quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Para uma vida mais feliz




Pôr Humor na Oração

(...)
Por vezes a nossa oração é demasiado séria. É muito importante que ela se deixe atravessar pelo humor. Aprender a rezar com Sara e Abraão, com estes dois, é aprender a rezar com os nossos risos, com os nossos impasses e descrenças, com esta espécie de jogo bem-humorado que a oração introduz. Há uma desproporção tão grande entre o céu e a terra, entre a fidelidade de Deus e a nossa fragilidade que, depois de tudo e através de tudo só o sorriso de Deus estampado no nosso rosto pode fazer a diferença. Por alguma razão o Pai do filho pródigo faz com que a sua casa se ilumine com músicas e danças (Lucas 15, 25).

José Tolentino Mendonça

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Crónica de um Professor



O Outono

O Verão, esmorecido,
Do Outono se despediu!
Agora, outro colorido
A Natureza vestiu!

O Outono pachorrento
Com seus matizes de cor
Abre a porta, à chuva, ao vento
E à paleta do pintor!

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Este ano, o Outono chegou, suavemente, sem se ter feito anunciar por nenhum cataclismo meteorológico. Uma temperatura amena, muito agradável, tem presenteado aqueles que se deslocam, para estas paragens nas suas obrigações profissionais. Os resquícios de um Verão moribundo, a teimar em lembrar-nos as férias passadas e já gozadas, numa saudosa recordação.

No nosso clima temperado, com marcada influência atlântica, temos a sorte de assistir a uma transição suave entre as várias estações do ano, apesar de essa passagem ser cada vez mais diluída. As consequências nefastas do aquecimento global, resultantes do efeito de estufa, estão aí, bem patentes nas alterações climáticas que afectam o planeta. Não há uma separação nítida entre as quatro estações e por vezes acontecem fenómenos desgarrados, em épocas inadequadas.

Mas o Outono entrou no calendário e alguns sinais típicos desta estação, já se fizeram sentir. As primeiras aragens frescas com arrefecimento nocturno acentuado, o início do cair da folha.

Por alguma razão de sentido, chamam os Americanos, de forma poética, ao Outono, The Fall! A canção dos verdes anos, de 1970, “,Spring Summer Winter and Fall” cantada por Demis Roussos e sua banda, é uma nota nostálgica nesta estação que ora iniciámos.

É neste prelúdio de cor, que a natureza começa a vestir-se de tons dourados, acobreados e ocres, ostentando um manto de tons quentes e apelativos.

Desde cedo que fui ouvindo falar da magia do Outono, em que os artistas encontram a sua inspiração máxima. Pintores, poetas e pessoas comuns sentem esse envolvimento e esse chamamento à reflexão, à meditação numa nostalgia que, por vezes, é avassaladora.

É a altura em que o aconchego do lar tem mais pertinência e as pessoas se congregam em convívios familiares, e/ou tertúlias, em que tudo serve de pretexto para um apetecível serão, à lareira!

E... com o Outono chegam as saborosas e sempre bem acolhidas castanhas, expoente máximo da gastronomia sazonal. “Quentes e boas” é o pregão que se ouve, nas nossas ruas, ao entardecer, aliado a um aroma adocicado e quente que perfuma a atmosfera que respiramos.

Com o recolhimento antecipado, pela diminuição crescente dos dias, saboreia-se mais o conforto do lar e o convívio em família.

O homem, que neste contexto, segue o exemplo da formiga laboriosa, também se esfalfa no Verão, para usufruir na estação mais dura, o conforto e a paz do seu lar!

E vivam os serões, em boa companhia, a degustar castanhas assadas e a declamar os poetas da nossa preferência!

Mº Donzília Almeida

23.09.09

O FIO DO TEMPO: Responsabilidade de participar



Velho do Restelo
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A CONSCIÊNCIA POLÍTICA É UM DEVER CÍVICO


1. Sabe-se que as soluções para os problemas da sociedade em geral não são unívocas. Porque as próprias problemáticas e crises que se apregoam (e que surpreenderam mesmo com tanto conhecimento disponível!) não são simplistas mas complexas. A habilidade da superação, em vez de crise chamando “desafio aberto” a compreendermos os ventos de mudança, conduz a que não se pode ficar de fora quando se procura essa renovação social. Talvez a sociedade portuguesa ainda se revista muito do maior engano de todos, aquele em que o futuro acontecerá sem se participar activamente. O criticismo estático do “velho do Restelo” e o “ir à boleia” ainda habita muito do imaginário português, factores que às dificuldades acrescentam mais lentidão não propondo caminhos alternativos ágeis a (pro)seguir.

2. Ainda que seja palavra comum o generalizado apelo à participação eleitoral no próximo domingo, para que a abstenção não ganhe terreno, a verdade é que a sustentabilidade cívica e democrática terá de trazer consigo a palavra maior que a Humanidade do século XXI vai consagrando nas grandes coordenadas, a responsabilidade. O rigor e a exigência que terão de criar escola sempre em progresso conduzirão à boa expressão da liberdade que integra a responsabilidade de, para se poder exigir, cumprir o dever e o privilégio de participar. Muita reflexão crítica é feita sobre este assunto, mas em que na praxis o seu eco pouco se faz sentir. O divórcio entre as (designadas) elites pensantes e o povo concreto tem no fenómeno da abstenção – apesar de todas as emoções desagregadoras ou espevitadoras das campanhas – o seu maior hiato.

3. Sublinhe-se, se bem da quase inutilidade do sublinhado diante da surdez das bandeiras e ruídos, que a consciência política é um valor cívico para cada um, intransferível e insubstituível. É o alimentar da democracia em exercício prático, tarefa (dever) que compete a cada cidadão para o acolher ético dos direitos de cidadania numa sociedade onde todos terão vez!

Alexandre Cruz

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Festa da Senhora dos Navegantes na Gafanha da Nazaré








Aspectos da festa
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Mais de cem embarcações
participaram na procissão pela ria


Mais de cem embarcações participaram na procissão de N.ª Sr.ª dos Navegantes, no domingo passado, entre o Clube Stella Maris e o Forte da Barra, na Gafanha da Nazaré. O evento de fé, tradição e cultura foi organizado pelo Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, e contou com a colaboração de entidades como o Stella Maris, a paróquia e a Administração do Porto de Aveiro.
Os três andores seguiram em três barcos diferentes. O barco de pesca “Jesus nas Oliveiras” carregou a imagem principal, a de N.ª Sr.ª dos Navegantes, que ao largo de S. Jacinto foi saudada por muitos populares, acompanhados de uma imagem com a mesma invocação e pela Banda local.
No Forte da Barra uns bons milhares de pessoas aguardaram a chegada do cortejo marítimo. Seguiu-se a Eucaristia, presidida pelo P.e Francisco Melo e um festival de folclore. Na celebração, perante autoridades e povo, comentando as leituras, o pároco da Gafanha da Nazaré realçou que a sabedoria de Deus não é antagónica em relação ao ser humano e notou que quem tende a absolutizar as suas concepções e formas de agir, cortando o diálogo, “está condenado ao fracasso”. Dirigindo-se à Sr.ª dos Navegantes, confiou-lhe “os que arrancam do mar o pão de cada dia”, as pessoas da Gafanha da Nazaré, pobres, doentes, crianças, idosos e as famílias, “sobretudo as mais desestruturadas”.
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NOTA: Acompanhei, desde sempre, nesta segunda fase da sua existência, a festa em honra da Senhora dos Navegantes. E nunca perdi a oportunidade de presenciar a procissão pela ria, pelo colorido e alegria que ela proporciona. Este ano, porém, por razões especiais e inadiáveis, não tive esse prazer.
Desde domingo que tenho pensado na festa e no povo que a vive com entusiasmo. Por isso, não resisti a dar nota desta falta, que me levou a solicitar fotos para publicar no meu blogue. Aqui ficam elas, graças à colaboração gentil do meu amigo Jorge Pires Ferreira, director-adjunto do Correio do Vouga. Também fica o texto publicado naquele semanário diocesano.

O FIO DO TEMPO: Valores que (re)unifiquem



Aveiro acolhe
gente de várias paragens

1. Talvez haja que não ter medo da expressão valores de unidade. Esta, não existindo por si, reveste um conjunto de pressupostos princípios humanos fundamentais à prossecução dos objectivos mais nobres de toda a pessoa, instituição, comunidade. Se os tempos sociopolíticos são de valorização e assumpção sublinhada das diferenças, então por isto mesmo sejam destacadas as visões que, integrando as muitas diversidades, procuram lê-las ao serviço da unidade saudável. O ano escolar vai no seu início e a campanha das legislativas na sua fase derradeira. Antes e depois de todas as metas volantes estará a meta final da inclusão das pessoas concretas no seu tempo e espaço a que são chamadas a viver.

2. Aveiro acolhe gente de muitas paragens. Vindos de muito longe ou de mais perto, a afirmação desta terra como “lugar” cosmopolita obriga continuamente à capacidade de acolher e reunificar, no sentido da gestação de oportunidades para nos conhecermos e reconhecermos na diversidade de cada um. Recordamos o hábito sempre novo de há alguns anos no Natal se encontrarem à mesma mesa gentes da academia aveirense de mais de 30 países, da Ásia às Américas, da Europa à África lusófona e outra(s). A linguagem própria desses momentos revela o essencial da condição humana como desígnio de unidade do género humano, sejam quais forem as latitudes de proveniência.

3. Valerá a pena sublinhar que não é no nada nem no vazio que o “encontro” é possível. Este é revestido e comportado por um conjunto de valores estimulantes que representam e expressam o SER HUMANO no que há de mais belo e no que não passa. O nada e o vazio impedem a grandeza do apreciar o mais importante: as culturas como reflexo da viva poética existencial, a esperança humana universal como o sentir do sonho que comanda todas as vidas na procura do melhor de todos e cada um. Em início de ano escolar, valerá a pena reflectir-se e pensar-se sobre as condições e os valores para serem possíveis as unidades.

Alexandre Cruz

Efeméride aveirense: Construção da segunda fase das obras do porto


1944 – 23 de Setembro


Neste dia, do ano de 1944, realizou-se uma manifestação pública, com uma memorável sessão no Teatro Aveirense, em que se evidenciou o regozijo das populações pela decisão do Governo em dotar a Junta Autónoma da Ria e Barra de Aveiro com um substancial subsídio para a construção da segunda fase das obras do seu porto.

Fonte: Calendário Histórico de Aveiro

Uma ideia para Portugal

Ora aqui está um belíssimo programa de governo


Ora aqui está um belíssimo programa de Governo. E andam os partidos políticos a encher folhas e mais folhas de papel com as suas propostas, repletas de banalidades, no sentido de melhorar a vida das pessoas. Em meia dúzia de linhas, este advogado fiscalista apresenta o essencial…

FM

“Para melhorar Portugal era essencial existir mais formação cívica e moral das pessoas, um maior respeito pelo trabalho e esforço individual, uma luta séria contra a corrupção e a extorsão, uma desburocratização estrutural, a redução geral de impostos para premiar pessoas e empresas que criam riqueza e um maior pragmatismo nas decisões políticas e económicas do país.”

Tiago Caiado Guerreiro

In jornal i de 22-09-09

Diversas fases da mesma vida



Boa reflexão de D. António Marcelino,
importante, penso eu,
para lhe associarmos o dia lindo
que temos hoje

Leia tudo aqui, no espaço de Opinião

"Cada pessoa tem a sua história. Mas a sua vida está traduzida em expressões, atitudes, modos de ser e agir, que, sendo diferentes, denunciam, normalmente, uma continuidade com semelhanças e sem roturas de maior. Nesta roda da vida em que todos circulamos, ninguém é igual a ninguém, ninguém esgota a escala da perfeição possível, ninguém substitui ninguém, ninguém está a mais. Porém, todos somos, por virtudes e defeitos, da família de todos, ao contrário de indiferentes ou desconhecidos."

António Marcelino

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Dia Europeu Sem Carros




Três aspectos da festa


CRIANÇAS: a mola-real da alegria mais sã

Hoje foi Dia Europeu Sem Carros. O município de Ílhavo também aderiu. É importante sensibilizar para hábitos de vida  mais saudáveis. Andar a pé, fazer caminhadas longas, sem cansar muito, andar de bicicleta, poluir menos o ar que respiramos. Para isto é preciso andar menos de automóvel, optando por transportes públicos e pela bicicleta. Ou preferir os veículos movidos por energias alternativas à gasolina.
Ó Dia Europeu Sem Carros também serve para proporcionar o convívio, em espaços habitualmente destinados a carros. Foi precisamente esta vertente que eu captei na tarde de hoje, na parte da Av. José Estêvão frontal à igreja matriz. Gostei de ver as crianças, a mola-real da alegria mais sã, a usufruírem do prazer de estar com amigos de todos os lugares da Gafanha da Nazaré.

O FIO DO TEMPO: O medo e o ritmo das reformas


1. Em documento de 21 de Setembro 2009, sobre a avaliação da crise e do desenvolvimento humano e económico europeu, a OCDE pede à Europa uma aceleração do ritmo das reformas estruturais. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) considera que a Europa teve agilidade em reagir à crise financeira do último ano mas não de forma determinada capaz de gerar reformas estimulantes. Considera o documento que para um crescimento sustentável da União Europeia depois da recessão se torna importante a aceleração das reformas. Vendo de fora, poderá parecer que tudo será uma questão de alta velocidade, mas as razões são mais complexas que a mera capacitação teórica de agilizar as reformas consideradas.

2. No mesmo dia, do outro lado do atlântico, nos Estados Unidos, a aceleração a mais na retoma faz gerar pânico. As subidas dos últimos meses têm-se apresentado bem superiores às expectativas realistas dos investidores, o que lançou a suspeita sobre a credibilidade e seriedade do andar da economia, conduzindo as bolsas a fechar no vermelho. Diz-se que «o mercado accionista está vulnerável. Existe uma multidão à espera de uma descida depois de um pico tão forte.» A instabilidade paira no ar e as tendências dos mercados reflectem os sentimentos das pessoas e das comunidades. Humanizando-se a economia, por trás das bolsas estarão sempre mãos e vontades que, de um lado do atlântico ou do outro, quererão descortinar a sustentabilidade ético-económica depois da crise.

3. Por vezes, destes relatórios da OCDE – como outro que já há dias apontava expectativas mais optimistas para Portugal (?!) –, até poderá parecer que tudo resultará num passe de mágica. Repete-se o refrão a aplicar: «reforço da inovação, aprofundamento do mercado único e passagem para uma economia com baixo consumo de carbono», eis as palavras-chave para a Europa. Quem dera que assim fosse… eis um assunto importante que diz respeito ao futuro de todos! Da palavra à obra!

Alexandre Cruz