terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Universidade de Aveiro já produz energia para consumo próprio desde Dezembro



A Universidade de Aveiro (UA) está, desde o início de Dezembro, a produzir energia para consumo próprio e, em breve, estará também a assegurar o aquecimento de cinco edifícios, mediante a instalação de painéis solares térmicos. Estas e outras medidas inserem-se no programa Eficiência Energética na UA, que envolve um investimento global de nove milhões de euros. A instituição de ensino superior espera ir mais além e, dentro de dois ou três anos, poder avançar com a instalação de painéis solares fotovoltaicos em mais dois edifícios.
Maria José Santana, no PÚBLICO

Nota: Bom exemplo... Há privados que também já avançaram. Quando as tecnologias nos oferecerem material mais barato, até seremos capazes de dispensar a EDP. Não temos nós tanto sol e tanto vento? Vamos começar a pensar nisso?

Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Socia



Mobilizar a sociedade
contra a pobreza e a exclusão

O Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social (AECPES) é oportunidade para lembrar responsabilidades de todos neste combate. Sem ficarmos a olhar para o lado, à espera que outros façam qualquer coisa de útil nessa linha, urge avançar com projectos que erradiquem ou minimizem a pobreza que existe à nossa porta. É que, se nada fizermos, no fim do ano voltaremos a reconhecer que, afinal, a pobreza continua numa sociedade tão farta para alguns...

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A boa organização é fundamental em tudo...

A boa gestão foi suplantada
pelos interesses privados




"Se o líder em questão for um político, tem de compreender quais as necessidades reais do país e tentar satisfazê-las da melhor forma e o mais rapidamente possível. Contudo, sem uma boa organização, nada se faz. É a organização que decompõe a actividade em funções e tarefas e as distribui pelas pessoas mais competentes. Foi isso que fez Oppenheimer quando lhe foi atribuída a tarefa de constituir a equipa de físicos que iria conceber a primeira bomba atómica."


Francesco Alberoni, no i.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Gafanha da Nazaré celebra um século de freguesia

Haja sugestões e propostas e propostas

Estamos no ano do centenário da criação da freguesia da Gafanha da Nazaré, acto que nos deve envolver a todos, para que sejamos dignos do esforço de quantos nos antecederam nesta terra.
Uma efeméride desta dimensão leva os cidadãos a pensar e a proclamar que compete às autoridades promover as cerimónias e organizar os festejos, reservando-se para os gafanhões, neste caso, a mera participação passiva no que vier a ser preparado para datas mais significativas.
Penso que este princípio, habitual quase sempre, não pode continuar a ser seguido, já que a criação da freguesia foi iniciativa de uns tantos, que não das autoridades que há cem anos superintendiam nos espaços habitados.
Posto isto, acho que as diversas associações, instituições, escolas, lugares da freguesia e grupos de gafanhões devem começar a programas as suas actividades em função desta efeméride.
Haja sugestões e propostas!

Fernando Martins


Somos construtores do nosso próprio futuro

Expectativas e razões para 2010

1. Passadas as festas e entrados no ano 2010 que estamos, valerá a pena perguntarmo-nos sobre o que esperar para o novo ano. No auscultar das expectativas a esperança é o lema obrigatório, também porque habita no coração humano esse desejo de perfeição, do melhor possível, do desenvolvimento continuado. Mas dando margem às razões, a fasquia recebe um safanão a ponto de descer rapidamente. Todavia, não faltando argumentos para não se esperar muito do ano depois de 2009, a verdade é que o reerguer de objectivos, sonhos e projectos terá de ser o único caminho a seguir. Não pela fatalidade do “ter de ser”, mas pela verdade de que somos construtores do nosso próprio futuro e as apostas inspiradas de cada momento presente podem de facto (trans)formá-lo para melhor.

2. O ano 2010 será, em termos europeus, o ano de luta contra a pobreza e exclusão social. Apesar da Europa ser um espaço privilegiado em termos globais, 17% da população não tem condições para a satisfação das suas necessidades mais básicas. Vale a pena, pela positiva, sublinhar alguns objectivos deste Ano Europeu: encorajar a participação e o compromisso de toda a sociedade motivando os cidadãos na luta contra a pobreza; dar voz às preocupações e necessidades dos mais desfavorecidos dando mão a organizações da sociedade civil e a ONG’s na luta contra a pobreza e exclusão social ajudando a derrubar estereótipos; reforçar a solidariedade e fomentar uma sociedade que garanta qualidade de vida, bem-estar social e igualdade de oportunidades.

3. A agenda de 2010 também será marcada em termos internacionais com o Ano Internacional da Biodiversiade. Será, também após a verdade verificada na recente Cimeira de Copenhaga, uma realista oportunidade de avaliação de todas as boas vontades em domínios que, a cada ano que passa, nos tocam e nos interrogam sobre a nossa própria sobrevivência. Se a natureza nos fala da riqueza da diversidade, aprendamos dela a grandeza do essencial que dá sentido à vida, calor às relações e alma à esperança. Não será ano fácil, mas, por isso mesmo, mais este tempo futuro precisa do melhor de todos e dos grandes valores intemporais que nos podem abrem novas janelas. Quem dera que estas expectativas se tornem razão prática e globalmente solidária.

Alexandre Cruz

domingo, 3 de janeiro de 2010

Cantar dos Reis, na Gafanha da Nazaré




Como manda a tradição, esta noite o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré veio a minha casa para nos brindar com mais um Cantar dos Reis. Sendo certo que a tradição não é muito antiga, penso que o nosso Grupo Etnográfico faz muito bem, vindo para a rua, ano após ano, para alegrar a quadra festiva que ainda estamos a viver. Os meus parabéns para quantos sabem partilhar a alegria das nossas gentes.

Os meus livros antigos





(Clicar nas imagens para ampliar)

Este livro - Segredos Necessarios para os officios, artes, e manufacturas, e para muitos objectos sobre a economia domestica - foi editado em 1861.


Como exemplo do que nele podemos aprender, aqui fica a fórmula de produzir frio, que bem pode substituir a neve. Em tempos sem frigoríficos, os nossos antepassados não prescindiam de um saboroso gelado, em época de calor.

Frei Bento Domingues no PÚBLICO


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TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 165

PELO QUINTAL ALÉM – 2




A PALMEIRA

A*

D. Joaninha
Zé da Branca e Adelaide
Rúben
Humberto Rocha

Caríssima/o:

Conheces a palmeira.

a. Pois bem, ela ali está altaneira e cheia de vida nos seus oitenta e cinco anos de vida no nosso Quintal: segundo a tradição familiar foi plantada no longínquo ano de 1925, Ano Santo, por meu Sogro, Domingos Costeira. Para ser mais exacto, plantou duas, mas o espaço era pouco para ambas e foi sacrificada a que estava mais próxima da casa e mais apertada.
Vê-se de longe e é uma referência.
Dizer-te que rolas, pardais, ratos e outra bicharada ali nidificam não será novidade; também o não será vermos uma hera subir por ela, ou apreciar uma alegria do lar que encontrou vaso em certa concavidade.

e. Nesta época do ano em que se festejam os Reis na nossa região não podíamos buscar outra planta. Quem está aí que não se recorde do Palácio do Rei Herodes na loja do ti Zé da Branca? Durante anos e anos ali estacionava o Cortejo, a Estrela sumia-se, os Reis Magos estancavam os cavalos e encontravam-se com o malvado do Rei Herodes. E o espertalhão do Cingo a lamber a rolha da garrafa de Porto!...
Pois é, à sua sombra, nos juntávamos em grandes confidências e em planos ousados e revolucionários que tinham o condão de unir moradores de cantos diferentes numa mesma Zona!
Mas ainda podemos acrescentar: ali montava o seu teatro de robertos o ti Armando Ferraz ou iniciava a ronda de Entrudo com o seu Rancho!
Certamente que ninguém se terá lembrado de propor que esta árvore seja considerada de interesse regional; estás a tempo de o fazer e como tal que passe a ser protegida, antes que lhe aconteça como às árvores do Tio Vicente. (Não é preciso ir tão longe; basta pensar no que ia acontecendo ali no Jardim Oudinot! Prevenir, pois, enquanto é tempo.)

i. Lembro-me de quando em vez “rasparmos” as tâmaras que nos diziam serem comestíveis!
Uma utilidade de palmeira que se preze é a oferta das suas palmas para a festa dos Ramos. Ora a cabeça desta está tão lá no cimo que me não lembro de tal serventia!
Também destas nunca vimos ou cheirámos o óleo de palma.

o. Aplicações para remédios também as não conheço, mas que a sua sombra terá curado muita doença, disso não duvidamos. Era a grande escola do riso onde a rapaziada se expandia e aprendia com os mais velhos a enfrentar os desafios que em breve a vida lhes colocaria no caminho...

u. A palmeira tem para todos nós um grande poder simbólico e ainda o de nos transportar para situações que nos confrontam connosco e com a nossa Fé (basta recordar a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém); nada melhor do que ouvirmos uma das muitas lendas que no-la recordam:

sábado, 2 de janeiro de 2010

PÚBLICO: Quem ia pescar bacalhau sofria e chorava, mas só para dentro, que chorar para fora era feio

Após 11 anos de proibição, os arrastões portugueses vão poder voltar a pescar bacalhau na Terra Nova, o lugar mítico onde nasceu uma das mais arreigadas tradições gastronómicas nacionais. Enquanto o peixe não chega, fomos ouvir as histórias de quem já por lá andou a pescar e sofrer




Navio-Museu Santo André

Quando, em 1943, fez a primeira campanha do bacalhau na Terra Nova, João Laruncho de São Marcos, o capitão São Marcos, com 90 anos feitos no mês passado, liderava um comboio de embarcações no qual seguiam vários lugres navegando à vela e dois barcos a motor, o São Ruy e o Santa Maria Madalena. Era segundo piloto numa embarcação com 125 homens, o São Ruy, e sentiu-se "chocado" por, em pleno século XX, se andar "ainda a pescar daquela maneira, sem nenhuma evolução".

"Os pescadores dormiam três horas e passavam 20 no mar, ao frio. Primeiro as mãos calejavam e depois gretavam e ganhavam pus por todos os lados. Mas tinham de continuar a trabalhar. Aquilo nem era considerado doença, era trabalho. Lavavam as mãos com água oxigenada e continuavam", conta.
O capitão São Marcos já tinha andado no Mediterrâneo, onde viu de perto a metralha do mundo em guerra, mas, nas paragens geladas do mar canadiano, reinava uma paz relativa. "Em Génova passei um mau bocado, mas na Terra Nova nunca houve confusão, apareciam era muitos destroços de navios afundados", recorda. Dentro dos homens, porém, a batalha naval estava apenas a começar. Esperava-os a dureza das condições de pesca, os frequentes ciclones, as tempestades que "custavam a gramar". "Mas nunca pedi nada a deus. Não acredito. Habituei-me, isso sim, a chorar só para dentro. Os homens choravam com o sofrimento, mas só para dentro, que chorar para fora era feio."

Por Jorge Marmelo

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