quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Francisco Sarsfield Cabral no CUFC




É URGENTE REPENSAR
A ECONOMIA

“É urgente repensar a economia”, defendeu ontem, no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), Francisco Sarsfield Cabral, conhecido jornalista e director de Informação da Rádio Renascença, em mais uma Conversa Aberta do Fórum::UniverSal. Debruçando-se sobre o tema, pertinente, “Globalização, Economia e Desenvolvimento Humano”, o convidado do CUFC abordou diversas questões complexas de forma simples, como é seu hábito, num tom intimista que convidava à reflexão, antes de se colocar à disposição de todos para responder às questões que não faltariam, como não faltaram.
Depois de recordar que os portugueses, com os Descobrimentos, foram um povo que assumiu, na prática, a globalização, frisou que esse conceito é hoje aceite por todo o mundo, como inevitável, embora careça de uma atenção muito especial por todos. "Graças à globalização, muito milhões de chineses escaparam à miséria extrema”, garantiu.
Defendeu que nem o comunismo nem o seu colapso trouxeram o paraíso ao mundo, nem o capitalismo o poderá dar. Só nos EUA, a pátria do capitalismo, há mais de 40 milhões de pessoas sem qualquer segurança social e sem seguros que lhes garantam apoios na doença e na velhice. No entanto, foi o capitalismo que levou a que grande parte dos proletários passasse para a classe média, frisou Sarsfield Cabral.
O director de Informação da RR falou da importância das novas tecnologias e dos benefícios que delas poderemos usufruir; da mediatização da vida, sendo certo que há uma grande diferença entre o que ganham os melhores (os que aparecem na televisão) e os outros; e dos condomínios fechados e dos que ali vivem bem, que não vêem a pobreza que os cerca.
Referiu que a globalização dá, realmente, muitas oportunidades a imensa gente, mas desfavorece o trabalhador em detrimento do capital. E sobre isto, disse que o Evangelho não dá receitas políticas, sociais e económicas, mas impõe uma atitude de respostas, concretas, aos que mais precisam. A este propósito, recordou o microcrédito que já está implantado em dezenas de países, com apoios efectivos a grande número de famílias.
Nessa linha, defendeu uma globalização diferente, que respeite os direitos humanos e que proponha a solidariedade, estimulando a justiça social. Considera inadiável que, no seguimento da Doutrina Social da Igreja, “os cultores da ciência económica, os operadores do sector e os responsáveis políticos devem advertir para a urgência de se repensar a economia”.
Afirmou que nesta aldeia grande em que vivemos “os pobres pobres estão marginalizados e sem capacidade de autodefesa”, sendo premente o envolvimento das pessoas na luta contra a resignação e contra a indiferença, perante o sofrimento dos outros.

Fernando Martins

Na Linha Da Utopia


A LATA CONTINUA!

1. Alguém dizia há dias que “a lata” está cheia…de petróleo! A referência é personalizada no maior animador político da actualidade, Hugo Chávez. São 2,2 milhões de barris de petróleo diários que a Venezuela exporta, sendo a maioria dos quais para os EUA. Efectivamente, numa economia que depende do “ouro negro” (80% de exportações, metade das receitas do Estado), enquanto a “lata” continuar cheia desse precioso recurso, este e tantos outros líderes que nadam em petróleo continuam a falar alto numa demonstração cabal de sedução imperial pelo poder e dando nas vistas pelos piores motivos.
2. A vingança de Chávez está aí. À sobriedade do Rei de Espanha (que não gritou mas numa frase disse tudo), o iludido “senhor moço” da lata ameaça tudo e todos, julgando-se dono de tudo e de todos. Seja de que quadrante político for (tendo o seu lugar próprio, isso pouco importa, pois o essencial são as pessoas e a sua dignidade humana), atitudes deste género são o espelho de uma “adolescência” política típica de ditador. Alguém ainda pensa que a Venezuela não corre perigo (os venezuelanos e os que lá lutam pela vida)? Nestes próximos anos, à medida que a Venezuela entrar em polvorosa, veremos como a comunidade internacional continuará a colocar a cabeça debaixo da areia…pois a dependência energética (agrava) tapará os olhos das indignidades.
3. É inconcebível ao ponto a que chega a lata do senhor eleito (?!...) pelo seu povo! Do episódio da cimeira ibero-americana, Chávez terá concluído que o Rei fez-lhe xeque-mate e agora o contra-ataque é a “profunda revisão” das relações políticas, económicas e diplomáticas, em que “as empresas espanholas vão ter de prestar mais contas”. Mais ainda, diz Chávez: “Vou lá ver o que andam a fazer”. Grande trabalho, é natural!... De facto, no centralismo absolutista que cresce de dia para dia, tem de ser ele a ir ver o assunto… Pobre povo, vítima no presente e mais vítima no futuro. E pelo andar da carruagem, havendo poderosos interesses à mistura, parece que o futuro está traçado. A lata vai continuar sendo cada vez maior. A não ser que… haja democracia! Pelo enfiamento da jogada, as portas democráticas estão mesmo a fechar e, enquanto a “comitiva” estiver bem alimentada, será para durar. Que nos enganemos redondamente!

Alexandre Cruz

CARLOS DUARTE: “40 ANOS DE FOTOGRAFIAS”





“40 ANOS DE FOTOGRAFIAS” é um livro de Carlos Duarte, um ilhavense apaixonado pela arte de fotografar. Esta obra, que reflecte um labor de 40 anos, de andanças e olhares atentos e interessados sobre o que o rodeia, vai ser apresentada no dia 24 de Novembro, pelas 15.30 horas, na Biblioteca Municipal de Ílhavo. Paralelamente, será inaugurada uma exposição de fotografia cujo tema é a Ria e que ficará patente ao público até 2 de Dezembro.
Conheço o Carlos Duarte há muitos anos. O jornalismo provocou muitos encontros e gerou entre nós as simpatias inevitáveis. Tudo porque o Carlos Duarte é um homem bom.
O fotógrafo que não gosta de ser fotografado é um artista com sentido de oportunidade, vendo, muitas vezes, o que outros não vêem. Fixando da fotografia o que outros nunca descobriram ou acharam digno de registo. Por tudo isso, entendo que vale a pena adquirir o seu livro para o guardar, depois de muito apreciado, num lugar de destaque da sua sala de visitas. Bem à vista de todos e para que todos o manuseiem, fixando os olhares nas fotografias que mais os levarem a um passado mais próximo ou mais afastado.

FM

OPINIÃO E OBSESSÕES A TER EM CONTA


O tema da escola continua na baila e isso prova que o país está preocupado. Afunilou no ensino estatal e no privado e é pena que assim seja, pois não faltam motivos ponderosos para levar mais adiante uma reflexão necessária sobre muitos aspectos do tema.
Ainda bem que todos podemos ter opinião e torná-la pública sem medo de represálias de qualquer ordem. Mas a opinião de quem quer que seja é mais válida quando não têm de se ocultar realidades que contrariam os argumentos ou de as adaptar ao que se pretende provar, defender, atacar ou minimizar.
Há que estar prevenido em relação a obsessões cegas. As mais frequentes destas são as ideológicas e político partidárias. Impedem ver claro e ter liberdade interior para opinar na procura do melhor para os alunos, uma vez que são eles a razão de ser da escola.
Não vamos ter que dizer uma vez mais que estamos num campo difícil e que se torna ainda mais quando se multiplicam os decretos e portarias, que quem tem que os interpretar e cumprir diz que estão fora do contexto em que se vive e trabalha.
Assim se provoca em quem depende directamente do Estado, direcções executivas e sobretudo professores, desmotivação, apatia, desinteresse e, por vezes, mesmo revolta. Há sempre vítimas deste estado de alma, de quem está na escola para ensinar e educar.
Uma opinião repetida até ao massacre de quem é legítimo esperar melhor reflexão - penso em Vital Moreira, que julgo que seja um democrata consciente e consequente, é defender, à revelia da realidade e da história, uma coisa que já nem se discute em países libertos de ideologias redutoras, de que em Portugal só tem sentido a escola pública. E diz, escandalizado, não se conceber que, “havendo falta de dinheiro para investir na escola pública, o Estado desperdice tanto dinheiro com a manutenção abusiva de “contratos de associação”. Ora a verdade é que os contratos de associação são menos onerosos para o Estado e até podem ser, em muitos meios do país, o primeiro passo para uma escolha da escola, tal como o exige a liberdade democrática. O caminho democrático já nem vai por aí, como se o contrato de associação fosse uma excepção por razão de uma escola supletiva, mas mostra como só um ensino generalizado, pago pelo Estado, como é óbvio, é garantia de direitos legítimos. Quando aí chegarmos, todos beneficiarão e a democracia estará a ser tomada a sério. Então, será mais importante para o país que o governo faça acordos com clínicas privadas para praticarem abortos, do que, no campo escolar, os faça com entidades que proporcionam a todos os que frequentam as suas escolas, um ensino mais qualificado e que é estímulo para todos? O Estado democrático tem de considerar todo o ensino válido como um serviço público, independentemente de quem o ministra, desde que o faça segundo as exigências legais, mas com espaço de liberdade sadia, para poder inovar nas matérias, nos conteúdos programáticos e nas estratégias pedagógicas. Afinal, o que o Ministério está a procurar em relação à autonomia, com grande esperança de êxito da ministra da tutela, para já apenas numa centena de escolas, não é uma cópia do que se faz, desde sempre, nas escolas privadas sérias, tão atacadas e menosprezada pelo governo e seus ideólogos?
Outra obsessão é da própria ministra que, incompreensivelmente, mete todas as escolas no mesmo saco, ao dizer que no ensino privado há melhores resultados porque as escolas podem escolher os alunos e no estatal não. Mas a senhora ministra sabe que isso não é verdade em todos os casos. Até acontece que, por determinação do ministério, há escolas privadas em zonas pobres, que são proibidas de receber os alunos que as procuram e que os pais desejam. Ou a verdade toda ou, então, a confissão de falência.
Acabe-se também com a história de que todo o êxito da escola está na classe social dos pais. E, então, nada a ver com os professores, o clima interno da escola, as normas da comunidade educativa, os estímulos pessoais e as exigências de trabalho, postas a quem tem de dar contas e de se preparar para uma vida cada dia mais difícil e exigente?


António Marcelino

ORDEM DOS MÉDICOS NÃO ALTERA CÓDIGO DEONTOLÓGICO

Ministro da Saúde tinha pedido alteração ABORTO:
ORDEM DOS MÉDICOS NÃO MUDA CÓDIGO DEONTOLÓGICO A Ordem dos Médicos (OM) não vai alterar o artigo 47 º do código deontológico que considera a prática de aborto como uma “falha grave”, tal como tinha pedido o ministro da Saúde na sequência de um parecer da Procuradoria-Geral da República que manda “repor a legalidade” nesta matéria. “Amanhã [quinta-feira] vamos escrever uma carta ao senhor ministro explicando que a independência, autonomia e liberdade dos médicos não são negociáveis e que, por isso, não vamos alterar o nosso regulamento”, adiantou o bastonário Pedro Nunes que dará uma conferência de imprensa sobre o polémico assunto. A decisão do conselho nacional da OM será conhecida no último dia do prazo de um mês dado por Correia de Campos para a “reposição da legalidade” no código. O bastonário nota que concorda com o parecer da PGR quando este refere que, em caso de discrepância, a lei se sobrepõe ao código deontológico mas discorda da necessidade de alterar o regulamento por causa disso. E exemplifica: “O limite legal para andar na estrada é 120 quilómetros por hora mas não precisamos de mudar os veículos para saber que temos de cumprir a lei”. Andrea Cunha Freitas In PÚBLICO on-line

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Na Linha Da Utopia




TANTOS LIVROS DO “FIM”. PORQUÊ?

1. Há dias veio à ribalta a última obra do escritor Sam Harris. O título, desafiador à maturidade humana, intelectual e filosófica do leitor, é o seguinte: O Fim da fé – Religião, terrorismo e o futuro da razão (Lisboa: Tinta da China, 2007, original de 2006). Vivemos, já acolhendo os efeitos das novas revoluções científicas e comunicacionais, o tempo de profunda transformação de paradigmas (como tanto sublinha o estudioso destas questões, Thomas Kuhn); época de globalização que vai revelando tanto um pessimismo existencial como (e que acabará por ser) de metamorfose (mudança) de referenciais… Nada de novo e tudo de novo! Tempestades e ansiedades querem ser oportunidades!
2. As literaturas universais vão espelhando esse sentir, marcadamente pessimista e ilusório, e muitas delas mesmo para os campos da busca de segurança no exotérico irracional. Veja-se como progridem os misticismos e todas as formas de magias a par das literaturas (muitas já transformadas em cinema), cheias de “anéis”, de “cálices”, etc. Tudo impregnado de seguranças mágicas, como que substituidoras do empenho de uma “razão” humana que, avançada pela tecnologia fora, foi perdendo o contacto com o mais profundo do humano. Tudo avança, paulatinamente, pois “a ideia não tem pressa” como diria Hegel.
3. Considerando “o fim da fé” como um ponto de chegada deste género de escritos quase apocalípticos, demonstrativos do sentir social de transformação, então valerá a pena registar os seus antecedentes: Idade de Extremos (Hobsbawm 1994), O fim da História e o último homem (Fukuyama 1992), O fim do trabalho (Rifkin 1995), O fim da Ciência (Horgan 1996) e O fim da autoridade (Renaut 2005). Valendo o que valem (e algumas o Nobel da Literatura), todas estas obras têm expressão mundial de referência, sinal do seu poder de sedução que, no fundo, corresponderá ao sentir existencial ansioso deste tempo, época fascinante de avanços técnico-científicos mas em que o calor humano de uma esperança colorida não vai tendo a devida correspondência.
4. Muitas vezes, bem pelo contrário, mais concentração de poderes (técnico-económicos) é sinónimo de mais exclusão e desintegração do projecto HUMANO, consequentemente, mais intolerância. Afinal, porque progridem tanto as literaturas do “fim”? Sinal claro que “algo” continua a precisar de respostas bem mais profundas, existenciais. Aqui, no “sentido da vida” não há tecnologias (nem neurocientíficas) que entrem! Essas respostas necessárias abarcam a totalidade que só o SER pode abarcar.

Alexandre Cruz

GAFANHA DA NAZARÉ: Nomeações do Bispo de Aveiro

Por Decreto hoje publicado no Correio do Vouga, órgão oficial da Diocese de Aveiro, D. António Francisco dos Santos fez as seguintes nomeações:
P.e Paulo Cardoso da Cruz – Administrador Paroquial de Nossa Senhora da Nazaré da Gafanha da Nazaré, mantendo todos os cargos pastorais que actualmente exerce;
P.e Luís Filipe Costa Dias, sacerdote do Instituto dos Missionários Combonianos do Sagrado Coração de Jesus – Vigário Paroquial de Nossa Senhora da Nazaré da Gafanha da Nazaré.
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No mesmo Decreto, fez, ainda, entre outras, mais esta nomeação:
P.e José Sardo Fidalgo – dispensado a seu pedido do múnus de Pároco de Nossa Senhora da Nazaré da Gafanha da Nazaré e nomeado Colaborador do Pároco de Santo André de Esgueira.
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