quinta-feira, 12 de julho de 2018

Rádio Terra Nova completa 32 anos de vida


A Rádio Terra Nova (RTN) começou como “rádio pirata” em 12 de julho de 1986, num período de condescendência legal. Este período durou até 31 de dezembro de 1988. A 26 de março de 1989, domingo de Páscoa, reiniciaram-se as emissões… Completa hoje, portanto, 32 anos de existência, o que é de louvar, conhecendo-se as dificuldades de sobrevivência dos órgãos de comunicação social. 
Porque sabemos isso, não podemos deixar de aplaudir a Terra Nova pelo aniversário, mas também pela coragem de quem a dirige e de quem nela trabalha. Ainda aplaudimos os que colaboram e a apoiam, direta ou indiretamente. Destaco, contudo, os fiéis ouvintes, que os há, em várias paragens da terra, graças às altas tecnologias da informação, capazes de ultrapassar todas as barreiras do ciberespaço. 
Saúdo Vasco Lagarto, o qualificado responsável desde a primeira hora, mas ainda Carlos Teixeira e Fernando Martins (filho), as vozes com mais anos a levarem as notícias das nossas terras e gentes até aos mais recônditos cantos do globo, mitigando as saudades dos  emigrantes e  viajantes.

O que a noite revela



A noite, quando menos se espera, tira a máscara e deixa-nos ver quase o invisível. Foi assim, há tempos, que captei esta imagem. E confesso que, durante o dia, com sol a luzir, nunca tinha dado conta deste ramo de um arbusto. Mas ele aqui fica, saltando da escuridão para o ciberespaço.

Um poema de Sophia: Fundo do Mar



No fundo do mar há brancos pavores,
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.

Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas,
Baloiça o cavalo-marinho.
Um polvo avança
No desalinho
Dos seus mil braços,
Uma flor dança,
Sem ruído vibram os espaços.

Sobre a areia o tempo poisa
Leve como um lenço.

Mas por mais bela que seja cada coisa
Tem um monstro em si suspenso.



Sophia de Mello Breyner Andresen


quarta-feira, 11 de julho de 2018

“Marolas Ílhavo” para a juventude

Praias da Barra e Costa Nova e Jardim Oudinot 



Entre 13 e 29 de julho, vai decorrer nas praias da Barra e Costa Nova, mas também no Jardim Oudinot, o programa “Marolas Ílhavo”. Oferece inúmeras atividades, em especial à juventude, mas os mais idosos poderão assistir, recordando tempos em que também se divertiam, naturalmente ao sabor de épocas passadas. A organização é da Câmara Municipal de Ílhavo e as ofertas são variadíssimas, para todos os gostos.
Congratulo-me com estas iniciativas, na esperança da adesão em massa dos nossos jovens, tanto mais que há, como todos sabemos, outros convites, aliciantes, que induzem os jovens em erro, levando-os para maus caminhos, que me abstenho de enumerar. 
Felizmente, as autarquias, em geral, estão atentas às necessidades lúdicas, culturais, artísticas, sociais e desportivas das pessoas, o que é de louvar. E é preciso dizer que, nos últimos anos, as câmaras municipais ampliaram significativamente as suas ofertas. Em tempos passados, quase nada disto acontecia.

Smartphone compete com Deus pela tua atenção



«Podem pensar que estou a ser demasiado radical, mas talvez esteja antes a ser realista. Os nossos smartphones estão a consumir exacerbadas quantidades de atenção, e nem sequer nos damos conta disso.

Sherry Turkle é professora no MIT e escreveu um livro sobre o potencial das conversas numa era digital ( Reclaiming Conversation: The Power of Talk in a Digital Age). Nesse afirma que o simples facto de colocar o smartphone sobre a mesa quando duas pessoas estão a conversar torna essa conversa mais trivial e menos envolvente. Diz Turkle que ”o telemóvel simboliza que podemos ser interrompidos a qualquer momento”. Daí que a tendência seja para que os tópicos das conversas se tornem cada vez mais banais onde qualquer interrupção não produz consequências.

De facto, tenho notado isso e, por essa razão, há anos que tenho o smartphone em modo silêncio, e durante anos treinei também a gestão da minha reação quando esse vibra. Uma vez chegou ao ponto da outra pessoa com quem falava ficar mais distraída do que eu.»

Miguel Panão 

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terça-feira, 10 de julho de 2018

A fé pode ajudar nas dificuldades?

Os jovens e o professor que estiveram presos na gruta

«Quando os mergulhadores encontraram os rapazes presos na gruta da Tailândia, todos estavam a meditar. O treinador foi monge budista. Pode a religião explicar como o grupo conseguiu sobreviver?» 

Diversas vezes ouvi e li que a religião pode criar o ambiente propício à vitória da serenidade e confiança sobre o desânimo e as dificuldades. Também poderá ser fator de cura de doenças e angústias. E li hoje que a «crença funciona como uma capa invisível e protetora. A pessoa com fé acaba por criar uma ilusão alternativa que a faz ter a convicção de que poderá estar protegida de certas adversidades, sejam elas naturais ou outra.»

Marta Leite Ferreira escreve no Observador sobre isso.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Domingo do Mar voltado para trabalho indigno e poluição

«Deixo uma palavra particular aos que vivem situações de trabalho indigno no mar, bem como aos que se empenham para libertar os mares da poluição»
Papa Francisco


Pescador no seu bote na pesca do bacalhau
O Papa Francisco associou-se no Vaticano à celebração do Domingo do Mar, 8 de julho, na Igreja Católica, evocando situações de «trabalho indigno» e a poluição dos oceanos. «Deixo uma palavra particular aos que vivem situações de trabalho indigno no mar, bem como aos que se empenham para libertar os mares da poluição». Francisco recordou aos milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro que a Igreja Católica celebra hoje um domingo especial, dedicado aos pescadores e aos trabalhadores do mar, sublinhando que reza por eles e pelas suas famílias, bem como pelos capelães e voluntários do Apostolado do Mar, conforme li na Ecclesia
«Ao celebrar o Domingo do Mar, somos convidados a lembrar aos cerca de 1 200 000 marinheiros de todas as nacionalidades, que professam diferentes crenças, forçados a viver durante vários meses no espaço confinado de um navio, separados de suas famílias e entes queridos, sem poderem participar dos eventos familiares mais importantes e significativos (aniversários, formatura etc.) e estar presente durante os períodos de experiência e dificuldades, como doença e morte», afirmou numa mensagem para aquele domingo o Cardeal Peter A. Turkson, Prefeito do Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral. 
Na mesma mensagem, o Cardeal Peter A. Turkson frisou que «os marítimos desempenham um papel significativo na economia global, transportando 90% de todos os bens que usamos em nossas vidas diárias em todo o mundo». Disse ainda que, por esta razão, «quando oramos por essas pessoas, onde quer que estejam, também queremos expressar a nossa gratidão pelo seu trabalho, pesado e cheio de sacrifícios». 
O Apostolado do Mar, que teve a sua expressão mais significativa no clube Stella Maris, sediado na Gafanha da Nazaré, tinha por princípio celebrar o Domingo do Mar no próprio dia, havendo, durante anos, diversas iniciativas de âmbito espiritual, social e cultural dirigidas aos homens do mar e suas famílias. Contudo, com as mudanças verificadas ao longo das últimas décadas, ao nível das estruturas portuárias, com espaços operacionais em três locais diferentes, ficou limitada a ação do Stella Maris, que foi obrigado a fechar portas. Nestas circunstâncias, importa, a nosso ver, refletir sobre o assunto. 

Fernando Martins