quarta-feira, 17 de junho de 2009

A Liberdade na EMRC

1. Não é fácil o assunto, também porque os sucessivos sistemas que reflectem visões de educação o foram e vão complicando. A palavra de ordem é sempre a liberdade; educar na e para a liberdade. Educar na liberdade, significará o aceitar que ao projecto social e educativo pertencem um conjunto de valores plurais mas construtivos, e não um habitar na neutralidade do vazio que ao nada conduz. Sejamos objectivos, pensamos: é impossível a neutralidade na educação, tal a força imensa das subjectividades presentes. Pode parecer que a questão pouco importa, mas o esbatimento diluidor da Lei da Liberdade Religiosa numa neutralidade de exclusão do fenómeno sociorreligioso da comunidade social é o reflexo claro do fechamento intencional.
2. Na democracia das liberdades amadurecidas, por isso sempre inclusivas e autenticamente co-responsáveis, tudo deveria ser claro e transparente. Nada de obscuro tornearia e negociação. Atender-se-ia ao princípio de que as pessoas estão mesmo primeiro. Defender-se-ia a existência de programas com valores formativos de personalidades assertivas. Numa abertura de expressão de quem quer ser cidadão do mundo, convidar-se-iam todos os agentes cooperantes e colaboradores com a Escola e desta com as famílias e a comunidade social envolvente. Atender-se-ia ao essencial e às compensações a fim de dar às gerações da tecnologia muito mais lugar às sabedorias, filosofias, religiões. Despertar-se-iam os pais e as comunidades para intervirem mais, pois só participativos virão.
3. O transvazar da opção que quer ir torneando a lei da liberdade religiosa em passo de exclusão das sabedorias e religiões do espaço social, reflectindo a falta efectiva de liberdade inclusiva para com as pessoas, oferecer-nos-á um futuro mais sombrio, fechado, seco, com menores capacidades culturais, humanas e sociais. Lembramo-nos, infelizmente, da vida curta da disciplina DPS (Desenvolvimento Pessoal e Social)… Sim à EMRC!
Alexandre Cruz

Ideias Pela Positiva: É preciso Valorizar os Recursos Naturais

“Com esta crise, a tecnologia vai sair a perder e vão ser valorizados os recursos naturais. Portugal tem tudo a ganhar investindo nos recursos que tem, fruto da nossa excelente localização geográfica. O sol, através do qual podemos reduzir a nossa factura energética; o mar, desenvolvendo ideias concretas para tirar partido dele; e a floresta, que com uma boa gestão pode multiplicar por dois ou três a sua capacidade…” Carlos Martins, Presidente da Martifer Citado pelo jornal i

Escrever bem e com graça: Miguel Esteves Cardoso

Faz-nos falta quem escreva bem e com graça. Também com sentido de oportunidade. Um exemplo que vale a pena sublinhar está no jornal PÚBLICO e chama-se Miguel Esteves Cardoso. Leio-o regularmente. Aqui fica uma passagem digna de registo: “Falta fazer o elogio do sedentarismo. É o indesporto radical do nosso tempo. Define-nos. Delicia-nos. Sentamo-nos e sentimo-nos bem. Sentemo-nos pois.”
Miguel Esteves Cardoso

FIGUEIRA DA FOZ: Praia deserta, por enquanto!

PRAIA DA FIGUEIRA
Quem passa pela marginal da Figueira da Foz, com mar e areal à vista, não pode deixar de reconhecer que as pessoas fazem falta. O tempo ainda não se convenceu de que tem de se pôr a jeito, oferecendo cor, calor e alegria ao pessoal que gosta de banhos. Mas estou em crer que, mais dia menos dia, ele há-de surgir em força, para prazer de todos nós.

Arquivos da Igreja: entre memória e serviço

Em Braga, nos dias 17 e 18 de Junho, o II Conselho Nacional dos Bens Culturais da Igreja reflecte e debate a problemática dos "Arquivos da Igreja: memória das comunidades ao serviço da sociedade". O assunto é importante e diz respeito a todos. Expliquem-se os termos: Arquivo - centro dinamizador do respeito pelos nossos maiores, materializado na adequada atenção à preservação dos documentos, ao seu estudo e à sua divulgação (não mero depósito de papel envelhecido) / Igreja - comunidade de baptizados, comprometidos com a vida (não uma associação, um clube, ou um nicho de protagonismos ou de sossegos) / Memória - veículo de comunhão que projecta o futuro na firmeza da experiência (não um atá-vico impedimento da ousadia) / Comunidades - único lugar onde ser cristão é possível / Serviço - a dura realidade do amor (mesmo para quem não queira) / Sociedade - campo muito vasto do testemunho de vida cristã, feito de mulheres e de homens com valores porventura muito diferentes dos da Ecclesia. Depois de toda a sensibilização para a importância do património documental da Igreja Católica, feita ao longo de anos, as comunidades eclesiais têm pela frente o enorme desafio de encontrarem as respostas mais adequadas - e justas - para que a salvaguarda e a fruição desse património aconteça com inteligência e entrega. Essas respostas passam pela institucionalização e dinamização de Arquivos, também eles geradores de cultura e marcadamente comprometidos com a evangelização e a pastoral. Afectar recursos, humanos, técnicos e financeiros, aos Arquivos da Igreja será sempre uma epifania de respeito pelos que nos legaram a fé, mas também de respeito pelo que somos - como o somos e como nos verão - no seio de uma sociedade cada vez mais plural. Afinal, que testemunho de Igreja dão os nossos compromissos colectivos a respeito dos Arquivos?

terça-feira, 16 de junho de 2009

Um poema de Donzília Almeida

Amor é... Numa esquina da vida se encontraram; D ‘amizade brotou o sentimento. Que passo a passo, foi ganhando alento E em juras de amor, os dois falaram. Um dia, no altar, ambos selaram Fidelidade nesse juramento E com o olhar fixo no firmamento, D’ mãos dadas estrada fora, caminharam. E quando a doença os tocou, Amnésia da mulher se apoderou. Ao lado dela, digno de se ver, O homem devotado, sempre ficou E com todo o carinho demonstrou Que “Amor é” a força de viver! Mª Donzília Almeida 22.04.09

Observar para não derrapar

É certo que até um carro,
se não se olha bem para o caminho,
poder derrapar.
Mas o nosso hábito derrapador
é o pior dos travões e dos sinais
1. Também as épocas de menos abundância económica, mesmo para quem tem carta livre, são oportunidades obrigatórias de parar para pensar. Pensando, observa-se uma nuvem cinzenta sobre más práticas económicas e fiscalizadoras que, ao longo de anos a fio, tem quase considerado normal a existência de grandes derrapagens em grandes obras públicas. Para quem ainda tivesse dúvidas, a notícia da agência LUSA é clara e não recebeu, que nos tenhamos apercebido, ruídos de reprimenda ou contraditório: «Face à derrapagem de mais de 241 milhões de euros em cinco obras públicas e dos seus prazos de execução, o Tribunal de Contas recomendou ao Governo a criação de um Observatório de Empreendimentos de Obras Públicas.» Dá para repensar.
2. Se cada cêntimo desse valor público vem dos impostos dos contribuintes, fará sentido o perguntar-se sobre o porquê da indiferença na mentalidade portuguesa que, em vez de exigir o rigor cuidadoso e absoluto, foi lavando as mãos, deixando correr o tempo e a derrapagem(?). Talvez já seja muito tarde este despertar, mas em vésperas de novas eleições e possíveis grandes concursos, decisões e construções, um Observatório independente que passe do papel à obra seria uma das grandes fontes para uma maior justiça social. É possível? Valeria a pena conhecer dados sobre como são as derrapagens financeiras e os atrasos nas obras dos países mais desenvolvidos e com democracias mais maduras. É certo que até um carro, se não se olha bem para o caminho, poder derrapar. Mas o nosso hábito derrapador é o pior dos travões e dos sinais.
3. Para uma visão com maturidade, nestas questões, nunca pode estar em causa qualquer facção sociopolítica, mas todas(os). E as denúncias do Tribunal de Contas em nada poderão esfriar a auto-estima das comunidades. Muito pelo contrário: mais observar, quando a ética da liberdade não consegue vencer, será preparar um melhor futuro. Sem derrapar!
Alexandre Cruz