessoas, apreciar a vida agitada de muitos, encontrar-se com amigos, ir ao médico e à farmácia, ou fazer compras sem incomodar ninguém.
Contudo, de uma coisa se lembrou: sempre ficava muito contente quando alguns amigos ou familiares o visitavam. “E se agora fosse eu visitar os amigos doentes?”, concluiu. E foi mesmo.
Começou então a enumerar os que tem andado a visitar, dizendo da alegria que vê nos seus rostos. Alguns eu próprio até pensava que tinham morrido. E apenas lhe disse, com convicção: “Está a fazer uma grande coisa; deu-me uma grande lição.” E um largo sorriso encheu os seus olhos.
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Fernando Martins

quinta-feira, 9 de julho de 2009

“Florinhas do Vouga” atacam a crise económica junto dos mais pobres

“Mercearia & Companhia” 
para 120 famílias de Aveiro

A rampa de acesso à zona de distribuição do cabaz “Mercearia & Companhia”, destinado a família carenciadas, já está bem composta. São 14.30 horas, de quarta-feira, dia em que as “Florinhas do Vouga” abrem as portas do espaço destinado a esta operação, de resposta concreta à crise económica que se tem agudizado nos últimos tempos, atacando de forma intensa os mais fragilizados da vida. Este corrupio começou em Março e não há sinais de que tenha de acabar em breve Durante a semana, as técnicas do serviço social da instituição vão analisando os casos e determinam a quantidade e variedade de produtos alimentares a fornecer a cada agregado familiar para um mês. As “Florinhas do Vouga” ajudam deste modo 120 famílias devidamente recenseadas e outras que, na emergência, não podem ficar com fome. Tudo isto, garante-nos a directora-geral da instituição, Fátima Mendes, graças à generosidade de empresas e particulares da região e, ainda, do Banco Alimentar Contra a Fome. A título de exemplo, uma empresa de congelados, da Gafanha da Nazaré, oferece, semanalmente, refeições pré-confeccionadas, um lavrador da Vagueira, freguesia da Gafanha da Boa Hora, dá legumes e fruta, e particulares entregam outros géneros alimentícios e dinheiro. Como sublinha o presidente da direcção das “Florinhas do Vouga”, com sede em Aveiro, Padre João Gonçalves, “nós, aqui, somos apenas intermediários, entre as pessoas que dão e as pessoas que precisam”. Segundo Fátima Mendes, a ideia da “Mercearia & Companhia” surge com a crise económica que se instalou no País. No Bairro de Santiago, a instituição tem ao dispor dos mais pobres uma “Cozinha Social”, com refeições a 1,50 euros para os que podem pagar e gratuitas para os outros, “a maioria”. Serve, em média, por dia, 100 almoços, e ao jantar um pouco menos. Recentemente, por razões que todos adivinham, o número dos que precisam de comer, sem possibilidade de pagar seja o que for, começa a aumentar. Esta situação torna-se incomportável para os serviços da “Cozinha”, sem capacidade para atender tanta gente. A opção passa a seguir por fornecer às famílias os géneros alimentícios, para confeccionarem as refeições em suas próprias casas. 


Caudal de pedidos de ajuda 
não tem diminuído

De forma tão simples, como à primeira vista parece, a “Mercearia & Companhia” nasce assim. Até hoje, sem haver indícios de diminuir o caudal de pedidos de ajuda, garante-nos Fátima Mendes. Fátima, mãe de sete filhos, divorciada há sete anos, tem ainda quatro ao seu cuidado, de 18, 10, 8 e 7 anos, todos a estudar. Trabalha, mas os encargos familiares absorvem-lhe tudo quanto ganha. “E não chega, porque a renda de casa e outras despesas, que não posso evitar, levam quanto ganho”, disse. Não tem ajudas de ninguém e quando precisa recorre às “Florinhas”. “A vida está cada vez mais difícil e se algum de nós adoece, tudo se complica; todos os meses venho aqui para em casa não se passar fome”, referiu. E seguiu para o balcão de atendimento, porque estava na sua vez. Refeições pré-confeccionadas, arroz, massas, couves, açúcar, feijão e outros produtos que lhe encheram o saco que carrega nos braços. Muito chorosa está Encarnação Oliveira, com o saco ainda vazio. Mas as lágrimas não são pela espera. É que no dia 17 de Junho morreu-lhe o seu “menino, Ricardo Miguel, de 26 anos, deficiente e muito doente”. Tempos antes, a sua história, em que pedia uma cadeira de rodas para o seu filho, noticiada no Jornal de Notícias, chega a Macau, onde um leitor se compromete a pagá-la. Já não foi preciso, com tristeza para toda a gente envolvida no caso. Agora, só gostaria de pagar a campa onde o seu “menino” está sepultado. Diz ela que são uns 1500 euros. E lá foi para o balcão onde são distribuídos os alimentos, por solícitas empregadas que tratam todas as pessoas pelo nome. Para o director das “Florinhas do Vouga”, esta instituição nasceu há quase 70 anos, para responder aos problemas sentidos pelas pessoas pobres e desde essa altura não mais esqueceu a sua missão prioritária. “Durante muito tempo, pensou-se que a pobreza de há décadas não era como a pobreza de hoje; mas a verdade é que voltamos a encontrar pessoas verdadeiramente com fome, com necessidades; pessoas desempregadas, pessoas com péssimos recursos”. E adianta: “É certo que temos o RSI (Rendimento Social de Inserção), que beneficia muita gente, mas há sempre despesas que ultrapassam esse subsídio; aliás, o problema da fome vive-se cá em Aveiro, muito perto de nós.”



As “Florinhas do Vouga” estão 
onde estão os mais pobres 

O Padre João, que conhece a região como as suas mãos, não deixa de afirmar que as “Florinhas do Vouga” “estão onde estão os mais pobres; estamos exactamente na ponta da linha, para responder às necessidades primárias, e a alimentação é uma dessas necessidades”. Lembrando o conhecido ditado de que é melhor dar a cana e ensinar a pescar do que dar o peixe, o director desta IPSS esclarece que está tudo muito certo, mas logo explica que “é preciso que haja peixe e rio para pescar com qualidade”, sendo garantido que “hoje temos tudo muito poluído: não há trabalhos, não há possibilidades de as pessoas singrarem sozinhas; por isso, estas realidades exigem respostas imediatas”. Facilmente se verifica a proximidade existente entre quem recebe e quem dá. “Quem pede, não são pessoas anónimas, porque todas estão identificadas e têm nome; são pessoas realmente carenciadas”, adiantou o Padre João Gonçalves. E refere: “Claro que isto é uma ajuda; também encaminhamos as pessoas, quando sentimos que é preciso e urgente, para outros serviços e para outro tipo de respostas sociais.” A directora-geral afirma ao nosso jornal que esta acção mobiliza quatro pessoas, na recolha e distribuição dos cabazes. Depois dos contactos durante a semana com os eventuais fornecedores, às quartas-feiras, de manhã, deslocam-se onde for preciso para levantar as dádivas. À tarde, tudo tem de estar preparado, para receber as famílias com problemas económicos, fundamentalmente marcadas pelo desemprego. “Se lhes fosse dada uma oportunidade de trabalho, não precisariam de nos procurar”, disse. E sobre o nível social destas pessoas, o Padre João especifica: “São pessoas de nível social médio; pessoas que tinham trabalho e que agora não têm; não são os tradicionais pedintes.” 

Fernando Martins

NOTA: Texto publicado no jornal SOLIDARIEDADE

terça-feira, 21 de abril de 2009

Reinvenção da Solidariedade

O Bispo Auxiliar de Lisboa, D. Carlos Azevedo, pede a reinvenção da solidariedade, criando novas respostas para novas necessidades. A crise, que continua, exige mais atenção. Do Estado, mas também das comunidades locais. Ainda, naturalmente, das pessoas.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Cáritas: pedir para dar

Está a decorrer, até domingo, o peditório nacional organizado pela Cáritas. A receita servirá para esta organização, a vários níveis, poder ajudar quem tem mais necessidade. Importa agora que ninguém fique indiferente, na certeza de que as nossas contribuições vão direitinhas para pessoas carentes do essencial para viver. Garantiram-me, há dias, que a afluência de voluntários para este peditório não foi muito expressiva. Num país, como o nosso, cheio de reconhecidas generosidades, estranho esta indiferença. Talvez o excesso de trabalho e de preocupações tenham contribuído para isso. Mas se assim é, vamos agora responder com as nossas dádivas. Todos sabemos que a crise afecta sobretudo os desempregados e as suas famílias. E são eles que, muitas vezes de forma envergonhada, recorrem à Cáritas. Por isso, paralelamente, podemos e devemos olhar para quem vive ao nosso lado, para descobrirmos quem passa fome. Esta será uma boa forma de colaborar com quem se preocupa com a pobreza no nosso país.

segunda-feira, 9 de março de 2009

“Andar Solidário” no Arciprestado de Ílhavo

Dando e dando-se sem esperar recompensa 



No fim-de-semana, 60 jovens do Arciprestado de Ílhavo participaram numa experiência de voluntariado social, programada com o título “Andar Solidário”. A experiência teve como painéis de fundo instituições do concelho, nomeadamente, a Obra da Criança, o CASCI e os Lares de São José, do Divino Salvador e de Nossa Senhora da Nazaré. A acção culminou na eucaristia dominical, às 11 horas, na Gafanha da Nazaré, presidida pelo Prior Francisco Melo, que coordenou o projecto. 
Para o Prior da Gafanha da Nazaré, esta iniciativa, que se inseriu no Plano Pastoral do Arciprestado de Ílhavo, onde se concretiza o Plano Diocesano, teve, como objectivo, “despertar nos cristãos o sentido da caridade e da solidariedade”. 
Este projecto envolveu 60 dos 300 jovens ligados à Pastoral Juvenil das seis paróquias do arciprestado, sendo certo que, vivências como esta, hão-de repetir-se, também noutras faixas etárias.
O Padre Francisco adiantou que o voluntariado, “dando e dando-se sem esperar recompensa”, é fundamental no mundo em que vivemos, onde “tudo se paga e tudo tem um preço”. A Sara, que cumpriu a sua tarefa no Lar Nossa Senhora da Nazaré, garantiu-nos que estava a ficar “mais informada”, acrescentando que assim se “construía como pessoa, recebendo mais do que dava”. Para a Irmã Donzília, do Lar de São José, a presença dos jovens junto dos idosos é muito gratificante. Embora neste lar haja voluntários mais velhos, a realidade é que a juventude consegue “dar outra vida” a toda a gente. “Sinto no rosto dos idosos a alegria de ver os jovens com esta boa disposição”, disse. Informou que nesta casa o aspecto da animação está assegurado por uma técnica, mas aos fins-de-semana fica tudo muito parado. Era interessante, por isso, que houvesse mais voluntários para suprir carências a este nível. “No Natal e no Carnaval, há sempre grupos que aparecem, porém, depois… durante o resto do ano, todos se esquecem…”, 
O Luís, que jogava basquetebol na Casa da Criança, considerou esta acção muito enriquecedora. Aqui, “encontramos a fragilidade da vida de muitos jovens acolhidos pela instituição; às vezes, nem nos apercebemos dos problemas por que passaram”, disse. Mas logo acrescentou que os viu felizes. Ao sublinhar a importância de sairmos dos nossos aconchegos para viver momentos como este, o Luís, questionou-se: “Nós, que temos tudo, como é que reagiríamos, se vivêssemos situações como as que alguns jovens da Casa da Criança viveram?” 

Fernando Martins

Texto publicado em 9 de março de 2009, com nova foto e ortografia atualizada. 

sexta-feira, 6 de março de 2009

Solidariedade no Arciprestado de Ílhavo

Casa da Criança em Ílhavo
PARA UMA SOCIEDADE MAIS FRATERNA
A partir de hoje e até domingo, vai decorrer uma acção com a marca da pedagogia social. Uma equipa do Arciprestado de Ílhavo, constituída por 60 jovens, vai participar em tarefas de solidariedade, junto de diversas instituições do concelho. O mérito, como facilmente se compreenderá, está em proporcionar a alguns jovens uma experiência decerto muito enriquecedora para todos. Quem dera que iniciativas como esta viessem a repetir-se, no sentido óbvio de levar os jovens, e não só, a olharem o mundo com o espírito da solidariedade, rumo a uma sociedade mais fraterna. A acção termina no domingo, na igreja matriz da Gafanha da Nazaré, com uma eucaristia, às 11 horas.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

FLORINHAS DO VOUGA com nova Casa

Nas Florinhas do Vouga (Foto do meu arquivo)
AS FLORINHAS DO VOUGA VIVEM A OUSADIA DA CARIDADE
"Setenta anos depois da sua fundação é outra a vida das crianças e das famílias e bem diferente a realidade humana e social de Aveiro. Mas continua a ser necessária esta Instituição. Como Instituição da Igreja, as Florinhas do Vouga vivem a ousadia da caridade evangélica, onde se espelha e afirma o amor de Deus pelo seu povo e como Instituição prestigiada e amada de Aveiro sentem-se ao serviço da cidade, da diocese e da região. Não pode ter limites nem demoras o serviço aos mais pobres. Os pobres não podem esperar. Que o digam os sem abrigo, que diariamente recebem a Ceia com calor! Não pode haver fronteiras no horizonte da missão que Florinhas do Vouga assumiu ao procurar fazer bem o bem, lá e sempre, onde for necessário. Que o digam tantas vidas sofridas, espelhadas no rosto das crianças da Creche, do Jardim de Infância e do A.T.L., na voz tantas vezes silenciada das famílias do Bairro de S. Tiago, dos carecidos de refeição ou de vestuário, no olhar ansioso de jovens e adultos em busca de um futuro digno e na procura preocupada de tantos outros que sabem que aqui encontram portas sempre abertas e gente de coração livre e disponível para iluminar caminhos de alegria e de esperança."
Do discurso do Bispo da Aveiro, no dia na inauguração

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Sobriedade e solidariedade

Não seria possível acolher
os sem-abrigo nos lares?
Face à crise económico-financeira, anunciada no mundo ocidental, o Papa já fez o seu apelo para que vivêssemos com sobriedade e em espírito de solidariedade. Os políticos e demais responsáveis pela sociedade também não se cansam de nos alertar para a necessidade de cuidarmos do futuro, ensaiando e levando à prática comportamentos de contenção nas despesas. Por outro lado, importa implementar nas instituições de solidariedade social e de caridade uma redobrada atenção, no sentido de ajudarmos os que mais precisam. Ontem, por causa do frio, até tendas foram montadas para proteger os sem-abrigo, reforçando-se a distribuição de roupas, outros agasalhos e alimentos quentes. Era o mínimo que se poderia fazer. Mas continuo a pensar nesta triste realidade, que nos leva a aceitar, como indiscutível inevitabilidade, a existência dos sem-abrigo. Eu sei, por conversas que já mantive com alguns que prestam apoio aos que vivem na rua, que o problema é muito complexo. Por exemplo, há pessoas que se recusam, pura e simplesmente, a ingressar num qualquer lar. São pessoas marcadas por contingências diversas e complicadas, que as levam a optar por essa forma estranha de viver. Mas não seria oportuno que técnicos credenciados estudassem a fundo a questão, tendo em conta que cada caso é um caso, para que os sem-abrigo fossem acolhidos nos lares? FM

sábado, 20 de dezembro de 2008

STELLA MARIS: Almoço Solidário

Bispo de Aveiro deseja presença da Igreja mais atenta e solícita no mundo de hoje
O Almoço Solidário, promovido pelo Stella Maris, juntou hoje, 20 de Dezembro, 125 pessoas. Gente diversa que precisa, de facto, de quem se lembre dela. Bom bacalhau, com batatas e couves, tudo bem regado com azeite, vinho e sumos, mais doces variados, onde sobressaíram o bolo-rei, a aletria, o arroz-doce e o leite-creme, de mãos dadas com a generosidade de voluntários, fizeram deste almoço um bonito gesto de solidariedade. D. António Francisco lembrou, a abrir a refeição, que “à volta da mesa nos sentimos mais família”. E foi essa a mensagem que todos aceitaram para esta quadra natalícia, prometendo cada um, decerto, no seu íntimo, levá-la à prática no dia-a-dia. O Bispo de Aveiro, atento ao que o rodeava, olhou e viu, na decoração da sala, redes, âncora, farol, o presépio e uma imagem de Nossa Senhora, que nos revela “o rosto solidário de Deus”, nesta época “de sonhos e esperanças”, que todos acalentamos. D. António lembrou o bem que no Stella Maris se faz e que “urge continuar a fazer”, valorizando “uma relação de comunhão entre as instituições da paróquia e da diocese”. E sobre o Natal de Cristo, manifestou o desejo de que ele faça nascer, nas pessoas, “energias e coragem para vencerem as dificuldades da vida”. Mas ainda sublinhou a necessidade de que a Igreja se torne “uma presença atenta e solícita no mundo de hoje”. Dirigindo-se aos autarcas presentes, frisou a importância de todos criarmos “pontes de amizade, unindo os nossos esforços, para melhor servirmos as comunidades”. Por sua vez, o presidente da Câmara de Ílhavo, Ribau Esteves, louvou o gesto de partilha, “num mundo cheio de dificuldades”, apelando ao esforço e à união de todos, “na procura de soluções novas para os problemas que vamos ter”. Adiantou que é nossa obrigação ajudar, verdadeiramente, os que mais precisam, “cuidando melhor dos mais pobres”. Mas ainda referiu a urgência de apoiarmos as instituições e o próprio Estado, criando mais empregos, “para sermos mais felizes”. Joaquim Simões, presidente da direcção do Stella Maris, disse que este Almoço Solidário, preparado pelos dirigentes da instituição e suas famílias, com a colaboração de voluntários amigos, serviu para alimentar o “sentido familiar”, numa perspectiva de valorizar o espírito fraterno. E ao evocar o Natal de Jesus Cristo, referiu que ele é sinal visível do “encontro entre o Céu e a Terra”. Considerou, também, o esforço permanente de todas as instituições, quando promovem a partilha do pão e estimulam o lazer, a cultura e as mais diversas acções sociais junto das populações, sobretudo das mais carenciadas. Fernando Martins

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Jantar de Natal da Obra da Providência


ATITUDES A TER EM CONTA

 O tradicional jantar de Natal da Obra da Providência foi este ano um pouco diferente do que é habitual. A crise económica actual e o exemplo de uma certa parcimónia ditaram as suas leis. Juntando a isso o desejo da direcção de convidar não só os dirigentes, antigos dirigentes e funcionárias, mas também as suas famílias, levou a esta bonita opção. A refeição foi preparada, em grande parte, por todos. E à roda da mesa, então, todos se sentaram e conviveram, como se no melhor restaurante estivessem. Exemplo a aproveitar.
Maria da Luz Rocha, uma das fundadoras, marcou presença no jantar, com todo o seu carinho pela instituição de que foi directora durante décadas. Uma outra fundadora, Rosa Bela Vieira, por razões de saúde, não pôde comparecer, mas o seu espírito esteve com toda a gente. Logo a abrir, e depois das palavras de boas-vindas do presidente Eduardo Arvins, o Prior da Gafanha da Nazaré, Padre Francisco Melo, lembrou o nascimento da Obra da Providência, desejando que a chama da atenção aos outros se mantenha.
A Obra da Providência, nasceu – referiu – como gesto de caridade. As fundadoras agiram enquanto vicentinas, pondo em prática o mandamento do amor. As instituições ligadas à Igreja Católica não podem descurar essa faceta, sob pena de menosprezarem e de traírem a sua matriz cristã. Urge, pois, viver a solidariedade na caridade, sublinhou o Padre Francisco Melo. Aliás, ainda adiantou que as instituições de solidariedade social de cariz cristão devem em tudo mostrar a sua diferença, para melhor, no respeito pelo cumprimento das leis, na seriedade do seu agir, na atenção aos que mais precisam.
Outro momento significativo foi a entrega à direcção da Obra da Providência de um conjunto de dossiês, constituído por inúmeros documentos e fotos, que são o retrato histórico da vida da instituição, com mais de meio século de trabalho com os que precisam. Foi organizado pelas irmãs Ascensão Ramos e Margarida Lagarto, filhas de uma fundadora, Maria da Luz Rocha. Durante o jantar, um dirigente da instituição, Eduardo Almeida, especialista em artes mágicas, brindou os convivas com alguns números do seu reportório. A vida, de facto, sem a alegria de alguma magia, não faz sentido.

 FM

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Stella Maris organiza almoço solidário

Solidariedade em acção
O Clube Stella Maris está a organizar um Almoço Solidário, a ter lugar na sua sede, no dia 20 de Dezembro, pelas 13 horas. Esta é uma iniciativa destinada a alguns utentes de três instituições, os quais vivem uma certa solidão. O Stella Maris conta sentar à mesma mesa 120 pessoas, com destaque para famílias que precisam da nossa solidariedade, durante momentos difíceis das suas vidas.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Mais de um milhão e meio de Portugueses são voluntários

Eugénio da Fonseca, presidente da Comisssão Instaladora da Confederação Portguesa do Voluntariado, afirmou que "cerca de um milhão e meio de portugueses dedica parte do seu tempo na prática do voluntariado". E à ECCLESIA adiantou que este número não o surpreende, acrescentando que ainda há o voluntariado de proximidade “que não é possível quantificar visto que está no anonimato”.
Eugénio da Fonseca, que sabe como poucos, nesta área, o que diz, revela deste modo uma faceta muito importante da maneira de ser e de estar dos portugueses, desde sempre dados ao bem-fazer.

domingo, 9 de novembro de 2008

DAR

Os jornais-referência começam a perceber que vale a pena apostar em temas que nos suscitem a reflexão e a acção. O EXPRESSO é um deles e a sua REVISTAÚNICA tem abordado, semana a semana, assuntos que são outros tantos desafios. O último número tem por PRATO PRINCIPAL o tema DAR. Deixando de lado as ENTRADAS e as SOBREMESAS da Ementa, fixemo-nos no mais importante. Vai ser uma excelente refeição para toda a semana. Então, DAR mostra-nos extraordinários caminhos de vidas que se dão aos outros. É gente com imaginação fértil, generosa em extremo e com capacidade sem fim para amar. A dado passo, encontro um subtítulo que diz o seguinte: Dar de nós. Dar sem medo. Dar sem tempo. Dar sem pedir. Dar por todos. Dar tudo por tudo. Dar o melhor. Dar e trocar. Dar. Um verbo conjugado de várias formas pelos voluntários. Eis cinco histórias singulares. É isso mesmo. São histórias singulares que nos convidam a olhar à nossa volta: Voluntária num Centro de Dia. Estar disponível para aceitar o outro. Voluntária para trabalhar com animais. Voluntário numa Associação. Voluntária nos Médicos do Mundo. A ÚNICA mostra-nos “Uma Pessoa Comum”, portuguesa, que fundou um Orfanato no Quénia, construiu casas no Nepal e lutou pelos Direitos Humanos na Birmânia. Dá casos concretos de jovens a quem Portugal concedeu asilo. Retrata “mães de Aldeias SOS”. Apresenta gente capaz de “dar um pouco de si” próprios [órgãos] aos outros. Revela os sem-abrigo de forma diferente, “para mostrar como somos todos iguais”. Divulga causas, fala do consumo e até nos mostra lapsos de políticos a “dar… barraca”. Leiam para meditar. E para também se darem, se puderem.
Boa semana.
FM

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

ARADAS: Empresário oferece lar de idosos

GESTO MUITO BONITO
"Manuel Madaíl, empresário e ex-autarca, está a construir um lar de idosos para oferecer à população de Aradas, uma freguesia de Aveiro. O apoio deverá estender-se aos estudantes e às mães solteiras. Um empresário de Aveiro vai oferecer um lar da terceira idade à população de Aradas, a freguesia onde nasceu e onde foi presidente da Junta de Freguesia, entre 1976 e 2001. Manuel Madaíl, 75 anos, o mecenas de que falamos, está a investir 1,5 milhões de euros num equipamento inexistente em Aradas. Quarenta idosos vão beneficiar da nova infra-estrutura, dotada de lar, centro de dia e apoio domiciliário, já visível junto ao cemitério de Aradas."
Ler mais no JN

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Solidariedade

No dia 23 de Outubro de 2008, teve lugar, aqui, numa das Escolas da Gafanha, um encontro de pessoas, unidas pelo mesmo objectivo: prestar homenagem a uma colega. Acometida por uma doença insidiosa, teve que se retirar do serviço e por força das circunstâncias vai viver para longe da nossa terra. Nisto há a salientar o factor humano que se sobrepôs a tudo o resto. Cansados das suas lides docentes, que os absorvem até à exaustão, souberam renunciar ao seu descanso e à comodidade dos seus lares, para estarem perto e confraternizarem com a colega demissionária. Sentia-se algum pesar pela situação inesperada da colega em destaque, mas vivenciou-se uma transmissão de carinho e afecto numa onda de calor humano, que de todos emanava. Ainda estamos todos vivos e é importante que estas manifestações não se percam. No fim, foi entregue, em nome de todos, uma lembrança composta por objectos de bricolage, num apelo directo à vida e a uma vida nova que a colega vai ter na sua nova casa. Eram utensílios de jardinagem, com que irá ocupar-se, nos longos tempos livres, que irá ter pela frente e que se augura sejam longos. Estava emocionada, comovida com a adesão em massa, pela resposta ao chamamento feito pelos promotores da iniciativa. E das profundezas do meu ser pensante e reflexivo tirei estas notas. Por mais prepotentes que sejam as forças políticas, sociais e outras que nos condicionam, nos atrofiam, nos anulam, nada há que consiga fazer estiolar a nossa força anímica, de professores, de pessoas, de seres humanos sensíveis, altruístas e solidários. Muita energia, muita vida, muita alegria... te desejam todos os teus colegas e amigos. E… vai-nos dando o feedback da utilização que vais dando à nossa prendinha. Queremos sabê-la… profusamente rentabilizada, usada… e sê ousada a tirar partido da vida, com ela! Nós cá estamos à espera!
Madona

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Cavaco Silva reconhece trabalho das IPSS

«A CNIS foi esta manhã chamada a Belém. Num encontro entre o Presidente da República, o Pe. Lino Maia e Eugénio Fonseca, ficou patente o reconhecimento que Cavaco Silva tem pelo trabalho das instituições particulares de solidariedade social em Portugal. O Presidente da República quis ouvir o que a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade pensam sobre a situação social, as expressões da crise e perceber a disponibilidade de as instituições continuaram o seu trabalho para reduzir os efeitos da actual crise. O Pe. Lino Maia, Presidente da CNIS, explica à Agência ECCLESIA que Cavaco Silva demonstrou uma “grande preocupação pelo actual momento”. O Pe. Lino Maia lê um “momento difícil que se perspectiva mais complicado ainda, com a sensibilidade financeira mundial, e com implicações graves na situação nacional”.»
Fonte: Ecclesia

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

AVEIRO: GIROS para apoio a toxicodependentes

Padre João Gonçalves
As Florinhas do Vouga, instituição de solidariedade social de Aveiro, vão colocar na rua, a partir deste mês, uma equipa técnica para apoiar toxicodependentes, proporcionando-lhes cuidados de enfermagem, higiene pessoal, material asséptico e apoio psicossocial, adianta o presidente da direcção da instituição, Padre João Gonçalves. Ler mais no SOL

quinta-feira, 31 de julho de 2008

DAR VOZ AOS POBRES

PARA FOMENTAR UMA CULTURA DE JUSTIÇA,
DE SOLIDARIEDADE E DE COESÃO SOCIAL
Dar Voz aos Pobres é um blogue que vai merecer, com toda a certeza, a nossa melhor atenção. Fica a morar, também, aqui ao lado, em Afinidades, para a todo o momento ficarmos a par dos projectos que hão-de vir, com a finalidade de erradicar a pobreza entre nós, agora que ela foi considerada uma violação dos Direitos Humanos. Na apresentação, ficam claros os objectivos, que aqui transcrevo: “Persistem na nossa sociedade alguns estereótipos que entravam qualquer acção decisiva na superação da pobreza e das suas causas que só uma melhor escuta dos pobres poderá ajudar a dissipar. Por outro lado, da parte dos pobres têm faltado oportunidades para poderem expressar as suas vivências, dificuldades, aspirações e potencialidades e ganharem visibilidade como sujeitos de direitos e deveres de cidadania. Ao promover esta audição pública, a CNJP pretende convocar pobres e não-pobres para uma reflexão conjunta com vista à desconstrução dos preconceitos acerca da pobreza e, por essa via, contribuir para fomentar uma cultura de justiça, de solidariedade e de coesão social. É nossa intenção reunir na mesma mesa as pessoas que vivem ou viveram situações de pobreza e os responsáveis pelas políticas públicas e pelas organizações de solidariedade social, investigadores, e gente da cultura e da comunicação social.”

quarta-feira, 30 de julho de 2008

ORBIS - Cooperação e Desenvolvimento

A ORBIS - Cooperação e Desenvolvimento é uma ONG (Organização Não Governamental) com sede em Aveiro e com projectos destinados à construção de um mundo mais justo e mais fraterno. Os seus objectivos direccionam-se para os que mais precisam, estejam eles onde estiverem. Acabo de receber a sua primeira newsletter, para anunciar, a quantos estão interessados em cooperar, o que faz e o que pretende fazer, numa perspectiva de nos envolver como agentes activos, pelas formas que estiverem ao nosso alcance. E sublinha:
"Para aqueles que hoje no mundo, exactamente neste momento, fazem fila num campo de refugiados depois de fugirem de uma guerra que não sabem de onde veio nem porquê...
Para aqueles que hoje no mundo, exactamente neste momento, são crianças com sorte porque têm um professor, uma árvore que dá sombra e um chão de terra onde dá para escrever, quando muitos outros nem sonham em saber escrever ou ler...
Para aqueles que hoje no mundo, exactamente neste momento, são mulheres mutiladas, mulheres que não têm voz política, social ou cívica na sua comunidade, no seu mundo...
Para aqueles que hoje no mundo, são mulheres que sepultaram um filho bebé ou criança demasiado frágil para aguentar uma doença porque não pôde receber medicamentos preventivos de valor menos que um euro...
Para aqueles que hoje no mundo, exactamente neste momento, são pessoas em fila para se deitaram na cama de um hospital feito de pano, sobrelotado que sofrem de HIV/SIDA, malária e outras doenças contagiosas que facilmente se podiam prevenir..."
Precisamos de estar atentos à ORBIS