segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

OBAMA

Vamos ser realistas Os EUA vão ter, a partir de amanhã, um novo Presidente. Pela primeira vez na história da mais poderosa nação do mundo, um negro vai ocupar a cadeira principal. Depois da desastrosa política de Bush, Obama está a ser esperado como um Messias. Muitos acreditam que, a partir do seu juramento, o mundo vai mudar radicalmente. Nem se acredita que os graves problemas que ensombram a terra possam esperar uns dias. Vamos ser realistas. Vamos acreditar que Obama possa ser um ponto de partida para uma nova ordem social. Não esqueçamos que ele tem de conhecer os cantos à Casa Branca e ao mundo. Não esqueçamos que haverá problemas complexos a estudar, passos difíceis a dar, muros a derrubar, inimigos a dominar e a conquistar, mensagens inovadoras a catequizar, gestos proféticos a mostrar. Não queiramos que o novo presidente americano faça tudo num dia. E lembremo-nos de que os seus inimigos entrarão em cena no dia seguinte à tomada de posse do Presidente Obama. FM

Alice Vieira, no “Público”

"Aconteceu uma coisa terrível na Educação" Em entrevista ao jornal “Público”, a escritora Alice Vieira teceu algumas considerações, pertinentes, sobre a situação que se vive nas Escolas. Disse que "Aconteceu uma coisa terrível na Educação: tudo tem de ser divertido, nada pode dar trabalho". E acrescentou: “As leis são iguais para todos, mas há escolas onde dá gosto ver o trabalho que os professores fazem e a ministra é a mesma! Não é na totalidade das escolas, mas, sobretudo no interior, encontro gente motivada.” Leia a entrevista em Público online, página 3, no caderno principal.

domingo, 18 de janeiro de 2009

110 anos da restauração do Município de Ílhavo

Ribau Esteves, António Neves e Neves Vieira

A chuva ajudou a ver o farol com iluminação
Monumento com marcas da nossa história e cultura
As comemorações dos 110 anos da restauração do Município de Ílhavo encerraram hoje, domingo, pelas 15.30 horas, com a inauguração de um conjunto escultórico, na Rotunda Sul do Nó 3 da A25, junto à Friopesca, da autoria do artista ilhavense António Neves. Chuva miudinha, irritante, incomodou a cerimónia, mas nem assim deixaram de aparecer ílhavos e gafanhões nesta hora com algum simbolismo. Farol com iluminação e lâmpada rotativa, à semelhança do que acontece com o Farol da Barra de Aveiro, capitão, pescador no dóri, bacalhau e velas, estas em representação da força da natureza, que é o vento, são os elementos concebidos pelo autor. Trata-se de um monumento com traços figurativos, estilizados, que assinala a entrada na área portuária, para quem vem da cidade-sede do concelho, como sublinhou o presidente da autarquia, Ribau Esteves. A escolha desta rotunda, para implantação do monumento dos 110 anos da restauração do município, tem a ver com o ponto estratégico que une "as três cidades com as quais mais nos identificamos, Aveiro, Ílhavo e Gafanha da Nazaré", no dizer do presidente Ribau Esteves. E os motivos aproveitados pelo artista António Neves, mais conhecido como aguarelista, espelham bem "as marcas da nossa história e cultura, em que sobressaem o Farol, o bacalhau e o mar", referiu o autarca. Ribau Esteves frisou que a Câmara de Ílhavo tem apostado em deixar a nossa arte, “com simbolismo, no domínio público”. Daí a escolha do artista ilhavense, António Neves, que representa, de alguma forma, “um dos melhores que o município tem”, neste momento. O monumento importou em 75 mil euros, para além das obras circundantes, da responsabilidade da câmara. FM

"250 anos de Aveiro, uma ideia para o futuro"

Do blogue dos Amigos da Avenida, de Aveiro, recebi o comunicado-convite que aqui publico, por conside-rar muito pertinente o desafio que é lançado à comunidade aveirense. Desejo, obviamente, os maiores êxitos, para este grupo de cidadãos da nossa capital do Distrito.
FM
Desafio à comunidade aveirense

As comemorações dos 250 anos podem ser uma excelente oportunidade para Aveiro celebrar o seu passado e a sua identidade, projectar-se no contexto regional e nacional e afirmar a cultura e criatividade como factores de desenvolvimento e de competitividade urbana. Para isso é fundamental mobilizar a comunidade aveirense e os agentes culturais, sociais e económicos da cidade para que participem de uma forma mais activa nas comemorações. Nesse sentido, um conjunto de cidadãos aveirenses, organizados à volta do blogue dos Amigos da Avenida (http://amigosdavenida.blogs.sapo.pt/), entendeu lançar um desafio à comunidade e procurar promover um conjunto de iniciativas a desenvolver no âmbito das presentes comemorações. Pretende-se com esta iniciativa promover os jovens artistas e criativos de Aveiro (do sector da cultura, arte, design, tecnologias,...), dinamizar formas de expressão que privilegiem a animação dos espaços públicos da cidade e estimular a participação dos cidadãos em intervenções criativas nas suas unidades de vizinhaça (ruas, bairros,...). Para dinamizar este programa "250 anos de Aveiro, uma ideia para o futuro", os promotores do blogue Amigos da Avenida vêm por este meio convidar todos os interessados a participarem numa reunião pública a realizar no próximo dia 22 Janeiro (quinta-feira) pelas 21h no Salão Nobre da Associação Comercial de Aveiro. Solicitamos a confirmação da vossa presença para o email: amigosdavenida@gmail.com. Compareçam, vamos celebrar Aveiro! José Carlos Mota

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 114

Lugre Rainha Santa Isabel
BACALHAU EM DATAS - 4
A TERRA NOVA DOS BACALHAUS
Caríssimo/a:
Século XVI (início) - «A presença de pescadores portugueses na Terra Nova remonta certamente a uma época muito remota; foram, no entanto, as viagens dos irmãos Corte Real, no início do século XVI que marcaram o reconhecimento efectivo da que viria a ser baptizada de "Terra Nova dos Bacalhaus". A partir desta época, uma frota de navios portugueses passou a efectuar campanhas de pesca anuais, largando dos portos do Minho, Douro, Mondego e da Barra de Aveiro, com destino aos férteis pesqueiros da Terra Nova. Segundo alguns autores, a frota quinhentista portuguesa chegou a contar cento e cinquenta navios, quase todos de Aveiro e Viana do Castelo. A partir do último quartel do séc. XVI, Portugal começou a experimentar, naquelas paragens [Terra Nova], uma situação desfavorável relativamente a outras potências.» [Creoula, 09 (Creoula – Notas e Fotos de Embarque no Navio de Treino de Mar, por António Santos Carvalho e Ana Lúcia Esteves, Ideias e Rumos, 2005)]
«Viagens de Gaspar Corte Real, ao estreito de Davis, ao qual numerosos autores atribuem a descoberta da Terra Nova.» [HPB, 19]
«Baseando-se em autores e informações tardias várias, Marques Gomes afirmava, em 1923, que os aveirenses teriam estado entre os primeiros a pescar o “fiel amigo”, na Terra Nova, conjuntamente com pescadores de Viana do Castelo e da Ilha Terceira, aí por volta de 1500 ou 1501.» [Oc45, 77]
«Gaspar Corte Real, considerado o descobridor oficial da Terra Nova, em 1501, ali aportou e tomou posse da terra em nome do seu rei. João Álvares Fagundes e João Fernandes Labrador também não desistiam das buscas da passagem para o outro mar naquela parte do continente americano, cuja obstinação havia de custar a vida a muitos deles. Das várias expedições levadas a cabo ao longo de toda a costa do continente norte-americano, muitas das quais terminaram em tragédia, uma realidade ressalta e se impõe, tal a ênfase com que era relatada por todos os marinheiros que nelas haviam tomado parte: a indescritível abundância de bacalhau naquelas águas. Ora foram essas informações, essas notícias entusiasticamente comentadas e espalhadas pelos pescadores da Europa Ocidental que deram origem à grande corrida para os pesqueiros recém-descobertos. E dito isto, não restam quaisquer dúvidas de que a pesca do bacalhau nos bancos da Terra Nova foi a primeira e grande consequência directa da Grande Epopeia dos Descobrimentos naquela parte do mundo.» [HDGTM, 25/26]
«Há a certeza de que em 1504 já pescadores portugueses iam à Terra Nova.» [FM, 7 (Faina Maior – A Pesca do Bacalhau nos Mares da Terra Nova, por Francisco Marques e Ana Maria Lopes, Quetzal Editores, Lisboa, 1996, p. 7)] Manuel

sábado, 17 de janeiro de 2009

CASA ZÉ-ZÉ respeita a tradição

Caldeiradas de enguias de sabor único 


Eu sei que gostos não se discutem, mas cá para mim, caldeiradas de enguias só no ZÉ-ZÉ, na Gafanha da Nazaré. Conheço-as desde a minha juventude, como já referi no meu blogue. E hoje, por estranha coincidência, no dia em que se recorda o falecimento do meu amigo ZÉ-ZÉ, de seu nome de baptismo Manuel José da Silva, que nos deixou em 17 de Janeiro de 1983, já lá vão, portanto, 26 anos, voltei a saborear uma esplêndida caldeirada de enguias. A regá-la, apenas um vinho da casa, muito bom. A fechar, um doce caseiro e um café.
Tive o prazer de ser servido pela sua neta Elsa, que conheço desde menina. Na cozinha, mostrou o seu bom gosto o neto Duarte, actual responsável pela casa. Os herdeiros do ZÉ-ZÉ continuam, assim, a respeitar a tradição de uma casa, cujo primeiro alvará data de 1936. A enguia é rainha por estas bandas desde a primeira hora, tanto quanto sei. E o segredo da sua fama, como frisou a Elsa, está na família. Não há registo escrito da lavra do ZÉ-ZÉ, mas a sua neta garantiu-me que está bem guardado e gravado nos genes familiares. Daí, portanto, a fidelidade dos sabores a que nos habituou o fundador da casa.
Questionada sobre a relação entre a caldeirada à ZÉ-ZÉ e as outras, logo adiantou que não pode compará-las porque não as conhece. O que sabe é que a caldeirada criada pelo seu avô é conhecida em todo o lado. Há clientes que, periodicamente, aqui vêm de propósito para se deliciarem com um prato diferente. A sala apresenta-se decorada com motivos marítimos, ao jeito da região. E não faltam registos de quem veio, comeu e gostou. Por exemplo, em destaque, há um prato com dedicatória oferecido por um grupo de funcionários de um Banco, de Coimbra, com data de 4 de Abril de 1976, comemorativo de visitas gastronómicas entre 1967 e 1976, na quinta-feira santa. Reza assim:

"Para sair O totobola Jogamos todos Com fé Mas só nos sai Caldeirada Preparada no Zé-Zé"

A CASA DA LEITURA: Um espaço a ter em conta

O meu blogue lembra hoje, com certo destaque, um espaço já aqui referenciado à margem: CASA DA CULTURA. Chamo a atenção dos meus leitores para o que se diz na apresentação do “site”: “A Casa da Leitura nos seus distintos níveis de leitura, oferece não apenas a recensão de mais de 1400 títulos de literatura para a infância e juventude, organizados segundo faixas etárias e temas, com actualização periódica semanal, como desenvolve temas, biografias e bibliografias. Tudo dirigido preferencialmente a pais, educadores, professores, bibliotecários, enfim, a mediadores de leitores. Em simultâneo, responde às dúvidas mais comuns sugerindo um conjunto de práticas destinadas às famílias e aos mediadores.” Agora, há que seguir as propostas da CASA DA CULTURA, no sentido de sugerir a crianças e jovens o que vale a pena ler.