quinta-feira, 26 de março de 2015

Recordações: A Princesa Santa Joana e a sua época

(3.ª edição revista)

João Gonçalves Gaspar, o monsenhor, como todos os aveirenses dos diversos quadrantes o conhecem e tratam, foi, e continua a ser, o mais prolífero escritor e divulgador de Santa Joana, padroeira da cidade e diocese de Aveiro. Direi até, sem medo de errar, que os seus trabalhos têm sido a principal fonte de quem estuda e deseja saber algo da Princesa Joana, que escolheu a vila de Aveiro para viver a sua entrega a Cristo e à Igreja, através de muita generosidade para com o seu povo.
Esta obra, que li e reli com gosto desde a primeira edição, é um regalo para quem gosta de história e da nossa padroeira, mas é também um prazer para sentir quanto o autor se esmerou nas investigações e na forma de escrever, fluente e acessível a todos. Os meus parabéns a Mons. João Gonçalves Gaspar.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Evocando o Dr. Querubim do Vale Guimarães

Efeméride — 25-03-1970



«Faleceu o Dr. Querubim da Rocha do Vale Guimarães, nascido ocasionalmente em Coimbra quando o pai frequentava a Universidade, mas desde 1908 definitivamente radicado em Aveiro, onde exerceu as suas actividades jornalísticas, forenses, políticas e apostólicas. Entre outros, desempenhou os cargos de director do semanário católico Correio do Vouga, de presidente da Comissão Pró-Restauração da Diocese e de presidente da Junta Diocesana da Acção Católica (Correio do Vouga, 27-3-1970) – J.»

Fonte: Calendário Histórico de Aveiro, de António Christo e João Gonçalves Gaspar

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NOTA: Conheci o Dr. Querubim do Vale Guimarães, mas somente falei com ele uma vez,  para lhe pedir um artigo sobre o Grande Encontro da Juventude que ocorreu em 1963, em Lisboa, com organização da Ação Católica Portuguesa. Era eu, na diocese, na altura, o responsável pela divulgação na imprensa das atividades relacionadas com esse encontro. Ele acedeu prontamente, com uma delicadeza e sensibilidade muito grandes. O artigo foi publicado no Correio do Vouga. O assistente da JOC (não sei se de outros organismos) era Mons. Aníbal Ramos que ficou até um pouco agastado por não terem dado destaque ao texto do Dr. Querubim na primeira página...

Caramulo — Penedo



Vá-se lá saber por que razão gosto eu tanto da serra, apesar de ter no sangue vestígios da maresia do nosso mar e da nossa ria. Sempre me seduziram as silhuetas das montanhas e a agressividade dos penedos, apesar da maresia ocupar espaço no meu ADN.
Este penedo da serra do Caramulo, provavelmente com milhões de anos, tem alma que o torna eterno, resistindo à inclemência do tempo, de sóis escaldantes e gelos duros de roer, mas ainda de fogos assassinos e da capacidade destruidora do homem. Ali está para nossa contemplação, com garantias de vida de anos sem conta.

Padre João Gonçalves é o novo ecónomo da diocese



«D. António Moiteiro Ramos, Bispo de Aveiro, nomeou o padre João Gonçalves para o cargo de ecónomo da diocese aveirense. O actual presidente, por exemplo, das Florinhas do Vouga é, a partir de hoje, o responsável por acompanhar de perto todos os assuntos relacionados com a economia e as finanças da diocese, “não apenas o que diz respeito à cúria, mas também às paróquias”, conforme refere o próprio.
Para esta nomeação, proposta pelo Bispo, foi necessária a aprovação por parte do Conselho Ecónomo Diocesano e do Corpo de Consultores Diocesanos, que agora deram luz verde para que o padre João Gonçalves passe a exercer as novas funções que lhe vão exigir “um acompanhamento muito próximo às paróquias” de forma a poder encontrar mais cedo alguns problemas que as mesmas possam apresentar nas suas contas.»

Fonte: Diário de Aveiro

NOTA: Felicito o Padre João Gonçalves por mais este cargo de tanta responsabilidade na Diocese de Aveiro. A sua capacidade de diálogo e a sua experiência também a este nível serão, sem dúvida, uma mais-valia para a diocese e para as paróquias.

Diabruras do Scott — O felizardo


Crónica de Maria Donzília Almeida

O felizardo

Sou um Vira-latas assumido!
É o que diz a minha dona com convicção, mas sem qualquer desdém. Sim, que um cão que se preza sabe interpretar o olhar e os gestos dos humanos que nos rodeiam. Quando a minha dona se aproxima de mim e me faz carícias atrás das orelhas e no dorso e me olha com aqueles olhos de carneiro mal morto, eu sei o significado disso.
Não obedeço aos critérios de educação dos cãezinhos bem comportados, domesticados, que são uns paus mandados na mão dos donos. Se me apetecer, corro à vontade pelo espaço amplo, atrás dos carros ou motas que passam na rua, a tentar apanhá-los. Quando me dá na real gana, passeio-me à chuva, para grande desgosto da dona que me diz que vou ter problemas de reumatismo! Para me convencer a resguardar-me da chuva, até colocou um revestimento de alcatifa, no canil, de fibra natural, a caruma ali do bosque! E para não ganhar fungos, muda-a regularmente…é só conforto! De vez em quando, quando menos espera, encontra-me refasteladinho na caminha, sobre a alcatifa fofinha a cheirar a pinho! Só quando me apetece!

domingo, 22 de março de 2015

Dia Mundial da Água


"Enquanto o poço não seca, não sabemos dar valor à água"

Thomas  Fuller (1654-1734), médico e orador inglês

Teólogos a cheirar a povo e a rua

Crónica de Frei Bento Domingues 
no PÚBLICO e hoje

Frei Bento Domingues


1. A teologia católica, desde o Vaticano I (1869-1870) até aos anos 50 do séc. XX, expressa em diversas escolas, sentiu-se desafiada pelas várias expressões culturais da modernidade, mas foi sempre severamente vigiada e castigada pelo Santo Ofício.
A mentalidade tridentinista que o marcava e o pânico diante do chamado "modernismo" fizeram com que muitas pessoas e algumas faculdades de teologia fossem severamente vigiadas, castigadas e silenciadas.
Em geral, tentavam responder ao primordial apelo de S. Pedro: capacitar-se para dar razão da esperança cristã (1Pd.15) na actualidade, segundo as solicitações dos "sinais dos tempos". Partiam de uma convicção teológica óbvia: aquilo que não fosse capaz de exprimir a fé, nos vários contextos do presente, era uma traição ao Novo Testamento e à verdadeira Tradição, que passou a ser cada vez mais investigada, para não ser abafada pelas florestas de tradições em expansão.