domingo, 27 de janeiro de 2019
sexta-feira, 25 de janeiro de 2019
Cantar dos Reis apesar do frio
No respeito pela tradição, que ainda não conseguimos localizar na história da região, recebemos hoje o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, que nos honra anualmente com o Cantar dos Reis.
Ao ouvir os cânticos que nos trouxeram, com vozes e instrumentos afinados, que bem sabemos trautear desde há muito, ficou-nos o consolo de recordar outros formas de alegria. E com eles, saltaram para o presente as mesmas melodias que grupos informais nos ofereciam em troca de umas moedas para uma festança entre os seus membros.
Quando o GEGN oficializou o Cantar dos Reis, ou Janeiras, como memória a preservar, nos seus reportórios, senti um certo alívio, pois esse gesto traduz uma garantia muito meritória, que beneficiará futuras gerações. Oxalá que o Etnográfico por cá venha muitos anos, que sempre o receberemos com gosto.
Eu tenho dias...
Não sei se os meus amigos, no ativo ou na reforma, têm sempre vontade de fazer coisas nas horas que se espalham entre o levantar e o deitar. Eu tenho dias… Ora me apetece cirandar à volta dos tachos, na cozinha, está bem de ver, ora me apetece fugir dela a sete pés. Ora me apetece ler, e tenho imensas coisas mesmo à minha frente à espera, ora fico pasmado numa modorra terrível. Ora me apetece escrever, e há tanto para dizer, ora fujo do PC como o diabo da cruz. Ando assim. À mão, mesmo com canetas e esferográficas de alguma ou boa qualidade, nem pensar.
Tenho dias de olhar para as janelas, de me aventurar numa curta saída, de trocar impressões com quem chega, mas logo sonho com a comodidade da minha tebaida, com o silêncio, com certa solidão tantas vezes apetecida. Julgo que será do frio, da chuva irritante, da humidade, das pessoas enchouriçadas com os agasalhos, dos olhares tristes, sei lá!
Ou então serei eu o culpado de não ter imaginação para aceitar o tempo que nos é dado viver. Amanhã será outro dia.
Bom fim de semana.
Fernando Martins
Reflexão de Georgino Rocha: Olhos fixos em Jesus
"O Evangelho é a proclamação do amor
com que somos amados"
Jesus regressa a casa, após a sua primeira viagem missionária na Galileia. Fora uma experiência rica, de que se destaca a visita a aldeias e o encontro sanador com pessoas, o baptismo no rio Jordão e a permanência no deserto, onde se debate com tentações diabólicas que “atingem” as suas opções para realizar a missão de que se sentia portador. A reacção popular fora muito positiva. O seu nome torna-se conhecido e a fama apreciada. “Era elogiado por todos”. Jesus volta da Galileia, com a força do Espírito, que se havia manifestado no seu baptismo.
Lucas, o autor do relato, não nos deixa referências à partilha de episódios e de vivências com a família. Quer centrar a narração na ida à sinagoga de Nazaré, evitando essas curiosidades. Por isso refere a abrir a cena: “Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-se para fazer a leitura”. Vamos seguir o desenrolar da celebração protagonizada por Jesus, detendo-nos em pontos-chave para a nossa participação litúrgica.
As leituras de hoje trazem-nos à memória com grande vigor e clareza a realidade admirável da assembleia do povo reunido para celebrar a fé e viver a missão. A primeira relata a que se realizou no tempo de Esdras e Neemias, em Jerusalém, no largo em frente da Porta das Águas, cinco séculos antes da nossa era; a segunda é de uma beleza rara e descreve o que é a Igreja, visualizando a função de cada de nós e recorrendo à composição do corpo humano. “Assim como o corpo é um só e tem muitos membros e todos os membros do corpo, apesar de numerosos, constituem um só corpo, assim também sucede em Cristo”. E São Paulo exorta os cristãos a que reconheçam os dons recebidos e os coloquem ao serviço de Deus na comunidade e nos espaços onde vivem.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2019
Dia Mundial da Liberdade: 23 de janeiro
Quando se fala de liberdade, logo a associamos ao 25 de Abril de 1974. Realmente, até aí, não tínhamos a ideia exata do que era isso. As pessoas mais politizadas, isto é, com o conhecimento do que era um país democrático, onde cada cidadão tinha o direito e a obrigação de escolher os que haveriam de governar o país, com partidos políticos a apresentarem diversos conceitos de governação, podendo o povo, também, exprimir-se livremente, essas lutaram com coragem para que a ditadura fosse erradicada de uma vez por todas. E surgiu o 25 de Abril. Mas hoje, queremos tão-só abordar o assunto da Liberdade, um dos conceitos em que se apoia a Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada em 10 de dezembro de 1948.
O Dia Mundial da Liberdade foi criado em 23 de janeiro pela ONU e proclamado pela UNESCO, com o objetivo de promover o direito de cada pessoa poder fazer as suas escolhas, planear o seu futuro e determinar as suas opções de vida, sem constrangimentos de qualquer ordem. Importante se torna, contudo, não confundir liberdade com libertinagem, porque a liberdade pressupõe, inevitavelmente, a obrigação de se respeitar a escolha, o projeto e a opção de cada ser humano.
Fernando Martins
terça-feira, 22 de janeiro de 2019
Só hoje o balanço do ano no Pela Positiva
Não é muito fácil fazer o balanço do ano relativo ao meu blogue Pela Positiva. Foram 646 textos que publiquei, meus e dos meus amigos e colaboradores, a quem agradeço tanta generosidade. Mas também editei notas de organizações e serviços, de instituições e de pessoas que admiro, sobretudo ligadas ao mundo das artes, da espiritualidade e da cultura em geral. E aqui ficaram testemunhos de gente simples, de quem pouco se fala, mas que tanto me ensinaram no dia a dia.
Uns dias mais cheios que outros, mas sempre com o pensamento em manter viva esta forma extraordinária de partilha com muitos visitantes dos mais diversos cantos do mundo, conhecido e desconhecido.
Durante 2018 fiz amizades, cultivei o gosto pelo desafio de uma intervenção dinâmica na sociedade, alimentei o prazer de apostar em atitudes pela positiva, de forma a afugentar pessimismos, desgostos de alguns, tristezas de tantos, mas também quis, e julgo que o consegui, dentro das minhas possibilidades, motivar alegrias, aplaudir vitórias, valorizar conquistas, mostrando à evidência que a vida, afinal, vale a pena ser vivida. E terei alimentado inimizades? Não tenho consciência disso. Se tal aconteceu peço desculpa.
Poesia, crónicas, postais ilustrados, reportagens, política, livros, religião, espiritualidade, fotografia, vídeos, saberes, sabores, gostos, desgostos, gente da nossa terra, pessoas notáveis e simples, música, tradições, artistas, pintura, solidariedade, denúncia de injustiças, caridade, gestos de paz, protestos necessários, defesa dos marginalizados e dos feridos da vida, elogios a quem mereceu, viagens, sonhos, ilusões, anseios e projetos… De tudo um pouco aqui ficou, na esperança de que sirva a alguém, a começar por mim próprio.
Como não podia deixar de ser, vou continuar no Pela Positiva, enquanto tiver saúde e a amizade de tantos amigos e colaboradores. E a minha Lita, a quem por vezes falho na ajuda que lhe devo, saberá compreender.
Fernando Martins
As bodas de Caná oferecem pistas para a missão diaconal
Celebração do Dia do Diácono
na Gafanha da Nazaré
na Gafanha da Nazaré
Presidência da Eucaristia |
Navio-museu Santo André |
Jorge Rocha e filhos junto à campa do diácono Carlos Merendeiro |
Diácono Simões e esposa na campa de Emanuel Caçoilo |
Os diáconos permanentes da Diocese de Aveiro celebraram no
domingo, 20 de janeiro, o Dia do Diácono, na Gafanha da Nazaré, num ambiente de
convívio e reflexão, com um toque cultural, sob os auspícios de São Vicente, que
adotaram como seu padroeiro e cuja festa ocorre a 22 do mesmo mês. Participaram
os que puderam, com suas esposas. Ainda participou Jorge Rocha, filho do
falecido diácono permanente Carlos Merendeiro, com sua esposa e filhos.
O prior da Gafanha da Nazaré, padre César Fernandes, que
presidiu à Eucaristia, concelebrada também pelos padres José Manuel Pereira e
João Sarrico, sublinhou o contributo dos diáconos permanente em favor das comunidades
cristãs, reforçando a ideia de que “não podem regatear esforços, cada um com os
seus dons e carismas”, para bem da Igreja de Jesus Cristo.
No cemitério da Gafanha da Nazaré, foram recordados os
diáconos permanentes já falecidos, Carlos Merendeiro e Emanuel Caçoilo, com uma
curta mas significativa cerimónia, proporcionada pelo padre José Manuel
Pereira, responsável pelo diaconado permanente na Diocese de Aveiro, em
representação do nosso Bispo, seguindo-se a deposição de ramos de flores nas campas
dos restos mortais dos saudosos diáconos, que de forma tão expressiva se deram
às comunidades que serviram
Partindo do episódio das Bodas de Caná, com “Maria, a Mãe de
Jesus, atenta a tudo o que ocorre”, o padre Georgino Rocha, que acompanhou a
formação dos diáconos permanentes da Diocese de Aveiro durante cerca de 30
anos, destacou, em mensagem que enviou para esta celebração, a atitude dos “servos da mesa”, cujo serviço coincide com a
missão dos diáconos nos tempos que vivemos. Assim: Aceitam a intervenção de uma
mulher [Maria], “que não era usual entre os judeus”; acreditam no que ela diz,
“pois Jesus era ainda um desconhecido”; ouvem e acolhem a nova orientação que
lhes é dada; obedecem fielmente, ”apesar de terem de fazer trabalho
suplementar”; são testemunhas da ação de Jesus, “perante o chefe responsável
geral do protocolo”; e colaboram de forma discreta na resolução do problema, ”pois
sem água não havia vinho novo, o da alegria da festa nupcial”.
Da parte cultural, destacamos a apresentação de alguns dados
históricos referentes à Gafanha da Nazaré, nomeadamente, as origens do
povoamento, a criação da freguesia e paróquia, em 1910, e, posteriormente, a
elevação a vila e cidade. Mas também a inauguração da igreja matriz, em 14 de
janeiro de 1912, e as obras de remodelação por que passou, bem como a fé dos
gafanhões, profundamente mariana. Ainda foram indicados locais a visitar, como
o Farol, o Forte da Barra e o Jardim Oudinot, entre outros monumentos. E o
encontro dos diáconos encerrou com uma visita guiada ao Navio-museu Santo
André, símbolo muito expressivo da pesca do fiel amigo, construído em 1948, na
Holanda, por encomenda da EPA (Empresa de Pesca de Aveiro), tendo sido um campeão
da pesca do bacalhau, sob o comando do capitão São Marcos, recentemente
falecido.
O almoço foi servido na Casa José Engling, que nesta mesma
data celebrou o 34.º ano da sua inauguração. O ambiente acolhedor mostrou que
aquele recanto da nossa diocese é, realmente, um lugar onde é bom estar.
Fernando Martins
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