terça-feira, 9 de outubro de 2007

Na Linha Da Utopia




“Pena da Vida”

1. É uma virtude apreciar a vida! Não só quando ela escapa ou quando é colocada em perigo por visões que a desprestigiam, mas todos os dias o apreciar a vida como um “dom”, superior à nossa própria ordem da racionalidade, ao nosso “querer”, é sinal de autêntica profundidade de uma existência pessoal que abre “portas” a um autêntico sentido de vida. Como em tudo, só quando se reflecte e aprecia se pode proteger!...
2. Na pressa agitada e “stessada” dos tempos que correm cada vez tornar-se-á mais difícil esse apreço pelo mistério do “Ser pessoal” que nos envolve tudo o que somos; os tempos são mais de quantidade que de qualidade. Talvez o altíssimo conhecimento científico do nos viesse garantir (quase como obrigação ética) esse nova sensibilidade no apreciar da vida; mas nem por isso, com pena, mais conhecimento tantas vezes não é sinónimo de maior zelo cuidadoso…
3. Dia 10 de Outubro, Dia Mundial da Saúde Mental e Dia Mundial Contra a Pena de Morte, o Conselho da Europa decidiu proclamar este dia como “Jornada Europeia Contra a Pena de Morte”, decisão esta que havia sido bloqueada ao nível da União Europeia pelo veto de Varsóvia, Polónia. A irreverente razão polaca toca no essencial, dizendo que a Europa precisa de fazer um reflexão mais ampla sobre o direito à vida, aspecto que toca problemáticas como o aborto e a eutanásia. Fracturante, mas é a verdade da vida!...
4. Cruzaram-se, nesse contexto, as visões diplomáticas com a visão objectiva da própria realidade. Dir-se-á que, mais que dias “contra” (que têm o seu lugar como início de um caminho) a Europa pós-racionalista precisará, para se refrescar, dos dias a favor dos valores fundamentais, entre eles o valor que fundamenta a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a dignidade da Pessoa Humana. Terá de ser esta a fonte, quando não reflectimos já “poluídos”! Talvez seja hora, para além destes dias comemorativos, de incentivar todos os esforços dos que têm “pena da vida”.
5. Quando não, continuamos a querer o sol na eira e a chuva no nabal. Defendemos dias “contra” os males terríveis que se fazem (entre eles a pena de morte que todos os anos continua a ceifar milhares de pessoas em países chamados de modernos), por outro lado, esquecemo-nos da coerência interna dessa defesa da dignidade humana ao permitir, diplomática e elegantemente, outras execuções de vidas inocentes. Devolvamos (pedagogicamente) à VIDA toda a sua grandeza, não estraguemos. Ela é, por essência, intocável, inviolável, única, um “dom” que nos ultrapassa e que não temos o direito de gerir como dá jeito! Seja em que latitude for. Só assim haverá rumo certo! Enquanto isso, vamo-nos enganando e a vida passa!

Alexandre Cruz

OS POLÍTICOS E O CULTO MARIANO


A crentes ou não crentes, Fátima impõe-se, cultural e sociologicamente, à sociedade e aos políticos.
Um não crente, Francisco Louçã, líder do Bloco de Esquerda, admite que é impossível ignorar aquilo a que chama “um movimento cultural e social” com raízes profundas na sociedade portuguesa. “O facto de eu não acreditar não me permite atribuir nada relativamente às crenças das pessoas. Respeito as pessoas que assim se sentem e que vivem e que vibram com esse movimento”, sublinha Francisco Louçã, que diz à Renascença ter ido ao Santuário de Fátima apenas uma vez.
O mesmo não se pode dizer de Vera Jardim. O deputado socialista já passou muitas horas em recolhimento e meditação no Santuário. “Foi, e hoje talvez menos, um local de recolhimento e meditação importante. Portanto, é nesse sentido que acho que ele é importante: é um dos grandes locais da peregrinação”, explica.
Mota Amaral avalia Fátima como crente. O antigo Presidente da Assembleia da República confessa ter “uma adoração muito especial” pela sua madrinha de baptismo. O social-democrata afirma ter sido “criado com uma devoção especial a Nossa Senhora de Fátima” que mantém.
De resto, garante Mota Amaral, sempre fez questão de colocar em patamares bem diferentes a sua religiosidade e a sua actividade política.

Fonte: Rádio Renascença

FÁTIMA PARA O SÉCULO XXI

Ao logno do último ano foi celebrado o 90.º aniversário das Aparições do Anjo e de Nossa Senhora do Rosário aos três Pastorinhos.
A passagem desta data contextualiza a celebração do Ano da Misericórdia do Senhor e a inauguração da igreja dedicada à Santíssima Trindade.
De facto, a revelação da Mensagem de Fátima começa (Aparições do Anjo) e termina (Visão da Santíssima Trindade), anunciando aos homens que Deus tem sobre a humanidade, dilacerada pelos seus erros e pecados, desígnios de Misericórdia. Para o efeito, a «Senhora mais brilhante que o sol» veio pedir – através de testemunhas escolhidas: três crianças – «conversão e oração». A culminar o programa das celebrações, o Santuário de Fátima, um dos centros mais importantes de respiração sobrenatural do mundo católico, convida todos os interessados a participar no congresso “Fátima para o Século XXI”.
Será uma oportunidade para, com a ajuda de reconhecidos estudiosos da sua Mensagem, aprofundar o sentido do evento fundador e reler os acontecimentos com ele relacionados; colher o essencial da vivência espiritual dos Pastorinhos e projectar o futuro do Santuário, como fermento de renovação da Igreja e da sociedade contemporânea, pela vivência do Evangelho, que encontra, na mística e na espiritualidade de Fátima, como que a sua síntese.
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Pode ler mais em Ecclesia

Dia Mundial dos Correios


ESCREVA HOJE UMA CARTA
Festeje o Dia Mundial dos Correios: pegue na sua caneta de aparo (esferográfica também serve...) e escreva uma carta. Ou duas. Ou muitas. Àquele amigo que não vê há muito. À prima Joana. Ao tio Zé. Ao Presidente da República. Ao seu actor preferido. E quanto àquela pessoa a quem ainda não teve coragem de se declarar... É agora!
Nota: Foto e sugestões da agenda "Pequenas Grandes Ideias", do EXPRESSO

Artistas ignorados

Semana da Educação Cristã

Crianças numa aula de informática (foto do meu arquivo)

"O SUAVE PESO DE EDUCAR"



"Nesta Semana Nacional da Educação Cristã, propomos aos educadores cristãos - pais, professores de Educação Moral e Religiosa Católica ou de outras disciplinas, párocos, catequistas e outros educadores - e a quantos se lhes queiram associar, a reflexão e o debate sobre alguns desafios que os meios de comunicação social lançam à educação das crianças e dos jovens, a saber:
a formação das crianças e dos jovens para a correcta utilização dos meios de comunicação social;
a preparação dos educadores para o conhecimento e o uso de novas tecnologias de comunicação;
a capacitação humana e material das estruturas de coordenação educativa para melhor responderem às novas exigências de formação, com meios adequados."

Ler a Nota Pastoral da Comissão Episcopal da Educação Cristã

Barra de Aveiro em exposição



RUMAR A MAR ALTO

O Teatro Aveirense e a Comissão das Comemorações do Bicentenário da Abertura da Barra de Aveiro vão inaugurar, no próximo dia 12 de Outubro, pelas 19.30 horas, uma exposição denominada RUMAR A MAR ALTO. A mostra estará patente ao público no Salão do Teatro Aveirense até 12 de Novembro.

Horário: de terça a domingo, das 13 às 20 horas.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Neonazis e xenófobos

O PERIGO SOCIAL DOS INIMIGOS DA DEMOCRACIA É público que um grupo radical de neonazis profanou algumas campas num cemitério israelita, em Lisboa. A notícia veio na comunicação social e o PÚBLICO de hoje diz que alguns políticos e religiosos repudiaram, no local, em visita de desagravo, o que aconteceu. O Padre Peter Stilwell, em representação do Patriarcado, sublinhou com ênfase que “Este foi um gesto que invocou um demónio que dorme no coração da Europa”, alertando-nos, assim, para uma realidade mais palpável do que muita gente pensa. Eu próprio tenho sentido isso muitas vezes, e as notícias de grupos racistas e xenófobos, que agem nos grandes centros, sobretudo em Lisboa, mostram à saciedade que algo vai mal na formação das novas gerações. Penso que as famílias, as escolas e outras instituições não estarão bem acordadas para esta realidade, relegando, para segundo plano, os alertas devidos, no sentido de bloquearem, logo à nascença, ideias tão reprováveis. Daí que pessoas com créditos firmados no campo da formação política, filosófica e ideológica, como José Pacheco Pereira, se atrevam a condenar a prisão de um líder radical da extrema-direita, Mário Machado, acusado de incitar ao ódio racial. Diz aquele comentador que tal comportamento, em países genuinamente liberais, “não é crime, nem sequer delito de opinião”. E acrescenta que a longa prisão preventiva de Mário Machado configura uma situação “estranha”, apontando para “razões puramente políticas, o que é inadmissível numa democracia”. Confesso que tenho algumas dificuldades em aceitar esta posição de Pacheco Pereira, tanto mais que se sabe do perigo social que representa um indivíduo que lidera um grupo neonazi e xenófobo, com provas dadas no campo da violência, contra pessoas de raça negra, judeus e estrangeiros. Uma sociedade democrática não fica obrigada, a meu ver, a dar liberdade plena a quem quer destruir os valores da própria democracia, sob pena de hipotecarmos o direito ao respeito por toda a gente.
FM

Na Linha Da Utopia



Legislação simples
para mais eficácia

1. Diz-se muitas vezes que a nossa legislação é profundamente complexa, impenetrável na linguagem, só consegue “entrar” quem é especialista, ficando à margem quem não estudou tal área de especialidade. Se é naturalíssimo em certas áreas de fronteira científica só conseguir acompanhar quem está “por dentro”, talvez naquilo que deve ser preocupação de todos a simplicidade comunicacional torna-se uma virtude indispensável. É sempre difícil mas é mesmo importante, para um maior envolvimento da comunidade. Esta área do direito precisará do esforço que noutras áreas se tem feito (por exemplo destaque-se o empenho de projectos na área da Ciência Viva que procura sensibilizar o grande público para a ciência). Precisaremos de programa “direito vivo”?!
2. Os especialistas dizem que somos “especialistas” em desdobramentos e “prolongamentos” prolixos no que ao direito diz respeito. Saliente-se, cabalmente, que nesta área específica quantidade não é sinónimo de qualidade e será a “praxis” (prática) a desafiar a teoria em que temos vivido. Será olhando para o estado da justiça, saúde e educação que vemos os frutos (ou a sua ausência) de tanta e tanta legislação. Se ao fim das décadas democráticas estamos como estamos, onde as três áreas fundamentais continuam titubeantes ainda em “experiências”, ter-nos-á faltado (?) uma capacidade maior de legislação que tivesse contextualizado e presidido, ela própria, ao máximo consenso possível nas áreas fundamentais de um país.
3. Extremamente interessante é a constatação que, nos primeiros tempos globais, nos vem dos escritos da Utopia (1516). Tomás Moro (1478-1535) diz que nessa ilha ideal as leis eram simples, por forma a que todos pudessem compreender. Precisamos desta (re)aproximação. A comunidade em geral carece de conhecer mais esta área estruturante e sustentável, afinal, da própria democracia. Quanto mais esta distância existir mais dificuldades entre governantes e governados reinará, persistindo o diálogo de surdos e a falta dos consensos fundamentais. Tudo isto a pretexto das 11 páginas maçudas e impenetráveis que António Barreto comentou (Público 07.10.07). Esses decretos eram sobre “Educação”. Seria de pressupor uma melhor comunicação educativa...! Por isso estamos onde estamos; decretos atrás de decretos que até os da especialidade têm dificuldade em entender. Menos quantidade, mais clareza e objectividade!

Alexandre Cruz

domingo, 7 de outubro de 2007

A nossa gente


João Ângelo Pinho

Natural da Freguesia de Macieira de Sarnes, Concelho de Oliveira de Azeméis, o Prof. João Ângelo Pinho nasceu em 1938, na casa dos avós maternos, tendo ali passado a sua meninice até completar o Ensino Primário (antiga 4ª classe). Órfão de pai aos 5 anos de idade, rumou para Lisboa a fim de frequentar o Ensino Secundário.
Posteriormente, concluiu o curso de professor na Escola do Magistério Primário do Porto (1960), iniciando funções docentes no ensino primário em S. João da Madeira. Frequentou também, durante algum tempo, a Faculdade de Economia da Universidade do Porto.
Chamado ao serviço militar em 1961, foi mobilizado para a ex-província ultramarina de Angola, onde permaneceu entre Julho de 1963 e Outubro de 1965.
Após a sua passagem à disponibilidade, reiniciou funções docentes no Concelho de Santa Maria da Feira, mais precisamente em Dezembro de 1965.
Por ser neto de ilhavenses, pela via paterna, e por ser filho de professor, classe a que sempre se orgulhou de pertencer, fixou residência na Cidade de Ílhavo em Agosto de 1966. Leccionou então na Gafanha da Boa Hora, Gafanha da Nazaré (Cambeia) e, mais tarde, em Setembro de 1971, foi transferido para a ex-Escola n.º 1 de Ílhavo. Ainda exerceu funções docentes na Escola Preparatória Bento Carqueja (Oliveira de Azeméis), onde foi responsável pela implementação do Ciclo Preparatório na Vila de Cucujães (1973-75). Regressado a Ílhavo, foi nomeado, em 1976, Delegado Escolar do Concelho, funções que exerceu durante 19 anos, tendo igualmente exercido o cargo de Vereador da Câmara Municipal de Ílhavo nos anos de 1978 e 1979.
Encarregado de educação de três filhos e defensor do direito a uma educação íntegra dos jovens, desempenhou um papel preponderante nas Associações de Pais durante 12 anos, tendo sido igualmente co-fundador da Associação de Pais da Escola Preparatória de Ílhavo. Foi eleito para os órgãos directivos daquela Associação e da Associação de Pais da Escola Secundária de Ílhavo de 1981 a 1992, representando a mesma na Federação Regional de Aveiro e na Confederação Nacional de Associações de Pais.
Sócio-fundador da Associação Nacional de Professores, dinamizou e contribuiu para a implementação da Secção de Ílhavo desta Associação em 1985, fazendo ainda hoje parte dos órgãos dirigentes da mesma a nível local e nacional.
Aposentado desde 1995, o Prof. João Ângelo Pinho continua a trabalhar em prol da educação, desempenhando actualmente o cargo Presidente da Mesa de Assembleia-Geral da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo, Instituição à qual se encontra ligado desde 1982. Já o tempo livre é passado na entrega incessante ao saber, dedicando-se à leitura e procurando inteirar-se das virtudes das novas tecnologias, com recurso à Internet.
Inquestionavelmente, estamos na presença de um Homem para quem o lema de vida foi e continua a ser “o saber não ocupa lugar!”
In Viver em..., da CMI
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NOTA: Não ficaria de bem com a minha consciência se publicasse apenas o que nos ofereceu este mês a agenda Viver em... da responsabilidade da Câmara Municipal de Ílhavo. Porque conheço e admiro o professor Pinho há bons anos, porque aprecio as suas qualidade de cidadão íntegro e porque sou seu amigo.
Concordando inteiramente com o que vem na Viver em..., permitam-me, então, que sublinhe mais algumas facetas deste homem a quem o concelho de Ílhavo muito deve. Fraterno no trato, disponível para com todos os professores (e não só) que a ele recorriam frequentemente, amigo do seu amigo, atencioso para com todos, fossem eles gente importante ou humilde. Nunca me lembro de o encontrar aborrecido, nunca o vi exaltado. Foi sempre um Delegado Escolar apaziguador, um conselheiro oportuno, um profissional competente e um homem intrinsecamente bom. Por tudo isto, aqui ficam os meus parabéns, com votos de que continue (continuemos) disponível (disponíveis) para servir.
Fernando Martins