quinta-feira, 30 de junho de 2022

Dia Mundial das Redes Sociais

Celebra-se hoje, 30 de Junho, o Dia Mundial das Redes Sociais, criado pelo site Mashable em 2010. E logo nessa data Portugal se associou.
Não tenho dado conta de grandes acontecimentos à volta do tema na região em que vivo, mas a importância do assunto é reconhecidamente pertinente.
Tanto quanto vou sabendo, a grande maioria das populações usa as Redes Sociais para os mais diversos fins, tanto no âmbito profissional, social e cultural, mas também para diversão. E se uns procuram o lado positiva que as mesmas oferecem, não faltam os que brincam com coisas sérias, lesando indiscriminadamente os incautos.
Pelo meu lado, uso a Blogosfera há 18 anos, o Facebook e o Twitter, mas ainda o Instagram, entre outras redes, que me permitem encontrar e reencontrar amigos há muito tempo esquecidos. No fundo, aposto sempre pela positiva.

XXXVII Festival Nacional de Folclore

GAFANHA DA NAZARÉ
Jardim 31 de Agosto
9 de Julho

Etnográfico da Gafanha da Nazaré (Foto de arquivo)

Com organização do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (GEGN), vai realizar-se o XXXVII Festival Nacional de Folclore no dia 9 de Julho, no Jardim 31 de Agosto, com a participação de quatro instituições convidadas: Grupo Regional da Lagoa da Palha, Palmela; Grupo Folclórico e Etnográfico de Recardães, Águeda; Rancho Folclórico de São Martinho de Mancelos, Amarante; e Rancho Folclórico de São Martinho, Castelo de Paiva.
Depois de dois anos sem festas, por imposição do confinamento decretado pelo Covid-19, o GEGN retoma a organização dos festivais, na esperança de que não haja mais interrupções por motivos semelhantes. E pede a todos os amantes da cultura popular que marquem presença na data indicada, para todos sentirmos o prazer de conviver e de estarmos unidos, depois da pandemia.
Entretanto, podemos informar que durante dois anos o GEGN conseguiu manter, no cumprimento rigoroso das regras do confinamento estabelecidas, algumas atividades, nomeadamente, ensaios de músicas. Para além disso, a direção promoveu a organização de processos e digitalização do património do Etnográfico na plataforma da Federação do Folclore Português.
No dia 9 de julho, o Festival Nacional de Folclore terá início na Casa Gafanhoa com entrega de lembranças e palavras de boas-vindas, não faltando a visita à casa-museu, que tem estado aberta ao público às quartas-feiras à tarde, mas também nos outros dia da semana, por marcação, o que acontece, frequentemente, a pedido de escolas e instituições particulares de solidariedade social.

F. M.

PROGRAMA


17:00 horas – Receção aos Grupos/Ranchos participantes, na Casa Gafanhoa – Museu
Etnográfico;
17:30 horas – Visita à Casa Gafanhoa seguida da cerimónia de boas vindas e entrega de
lembranças;
18:45 horas – Jantar na EB 2/3 da Gafanha da Nazaré;
21:30 horas – Início do Festival.

terça-feira, 28 de junho de 2022

TEMPOS DE TURISMO - Ovos Moles de Aveiro

 
Em tempos de turismo, é bom lembrar o que há de importante nas nossas terras. Nós sabemos que os turistas chegam com pressa e ânsia de ver tudo e mais alguma coisa, mas é impossível chegar a todo o lado. Em Aveiro, por exemplo, não costumam passar do centro da cidade e aí os Ovos Moles tem um sabor especial. Podem dar uma volta num moliceiro, mas logo virão os doces típicos da cidade dos canais.

Um soneto de José Régio para meditar



IGNOTO DEO

Desisti de saber qual é o Teu nome,
Se tens ou não tens nome que Te demos,
Ou que rosto é que toma, se algum tome,
Teu sopro tão além de quanto vemos.

Desisti de Te amar, por mais que a fome
Do Teu amor nos seja o mais que temos,
E empenhei-me em domar, nem que os não dome,
Meus, por Ti, passionais e vãos extremos.

Chamar-Te amante ou pai... grotesco engano
Que por demais tresanda a gosto humano!
Grotesco engano o dar-te forma! E enfim,

Desisti de Te achar no quer que seja,
De Te dar nome, rosto, culto, ou igreja...
– Tu é que não desistirás de mim!

José Régio

RIA DE AVEIRO vista por Frederico de Moura


(...)
Em certas manhãs, doiradas pelo sol nascente, a Ria parece toda um espelho onde, apenas, um trémulo de evaporação – ténue e vibrátil – põe um vestígio de movimento ritmado.
E, então, os malhadais, os montes de sal, os palheiros exíguos e pintados a zarcão, duplicam-se, invertidos, nas águas quietas onde, de vez em quando, uma gaivota, maleabilíssima e ágil, raspa uma tangente quase imperceptível.
As pálpebras cerram-se sobre a pupila magoada por esta duplicação da luz que se remira no espelho da água e, no silêncio inundado de sol, o chap chap de uns remos, ou o golpe da ponta de uma vara que empurram o barco que desliza, põem uma nota fugidia de onomatopeia.
Um homem de músculos individualizados – como num quadro mural de anatomia – corre sobre a borda de uma bateira mercantel como se andasse sobre o asfalto de uma avenida. Visto de longe, recortado na luz diáfana da manhã que lhe aviva as linhas e delimita os contornos, não sabe a gente se tem na frente um ginasta, se um bailarino. Os pés parece que não pisam e os movimentos de vaivém, desembaraçados e leves, semelham passos coreográficos.»

Frederico de Moura
"Aveiro e o seu Distrito", n.º 5, junho de 1968

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Liberdade para quê?

Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO de domingo

Os nossos apetites desregrados manifestam-se sobretudo no desejo de ser cada vez mais rico, alimentando todo o tipo de desigualdades. Esta concentração do egoísmo é a negação mais vistosa do espírito cristão.

1. Quem vai à Missa nunca vai sozinho, vá ou não acompanhado, e sabendo que vai encontrar muita gente de quem desconhece as motivações mais íntimas, mas na convicção de que é o mesmo Espírito Santo que a todos convoca. Por outro lado, não há um Espírito Santo da Missa e outro do quotidiano.
Quando digo que ninguém vai sozinho, é por um simples pressuposto. Vai com todos os seus problemas que já não são os de uma sociedade marcada pela religião. Transporta, em si mesmo, o mundo secularizado, onde descobriu várias maneiras de encarar a vida e o seu sentido. Por isso, mesmo ouvindo a leitura dos mesmos textos, cada pessoa faz sempre a sua interpretação que pode não coincidir com a dos outros participantes. Actualmente, quem faz a homilia presta um serviço de interpretação dos textos, marcado pelos acontecimentos da semana, pela sua cultura bíblica e profana, supondo que conhece o que as pessoas procuram e o que ele tem a oferecer. Melhor seria que, em cada semana ou periodicamente, houvesse um encontro com representantes das diferentes tendências e preocupações, para não ceder à manipulação dos que participam na Eucaristia.

domingo, 26 de junho de 2022

A NOSSA GENTE: Manuel Maria Bolais Mónica


Em edição especial da coleção NOSSA GENTE Biografias, da CMI, saiu um livrinho que informa o essencial de um homem que muito deu à Gafanha da Nazaré e seu povo, mas também à nossa região. Trata-se de um trabalho sobre Manuel Maria Bolais Mónica, fruto das pesquisas do docente universitário António Vítor N. de Carvalho, que merece ser lido e apreciado, não só por o autor ter sublinhado a importância da arte e saber do Mestre ao nível da Construção Naval, mas também pela sua intervenção social, na defesa dos interesses da nossa terra.
Na apresentação do livro, o autarca ilhavense, João Campolargo, diz que Mestre Mónica “transformou o seu estaleiro na Gafanha da Nazaré numa escola de mestres qualificados para todo o país”, mantendo vivo “um legado de inteligência e intuição, engenho e perícia, confiança e ousadia, que se quer inspirador e mobilizador”.
Por sua vez, o autor do livro recorda o legado transmitido geracionalmente pelo Mestre, de “Carpinteiro de Ribeira” a Mestre da arte da Construção Naval.
Vítor Carvalho sublinha nos diversos capítulos o regresso de Manuel Maria Bolais Mónica ao concelho de Ílhavo, o seu contributo para a reestruturação corporativa da frota bacalhoeira, a sua passagem de mestre a artista, de empreendedor a industrial, mas ainda o cidadão, o empregador e o homem.

F. M.