sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O Dia Começou Bem

Numa sala de exames cardiológicos, no Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, pude ler, numa folha colada na parede:
UM SORRISO...
- Não custa nada e rende muito;
- Enriquece quem o recebe, sem empobrecer quem o dá.
Dizia mais, mas isto é suficiente para começar bem o dia, todos os dias do ano.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O Fio do Tempo

EUA: o plano de fundo(s) 1. O mundo estava em suspenso. A campanha dos candidatos à presidência americana ajudou à aprovação do plano da injecção de 700 mil milhões de dólares no chamado mercado monetário. Astronómico! É uma realidade impressionante o encadeamento ao jeito de dominó da economia do mundo nos sistemas americanos. Uma megadependência construída nos últimos dois séculos, também na fronteira dos valores da “liberdade” (das pessoas aos mercados), que quase ninguém quer assumir verticalmente mas que quase todos vivem no dia-a-dia. O dinheiro, como dizem os analistas, está injectado; mas a reflexão do plano de fundo é a tarefa mais urgente a ser realizada. 2. Com certa ironia, mesmo que subjectiva, os americanos falam de si mesmos como se fossem o mundo. Os “outros” ficam…! O Senado aprova o plano para tranquilizar o povo dos Estados Unidos, mesmo sabendo-se que essa tranquilidade é transnacional, mundial. Quando a água acalmar proximamente, de facto, observar-se-á a pequenez que somos para os persistentes endeusamentos das várias ideologias, até das ciências económicas. Quantas afirmações referidas, pensamentos ditos, sentenças proclamadas de pânico diante do desabar das pretensas, mas ilusórias, seguranças. Mesmo exaltando-se a «confiança» como valor, todos espelha(ra)m a desconfiança extrema. 3. As coisas são como são. Já que deste modo a América toca todo o mundo (ainda que segundo alguns no requiem diante dos novos mundos asiático e sul-americano), já que a sobrevivência do Ocidente e da Europa (realista) precisam mesmo dos EUA, então que se concretize a reflexão ética mundial urgente sobre qual o papel das economias nas sociedades actuais. O plano não pode ser um remendo. No pano de fundo continuam a pairar as mesmas incertezas das concepções injustas. Seja hora dos sábios! Não dos que produziram a crise, mas dos que a pagam.

Acordo Ortográfico

O PÚBLICO online referiu hoje que a nova ortografia já devia estar a ser ensinada nas escolas, na linha do que afirmou o linguista Malaca Casteleiro. De facto, Malaca criticou o Ministério da Educação pela ausência de um calendário para a entrada em vigor do novo acordo ortográfico no ensino do Português. "É lamentável que, da parte do Ministério da Educação, ainda nada tenha sido dito quanto à aplicação do novo acordo", considerou Malaca Casteleiro, à margem da cerimónia de abertura do 7º Colóquio da Lusofonia, que decorre em Bragança até domingo.

Sinais úteis de presenças incómodas

Gosto de ler entrevistas. A entrevista é hoje uma modalidade frequente de comunicação, onde a pessoa se mostra a si mesma, ao seu mundo interior e às suas vivências. Aí se vê a riqueza de muitas vidas e, também, o vazio e o sem-sentido de tantas outras. Por vezes, o entrevistador indaga sobre a adesão religiosa do entrevistado. Não deixa de ter interesse poder ver como muitos falam de si na relação com o mundo do religioso. Outros não precisam que se lhes pergunte. Faz parte das suas vivências e preocupações, mesmo que a sua posição, perante Deus e a Igreja, não seja de adesão total ou de prática regular. Li a entrevista de Fernando Nobre na “Notícias Magazine” de 21 de Setembro. O fundador e presidente da AMI é um homem fascinante pela sua generosidade e entrega, com o ideal evangélico de “fazer o bem sem olhar a quem”, expondo-se a perigos constantes e animando missões de ajuda médica e de promoção humana nos países mais pobres do mundo e no meio das mais perigosas e exterminadoras situações de guerra. Quando há anos estive na televisão, em directo, com Fernando Nobre, a convite do jornalista José Manuel Barata Feio, admirei a sua serenidade, cultura e capacidade de reflexão, em relação a problemas difíceis e melindrosos - era o caso que ali nos reunia - que não se apreciam com demagogias, nem com opiniões superficiais. Fernando Nobre, que preside a uma associação não confessional, laica, como ele próprio diz na entrevista, fala do seu “respeito pelos missionários, seja de que tendência forem”. Vai-os conhecendo por esse mundo fora, a viver e a lutar, nas situações mais difíceis e penosas, como “pessoas com imensa fé que conseguem fazer um trabalho extraordinário em prol dos outros”. E conta, mais adiante, que ao dirigir-se para uma missão muito difícil de ajuda às vítimas do tsunami, no Sri Lanka, esperava-o, no aeroporto, um padre que ele não conhecia, nem por ele era conhecido. Ostentava um cartaz com o seu nome e disse-lhe que soubera da sua vinda, por um relatório da Comissão dos Direitos Humanos na Ásia e que chegaria naquele mesmo avião. Foi graças a este padre que, como ele, vivia a urgência do amor e da solidariedade, que se pôde montar, de imediato, em rede de colaboração, a missão urgente de ajuda a um povo destruído. Impressionam-me, pelos preconceitos e pelas omissões e entraves que provocam, as atitudes de gente, dita evoluída e preocupada com os outros, que fala da Igreja e do fenómeno religioso, com desdém e arrogância. Atitudes ao arrepio da realidade e da verdade objectiva, que nada constroem e muito destroem. Pessoas livres e comprometidas, sabem distinguir, colaborar e aceitar colaboração. A Igreja e os cristãos coerentes são incómodos, mas estão sempre presentes onde faz falta, mormente ante a dor e a miséria de tanta gente. É o seu dever. Também ele precisa de apoio. António Marcelino

Postais da Figueira da Foz

O dia estava frescote, àquela hora, como mostra o retrato . Mas nem assim esta turista (ou aparentada) resistiu ao desafio que o mar lhe lançava. E lá foi apreciá-lo de perto, que é onde ele tem mais encanto. O areal também a convidava, decerto. E foi a única que teve coragem de deixar a marginal, para ir ver o mar. Ninguém mais no extenso areal da Figueira da Foz.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Dia Mundial do Idoso

Alguém me alertou, há momentos, para o facto de hoje se celebrar o Dia Mundial do Idoso. Confesso que não tinha dado por isso, embora tivesse obrigação de estar a par do que me diz respeito. Tarde e já com o dia a fenecer, aqui venho lembrá-lo. Não tanto por mim, mas pelos menos jovens que por aí andam sem voz nem vez para se fazerem ouvir. Fosse ele um dia qualquer dedicado a qualquer coisa, por mais banal que estivesse nas preocupações das pessoas, e seria certo e sabido que toda a gente andaria à cata de lembranças para homenagear os seus idosos. Sim, todas as famílias, mesmo que não creiam nisso, têm idosos. Então, como é o Dia Mundial do Idoso, não vi nada. Mas tenho pena, porque os idosos, por enquanto, ainda são gente que vive e sofre, que trabalha e luta, que teima em se afirmar na sociedade, por mais que ela insista em ostracizar quem não tem poder reivindicativo. Afinal, se pensarmos bem, os velhos começam a estar em maioria no mundo. A esperança de vida tem aumentado a olhos vistos, a medicina e a cirurgia lá vão ajudando a curar maleitas para o povo mais cansado se aguentar de pé, e vivo, e ainda ninguém, que eu saiba, teve coragem de esquecer de vez os menos jovens, por um qualquer decreto. Porém, há famílias que os arrumam numa daquelas casas a que chamam lares, mas que de lares não têm nada. Falta-lhes, realmente, imensas vezes, a capacidade do afecto para serem lares. Eu, que já ando na terceira idade, consolo-me de saber que todos temos, presentemente, a perspectiva da quarta idade, o que significa o direito ou a oportunidade de andar por aqui, por este mundo, a olhar o sol, a contemplar as estrelas, a apreciar miragens, a admirar a beleza das flores e o sorriso das crianças, a sentir o calor humano, a ver e a estimular o palpitar de quantos lutam para sobreviver no mar encapelado de economias que castram a solidariedade. Solidariedade que tantos idosos reclamam, sem que os oiçam. A minha simpatia para todos os idosos. E uma flor, claro, para a idosa que me alertou para o dia que hoje todos devíamos comemorar. Por estarmos vivos e por querermos continuar a viver com dignidade. Fernando Martins

Eduardo Lourenço na Universidade de Aveiro

Amanhã, 2 de Outubro, 9.30 horas
Para proferir uma palestra sobre “A crise dos estudos literários”, integrada na sessão inaugural de um Colóquio Internacional, estará amanhã na Universidade de Aveiro o conhecido e prestigiado ensaísta Eduardo Lourenço. A sessão está agendada para as 9.30 horas, no edifício da Reitoria, e marca o arranque do colóquio intitulado “Culturas literárias: novas performances e desenvolvimento”. Durante dois dias, investigadores de vários pontos do mundo vão reflectir sobre políticas de desenvolvimento cultural e debater “os efeitos dos novos sistemas de informação e de comunicação na criação literária e nas indústrias culturais”. Fonte: CV

O Fio do Tempo

Dar lugar à Música!
1. Se formos a pensar bem o que representa a música como património, aspiração e mesmo projecto de Humanidade, ficamos sempre com um amargo de boca ao assinalarmos o dia 1 de Outubro como Dia Mundial da Música. Diz-se que saber música é importante mas, de facto, dá-se-lhe pouco lugar. Em Portugal, ser músico, como ser artista, é uma luta pela sobrevivência. Os génios salvam-se sempre, mas o corpo médio dos músicos onde depois brilharão as estrelas, padece da ausência de apostas firmes, sérias e programáticas. Um pouco por todo o país, heroicamente, vão sobrevivendo as bandas musicais e algumas orquestras; são muitas as colectividades que pela música conseguem juntar populações dispersas, a partir dos valores e sensibilidades musicais. 2. Volta e meia destaca-se que até para aprender matemática a formação musical é um trampolim surpreendente. De quando em quando salienta-se a «educação artística» como chave de desenvolvimento dos povos, a partir das matrizes das culturas. Mas sente-se que a música, como outras áreas artísticas, está claramente na periferia; se houver tempo, completa-se o “mapa”…! A era actual é a da ansiosa procura das tecnologias, deitando a perder as Humanidades e as Artes. Por isso vamos ficando mais pobres… Ainda assim, simultaneamente, brota algum despertar estimulante para cenários que virão em que será a riqueza das diversidades culturais, artísticas e musicais, o maior emblema dos povos… 3. Como trazer para o “centro” dos sistemas educativos a área artística e musical? Como elevá-la a ponto de a considerar insubstituível na formação das novas gerações? Não chega o remendo... Há inteira compatibilidade entre a fronteira das tecnologias de ponta e um humanismo que sensibilize a comunidade humana para os valores artísticos… Ou não será que tocar numa orquestra não dá espírito de equipa, estética e ética?! Alexandre Cruz

Postais da Figueira da Foz

Passei hoje pelo monumento erigido à memória de Manuel Fernandes Thomaz (1771 - 1822), natural da Figueira da Foz. Conhecido por "Patriarca da Liberdade", liderou a revolução de 24 de Agosto de 1820, instaurando a liberdade e a independência de Portugal. Dinamizou as Cortes Constituintes e foi o primeiro redactor da Constituição de 1822.
No monumento há a seguinte inscrição:
E quem choramos nós:
quem lamentam os portuguezes?
Um cidadão extremado;
Um homem único;
Um benemérito da Pátria;
Um libertador d'um povo escravo:
Manuel Fernandes Thomaz
1771 - 1822
Almeida Garrett

Mundo Missionário

A Igreja Católica vai dedicar neste mês de Outubro uma particular atenção ao Mundo Missionário, desenvolvendo nas suas comunidades uma série de actividades destinadas a promover a Missão, como "urgência e prioridade". Assim leio na Ecclesia online. Penso que este desafio é cometido a todos os cristãos, pela acção e pelo testemunho no dia-a-dia. Pela acção, avançando para terras de missão, que podem estar no nosso próprio país, e apoiando quem deixa tudo pela causa da fé; pelo testemunho, pondo em prática na vida o mandamento novo de Cristo, que nos diz: amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
O Papa Bento XVI recomenda que comecemos a viver já o Dia Mundial das Missões, que se celebra no terceiro domingo de Outubro, em torno do lema "Servos e apóstolos de Jesus Cristo", enquanto alerta para a situação em que se encontra o mundo. Diz ele: “Se por um lado mostra um grande desenvolvimento económico e social, por outro oferece-nos fortes preocupações sobre o futuro do próprio homem.” Para pensar.
Fonte: Tema e fotos da Ecclesia