terça-feira, 27 de novembro de 2007

POR CAMINHOS JÁ ANDADOS


De todos é sabido que o Seminário dos Olivais nos seus 75 anos de existência, foi um marco para o país. Um marco e um sintoma. Vinte e seis antigos alunos e professores, distanciados das celebrações oficiais (e a maior parte fora do exercício sacerdotal) decidiram juntar fragmentos de memória e reunir descompassadamente histórias e reflexões que tiveram a ver com os itinerários pessoais e comunitários numa casa comum. Assim se construíram análises híbridas de afecto e crítica, muitas vezes na óptica dos caminhos percorridos por cada um. Mas reconheça-se a importância deste livro - será livro, na sua desarrumação despretensiosa e eloquente, reveladora talvez das turbulências do tempo a que se refere? É escrito a quente quarenta anos depois da maioria dos factos. É livre porque não enferma do mais pequeno pendor apologético. É útil porque recapitula factos que podem ajudar a ler um tempo rico e complexo. É grato, porque reconhece ao Seminário um lugar privilegiado no terreno da cultura, da fé, da espiritualidade, mesmo nas encruzilhadas da dúvida e da contestação. É útil porque recapitula gestos proféticos de mestres que fizeram a heróica travessia de Trento para o Vaticano II, em particular no campo da liturgia. É pedagógico porque ensinará aos mais novos que o projecto vocacional de Deus está para além de todos os formatos. É um sinal do Espírito porque transpõe todas as atrapalhações em que a mudança dos anos sessenta foi envolvida. É útil à Igreja e ao mundo porque grande parte dos fenómenos ultrapassam os muros do Seminário, se ligam a uma Igreja universal onde muito de semelhante acontecia. Mergulha no próprio mundo que, sem se aperceber, anda na barca onde navegam crentes e não crentes, leigos, consagrados e abúlicos.
Muito interessante seria se outros Seminários do país contassem a sua história e histórias para todos melhor entendermos os tempos que vivemos, as exigências do mundo, a vocação prioritária da Igreja, o confronto das laicidades e dos laicismos. Há caminhos já andados de que importa tirar lições. Com os vivos, enquanto é tempo, mesmo com as ópticas que cada um oferece à história a partir da sua história. Ver-se-á, ao fim e ao cabo, que os tecidos do Espírito vão juntando fios de aparente incompatibilidade e luz duvidosa no momento em que acontecem. Mas fazem, irmanados com todos, a história da salvação.


PS - O nome certo do livro é “POR CAMINHOS NÃO ANDADOS”.

António Rego

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Maria José Senos da Fonseca

FALECEU UMA LUTADORA PELA CAUSA DOS MAIS POBRES
Soube hoje do falecimento de D. Maria José Senos da Fonseca. O seu funeral, em Ílhavo, foi, decerto, uma manifestação de respeito e admiração por uma mulher determinada que, à causa dos mais desfavorecidos, deu uma vida cheia de lutas, de canseiras e de preocupações, nem sempre bem compreendidas e nem sempre bem apoiadas. Ao nível da solidariedade social, na sua expressão mais genuína de uma entrega total aos outros e sem vínculos religiosos, que não são fundamentais para fazer o bem, foi um exemplo de inconformismo perante a situação de pobreza de muitos dos seus e nossos conterrâneos. Teimosamente, com uma capacidade de trabalho capaz de mover montanhas, estava continuamente, no dia-a-dia, à procura das melhores respostas para os mais pobres dos pobres, carentes de toda a ordem, deficientes, vencidos da vida, marginalizados, sem nunca mostrar cansaço face aos desafios que teimava em ultrapassar, nem que para isso tivesse de gritar bem alto a sua indignação perante a passividade de muitos. A instituição que fundou e durante muitos anos dirigiu, o CASCI (Centro de Acção Social do Concelho de Ílhavo), procurou instalar-se, quantas vezes de forma inovadora, nas zonas mais frágeis da nossa sociedade, mexendo, com larga visão de futuro, nos mais diversos departamentos estatais, com quem estabeleceu parcerias que mostraram a rara intuição de quem estava atenta ao mundo em que se movimentava. Sempre nutri por esta senhora, de personalidade muito forte, uma admiração muito grande. Senti, por isso, a sua morte, como grande perda para o concelho de Ílhavo. No entanto, resta-me a certeza de que o seu exemplo, tenaz, abnegado e atento a quem mais sofria, deixou frutos que a hão-de continuar entre nós. Fernando Martins

NA LINHA DA UTOPIA

Afinal, que renovação da Igreja em Portugal?
1. Eis a questão! Depois da visita dos bispos à sede (da unidade) romana, após uma semana de “ecos”, uns mais entusiastas que outros, alguns (primários) demonstrativos do não entendimento destas “realidades”, outros (na reacção ou de “mãos atadas”) defensores de uma serenidade descomprometida, a pergunta sobre o futuro continua… A resposta será mais complexa que um “pedido” de renovação, como se esta significasse o retorno das multidões ou uma ordem de importância das coisas do mundo. Também seja dito, a fundamental aposta nas “razões da fé” de Bento XVI precisa da sua correspondência nas questões fundamentais da Igreja para o séc. XXI. Ou nestas (problemáticas) afastamos a razão? 2. Naturalmente, a renovação desejada passa pelo “fermento” na massa, pelo “sal” na comida, pelo sentido de dignidade divina a proporcionar à história humana, num horizonte de diálogo ecuménico, inter-religioso e intercultural… sendo certo que a ordem das realidades da comunidade Igreja não podem ser lidas com critérios meramente humanos. Se dos documentos desse encontro com o Santo Padre nos vem uma visão de Igreja (ainda) clerical e por isso de necessária renovação estrutural (de todos os que se dizem de “cristãos”) à luz do Concílio Ecuménico Vaticano II (1962-65), o entender (a atender) deste “pedido”, só pode, pressuporá o seguir o exemplo renovado que vem de cima… Como vamos de renovação em Roma? Na evidente reciprocidade, a resposta a esta pergunta será (também) a resposta para a renovação das comunidades locais… 3. Felizmente já vão os tempos em que o “questionar” seria visto com olhos menos positivos. Hoje, o horizonte da liberdade cristã efectivamente comprometida levar-nos-á, em cada tempo histórico, a (re)definir o essencial das renovações em coerência evangélica… Neste ponto, seja dito, é um som difícil de captar, os apelos à renovação da voz de quem foi “fechando” o espírito da pluralidade do Concílio Vaticano II. Como compreender o apelo à renovação local diante da “limitação” por Roma do progresso das chamadas teologias locais (das Américas, da Ásia, de África), espelhada em múltiplos afastamentos de teólogos que por uma “parte” (de pensamento diferente) é-lhes fechado o “todo” do seu esforço de inculturação? 4. Enfim, nada de novo! Se a Igreja fosse uma “entidade” qualquer, podia-se compreender um apelo “dirigido” de renovação de quem (podendo) não renova a casa... Não é fácil, mas o primeiro passo será a abertura teológica às “questões”… Ao ser comunidade “discípula” toda ela, a Igreja, não consegue conciliar essa “falta”… Ou, será que, num pluralismo das comunidades locais, poderão os seus pastores avançar com renovações nos “ministérios”? Para já não falar nas urgentes renovações (aprofundamentos dogmáticos como renovação) de linguagem sobre a fé no mundo de hoje? Claro que se pode aplicar o refrão (conformista) de que a renovação começa pela base… Enfim! E quando esta, nas suas necessidades, colide com (ainda) uma ideia de unidade como uniformidade (em vez de pluralidade)? Ou será uma renovação para continuar (na mesma)? Já agora, na recente grande entrevista da Rádio Renascença sobre esta temática (só com três bispos), onde estavam os essenciais LEIGOS? 5. Vale a pena ler o livro do grande teólogo (na prateleira) Hans Kung, “Porque Sou Cristão?”. Deste(s), num espírito ecuménico e universalista nascerá o futuro. No encontro gratificante onde ninguém perde a identidade! (Ainda estamos aqui?…) Pelo contrário, aprofunda-se a essencialidade que nos une. O tempo o exige para ser possível a renovação em ordem ao FUTURO. (Enfim, tudo isto, nada de novo! Ou melhor, tudo sempre novo, na Pessoa divina que comanda este pesado Barco! Procurámos, numa forma de escrever, não dizer tudo o que tem sido dito, de que está tudo quase bem e que o mundo é que não entende… Temos mesmo de renovar! Mas, sem simplismos, não chega “remendo novo em pano velho”!)
Alexandre Cruz

domingo, 25 de novembro de 2007

Na Linha Da Utopia

UM MERCADO POLÍTICO?
1. A estratégia do líder da oposição, como resposta ao semelhante modelo de liderança governativo, tem dado azo ao catapultar do conceito de “empresa” para um universo social e político, quase universalizando a ideia de que tudo tem que dar lucro porque para tudo terá de haver um mercado. Já das últimas décadas, mesmo o fenómeno futebol, que lida com multidões, foi trazendo, de sobremaneira, à ribalta, essa obrigatória compensação de um popular investimento, a que se junta a conquista a todo o custo em palco de uma vitória sempre procurada, e onde, a certa altura, pouco importa o que acontece no meio, ou qualidade, do jogo. 2. No plano sociopolítico, o árbitro acabará por ser o critério. E este vai-se moldando ao jeito do melhor terreno para escolher o melhor ponto de partida rumo à vitória. Ver um partido político (que se julgava ser um espaço criativo e comprometido eticamente na visão de coerente proposta social) ao jeito da gestão de uma empresa (divinização da empresa?) significará centrar na lógica de mercado-lucro toda a visão de vida e da sociedade. No pressuposto da salvaguardada dignidade, nada temos a opor ao “mercado” quando ele representa o esforço da proposta concorrencial na base da qualidade… Mas, transferir tudo (e as ideias sociopolíticas especialmente) para a lógica de consumo não será o fim das ideias, ou fazer delas um negócio? 3. Neste cenário para que caminhamos (?) as ideias irão contar cada vez menos, e as lideranças provirão do laboratório fermentado da oportunidade estratégica, em vez de tudo brotar duma serena e profunda visão da vida experienciada e dos valores sociais que se buscam. São algumas, neste corredor da fama, as realidades que espelham a pequenez defraudada das ideias. Poderemos colocar neste escalão menos superior, por exemplo, muitas das linhas de pensamento-acção das juventudes partidárias? Serão estas, na essência, hoje, uma expectativa de potencialidades esfumadas? A liberdade, para uma igual dignidade humana (e de oportunidades), que nos trouxe ao presente, está a deixar-nos a meio do caminho, prisioneiros (agora pelo não andar das ideias) da quantidade (populista)? 4. Em Portugal, quando da expansão dos canais TV, esse “mercado” omnipotente trouxe-nos os maiores espectáculos da vulgaridade. Deu-se mais o que mais vendia! Na generalizada indiferença de uma possível sociedade democrática, democracia ao que parece estar a ser deixada só para o parlamento (que temos…), estaremos a caminhar para este beco mercadorista em termos sociopolíticos? Se de um lado do jogo são os números que reinam e do outro a resposta eleva a “empresa” como modelo de vida, que futuro social?! Antes do mercado, já havia (e há) pessoas. (E ainda - “Mercado”: Também como o regularmos “qb” se nos deixarmos comandar por ele?) Alexandre Cruz

DIA INTERNACIONAL PARA A ELIMINAÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES



Vivemos, infelizmente, num mundo cheio de violência. Desde sempre, aliás, a violência foi uma triste realidade na humanidade, que se desejava fraterna e solidária. O tema da violência faz parte dos nossos quotidianos e não admira que haja, portanto, um dia consagrado à luta contra a que é exercida sobre a mulher. Normalmente por homens, maridos e outros, numa atitude covarde de quem, sabendo-se fisicamente mais forte, descarrega a sua ira contra a mulher. Gostaria de ver esses valentões a desafiarem um qualquer da sua igualha, mas mais possante…
Sabe-se que, infelizmente, há muitas mulheres espancadas que calam, temerosas ou por vergonha, a agressividade de que são alvos. Também, julgo eu, numa tentativa de evitar o desmembramento da família, com consequências gravíssimas para os filhos, eternas vítimas. Mas penso que estas mulheres, vítimas silenciosas, deviam merecer mais apoio da sociedade e das instituições a vários níveis. Não estamos em tempos de uma pessoa sofrer violências toda a vida, tanto de ordem física como psicológica. Há que estudar e implementar estruturas de apoio às vítimas de maus-tratos. Sei que existem algumas instituições para isso, mas também sei que tudo corre bem nas primeiras impressões, caindo as mulheres, depois, em situações de sobrevivência deprimentes.
Que este dia sirva, realmente, para todos nos debruçarmos sobre esta questão. A vida tem de ser vivida em ambientes de paz e de compreensão, de amor e ternura, mas nunca em climas de violência.

FM

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 48


PEDRO SEM

Caríssima/o:

O nosso primeiro neto nasceu no Porto, como aliás todos os outros, à excepção dos que vivem na Escócia.
Portanto, e se mo permitis, indo à descoberta das suas raízes, dedico a lenda do Pedro Sem ao Tomás, já que a esta cidade do Porto anda ligada, de uma forma especial, a sua Família paterna.
Aparece assim na versão de Viale Moutinho:

«Bem, mas uns escrevem com S outros com C, mas será com S. Pedro Sem e não Pedro Cem. O homem vivia naquela torre hoje adossada ao antigo paço episcopal. Era rico, usurário e tinha pena de não ser nobre. Mas um dia arranjou um expediente através de um nobre arruinado a quem saldaria a dívida se o outro lhe desse a filha em casamento. Deu, seja: vendeu-a assim. E em plena boda, num belo dia de sol, foi anunciada a chegada dos seus barcos vindos do Oriente, carregados de riquezas. Pedro levou os convidados à varanda para verem chegar as suas naus à foz do Douro.

E suspirou que Deus o poderia empobrecer. Naquele instante produziu-se uma tempestade tamanha que estragou a festa. Os barcos, um a um, afundaram-se. E toda a gente fugiu de ao pé dele, assustadíssima.

Reconheceram-no, tempos depois, mendigando pelas ruas da antiga baixa portuense, estendendo a mão à caridade pública:

-Uma esmolinha para o Pedro Sem que já teve muito e agora nada tem!»
[V. M. , 210]

Manuel
Foto: Torre de Pedro Sem, no Porto

sábado, 24 de novembro de 2007

Os anos passam


Os anos passam
Apressados
Como vento fugidio
Em tardes de inverno
Friorento

E agora sinto
Feliz
Que o correr dos anos
Deixou marcas
Bonitas
Na ternura do teu
Olhar


Fernando Martins
24-11-207

O DIÁLOGO CIÊNCIA-RELIGIÃO

A história das relações entre a religião e a ciência está cheia de conflitos. Por vezes, foi a guerra declarada. Falando desses conflitos, é inevitável que venham à ideia sobretudo os casos de Galileu e Darwin. Ora, na raiz do equívoco, esteve - e ainda está, quando se pensa nos criacionistas americanos, que defendem o ridículo de uma leitura literal da Bíblia - o facto de se não ter percebido que a Bíblia não é um livro de ciência, mas de carácter religioso. Nisso, Galileu foi mais avisado do que os seus censores: a Bíblia não diz "come va il cielo, ma come si va in cielo", pois não é um livro de astronomia, mas de religião. Percebeu-se, finalmente, a autonomia de cada uma das esferas e dos respectivos campos de intervenção. Esta compreensão também significa que a ciência, apesar da acumulação dos seus sucessos gigantescos, não pode reivindicar o monopólio da racionalidade, como se fosse a única via de conhecimento verdadeiro. A razão é multidimensional. O fim dos conflitos não significa que não possam e devam dialogar, com vantagens mútuas. É sabido, por exemplo, que o cristianismo, ao desdivinizar o mundo, pela fé bíblica na criação, abriu espaço à investigação científica livre. Por outro lado, também a partir da lição que ela própria teve de aprender, a teologia prevenirá para o perigo de imperialismo da ciência. A religião tem de colocar-se no seu domínio próprio e saber claramente que não pode contradizer a ciência. Também aprendeu que a experiência religiosa tem um carácter "verificável-plausível": a fé não pode ser cega nem irracional e tem de dar razões, que convencerão uns e não outros, mas são razões publicamente argumentáveis. A teologia está atenta aos avanços da ciência e respeita a sua autonomia, que a impede de utilizações apologéticas indevidas. Mas, como escreve o teólogo A. Torres Queiruga, "tendo em conta o enriquecimento do conhecimento do real trazido pela ciência, reelabora a partir de si mesma e na sua lógica específica os seus próprios conceitos". Assim, por exemplo, se, tradicionalmente, se pensou que, enquanto a realidade sublunar estava submetida à mudança e à corrupção, a supralunar era incorruptível, imutável e perfeita, desde Galileu sabemos que não há esta diferença e que a realidade empírica toda é contingente, impondo-se com mais intensidade a pergunta: porque existe algo e não nada? Precisamente a contingência radical leva a pensar o Absoluto, fundamento último da realidade contingente. Também os cientistas são humanos e, por isso, põem inevitavelmente perguntas que transcendem o domínio da ciência: qual a origem última do mundo, o seu fundamento e o seu sentido? Estas perguntas não têm resposta científica, pois, referindo-se ao todo, ultrapassam a capacidade do método científico da verificação empírica. Trata-se de questões de ordem metafísica e religiosa, para as quais, simplificando, há três respostas. Uma é a do agnosticismo quase místico. É assim que o filósofo Luc Ferry diz: "Como todos os crentes, tenho, sem dúvida, o sentimento de que há um mistério neste mundo. Mas não desejo ir além desta constatação." Outra, no limite, diviniza a Natureza como força criadora do novo. O filósofo M. Conche acaba de escrever que Deus é inútil, pois a própria Natureza cria seres que podem ter ideias de todas as coisas, inclusive da própria Natureza. Não se trata, porém, da "natureza oposta ao espírito ou à história ou à cultura ou à liberdade, mas da Natureza omni-englobante, a physis grega, que inclui o Homem nela. Essa é a Causa dos seres pensantes no seu efeito." Ao crente monoteísta parece mais razoável uma interpretação da realidade que co-implica a presença do Deus transcendente, amor pessoal e criador. Afirma-se desse modo a infinita transcendência de Deus e a sua mais íntima presença à criatura, tornando-se então claro o que parece paradoxal: precisamente porque Deus está sempre presente como criador, faz o mundo fazer-se autonomamente, seguindo as leis próprias da natureza e a liberdade.
Anselmo Borges,
In Diário de Notícias

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

COM LIMITAÇÕES TÉCNICAS

Com algumas limitações, impostas pela ausência do meu computador, em hora de reparação, que estas coisas não duram sempre em bom estado, sinto-me na obrigação de informar os meus leitores desta realidade. O nosso computador, aquele que utilizamos no dia-a-dia, é o grande baú onde guardamos, em diversas caixas, os nossos diários e aquilo de que mais precisamos nos momentos certos. Hoje, e durante uns dias, estarei sem esse baú. Mas por cá continuarei, como mandam os hábitos estabelecidos e por respeito, também, pelos meus muitos amigos.
Fernando Martins

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

NÃO FIQUE PARADO A VER PASSAR O MUNDO

Tenho para mim que se um leitor meu ali-nhar com as minhas sugestões já valeu a pena o que escrevi no meu blogue. É sinal de que há gente atenta ao que se diz e, mais do que isso, acredita na verdade com que falo e escrevo.
Há dias um leitor disse-me, com toda a naturalidade, que tinha aderido a uma oportunidade de voluntariado, seguindo o que eu tinha recomendado. E acrescentava que estava muito sa-tisfeito, porque, na aposentação, sentia necessidade de se envolver em qualquer coisa de útil. Congratulei-me, obvia-mente, com isso.
Vem isto a propósito de às vezes, nas minhas caminhadas por aí, deparar com os cafés cheios de gente, notoriamente na situação de aposentada. Dias e dias sem nada fazer de importante, quando a sociedade está tão carente de que a ajudemos a progredir. E não é verdade que há tantas hipóteses de o fazermos, nos mais variados campos da solidariedade e em tantas vertentes da vida?
Então, caro leitor, encha-se de coragem e dê uma volta para descobrir onde é que pode ser útil, pondo à prova as suas capacidades humanas e criativas. Não fique parado a ver passar o mundo…

FM
Foto do site Diário de Medicina Preventiva