sábado, 18 de abril de 2009

Crónica de um Professor…

Férias da Páscoa
Era a primeira aula do 3.º Período, logo após as férias da Páscoa. Vinha mesmo a talho de foice, o tema daquela unidade didáctica -Descrever acções no passado. Os alunos vinham ainda cheios daquela energia que se recupera e desenvolve nos períodos de interrupção lectiva. E… falar daquilo que tinham feito, nesses dias, seria para eles agradável e estimulante. A teacher aproveitava as vivências dos seus alunos, para servirem de motivação ao tema que ia tratar e também para lhes fazer crer que a aprendizagem duma língua estrangeira tem interesse e tem, na verdade, uma utilidade prática. A Pedagogia e a Didáctica, sempre de mãos dadas! Assim, inquiriu quais tinham sido as tarefas/actividades em que se tinham ocupado, durante esse período de tempo. Logo acudiram, em simultâneo, as mais díspares respostas, mas duma espontaneidade genuína. O Daniel levou uma fartura ao pai; O Miguel Ângelo foi à piscina e fartou-se de nadar; o Kevin foi à Feira de Março; o Luís foi ao hospital visitar uma tia doente; alguns não foram a lado nenhum e ficaram em casa, a saborear o aconchego do lar… a ver televisão, jogar no computador, ajudar as mães nos recados. Todo este vocabulário era um manancial precioso para a teacher, que queria ensinar-lhes o past dos verbos regulares e alguns irregulares. Sabia, pela sua larga experiência, que era um assunto árido para os discentes, que nunca acolhem muito bem as lições de gramática. Esta precisa de vestir-se de atractivas roupagens para se insinuar junto dos alunos. A teacher tinha ali, as “fantasias” com que mascarou a “intrusa”! Ir nadar, ir à Feira de Março, comer farturas e sobretudo folares, era de facto aliciante para os alunos quebrarem as barreiras da aprendizagem e falarem pelos cotovelos. A mestra dava-lhes a ajudinha de que precisavam e… foi vê-los contar com entusiasmo as suas aventuras das férias. Mas… havia ali o Coelho, não o da Páscoa, mas aquela bolinha de carne, em oposição às bolinhas de pêlo, forma ternurenta com que a teacher apelidara os seus homónimos... os coelhinhos! Aquela criaturinha, cara de lua cheia, roliço de carnes e com a impetuosidade do mar que banha a sua Costa Nova a correr-lhe nas veias, estava ali, impávido e sereno, a congeminar a sua contribuição para aquele relato de aventuras. A sua postura era de alergia à língua estrangeira; ainda não vislumbrara a vantagem, o interesse de aprender a falar outro linguajar, para um dia, num futuro próximo… vir a falar aos peixinhos, seguindo as pisadas dos progenitores! Será que estes não entenderiam a sua língua materna, aquela e única que no berço aprendera? Não, o “Caramelo”, aqui, sinónimo de Coelho, pela doçura que ambas as palavras evocam, não estava para aí virado... para falar Inglês! Mas... o Caramelo não quer dar parte de fraco, pensa e age sempre, deitando umas pitadas de humor nas suas tiradas. Assumindo um ar de superioridade adulta e dando às suas palavras um tom convincente, exclama: - Não vou estar aqui… a falar da minha vida privada!!! A teacher conteve, a custo, uma gargalhada espontânea… e a aula prosseguiu o seu ritmo normal, evocando, com nostalgia, as peripécias das Férias da Páscoa!
Mª Donzília Almeida 17.o4.09

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Cavaco duro como nunca para Governo e empresários

Na abertura do 4.º Congresso da Associação Cristã de Empresários e Gestores, o chefe de Estado apontou directamente o dedo ao Governo avisando que “seria um erro muito grave, verdadeiramente intolerável” que, “na ânsia de obter estatísticas económicas mais favoráveis e ocultar a realidade, se optasse por estratégias de combate à crise que ajudassem a perpetuar os desequilíbrios sociais já existentes”.

Artistas da Gafanha da Nazaré

Ultimamente, tenho dado conta da existência, na Gafanha da Nazaré, de inúmeros artistas, de várias áreas de expressão. Folgo com isso. E só me apetecia divulgá-los todos, muito embora me pareça bastante difícil a tarefa. Gente jovem, sobretudo. Não sei explicar a razão de ser desta tão preenchida rede de artistas, mas julgo que isso será fruto de gostos refinados que as novas tecnologias da comunicação suscitam em pessoas com novos gostos e apetites por altos horizontes. É bom verificar que a arte começa, agora mais do que nunca, a ocupar mais pessoas, de quaisquer idades, num desafio constante de inovadoras expressões, capazes de convencer os mais cépticos. Gosto disso. Convencido de que vou ter muito por onde escolher, aqui prometo que, dentro do viável, poderei oferecer aos meus visitantes alguns desses artistas. Para já, não tenciono referir nomes. Seria, certamente, uma injustiça para os que ficassem de fora. FM

quinta-feira, 16 de abril de 2009

A insustentável leveza do Ter

1. Mesmo após o diagnóstico da situação actual mundial, sejam multiplicadas as análises dos “porquês” para bem se discernir os “para quês”. Sem dogmatismos mas sem descompromissos, e pese embora o facto incontornável da globalização em realização, será essencial que a procura de soluções venha acompanhada da devida reflexão sobre o lugar do Ter e do Ser nas sociedades actuais. A questão é ampla e grandiosa, mas nem por isso deve ficar por ser enfrentada. Os variados quadros de formação não poderão fechar-se num “quadrado” pois que as problemáticas são plurais e “redondas”, no sentido daquela globalização boa que se quer, com a presença contínua de valores que iluminem o Ser Humano e não meramente as quantificações que seduzem o Ter Humano.
2. Se se fala hoje tanto de sustentabilidade, noção atribuída às questões ambientais de um efectivo “desenvolvimento sustentável”, deve-se falar mais daqueles que estão por trás dessa possível sempre maior garantia de sustentabilidade. Há anos o escritor Milan Kundera (n. 1929) publicou o célebre romance «A insustentável leveza do Ser» (1984), história que se passa na cidade de Praga em 1968, argumento já traduzido para a máquina do cinema. Diante da conjuntura sociopolítica de então reflecte-se sobre o lugar do Ser, como expressão do sentir existencial, ao mesmo tempo forte e ao mesmo tempo frágil; mas o Ser que, caminhando nas coordenadas históricas, vence todas as limitações do tempo e do espaço, mesmo em regimes cegos.
3. Proponhamo-nos a uma rasgada reflexão sobre a clarividente e demonstrada insustentabilidade do Ter. Poder-se-á dizer que o Ocidente avançou mais pelos paradigmas do Ter e o Oriente conseguiu preservar o Ser das sabedorias culturais ancestrais. Nunca se poderá generalizar nada neste “caldo” de expressões humanas, elas que hoje se encontram (e surpreendem) umas às outras. Viajemos aos pilares (do Ser ou do Ter?) da construção! Alexandre Cruz

GAFANHA DA NAZARÉ: Cidade há oito anos

No próximo, dia 19 de Abril de 2009, assinala-se a passagem do 8º aniversário da elevação da Gafanha da Nazaré a cidade.
Como forma de marcar e comemorar essa data, a Câmara Municipal de Ílhavo, em conjugação com a Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, vai realizar um conjunto de acções dedicadas à cidade da Gafanha da Nazaré, com visitas e reuniões a que presidirá o Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, com o seguinte programa: 09.00 h – Hastear das Bandeiras, junto à Sede da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré; 09.30 h – Visita à Fundação Prior Sardo, na Casa da Remelha 10.00 h – Visita às obras da 3ª fase da Via de Cintura Portuária e da Ligação Ferroviária ao Porto de Aveiro 11.00 h – Missa de Acção de Graças, na Igreja Matriz da Gafanha da Nazaré 12.30 h – Almoço de Trabalho com Entidades e Dirigentes Associativos, no Navio Museu Santo André 15.30 h - Encerramento

Só Europa do leste tem crianças mais pobres que Portugal

O DN diz hoje que um "Estudo revelado ontem pelo Banco de Portugal revela que existiam, em 2006, 300 mil crianças pobres. O nosso país é também o quarto da Europa com maior percentagem de crianças carenciadas (24%), apenas é ultrapassado pelos países do Leste (Roménia, Lituânia e Polónia). Ministro do Trabalho admitiu que situação pode agravar-se com a actual crise." Isto é incrível, mas não há dúvidas. Para nossa vergonha!

Canonização de Nuno Álvares é uma festa de Portugal

A propósito da canonização do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, o Cardeal José Saraiva Martins, português e radicado no Vaticano, onde desempenhou até há pouco a responsabilidade da Congregação para a Causa dos Santos, concedeu uma entrevista à Ecclesia, que vale a pena ler.