quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Thanksgiving




A gratidão é o único 
tesouro dos humildes
William Shakespeare


Várias pessoas de estirpe enalteceram o valor da gratidão. Remontando à antiguidade, já Epicuro dizia que as pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo. Há evidências de que a gratidão gera bem estar, pois predispõe a mente para uma focalização positiva da vida. Pessoas mais gratas são naturalmente mais felizes, é um dado adquirido.
Se há um povo que tem este valor arreigado, sem dúvida é o povo americano. Para além de terem o dobro dos feriados que nós temos, há um que ocorre na 4º 5ª feira de novembro, chamado Thanksgiving (Ação de Graças), unicamente para agradecer a Deus, todos os dons da vida. Num jovem país com apenas dois séculos de história, é algo surpreendente.
É, precisamente, movida por este sentimento relativamente a uma pessoa que mergulhou na sociedade americana, o meu saudoso pai, que lembro com prazer esta efeméride.
Sendo ele uma pessoa bem formada e informada, passou pelo processo de aculturação e foi um elemento ativo e interventivo em terras do Tio Sam.
Recordo vivamente o conhecimento que tinha da cultura e da história americana e do domínio que já possuía da língua inglesa, aliás, um pré-requisito, para a aquisição da cidadania. A forma empenhada com que discutia as grandes questões da vida americana, como a luta dos negros pela igualdade de direitos, personificada em Luther King, as estratégias políticas do clã Kennedy, o fervor democrático do Novo Mundo, incutia, na sua prole, o respeito e a gratidão por uma nação que significou o futuro da sua família.
É com particular emoção e carinho que trago à memória, o que nos foi narrado, sobre esta celebração americana que o nosso pai vivenciou e partilhou durante sete anos.

Mundo Cão em crónicas de Manuel Armando



O padre Manuel Armando Rodrigues Marques, mais conhecido por padre Manuel Armando, vai lançar mais um livro,  "Crónicas Exemplares de Um Mundo Cão", que ainda não conheço, mas que deve retratar o mundo que é o seu e o nosso. O título diz  muito sobre o conteúdo da obra, tanto quanto se pode deduzir do «mundo cão» a que ele se refere.
Para quem não sabe ou já esqueceu, o padre Manuel Armando foi coadjutor na nossa paróquia entre 13 de agosto de 1965 e 17 de setembro de 1966. Presentemente, é pároco de Aguada de Baixo e Avelãs de  Caminho. No mundo artístico, com o nome de Prof. Marcos do Vale, participa em espetáculos de hipnotismo e ilusionismo.
O livro vai ser apresentado em Aguada de Baixo (29 de novembro, às 15 horas, no salão da Junta de Freguesia), em Vale  Maior (7 de dezembro, às 15 horas, no salão da Junta) e em Cacia (8 de dezembro, às 15 horas, também na Junta). 

Daniel Ruivo vence Festival Nacional da Canção de Ílhavo

“Dorme sobre o meu peito” 
vence 14.º Festival da Canção Vida 

«A 14.ª edição do Festival Nacional da Canção Vida – Ílhavo 2014 sagrou como vencedora a canção “Dorme sobre o meu peito” cuja letra e música são da autoria de Daniel Ruivo, natural da Gafanha da Nazaré, tendo sido interpretada em conjunto com Gerson Batista, de Aveiro. Das 12 canções que se apresentaram na final – realizada no passado sábado, no Centro Cultural de Ílhavo (CCI) – a música “Dorme sobre o meu peito” arrecadou também o prémio Carlos Paião, correspondente à canção mais votada das que se são oriundas do concelho de Ílhavo.»

Li no DA

NOTA: Texto e foto do Diário de Aveiro

Realidade

«Posso duvidar da realidade de tudo, 
mas não da realidade da minha dúvida»

André Gide (1869-1951), 
novelista e crítico francês

No PÚBLICO de hoje

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Traineira «Praia da Atalaia» naufraga na Barra de Aveiro

Recordo este naufrágio como se fosse hoje. Era o dia do  meu aniversário, 24 de novembro. Desembarquei do autocarro da AVA na paragem perto da igreja matriz. Durante a viagem já se falava do desastre, mas nunca imaginei que o meu amigo José Maria, marido da Fernanda Matias e pai da Lurditas, estaria na "Praia da Atalaia". Entrei na casa onde elas viviam levado pelo choro de quem estava. Também fiquei profundamente emocionado. Tenho evitado falar do caso, mas não resisti a transcrever o que sobre o naufrágio escreveu Ana Maria Lopes, no seu blogue Marintimidades.


Traineira "Praia de Atalaia"

«A traineira Praia da Atalaia naufragou na barra de Aveiro, ao sair para a pesca, a 24 de Novembro de 1963. Teriam perecido, lamentavelmente, mais de 30 pescadores (segundo o jornal Comércio do Porto de 25 de Novembro de 1963).
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Era uma traineira utilizada na pesca da sardinha com rede de cerco, pertencente à praça de Peniche, construída, em 1954, por Asdrúbal Simão do Carmo para Aníbal Correia e outro sócio.
Media, de comprimento, fora a fora (17.68, entre perpendiculares), 21. 05 metros, boca, 5.25 e pontal, 2.01 m.
A arqueação bruta era de 45.82 toneladas e a líquida, de 12.30.
A propulsão era assegurada por um motor diesel Burmeister & Wain/Alpha, de 180 Hp.

Ler toda a história  no Marintimidades

Valdemar Aveiro vai lançar novo livro

"Ecos do Grande Norte 
— Recordações da Pesca do Bacalhau"


Valdemar Aveiro


Tive o prazer há dias de conversar um pouco com o Capitão Valdemar Aveiro, um ilhavense que assumiu, como sua, a nossa Gafanha da Nazaré. Por aqui andou desde menino, brincando com miúdos da sua idade nas ruas da nossa terra, enquanto sua mãe fazia os seus negócios de porta em porta, caiando casas, também,  o que fazia com maestria, pois, como me garantiu o amigo capião, não deixava "santos" nas paredes por onde passavam a broxa e os pincéis.
Nessa conversa, fiquei a saber que já está no prelo um novo livro, "Ecos do Grande Norte — Recordações da Pesca do Bacalhau", que será apresentado no auditório do Museu Marítimo de Ílhavo, no dia 20 de dezembro, pelas 17 horas.
Valdemar Aveiro, com toda a sua obra, predominantemente ligada à pesca do "fiel amigo", merece a nossa admiração, por trazer até ao presente vivências dos nossos pais e avós, nos mares gelados da Terra Nova e da Gronelândia. Vivências dignas de heróis do mar, ignorados ou esquecidos pelas gerações atuais, mais dadas a olhar o presente com todos os seus desafios onde não cabem as lutas e os sofrimentos dos nossos antepassados, alguns dos quais enbarcaram com 14 anos, idade das brincadeiras e de escolas que raros frequentaram.
Estou com muita curiosidade de ler "Ecos do Grande Norte — Recordações da Pesca do Bacalhau". 

Caso José Sócrates

José Sócrates



Não comentei a prisão do antigo Primeiro-Ministro José Sócrates, embora não tenha ficado indiferente ao espetáculo mediático que se seguiu, com horas e horas de diretos nos horários nobres de todos os órgãos de comunicação social, com destaque para as televisões. E não me pronunciei para não cair na tentação de reproduzir banalidades, umas cheias de ódio e outras de compreensível contenção, vindas estas de amigos próximos e de correligionários de Sócrates. Dos partidos, da esquerda à direita, vieram comentários pautados pela prudência, alegando quase todos que «à política o que é da política e à justiça o que é da justiça». Partilho desta mesma opinião.
Sobre a forma como José Sócrates foi esperado à saída do avião e a prisão preventiva decretada pelo juiz de instrução criminal, nada devo dizer, simplesmente porque não conheço as investigações que levaram a justiça a proceder assim, nem tão-pouco está ao meu alcance o que ditam os nossos códigos sobre o assunto. 
Penso apenas que, num estado de direito, não há nem pode haver portugueses de primeira e de segunda, muito menos tratamento desigual seja para quem for. Todos somos iguais perante a lei e não pode um português, qualquer que ele seja, só porque foi ministro, alto quadro do Estado ou poderoso membro da Finança ter direito a benesses negadas aos demais, como ter cadeia especial, cela com todas as comodidades, refeições distintas dos presos comuns, etc.
Há a promessa de que vão ser investigadas as fugas de informação que conduziram ao espetáculo a que assistimos em direto. Gostaria, francamente, de conhecer os resultados e de ver julgados os infratores que, presumivelmente, estarão dentro dos espaços judiciários. 

Fernando Martins