quinta-feira, 19 de março de 2009

COMO OS HOMENS "VERTICAIS"


Cai não cai é o que muitos pensam. Até agora não caiu e já a conheço há muito. Não cai porque tem as raízes bem presas à terra. É como os homens "verticais". A idade e o cansaço da vida podem obrigá-los a ficar inclinados, mas mantêm-se sempre de pé, como as árvores!

Dia do Pai

Homenagem
“As árvores morrem de pé!” Poder-se-ia aplicar com toda a propriedade a esta criatura, pela sua postura, pelo seu modelo de vida,! O seu porte erecto, a sua verticalidade em todos os campos de actuação, a sua dignidade, não envelhecida pelo contágio das cãs que lhe emolduram o rosto, despertam a admiração que nutre por este homem, a sua orgulhosa descendente. Reúne toda a sabedoria que as suas quase nove décadas de existência, atravessando dois séculos, lhe consentem. Detentor de uma cultura e intelectualidade anacrónicas na época em que nasceu e cresceu, passeia-se na vida com a mesma frontalidade, com que sempre viveu. Soube respeitar os seus semelhantes, cumpriu até à exaustão os deveres familiares, sociais e políticos de que foi acometido. Pontualidade, dignidade, integridade, constituíram um valioso património humano que legou à sua prole. Recordo ainda, com muita vivacidade, a forma sábia, pragmática, com que resolvia problemas do quotidiano, que se lhe deparavam e que atestam os seus profundos conhecimentos de psicologia. De formação académica, possui apenas (!?) o exame da 4ª classe feito com distinção e rivalizava, em competência e aplicação, com a sua malograda companheira, que assinaladamente o abandonou, a 11 de Setembro do ano que ora terminou. O seu maior sonho fora o prosseguimento de estudos, numa instituição de ensino técnico, para alargar os horizontes e pôr a render os talentos com que a Providência o dotou. E… foram tantos! As suas responsabilidades laborais, desempenhadas por turnos, a sua jovem família rapidamente acrescida e o desejo veemente de que nada lhe faltasse impediram-no de concretizar esse sonho. Ostenta, ainda hoje, na panóplia de documentos que preenche a sua carteira, um cartão de matrícula na E. Comercial e I. de Aveiro, que exibe, num misto de nostalgia e orgulho. Tivesse Salazar dado a oportunidade, nos tempos que já lá vão, a algumas cabeças dotadas e outro galo cantaria! Se, na altura, existisse já a escolaridade obrigatória dos nossos dias, esta criatura teria ido longe. Foi-o mesmo assim, nos valores, na formação humana que transmitiu aos seus descendentes, aliados à oportunidade que lhes deu de singrar na vida, cada qual, à sua maneira. Todos venceram, para gáudio do progenitor! Recordo, ainda, a forma sábia, inteligente, como reagia e dava resposta a quem o interpelava. Quando me debatia com dificuldades e o desânimo se apoderava de mim, e devo confessar que muitas vezes esse violador de donzelas incautas, me possuiu... o pai, serenamente, numa atitude inteligente de dissuasão, respondeu imperturbável: - Deixa lá, minha filha! Não ficas sem trabalho! Tenho muitas terras para cavar! Nos estudos, que fazia na Faculdade de Letras, sentia esse desânimo quando me obrigavam a “imiscuir-me”, naquele maldito Fausto… em que a figura do Mefistófeles me dava voltas à cabeça. Aí, apetecia-me mesmo pôr-me a cavar e ir ter com o meu pai, à terra do tio Sam! Agora, à distância, tenho que agradecer, a Goethe, o seu precioso contributo, na decisão de acabar o curso! Tinha chegado a manifestar a intenção de desistir! Uff! Ouvi, engoli em seco e hoje, quem quer ver-me a cavar, no sentido literal do termo, é pelo amor à terra, à Natureza, ao bucolismo que a vida do campo me proporciona! Deambular pela horta, passear-me pelo ar quente e simultaneamente fresco e limpo, do pinhal adjacente, são a melhor terapia que posso ter encontrado para refrigério do meu cansaço intelectual... vulgo, stress!
Mexer nas plantas, na terra É p’ra mim um doce alívio! E com a verdade se encerra Eu gosto deste convívio!
E… o meu pai… não pretendeu mostrar a ninguém, muito menos à filha universitária, que era latifundiário!!! Na Gafanha, não os há! É uma realidade alheia ao povo das gafanhas!
M.ª Donzília Almeida

quarta-feira, 18 de março de 2009

Forte da Barra não está esquecido

Porto de Aveiro e Câmara de Ílhavo apostam em recuperar o Forte de Barra
O antigo Forte da Barra, edifício de interesse público em estado bastante degradado, vai ser recuperado no âmbito de um protocolo assinado entre o Porto de Aveiro e a Câmara Municipal de Ílhavo (CMI). Tratando-se de uma propriedade do Estado, aqueles duas entidades souberam dar as mãos para lhe devolver a dignidade a que tem direito. Dentro de um ano, reza o acordo, o estudo para a requalificação ficará concluído, definindo-se, simultaneamente, o programa da implementação do que for viável e necessário. Para o presidente da CMI, Ribau Esteves, já existem “três ou quatro privados interessados” em aderir ao projecto de restauro, pelo que é de prever que tudo decorra com a celeridade possível. Entretanto, aquelas entidades também formalizaram um conjunto de intervenções em cooperação, algumas das quais já aplicadas, nomeadamente, a requalificação do Jardim Oudinot, as obras de ligação da ferrovia e a execução da terceira via de cintura portuária. José Luís Cacho, director da APA (Administração do Porto de Aveiro) adianta que “a Câmara de Ílhavo é nossa parceria estratégica, com quem temos uma excelente cooperação”, lamentando apenas que o grande investimento actualmente em curso no crescimento portuário não permita usar mais recursos financeiros, no “cumprimento de responsabilidades sociais”.

O Alentejo na Memória de Júlio Resende

Centro Cultural de Ílhavo: terça-feira, 24, 18 horas
No dia em que o Centro Cultural de Ílhavo comemora o seu primeiro aniversário, terça-feira, 24 de Fevereiro, é inaugurada, pelas 18 horas, uma bela exposição do mestre Júlio Resende, com obras do espólio do "Lugar do Desenho - Fundação Júlio Resende". Deu-se preferência à fase alentejana do artista, explorando as temáticas e técnicas do desenho, desenvolvidas durante este período de produção do pintor.

ARTES de João Ricardo e José Luís Ribeiro no CAE

(Clicar para ampliar)
Arte para recordar e para meditar
Na Sala Zé Penicheiro, no CAE (Centro de Artes e Espectáculos) da Figueira da Foz, está patente ao público uma exposição conjunta de João Ricardo e José Luís Ribeiro, até 5 de Abril. Pintura do primeiro artista e escultura do segundo mostram bom gosto e sensibilidade que merecem uma visita atenta. João Ricardo de Carvalho Pinho da Cruz expôs pela primeira vez em 1975, em Maputo, cidade onde nasceu. Presentemente, está representado em Lisboa, Porto, Aveiro, Coimbra, Setúbal, Viseu e Figueira da Foz, entre outras localidades do nosso País e do estrangeiro. Recebeu o 1.º Prémio do Concurso de Pintura ao Ar Livre da Câmara Municipal de Vouzela. Gostei dos quadros que apresentou, ontem, na Figueira da Foz, com reflexos de recantos que nos são familiares e que ocupam um lugar especial nas nossas memórias. José Luís Gomes dos Santos Ribeiro apresenta escultura em madeira e cerâmica. Natural de Angola, expôs pela primeira vez em 1984. Nos primeiros anos, explorou a madeira como suporte de múltiplos entrançados de algas, cartilagens, pedras e sementes. Posteriormente envereda para o barro. Por último, tem procurado interpretar contextos de culturas envelhecidas, que procuram lançar raízes na modernidade. Os meus olhares fixaram-se, para reflectir, sobre trabalhos que desafiam o nosso o imaginário. Vale a pena uma visita. FM

Com a Poesia por tema

21 de Março - um dia com o Grupo Poético de Aveiro

O objectivo destas actividades consiste em intervir com a palavra dita em vários espaços, procurando chegar a um maior número possível de pessoas.

Aveiro - Inauguração da Livraria Buchholz - Praça Marquês de Pombal - 16h00 Ílhavo - Colaboração com a Confraria Camoniana - 15h30m - Biblioteca Municipal de Ílhavo Comboio Urbano - Aveiro/Estarreja- Estarreja/Aveiro Partida de Aveiro às 15h19 Partida de Estarreja às 15h58
Biblioteca Municipal de Aveiro -17h00 Aveiro - Café Cafeína - 18h00 Todos podem participar. Venha ler o seu poema preferido com o Grupo Poético de Aveiro.

Ares da Primavera

Prelúdio...
Florinhas Miudinhas, De repente...... Apareceram Naquela árvore Em frente! Encheram De Alegria A aula, Na manhã Fria..... E toda a classe Reparou....... Que a Primavera Chegou!
Mª Donzília Almeida Maia 1995

terça-feira, 17 de março de 2009

Para estimular o gosto da leitura entre os jovens

A jornalista de assuntos científicos, Ana Gerschenfeld, diz hoje no Público, num pequeno texto do 2.º Caderno, que “Uma boa maneira de estimular o gosto da leitura entre os jovens poderá ser … pagar-lhes para fazerem a leitura em voz alta a pessoas idosas. Essa foi pelo menos a ideia que levou dois irmãos, os britânicos Heneage e William Stevenson, a criar o site eldertainment.co.uk. Para distrair as pessoas mais velhas; promover a transferência de saber e a interacção entre gerações; e para dar aos estudantes o apoio financeiro de que tanto precisam”. Ainda sublinha que “Há quem ache (…) que é triste ter-se chegado ao ponto em que as pessoas idosas têm de pagar para isso. Mas o esquema pode ter varias declinações: que tal um novo serviço público?" A ideia aqui fica. Não há nada como experimentar. FM

Abracemos África com o Papa Bento XVI

"Começa hoje nos Camarões e prossegue Sexta-feira em Angola a primeira visita apostólica do papa Bento XVI ao continente africano. Como deu a conhecer na oração do Angelus, na Praça de São Pedro, no passado Domingo, em Yaoundé, capital dos Camarões, Bento XVI confiará aos bispos africanos o "Instrumento de trabalho" da II Assembleia especial para África do Sínodo dos Bispos, a realizar em Outubro, no Vaticano, seguindo depois para Angola, onde permanecerá por ocasião da feliz memória celebrativa da evangelização do País."

segunda-feira, 16 de março de 2009

Ares da Primavera

A Primavera ainda não chegou?
Ela está
nos sorrisos
e nas flores que brotam
por todos os cantos
espelhando-se
no céu azul
que inunda a vida
de sonhos