terça-feira, 5 de maio de 2009

As imagens de Vasco Granja

1. Todas as gerações têm determinadas personalidades de relevante imagem pública que, do panorama social ao artístico, acabam por ser referências de época. Quem há vinte, vinte e cinco anos, não se lembra de Vasco Granja (1925-2009), das manhãs de sábado ou domingo na televisão portuguesa a preto e branco, da «banda desenhada» por ele apresentada, de como a pantera cor-de-rosa ou outras animações contagiavam as gentes mais novas daquele tempo. Esta vida que nos deixou, a par de outras grandes referências da comunicação, faz reviver o melhor das memórias de muitos que na época, também por essa via, foram conhecendo o mundo. Vasco Granja assinalou muitos momentos da animação dos mais novos, sendo mesmo chamado por uma criança de «o pai da pantera cor-de-rosa». 2. A sua primeira expressão de empatia, estes dias recordada, em que dizia «olá amiguinhos!» fala-nos, mesmo que sem nostalgias, de um tempo em que a animação revelava predominantemente um carácter de bondade e pacificação, mostrando desse modo, também, uma das funções dos meios de comunicação social. Formar, informando e gerando o entretenimento de qualidade. Um confronto da animação dessa época com a actualidade faz-nos sentir como a inocência dos primeiros passos da «banda desenhada» estão hoje tão longínquos diante de tanta violência que insiste perpassar pelos programas para os mais novos. É verdade que mesmo o Bugs Bunny ou a Pantera também teriam a sua “manha”, mas nada de comparável com os cenários matreiros de muita da animação deseducadora actual. 3. Aos 83 anos parte este homem discreto que leu a sua tarefa pública como serviço educacional de gerações que hoje o recordam. De 1974 a 1990 foi um dos rostos maiores da RTP para a infância. Quem dera que este momento de sua partida fosse oportunidade de repensar na actualidade sobre o papel das comunicações (TV e net) para as crianças. Será?!
Alexandre Cruz

GAFANHA DA NAZARÉ: Ciclo de Conferências, nas quintas-feiras de Maio

Os problemas do mundo actual, no auditório da igreja matriz
As quintas-feiras de Maio deste ano vão proporcionar fecundos e participados – espera-se – momentos de formação, informação e reflexão. A paróquia da Gafanha da Nazaré promove um ciclo de conferências sobre questões da actualidade para proporcionar um olhar humanista, crítico – mas não pessimista –, sobre os grandes problemas do mundo em que vivemos. As conferências realizam-se no Auditório Mãe do Redentor, todas as quintas, às 21h. A entrada é livre.
1.ª Conferência, 7 de Maio: Carlos Borrego fala sobre
“Questões ambientais – moda ou urgência?”

Carlos Borrego, doutorado em Ciências do Ambiente, é professor na Universidade de Aveiro (UA). Foi ministro do Ambiente e Recursos Naturais de 1991 a 1993 e vice-reitor da UA de 1998 a 2002. É autor de numerosos artigos e publicações. Recentemente coordenou o estudo que levou o governo a abandonar a Ota e a escolher Alcochete para localização do novo aeroporto de Lisboa. A acção humana está a provocar alterações climáticas e o litoral de Portugal poderá ser das zonas mais afectadas. Por outro lado, assistimos a investimentos em energias renováveis e ao crescimento da “consciência verde”. As preocupações ambientais são uma moda ou uma urgência? O que temos de fazer?

ÍLHAVO: Gran Torino, de Clint Eastwood, no Centro Cultural de Ílhavo

UM FILME DE GRANDE NÍVEL
“Gran Torino” é um filme de Clint Eastwood, com Clint Eastwood e Christopher Carley, para maiores de 12 anos. Clint Eastwood é também o produtor e realizador. Para ver no Centro Cultural de Ílhavo, na sexta-feira, 8 de Maio, pelas 21.30. Foi considerado pela crítica e pelo público como um dos melhores filmes de 2008. Já tive a oportunidade de o ver e gostei bastante. A par da boa realização e interpretação, o filme dá uma grande lição a muito boa gente. A não perder.

Orfeão da Misericórdia de Ílhavo celebra 1.º aniversário

No Centro Cultural de Ílhavo, 
9 de Maio, pelas 21.30 horas 

Depois da estreia absoluta no Centro Cultural de Ílhavo, por ocasião do Concerto de Natal, a 20 de Dezembro de 2008, o Orfeão da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo, uma formação de 50 elementos, dirigida pelo Maestro Jorge Ferreira, celebra o seu 1.º aniversário e associa-se à comemoração dos 90 anos da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo, com um programa a ter lugar no Centro Cultural, no próximo sábado, 9 de Maio, pelas 21.30 horas. 1.ª parte: Orfeão da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo 2.ª parte: “Alma de Coimbra” – Coro de Antigos Estudantes de Coimbra 
Esta é uma excelente oportunidade para apoiarmos os nossos artistas, mas também, e em especial, a Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo, que continua a apostar no futuro.

Festival de Teatro do Município de Ílhavo 2009

Durante o mês de Maio, a Câmara Municipal de Ílhavo vai realizar mais uma edição do Festival de Teatro, que irá decorrer entre os dias 6 e 30 nas quatro freguesias do concelho. Este ano, serão as Crianças do Pré-Escolar e do 1.º Ciclo do Ensino Básico os primeiros espectadores do Festival, cuja abertura terá lugar no Centro Cultural de Ílhavo, no dia 6, com a peça “Lol.Pop”, do Teatro das Beiras. Seguem-se vários espectáculos de elevado qualidade, realizados um pouco por todos os espaços culturais do Município, com destaque para o Teatro de Rua “D. Gilberto”, pela Joana Teatro, que vai certamente dar uma nova vida e cor ao Jardim Oudinot, no dia 24 de Maio, a partir das 15h30. Aqui fica o convite. Não falte!

MOÇÃO DE CENSURA AO PAPA

A mensagem deste ano para o Dia Mundial das Comunicações Sociais é uma das mais fascinantes destes 43 de celebração. Acerta em cheio nas esperanças e dúvidas que nos geram as novas tecnologias, sobretudo para as crianças e jovens. Se por um lado a média de vida aumentou - cada vez há mais gente a trabalhar aos setenta ou mais – por outro, envelhece-se mais cedo porque as novas tecnologias vão gerando iliteracia digital com uma velocidade estonteante, deixando os dedos ágeis das crianças a tocar as suas sinfonias criptadas que irritam os adultos e os deixam despeitados de não caminharem à velocidade instintiva das novas gerações. O cartaz do Dia Mundial deste parece um enigma. E de facto é. Espécie de provocação para que quem não sabe pergunte do que se trata e o que significa. Que olha o planeta rodeado por asteróides tanto da Net como dos telemóveis. Veja-se por exemplo: Google, Wikipédia, Twitter, Myspace, YouToube, Chats, Blogs, Hi5, Facebook, Ipod, Mp3, 4, Messenger, e mais um interminável desfile de siglas que, aliadas aos compactos literários de quem – diz-se - comete erros ortográficos, desencadeia vias comunicacionais nunca existentes no passado. Por isso se recomenda na carta que acompanha o cartaz: “olhe bem. Parece que há uma gralha no título. Procure entender o que lá está. Se não sabe, pergunte aos jovens e adolescentes. É o que anda nas pontas dos dedos de quase todos. Como diz o Papa: muitas vezes esse mundo parece-nos estranho.” O lançamento do Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano, a nível nacional, será marcado por um “confronto” de jornalistas: como trataram a Igreja desde as conferências do Casino da Figueira às declarações do Papa no avião para os Camarões? Ou, como esteve a Igreja nesses acontecimentos? Não esquecendo a forma como foi noticiada a canonização do Santo Condestável, ou o último acontecimento conhecido: a “moção de censura” dos membros do órgão máximo da Câmara Baixa de Espanha (PSOE, CiU, PNV e parte do PP) a pedir ao Papa explicações pelas suas declarações sobre a SIDA em recente viagem à África. Como se as palavras do Papa tivessem um valor coercitivo. Dizia o E-Cristians: ”O Congresso dos Deputados não é ninguém para intrometer-se no âmbito das considerações morais que de uma posição religiosa se possam manifestar porque, ao actuar assim atenta contra o princípio constitucional de neutralidade do Estado”. E se os belgas (que fizeram algo de semelhante) ouvirem esta teoria, até lhes fará bem. Mas isso iremos debater no próximo dia 21 na Universidade Católica, no encontro de jornalistas. António Rego

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Morreu Vasco Granja

Um grande divulgador da Banda Desenhada
Vasco Granja morreu na passada madrugada. Tinha 83 anos. Para mim, que o conheci a ensinar, na TV, cinema de animação, morreu um grande comunicador. Falava para crianças e adolescentes, mas os adultos também gostavam de o ouvir. Procurava apresentar arte, sobretudo. Difícil missão que ele sabia democratizar, levando-a ao povo. Eu apreciava quanto dizia, principalmente pela forma simples como o fazia. Os meus filhos fixavam os seus olhos juvenis em Vasco Granja e nos filmes animados que ele cuidadosamente seleccionava. Bem recordo a atenção deles, hoje, ao saber da morte deste mestre da comunicação. Ver mais aqui.

A Cidade Educadora

Évora
1. Decorrerá entre 7 e 9 de Maio o III Congresso Nacional das Cidades Educadoras, este ano na cidade histórica de Évora. O tema abordará «a educação como património e o património como agente educador». Esta iniciativa de cariz nacional insere-se no Movimento Internacional de Cidades Educadoras. A AICE – Associação Internacional das Cidades Educadoras, formalizada no ano de 1994, insere-se numa visão de mundo e de cidades em que todo seu o horizonte cultural e humanístico deverão estar em rede de sinergias gerando mesmo mecanismos de maior amplitude e cooperação social. Referir-se, ainda, que o primeiro passo desta caminhada foi dado em 1990, quando em Barcelona ocorreu o I Congresso Internacional de Cidades Educadoras, em que um grupo de cidades representadas pelos seus órgãos de poder aceitaram o desafio da parceria em ordem a uma sempre melhor capacidade, pela educação, de qualidade de vida dos habitantes. 2. Esta é uma reflexão sempre inacabada, aliás, diga-se, ainda pouco começada entre nós. Nos tempos do primeiro encontro planetário do séc. XVI, a obra de Tomás Moro reflecte muito deste imenso potencial das cidades como incontornável comunidade humana organizada e capacitadora, sendo pólo gerador e garantia de valores patrimoniais. As grandes cidades são os principais centros de poder mas ao mesmo tempo reflectem no seu coração um vazio espelhado no seu abandono para as periferias, estas que parecem garantir uma melhor qualidade de vida. As cidades que representam talvez o que de melhor como organização social a humanidade terá conseguido, todavia, nunca sobrevivem por si mesmas, mas sempre carecem de dinamismos despertadores e revigoradores para o seu não esmorecimento. As cidades estão cheias de património, mas este quer ser também acolhido como expressão viva da “alma das gentes” e animado pelas redes sociais e culturais. Não é fácil, mas sim, juntos, sempre mais e melhor!
Alexandre Cruz

Tourada na Terceira: Um susto para mais tarde recordar

O touro que pregou alguns sustos
Um continental vive tourada na Praia da Vitória, na Terceira
Na 6.ª feira, depois do almoço, encontrei-me com colegas para um café e a meio da tarde lá fomos até às touradas. Mal chegámos, fomos logo, como é natural e normal, beber umas cervejas, porque o tempo e a animação estavam a aquecer. Estávamos a ver os touros, na Sociedade Recreativa das Fontinhas, freguesia da Praia da Vitória, num local vedado com taipais de madeira. Pensei que estávamos seguros... mas afinal sofremos um susto. Um dos touros rebentou a porta de madeira e entrou no recinto onde nos encontrávamos. De repente aquilo ficou vazio! Cada um a fugir para o seu lado, com medo da fera! Eu tentei entrar no café da Sociedade mas não consegui porque aquilo, de repente, ficou cheio de pessoas que procuravam, como eu, um local seguro. Eu fiquei à porta, porque não tive hipóteses de entrar! A minha sorte foi que o touro, preso por uma corda, que alguns homens seguravam, não foi “autorizado” a atacar-nos. Todos escapámos à fúria do animal. Depois, os homens que agarram na corda, lá conseguiram tirar o touro do recinto da Sociedade, onde havíamos procurado protecção. A seguir ao grande susto... continuei a beber a cerveja e a comer linguiça assada, como manda a tradição nesta ilha! No final tudo acabou bem. E assim vivi um dia em cheio, assistindo à tourada à moda da Terceira, nos Açores.
João

domingo, 3 de maio de 2009

Bênção dos Finalistas da UA - 2009

VOA A GRANDE ALTITUDE Não fiques na praia com o barco amarrado e medo do mar. Tudo aqui é miragem mas na outra margem alguém a esperar. Como onda que morre sozinha na praia não fiques brincando. No mar confiante ensina o teu canto de ave voando. Voa bem mais alto livre sem alforge sem prata nem ouro. Amando este mundo, esta vida que é campo e esconde um tesouro. Ninguém te ensinou mas no fundo tu sentes asas para voar. Nem que o céu se tolde e as nuvens impeçam tu não vais parar. Há gente vivendo tranquila e contente como eu já vivi. És águia diferente céu azul cinzento Foi feito p’ra ti!