sexta-feira, 13 de novembro de 2020

PICASSO NO MEU SÓTÃO


Tenho um Picasso em casa. Aí está uma fotografia com as suas cores claramente definidas. Eu gosto muito dele, mas não está à venda. Foi oferta da minha filha, há bons anos. Não é uma litografia nem coisa parecida. Muito menos uma serigrafia. É simplesmente um azulejo. Mas que é bonito, lá isso é.

DIA MUNDIAL DA BONDADE



Para começar o dia, sexta-feira, 13, nada melhor do que celebrar a BONDADE. Sim! Hoje é o Dia Mundial da Bondade. Foi em 1998 que teve lugar em Tóquio a primeira conferência do Movimento Mundial pela Bondade, mas, curiosamente, fala-se mais disso, entre nós, na época do Natal. E afinal o que é que se pretende? Coisa simples: que todos contribuam para reavivar no mundo o sentido de bondade das pessoas, nesta sociedade tão carente de afetos, de ternura, de paz.
Diz a minha fonte que importa cultivar este sentimento por tantos de nós esquecido para sentirmos uma felicidade tranquila e sedutora. Uma palavra amiga, um obrigado a cada instante das nossas relações, um sorriso, um gesto carinhoso e a oferta de uma flor, por exemplo, são sinais concretos de que sabemos ser bons. Por esta forma,  estaremos a plantar raízes da cultura da BONDADE.

RESPONSÁVEIS E ACTIVOS

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XXXIII do Tempo Comum


 
Juízo severo, sentença drástica. Quem o poderia imaginar? (Mt 25, 14-30) O desfecho da parábola dos talentos é surpreendente, desconcertante. O “chamado” servo mau não faz mais do que proceder de acordo com as regras do tempo e do modo de ser do seu patrão: aceita o encargo, guarda com cuidado o talento e apresenta-o, sem desfalque, no regresso do senhor, acompanhando a entrega com uma justificação plausível. O seu comportamento está motivado pelo modo de ser do patrão: ter medo de quem é severo, saber de antemão que não pode falhar, pois ele quer colher onde nada semeou. Por isso manteve a rotina e fez como era hábito: escolher um local seguro, enterrar cuidadosamente o objecto recebido, gravar na memória esse local e, tranquilo, descansar aguardando o momento da reposição. 
A sentença aponta a novidade da mensagem a viver e transmitir: importa mais a atitude do que o resultado, o risco do que a segurança, o investimento do que a poupança, a abertura aos outros do que o encerrar-se sobre si mesmo, o uso responsável da liberdade do que a obediência servil e tacanha. Como se verifica nos servos bons e há-de verificar em nós, se formos fiéis.. 
“A identidade cristã, afirma Tomás Halik, teólogo Checo, não está enraizada no imobilismo, mas sim no movimento do Espírito que atua na história para conduzir os discípulos de Jesus cada vez mais fundo na plenitude da verdade… O que eu peço é uma cultura do discernimento espiritual e a promoção daqueles valores que levam ao coração do Evangelho e a uma resposta corajosa e criativa aos “sinais dos tempos. 

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

OUDINOT - A PINTURA QUE NÃO FIZ


De uma passagem breve pelo Jardim Oudinot. Não é tempo de multidões, mas de silêncios sentidos. 

GONÇALO RIBEIRO TELLES CONTINUARÁ ENTRE NÓS


Gonçalo Ribeiro Telles morreu ontem. Tinha 98 anos. Morreu, mas o seu exemplo continuará vivo entre nós. A comunicação social não deixará de traçar o seu percurso cívico, profissional e humano. Assinalo aqui o facto porque tinha por ele uma grande admiração desde que passei a conhecê-lo, concretamente depois do 25 de Abril. Cativavam-me a sua serenidade e o seu testemunho enquanto cidadão interventivo em várias frentes. Mas ainda a sua teimosia na defesa daquilo que mais o preocupava ao nível do ambiente e do planeamento do território, que não podia deixar de ser projetado com perspetivas de longo prazo. Monárquico convicto, sabia conviver e respeitar os cidadãos dos mais diversos quadrantes. 
As marcas do seu testemunho cívico deixaram raízes que hão de perdurar entre os portugueses de bom senso. São estes os meus votos.  

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

CHAFARIZ SÓ PARA VISTA

 

Este chafariz, bem perto do Farol da Barra, Gafanha da Nazaré, está por ali desde que tenho memória. Tinha uma bica de água que o pessoal saboreava para se refrescar, sobretudo em tempo de canícula. Como a placa indica, é Património do Estado, o que significa que não tem "dono" por perto. A sair pela ameia do "castelo" há uns arbustos que, decerto, foram semeados pelo vento e regados pela chuva. Só falta a água a sair da torneira, mas até talvez nem se justifique, porque a água está cara. E quem tiver sede pode passar pelos cafés e bares que os há em abundância. 

DIA DE SÃO MARTINHO




Apesar de não estarmos em maré de festas, por razões sobejamente conhecidas, resolvemos celebrar ontem, por antecipação, o Dia de São Martinho de Tours, que foi militar, monge e santo católico, tendo vivido entre 316 e 397. Foi simples: Nós e dois filhos jantámos com toda a simplicidade e comemos castanhas assadas, regadas com jeropiga. Respeitámos as regras da pandemia: máscaras que tirámos apenas na hora da refeição, distanciamento à mesa, e não só, e nada de abraços, beijos e outros afetos ou mimos... Com os outros filhos faremos o mesmo num outro momento. Está combinado. 
São Martinho ficou famoso por ter partilhado a capa que o agasalhava do frio de há séculos, que seria sensivelmente igual ao de hoje, com um mendigo. E diz a estória que, de repente, o frio desapareceu. Então, continua a estória, ficou registado que neste dia teríamos sempre o Verão de São Martinho, em jeito de homenagem a quem olhou com amor para o pobre. Enquanto estou a escrever esta nota está por aqui uma temperatura amena. 
Bom dia de São Martinho  para todos, com ou sem castanhas assadas e jeropiga.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

PONTOS E PONTES DE ACESSO


NOTA: Não faltam oportunidades para ficarmos a conhecer marcas identitárias das nossas terras e suas gentes. Há sempre algo a descobrir e a divulgar, sendo certo que a aprendizagem nunca terá um termo. E quando se vive num ambiente de partilha, tudo será mais fácil. 

UM POEMA DE MIGUEL TORGA



A LARGADA

Foram então as ânsias e os pinhais
Transformados em frágeis caravelas
Que partiam guiadas por sinais
Duma agulha inquieta como elas...

Foram então abraços repetidos
À Pátria-Mãe-Viúva que ficava
Na areia fria aos gritos e aos gemidos
Pela morte dos filhos que beijava.

Foram então as velas enfunadas
Por um sopro viril de reacção
Às palavras cansadas
Que se ouviam no cais dessa ilusão.

Foram então as horas no convés
Do grande sonho que mandava ser
Cada homem tão firme nos seus pés
Que a nau tremesse sem ninguém tremer.

Miguel Torga

NOTA: Poema publicado no meu blogue há dez anos

PAISAGEM EXÓTICA

Pintura a óleo sobre placa de madeira. Oferta de uma amiga cuja memória hoje evoco. Vejo-a todos os dias quando entro no meu sótão.