domingo, 21 de abril de 2024

Declaração sobre a dignidade humana. 1

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

No passado dia 8, o Vaticano publicou, com a aprovação do Papa Francisco, a Declaração Dignitas infinita (Dignidade infinita), um documento elaborado ao longo de 8 anos pelo Dicastério da Doutrina da Fé, presidido desde 2023 pelo teólogo argentino cardeal Victor Manuel Fernández. Nela, que lembra que este ano se celebram os 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, onde a palavra dignidade aparece cinco vezes e é declarada como “intrínseca a todos os membros da família humana” e que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”, tudo gira, como diz o título - Dignidade infinita - à volta da dignidade humana, “uma questão central no pensamento cristão”, como sublinhou o prefeito do Dicastério. De facto, o que é o Evangelho senão uma notícia boa e felicitante: Deus é bom, Pai e Mãe, tendo todos os homens e mulheres a dignidade soberana de filhos de Deus?

“Fenómenos de ausência de liberdade”

Razões, esperança, sonho para 
«os próximos 50 anos de democracia em Portugal»




«Juntos, construímos os próximos 50 anos de Democracia e Liberdade». Hoje, domingo, é o primeiro dia da semana que nos leva até aos primeiros 50 anos do 25 de abril de 1974.
“Apesar dos desafios da nossa época, 50 anos volvidos sobre o 25 de Abril, há razões para termos esperança e para sonharmos os próximos 50 anos de democracia em Portugal” - Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP)
Este organismo laical da Igreja Católica em Portugal alertou, numa nota, para a persistência de “fenómenos de ausência de liberdade”, como o aumento da intolerância.
“A sociedade portuguesa viveu grandes transformações positivas nos últimos 50 anos. Que este aniversário de abril nos reanime e comprometa na construção diária da liberdade que assenta na fraternidade, na justiça e na paz.”

NOTA: Ao abrir o PC, hoje de manhã, deparei com esta mensagem. 

sábado, 20 de abril de 2024

Lição para todos os dias


Todos sabemos que há pensamentos que são extraordinárias lições de vida. Quando procurava umas fotos nos meus desorganizados arquivos encontrei estas. Bom fim de semana.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Sara Raquel Reis da Silva - Um percurso académico notável

Sara Raquel nas provas de agregação perante o júri


Sara Raquel 
Não é todos os dias que sabemos de provas de agregação de conterrâneos nossos nas Universidades Portuguesas ou Estrangeiras, abarcando os mais diversos saberes. E quem gosta dos que mais alto conseguem subir, nas áreas académicas, mas não só, não pode ficar indiferente ao labor de Sara Reis da Silva, que há anos tem estudado e trabalhado na Universidade do Minho.
Sara Raquel Duarte Reis da Silva, cujo percurso de vida académica, em especial, tenho acompanhado com respeito e muita admiração, prestou provas de Agregação, que decorreram nos últimos dias de fevereiro, em Braga, sobre o Ramo do Conhecimento em Estudos da Criança, Especialidade de Infância, Desenvolvimento e Aprendizagem. E a Sara Raquel, como era de esperar, foi aprovada por unanimidade, podendo, a partir de agora, lecionar em qualquer universidade na qualidade de docente altamente qualificada.
As minhas felicitações trouxeram-me à memória os seus trabalhos académicos refletidos em publicações, que mostram à saciedade um esforço notável, não só de investigadora, mas também de divulgadora do que se diz e sabe sobre crianças, que necessitam de ser acompanhadas nos primeiros anos de vida, rumo a uma formação integral.

Celebrar a cidade sem esquecer o passado


A Gafanha da Nazaré é cidade há 23 anos. Não é número redondo, mas nem por isso deixará de ser celebrada a efeméride. Freguesia em 1910, Vila em 1969 e Cidade em 2001. Posto isto, com ou sem foguetes, as nossas autoridades e o povo não deixarão de respeitar a data.
É certo que as efeméridas devem ser honradas no dia a dia pelos nossos comportamentos cívicos entre outros gestos sociais. Quando nos comportamos dignamente estamos a celebrar a nossa terra e o nosso povo. Coisa simples, afinal.
Há anos, evoquei o espírito de entreajuda vivido no dia a dia, nas mais diversas tarefas. A luta pela sobrevivência a isso obrigava.
Podem ler aqui.

GAFANHA DA NAZARÉ - CIDADE HÁ 23 ANOS


 
FREGUESIA - 31 de Agosto de 1910

VILA - 29 de Outubro de 1969

CIDADE - 19 de Abril de 2001

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Versos de Vidal Oudinot: Caldeirada



CALDEIRADA

... ... ... ... ... ...
«– Disseram-me e eu creio ser verdade
Que tens um jeito para a caldeirada
Como ninguém e, como novidade,
Quem provar esse manjar de fada...»


«Ria-se, ria. Há-de lamber-lhe os dedos,
Há-de chorar por mais e não rirá...
«– Mas dize lá: como se faz...»
«Segredos!...
Muitos segredos qu'isso tem, verá...


«Vamos. No rio há pouco vento agora.
Eu levo o meu rapaz, e no moliço
Bota-se a rede e é só puxar p'ra fora
Qu'é pescaria que já dá p’ra isso.


*


«Chegamos. Eh! rapaz de mil diabos
Tu lança a rede. Eu desenrolo-a e marco.
Bonda, Manuel, aí. Agarra os cabos...
Lance o senhor a vara e empurre o barco...


«Salte p'ra terra. Anda rapaz! T’aquenha!
E agora é só puxar. Vamos depressa.
Traze a marmita, a bilha d'água, a lenha,
Essa pimenta e o sal que não te esqueça.


*


«– Ricas enguias! Que tainha boa!
Linda manhã com este sol de Maio!
«Eh! Manuel andas c'a tola à toa!
Olh'esse barco qu'anda à rola, raio...


«Acende o lume enquanto amanho o peixe.
Cruze o senhor as varas... Nessa cruz
Pendure essa marmita. Agora deixe...
Há-de fazer-se um jantarão de truz...


«É só temp'rá-Ia bem. Não ficam mal
Miga's de pão. É bom?»
– «Eu nem te conto!
Nunca, na vida, comi cousa igual!
Mais outra malga, meu Francisco...»
«– Pronto.»

Na revista Aveiro e o seu Distrito, n.º 21, junho de 1976