domingo, 12 de janeiro de 2020

A pessoa e a dinâmica religiosa (1)

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias


"O Homem é o animal que pergunta pelo seu ser e pelo ser. A razão humana não cria a partir do nada."

O que é a religião? O que deve entender-se por pessoa religiosa? Onde se fundamenta a religião? Qual é o dinamismo que está na base das religiões? Porque há religião/religiões?
Toda a religião tem que ver com a ética e também com a estética. Hegel viu bem quando afirmou que a arte, a religião e a filosofia estão referidas ao Absoluto. A pergunta é, como escreveu o filósofo J. Gómez Caffarena, se a ética, a estética e a filosofia acabarão por absorver a religião, como já insinuava Goethe: "Quem tem arte (e moral e filosofia) tem religião; quem a não tem, que tenha religião."
Segundo Lucrécio, "o medo criou os deuses". Desde então, isso tem sido repetido, acrescentando a ignorância e a impotência, de tal modo que, com o avanço da ciência e da técnica, a religião acabaria por ser superada e desaparecer. Será, porém, verdade que na génese da religião estão o medo, a ignorância e a impotência? Ninguém poderá negá-lo. A questão é saber se esses são os únicos e decisivos factores e de que modo actuam.
De facto, não é a limitação enquanto tal que está na base da religião, mas a consciência da limitação. Na consciência da finitude, que tem a sua máxima expressão na consciência da mortalidade, o homem transcende o limite e articula um mundo simbólico de esperança de sentido último e salvação. Como disse Hegel, a verdade do finito encontra-se no Infinito, e Kant viu bem ao referir a religião à esperança de um sentido final. Segundo ele, o interesse da filosofia pode reduzir-se às seguintes perguntas: "O que posso saber? O que devo fazer? O que me é permitido esperar? O que é o Homem? À primeira pergunta responde a metafísica, à segunda a moral, à terceira a religião e à quarta a antropologia." Assim, é possível que a ciência e a técnica obscureçam a força do apelo religioso. Mas, permanecendo a finitude e a sua consciência, há-de erguer-se sempre a pergunta pelo Fundamento e Sentido últimos.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Ria de Aveiro - Um desafio para a nossa imaginação


De qualquer recanto, postado a olhar o horizonte ou de passagem, no carro em andamento, é sempre possível registar um panorama como este. À falta de tema para este dia, apesar do que vai pelo mundo e pelo país, mas também do que acontece à nossa porta, partilho esta fotografia, captada do banco ao lado da condutora, a caminho de Aveiro. 
Bom fim de semana. 

Fernando Martins

Museu Marítimo de Ílhavo com mais visitantes

De Faina Maior

O Museu Marítimo de Ílhavo encerrou o ano 2019 com o maior número de visitantes da sua já longa história. De janeiro a dezembro visitaram o museu 88 903 pessoas, no qual se inclui o Navio-museu Santo André. Garantem os serviços da CMI que se confirma a tendência de alargamento de públicos, num crescendo assinalável nos últimos anos. O MMI, já com projeção que ultrapassa, há muito, os limites regionais, merece ser visitado por possuir um acervo que retrata com fidelidade as nossas tradições marítimas.

Ler mais aqui 

Do Rio Jordão para o Mundo

Reflexão de Georgino Rocha 
para a Festa do Baptismo do Senhor


«Após o baptismo, Jesus sai das águas, abrem-se os céus, desce o Espírito de Deus e ouve-se uma voz celeste que faz a apresentação solene do “estatuto” de Jesus. Tudo tão simples!»

Chegado da Galileia, Jesus põe-se na fila dos pecadores que, no Jordão, aguardam a sua vez para serem baptizados por João. Este gesto tem um sentido profundo e dá origem à mais bela manifestação de Jesus. Com efeito, realça a solidariedade humana assumida, ao nascer, como um de nós e provoca a declaração solene da Voz celeste: “Este é o Meu Filho muito amado”. Condensa e desvenda a identidade original de Jesus. Mt 3, 13-17
O baptismo é a festa desta maravilha surgida nas águas do Jordão e agora anunciada e celebrada no baptistério de todas as comunidades cristãs. Os intervenientes e as circunstâncias são especiais, mas comungam da mesma humanidade que nós. No entanto, o baptismo cristão tem originalidade própria que advém de ser feito em nome de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, Deus que Jesus ressuscitado manifesta de modo singular. E não podemos deixar que se perca ou desfigure esta originalidade.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Da aparente morte, brotará a esperança




Da aparente morte de um cato, brotará a esperança da sua luta pela vida com dignidade. E vai acontecer... Será a sua ressurreição. O tronco, com ramificações, espera tão-só, creio eu, que de botânica pouco sei, sinais de primavera. Da primavera, que já está nos horizontes de cada um nós, virá a seiva da vida rejuvenescida. Daqui a uns três meses falaremos.

MARIA vai cuidar da nossa laguna...

Foto do meu arquivo


O Movimento de Amigos da Ria de Aveiro (MARIA) passou a ser, por escritura pública registada no cartório Notarial de Aveiro, uma associação sem fins lucrativos, com sede na Costa Nova do Prado. A escritura foi subscrita pelos três primeiros associados do núcleo inicial dos 70 associados-fundadores: Paulo Ramalheira, João Senos da Fonseca e Virgílio Monteiro. 
A Ria, com a sua beleza e magia, mas também com a sua riqueza, vai poder contar com um Movimento atento e conhecedor de tudo o que ela representa e deve merecer de todos nós: respeito, vigilância, fruição, divulgação e atenção às suas necessidades. Parabéns pela determinação do MARIA.

Um sonho apesar do inverno

(Foto do Google)

Apesar do inverno, com chuva e muito frio, se eu tivesse pernas, gostaria de poder sentar-me para apreciar um panorama mágico, como decerto fez aquele casal. Ar puro, horizontes largos, pedras milenares, arbustos semeados pelos ventos, silhuetas desafiantes, um azul envolvente e um prazer indescritível. Fico-me pelo sonho.