sábado, 14 de maio de 2022

O perdão e a génese do religioso

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

 Deus é aquele que ama. Deus está do lado da Humanidade. Deus criou não para a sua maior honra e glória, mas para a alegria e a realização plena dos homens, das mulheres, dos jovens, das crianças.

Pergunto-me a mim próprio se a maior revolução na história das religiões não está naquela ordem que Jesus, na continuidade dos profetas, essas figuras colossais da História, coloca na boca de Deus: "Ide aprender o que isto quer dizer: "Eu não quero sacrifícios, eu quero justiça e misericórdia"."
Por princípio, nas diferentes religiões, uma das componentes essenciais é precisamente o sacrifício a oferecer à divindade. E degolam-se cordeiros, vitelos, bois, pombas, cabritos. Mesmo pessoas humanas foram sacrificadas. Quem não se lembra do terror de Isaac, o miúdo carregando com a lenha do sacrifício, desconhecendo que a vítima era ele próprio? Também por princípio, só os sacerdotes podem oferecer sacrifícios. Há quem afirme que no tempo de Jesus, serviam no Templo de Jerusalém uns 20.000 sacerdotes e levitas - os levitas eram uma ordem inferior de clérigos, que ajudavam os sacerdotes em vários serviços, como apresentar os animais e a lenha para o altar.

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Em hora de ócio

 

Relva aparada é  convite ao ócio. Cadeira de praia à altura da hora da digestão, protegido pela sombra de um arbusto, tive tempo, mais que tempo, para olhar o céu límpido. A paisagem não me deixou dormir. E nunca me cansei. Bom fim de semana para todos.

Amai-vos uns aos outros como eu vos amei

Reflexão de Georgino Rocha para o Domingo V da Páscoa

“A família é o santuário da vida e do amor, lugar da manifestação de «uma grande ternura, que não é a virtude dos fracos, antes pelo contrário denota fortaleza de ânimo e capacidade de solicitude, de compaixão, de verdadeira abertura ao outro, de amor. Não devemos ter medo da bondade, da ternura» ”

Jesus, ao despedir-se dos discípulos, deixa-lhes em testamento o "mandamento novo: «Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei»". Este mandamento é uma síntese da Sua vida e um estatuto da comunidade cristã chamada a concretizar o projeto de Deus. Jo 13, 31-33a. 34-35
A recomendação feita por Jesus tem “sabores” muito ricos e plurais: testamento vital, espelho do amor mútuo a Deus seu Pai, núcleo fundamental e dinamismo permanente da comunidade cristã, credencial do testemunho dos discípulos, força e imperativo de humanização qualificada de toda a sociedade. Os momentos cruciais da vida de Jesus entram na “recta” final. É hora de abertura total, de confidências, de comunicação de “últimas” vontades. E o amor surge com toda a sua energia e amplitude. É um amor de entrega, de serviço, de perdão, de doação. A atestá-lo está a ceia de despedida, o lava-pés, o episódio de Judas.

quinta-feira, 12 de maio de 2022

AVEIRO na revista ILUSTRAÇÃO


Revista ILUSTRAÇÃO: 3.º ANO, NÚMERO 64, PREÇO 4$00, Lisboa, 16 de Agosto de 1928. Ilustração de Cunha de Barros.

Curiosidade: No interior da revista não há qualquer referência à nossa região. Jornalismo de outros tempos.

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Princesa Joana, na noite anterior ao seu falecimento

No dia 11 de maio de 1490, já noite avançada, a Princesa  Joana reuniu à volta do seu leito as religiosas do Mosteiro de Jesus, despedindo-se de todas e pedindo-lhes perdão de qualquer ofensa que dela tivessem. Estiveram ali também os bispos de Coimbra e do Porto e o prior do Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia.

Nota publicada no Correio do Vouga, 
semanário da Diocese de Aveiro

terça-feira, 10 de maio de 2022

Há 550 anos veio para Aveiro a Princesa Joana


O nosso Bispo, D. António Moiteiro, lembra, no convite enviado ao clero da diocese de Aveiro para as celebrações alusivas à Festa da nossa padroeira, 12 de Maio, que vamos comemorar os 550 anos da vinda da Princesa Joana para Aveiro. E sublinha do Memorial:

“Aos trinta dias do mês de julho chegou a senhora infanta dona Joana nossa senhora a esta vila de Aveiro com el-rei dom Afonso seu pai e o príncipe dom João seu único irmão e com sua tia a senhora dona Filipa, filha do infante dom Pedro, irmã de sua mãe. Aos quatro dias do mês de agosto do ano do Senhor de mil quatrocentos e setenta e dois, entrou a dita senhora princesa a senhora infanta dona Joana nossa senhora neste mosteiro de Jesus.”

A celebração eucarística será às 10 horas na Sé de Aveiro, para a qual o nosso Bispo convida os aveirenses e devotos de Santa Joana.

segunda-feira, 9 de maio de 2022

Modas de antigamente

Do livro "As mulheres do meu país"
de Maria Lamas


Quando ando sem compromissos, volto aos meus livros cuja leitura me dá prazer. "As mulheres do meu país" vem à baila frequentemente. Desta vez, para sublinhar as modas de há uns 80 anos. Os chapéus de palha, tão em uso naquele tempo, evitavam que o sol do Verão queimasse a tez, que o rosto branco era mais fino. E os canos nas pernas? Hoje, toda a gente vai para a praia para se queimar um pouco. Antigamente era chique ter as pernas branquinhas. O chapéu, os canos e até as meias cumpriam a sua missão. Uma tem as mangas arregaçadas, mas era normal cobrirem os braços. Como mudam as modas!