terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Evangelhos


"Se você acredita no que lhe agrada nos evangelhos e rejeita o que não gosta, não é nos evangelhos que você crê, mas em você."

Santo Agostinho

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A minha memória



Quando me propus registar pedaços da história da Gafanha da Nazaré, ouvidos uns e vividos outros, socorri-me da memória. E logo reconheci, de forma mais palpável, a sua importância. Com ela, e graças a ela, consigo desenhar percursos, meus e de outros, e compreender os alicerces das gentes desta terra que durante muitas décadas construíram a aldeia, depois a freguesia e mais tarde a vila e a cidade.
Senti, então, enquanto retrocedia no tempo, como a memória explica sentimentos, quantas vezes esculpidos nos acontecimentos que vivi ou vi de perto, mas também que foram experimentados por tantos outros e que passaram de boca em boca. Com a memória revivi interrogações, desafios, barreiras e sucessos que encheram a alma dos gafanhões.

Uma vergonha chamada PSD

Uma crónica de João Miguel Tavares
no PÚBLICO de hoje

«Se não é para exercerem livremente
 o seu mandato de deputados, 
então mais vale irem para casa.»


Na passada sexta-feira, eu tive vergonha da democracia portuguesa, vergonha de ter contribuído com o meu voto para eleger deputados do PSD, vergonha de quem inventou um referendo por puro oportunismo político, vergonha de quem aceitou a disciplina de voto numa matéria de consciência individual, e vergonha por a co-adopção continuar a ser discutida como se fosse um assunto sobre direitos de adultos quando é, sempre foi e será uma questão básica de direitos das crianças.

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A Essência das Religiões



O semanário EXPRESSO iniciou, no passado sábado, a oferta de uma coleção de seis livrinhos sobre "A Essência das Religiões" de Huston Smith, com prefácio do padre, poeta, biblista e teólogo José Tolentino Mendonça. Como se trata de oferta, permitam-me que refira a oportunidade e a conveniência de os habituais leitores do EXPRESSO aproveitarem o facto para ficarem com uma ideia do que propõem religiões tão importantes como Hinduísmo, Budismo, Confucionismo e Taoismo, Islamismo, Judaísmo  e Cristianismo.
Na contracapa do primeiro volume diz-se que «Nunca compreenderemos o mundo onde vivemos se não compreendermos a religião em que fomos educados e as religiões em que foram educados os nossos vizinhos»,  E ainda: «No preciso momento em que lê estas linhas, um pouco por todo o mundo haverá cristãos ajoelhados em prece, judeus a recitar a Tora, muçulmanos a rezar voltados para Meca, Hindus a banharem-se nas águas sagradas do Ganges, monges budistas a meditar... Neste preciso momento, milhares de fiéis procuram na religião uma paz e um consolo que só a fé lhes consegue trazer.»
Tolentino recorda que «Nós portugueses temos uma relação histórica de encontro e de desencontro com a Índia e o Hinduísmo, e isso prova bem como só temos a ganhar em conhecer melhor, sem preconceitos, a verdade uns dos outros».

A discórdia

«A discórdia almoça com a abundância, janta com a pobreza, ceia com a miséria e dorme com a morte»

Benjamin Franklin (1706-1790), 
escritor, cientista e norte-americano 

No PÚBLICO de hoje

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos



«De 18 a 25 de Janeiro celebra-se a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Este ano, o tema proposto pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos (Santa Sé) e a Comissão Fé e Constituição do Conselho Mundial de Igrejas é “Estará Cristo dividido?” (1Cor 1,13).
Trata-se de uma semana na qual somos desafiados a rezar pela unidade de todos os cristãos, não para que os outros se aproximem de nós, mas para que nos aproximemos mais uns dos outros.
No próximo dia 25, representantes das Igrejas Católica, Lusitana, Presbiteriana, Metodista e Ortodoxa (Patriarcado Ecuménico de Constantinopla), em Portugal, vão assinar uma declaração de reconhecimento mútuo do Batismo.
A assinatura terá lugar durante a celebração ecuménica nacional, na catedral Lusitana de São Paulo (Igreja Anglicana), com início marcado para as 18h00.
Para que não percamos o ideal do amor fraterno e da unidade, a nossa oração e acção são imprescindíveis.»

Dia Mundial da Religião: 21 de Janeiro



Este dia aponta, no calendário, a data da partida do meu progenitor, deste mundo, para o Além.
A lembrança do dia 20 de Janeiro de 2013, bem vincada, na minha memória, ainda mais se agudiza, no concernente ao tema de hoje.
A religião que professamos tem muito a ver com os nossos antepassados, o legado que nos deixaram e com o local geográfico onde nascemos.
Se porventura tivesse nascido num país árabe, certamente seria muçulmana e, a esta hora, usaria a burka. Se o local de nascimento tivesse sido a Índia, professaria a religião hindu e andaria vestida com um sári. Se tivesse nascido no Tibete, provavelmente seria budista!
 Mas quis a Fortuna que tivesse vindo à luz do dia, nesta terra bendita de cultura cristã.
Desde tenra idade, fui imbuída dos valores e princípios cristãos, tendo recebido todos os sacramentos que me tornaram um membro legítimo da comunidade que é a Igreja Católica.


Foi também, de muito pequenina que pude observar com curiosidade infantil, um livro pousado na mesa de cabeceira do pai, cuja imagem de capa muito me impressionou: – A tua Religião na tua Vida. Através de um bosque de árvores altas, penetrava um feixe de luz que irradiava em todos os sentidos. Habituados que estamos a ouvir que “uma imagem vale por mil palavras”, esta imagem ficou gravada no fundo no meu ser. Despertava-me para algo de metafísico que, numa tão tenra idade, ainda não sabia interpretar.
Quando me competia, a mim, a colaboração nas tarefas domésticas da arrumação e limpeza da casa e passava pelo quarto, lá, abria furtivamente o livro, ia lendo excertos do mesmo e interiorizando as mensagens subliminares.
A minha personalidade foi-se construindo, em alicerces duma formação religiosa e espiritual, que ainda hoje enformam a minha postura na vida.
Aos meus progenitores devo aquilo que sou hoje e até ao momento, não me tenho dado mal com a herança genética que me transmitiram.
A religiosidade aliada à espiritualidade dá ao homem a dimensão transcendente da vida. Esta não se confina à pura materialidade da existência mundana.

Mª Donzília Almeida
18.01.2014


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Reconhecimento mútuo do Batismo

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO de ontem


Depois da tempestade...



À memória de meu Pai

Depois da tempestade tu partiste,
Qu’ o ciclon’ acalmasse esperaste.
A d’rmir serenamente tu ficaste...
O frémito telúrico não sentiste!

P’ra o Éden acredito que subiste
Ali, a tua Rosa encontraste.
À Luz dos teus olhos te juntaste
Nesta trindade a tua paz consiste!

Que a tua peregrinação sofrida
As marcas que na terra tu deixaste
Nos alcancem a Terra Prometida!

Veredas e caminhos que trilhaste
Foram a nossa bússola na vida,
Que tão sabiamente orientaste!

Mª Donzília Almeida

20.01.2014

domingo, 19 de janeiro de 2014

Ainda o falecimento do Padre Miguel Lencastre

Missa do 7.º dia, 
amanhã, segunda-feira, 
na igreja matriz da Gafanha da Nazaré, 
pelas 19 horas


Padre Miguel (foto do meu arquivo)

O Padre Miguel partiu para o seio do Pai

Embora esperada há tempos, a notícia do falecimento do Padre Miguel Lencastre, no dia 13, no Recife, Brasil, encheu de tristeza os seus amigos, tanto na Gafanha da Nazaré como em diversas regiões de Portugal e daquele país irmão, mas não só.
O Padre Miguel Lencastre era, por natureza, uma pessoa disponível para todos, independentemente das cores políticas, sociais e religiosas de cada um. Bom conversador e bom amigo, tinha no seu espírito o sentido da aliança com Jesus Cristo, Nossa Senhora e seu Santuário, mas também com as famílias e entre as pessoas. 
Veio para a Gafanha da Nazaré como coadjutor do Padre Domingos Rebelo em 1970, e em abril de 1973 assumiu a paroquialidade da nossa terra até outubro de 1982, ao mesmo tempo que se empenhou no desenvolvimento do Movimento de Schoenstatt no nosso país e em particular entre nós. 
Sacerdote de diálogo e de consensos, imprimiu com o seu entusiasmo a renovação das estruturas paroquiais, procurando com afinco contribuir para a aproximação dos paroquianos, com uma minifeira popular e a criação de comissões de lugares destinadas a promover o envolvimento dos paroquianos nos serviços comunitários.
O Padre Miguel implementou a construção das igrejas da Cale da Vila, Chave e Praia da Barra, enquanto reorganizou o CNE — Corpo Nacional de Escutas, levando à criação do Agrupamento 588, que escolhe para patrono D. José de Lencastre, seu pai e primeiro Chefe Nacional do Escutismo Católico.
Em 1975 pôs em funcionamento o Stella Maris, clube do Apostolado do Mar, para apoio espiritual, religioso e social aos homens do mar e suas famílias, organizando ainda a primeira procissão pela ria em honra de Nossa Senhora dos Navegantes, inédita na região.
Foi um prior próximo e dialogante, sempre ansioso por levar à prática iniciativas de desenvolvimento comunitário e humano, abertas a todas as idades, dando prioridade aos mais fragilizados. Teve uma relação cativante com a juventude e com os idosos, que visitava frequentemente. 
Outra faceta em que se distinguiu foi na convivência com pessoas pouco ou nada ligadas à Igreja, conseguindo delas colaborações que à comunidade diziam respeito, mostrando à evidência quanto foi importante para si o ser humano enquanto tal.

Fernando Martins 

Nota: Texto publicado no Timoneiro de janeiro.



O Obituário do EXPRESSO noticia 
o falecimento do Padre Miguel