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sexta-feira, 10 de agosto de 2007

A sociedade é injusta

A TELENOVELA CONTINUA O caso da criança britânica desaparecida no Algarve, há 100 dias, continua a mobilizar a comunicação social do mundo ocidental. É espantoso como um tema, dramático, sem dúvida, consegue preocupar tanta gente, numa ânsia incontida de se descobrir a verdade. Graças, também, à acção constante dos pais, que não se têm poupado a esforços para tornar conhecido o seu drama. Não estou, naturalmente, contra o envolvimento dos meios de comunicação social, que considero legítimo e necessário, nem contra outras instituições que, do mesmo modo, se preocupam com o desaparecimento da menina, numa zona de férias do Algarve. O que me choca, isso sim, é que as muitas centenas de crianças desaparecidas nos últimos tempos, um pouco por toda a parte, não tenham merecido as mesmas preocupações e o mesmo tratamento policial e jornalístico. Vivemos, pelo que se vê, numa sociedade injusta, onde há, nitidamente, pessoas de primeira e de segunda, quando se prega que toda a gente deve ter tratamento igual, em circunstâncias iguais ou parecidas. Esta menina já mereceu da comunicação social do nosso País, seguramente, mais cobertura mediática do que todas as crianças portuguesas desaparecidas. E, pelos vistos, a telenovela vai continuar… até aparecer outro assunto que faça vender notícias e reportagens.Não seria mais prudente deixar trabalhar a polícia sem tantas pressões? F.M.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Natalidade em Portugal

DAR MAIS SUBSÍDIOS
NÃO RESOLVE O PROBLEMA Depois das políticas abortistas, vieram as políticas de apoio às famílias carenciadas e com mais filhos. Não sei se isto aconteceu pelos protestos dos que condenaram o aborto e defenderam políticas de apoio à vida, mas tudo indica que sim. Talvez, também, por influências de uma medida do Governo espanhol, que avançou, recentemente, com um “prémio” de 2500 euros pelo nascimento de cada bebé na vizinha Espanha, e pelo anúncio da quebra assustadora da natalidade em Portugal. O nosso País é já o que tem, na UE, excluindo os países do alargamento, o número de filhos por mulher com idade fértil mais baixo. Temos, em 2007, menos um terço de nascimentos do que tínhamos na década de 80 do século passado. Normalmente, diz-se que a baixa natalidade se deve a dificuldades económicas, mas, pelos vistos, não será tanto assim, até porque as famílias pobres são as mais numerosas, como têm sublinhado alguns entendidos. De qualquer forma, os apoios do Governo ao nível de subsídios e de abonos de família para os agregados familiares com mais filhos são bem-vindos. Mas, afinal, não serão a resposta ideal, como lembra o sociólogo Manuel Villaverde Cabral. Afirma ele:
“As famílias carenciadas, seja lá o que isso signifique para o PM [primeiro-ministro] são as que mais filhos têm. Se ele quisesse fazer algo de sério, e não mera propaganda, para restaurar a natalidade em Portugal, teria de orientar as políticas familistas à classe média e média-alta, onde as mulheres cortaram radicalmente no número de filhos (embora digam nas sondagens que gostavam de ter mais) por motivos de carreira, instabilidade conjugal, falta de protecção jurídica em caso de divórcio e até algum ‘egoísmo’, além da falta de empregos em part-time e de apoios acessíveis e com qualidade aos pais e às crianças. Dar mais dinheiro não serve para nada a não ser para os muito pobres, que, repito, são os que mais filhos têm!”
Trata-se de uma assunto que tem merecido, e deve continuar a merecer, alguma reflexão, até porque, por este andar, qualquer dia nem sequer temos gente para ocupar o território nacional e muito menos para garantir a sustentabilidade económica da Segurança Social. É que, como todos sabemos, Portugal já é o país mais envelhecido da UE. Isso é bom porque a esperança de vida está a subir, mas também é uma situação que exige mais dinheiro para quem merece viver os últimos anos de vida com dignidade.
Fernando Martins

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Terra Nova celebra aniversário

MAIS DE DUAS DÉCADA
AO SERVIÇO DA COMUNIDADE


A Rádio Terra Nova, com sede na Gafanha da Nazaré, concelho de Ílhavo, celebrou ontem o seu 21º aniversário. Como desde a primeira hora, mantém-se ao serviço da comunidade, alargando a sua intervenção muito para além do concelho de Ílhavo, numa perspectiva de contribuir para uma sociedade mais justa e mais solidária. 
Acompanhei de perto a vida da Terra Nova, desde os primeiros momentos alicerçada nas “rádios piratas”, assim chamadas por estarem a infringir a lei, que só permitia as licenciadas, ao jeito de monopólios que existiam na comunicação social radiofónica. Nessa linha, somente os grandes centros poderiam acolher rádios ou suas delegações, o que fechava as portas à grande maioria dos concelhos e freguesias deste País, que ficavam isolados e sem voz, para reivindicarem os seus interesses e divulgarem as suas riquezas culturais e sociais. 
Com a teimosia e ousadia das “rádios piratas”, foi possível abrir as portas a rádios um pouco por todo o lado, obrigando o Estado a regulamentar a existência das que oferecessem capacidade técnica e garantias de subsistência. Assim nasceu a Rádio Terra Nova, no seio da Cooperativa Cultural da Gafanha da Nazaré, sucessora da Cooperativa Eléctrica, sendo hoje muito respeitada em toda a região, pela forma digna como se tem mantido, apesar das múltiplas dificuldades que tem de enfrentar, uma característica, afinal, de toda a comunicação social. 
Daqui, deste meu recanto e como colaborador eventual, quero deixar os meus parabéns a todos quantos a mantêm dinâmica no dia-a-dia, nomeadamente, dirigentes, jornalistas, colaboradores, técnicos, administrativos, publicitários, anunciantes e ouvintes, com votos de longa vida, para bem das comunidades onde a sua voz se faz ouvir. 

Fernando Martins