domingo, 2 de setembro de 2007

Imagens de Aveiro


A PAZ DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO
EM TEMPO DE FÉRIAS
:
A Universidade de Aveiro, conhecida pela dinâmica que imprime a toda a vida académica e pela posição de líder em muitas áreas do Ensino Superior, mostra, em tempo de férias, uma certa e compreensível tranquilidade, nas suas ruas, largos e alamedas. Pelo menos à vista de quem passa, que lá dentro devem estar a fervilhar projectos para o ano lectivo e de investigação que se avizinha.
Numa recente passagem pude ver a paz que por ali existe. Paz que não é sinónimo de sonolência nem de apatia. Só que, sem alunos, aos milhares, a alameda mostra-se assim... Daqui a um mês, se tanto, tudo será diferente.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 39



DO SIGNO-SAIMÃO
AO PINTO NEGRO

Caríssima/o:

Seja, voltemos atrás aos passeios-visitas escolares. De facto, naqueles tempos, havia-os obrigatórios, para além do castelo de Guimarães.
Fascínio a ponto de os coleccionarmos eram os vidros coloridos ou os frascos dos mais diversos feitios. Assim uma ida a Oliveira de Azeméis impunha-se e era sempre pólo de interesse e de atracção. O olhar das nossas crianças a surpreender os mais pequenos gestos e sopros dos operários era a prova que não se pedia.
Contudo, e a contra-gosto, falar de vidros é recordar o ralho e o tabefe (e fiquemo-nos por aí!...) inevitáveis quando, nos nossos renhidos desafios em plena estrada, inadvertidamente a bola se transviava e estilhaçava o vidro da janela da vizinha... Bem, vamos até às terras de Oliveira de Azeméis:


«No concelho de Oliveira de Azeméis, vamos ao lugar de Silvares, na freguesia de Macinhata da Seixa. Além fica a casa dos Soares de Pinho, estão a vê-la? Agora reparem no brasão, que está voltado para o Largo do Cruzeiro. Ora, é "uma raposa a formar o salto" e "uma águia de pescoço vergado". Qualquer dirá que se trata de "um ameaço, um fantasma dentro de um signo-saimão". E tal medo aquilo inspira às pessoas que como umas mulheres andassem por ali a apanhar trapos, ao darem com o dianho da pedra, assustaram-se mesmo. Pois benzeram-se três vezes e foram buscar um livro de S. Cipriano para completarem a expulsão do mafarrico daquele sítio. Não queriam que ele lhes entrasse na pele, pois então!
Ainda em Macinhata da Seixa, porque é que as pessoas receiam tanto passar pelo caminho do cemitério, da Cavada à igreja? Porque, dizem, por ali apareciam almas penadas, caixões abertos, mesmo fogos fátuos e outros sinais reais ou imaginados que perturbavam os que não tinham itinerário alternativo. Ora, esses sustos todos acabaram porque o velho caminho foi substituído por um estradão que parece não seduzir os espectros...
Também se conta que cada vez que o moleiro da casa dos Barbedo tinha de atravessar a ponte antiga do Requeixo, que se supõe romana, tinha sempre problemas. Sempre o jumento que utilizava no transporte do grão e da farinha tropeçava num calço da ponte. Pois uma vez, o homem rogou a praga:
- Um raio te deite abaixo!
Não se ria o leitor que a praga cumpriu-se.
Porém, a ponte não caiu exactamente de um raio, mas de uma cheia...
Mas há algo que o leitor talvez possa experimentar, se tiver a pachorra de se deslocar a Macinhata da Seixa. Pois procurará, entre a Escravilheira e o Alvão, o conhecido sítio do Sarrado. Ali havia, e julgamos que ainda haverá, um penedo em que se encontrava gravada uma ferradura de cavalo. Ora acontece que quando alguém ali passava e se punha a olhar fixamente para aquilo que diziam ser uma pintura dos mouros, a cabeça começava a andar à roda, como se a pessoa andasse à volta. E o sujeito adormecia, acordando muito tempo depois enjoado. Porém, se o passante olhasse ligeirinho par o penedo da ferradura escutava, isso sim, umas gargalhadas de mulher, como se alguém estivesse a fazer pouco dele ao abrigo da mole granítica!
Também conta uma pessoa de Macinhata que na ladeira do caminho que vai do Alvão para o fundo da Taipa, havia a Presa do loureiro. Pois uma senhora a caminho do moinho, ao passar por ali, viu uma ninhada de pintainhos brancos a meter-se por um buraco. Logo ela os apanhou a todos e meteu-os no avental. Quando chegou a casa, quis metê-los debaixo de uma galinha choca para que estivessem bem abrigados e tratados. Pois não é que, repentinamente, apareceu mais um todo pretinho? E mal a boa mulher esboçou o gesto de se benzer, logo o pintainho negro desapareceu para sempre!»
[V. M.,179]

Manuel

sábado, 1 de setembro de 2007

Recordando


ANTIGA PONTE DA GAFANHA
:
A minha geração, tal como a anterior, não pode deixar de se comover com esta fotografia da ponte de Gafanha. Comover com as recordações a que ela nos conduz, mas também com as lembranças que ela nos traz à memória da evolução dos nossos mundos. Nos tempos de hoje, seria impensável ver, entre nós, uma ponte como esta, de madeira, com as suas fragilidades. Lembro que, por exemplo, quando os sinais dessa fragilidade se faziam sentir, os passageiros da camioneta da carreira tinham de passar a ponte a pé (Não confundam com pontapé), retomando a camioneta no outro lado. Não fosse o diabo tecê-las e a ponte ruir com o peso.
Esta fotografia anda por aí na Net. Foi-me enviada por mão amiga, o que agradeço, e é com muito gosto que a partilho com os meus leitores.

Etnográfico em festa

Durante a viagem à Polónia
Grupo Etnográfico
da Gafanha da Nazaré
celebra mais um aniversário



Foi no dia 1 de Setembro de 1983 que nasceu o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré. Até hoje, pelo trabalho desenvolvido, merece os nossos parabéns. Com o seu amor ao legado dos nossos avós, tem levado, bem longe, a nossa Terra.
Isto não significa que vai ficar por aqui. O Grupo vai continuar, certamente, a descobrir, a estudar, a preservar e a divulgar, no País ou no estrangeiro, a riqueza da nossa cultura, alicerçada em povos de matriz gandareza ou dos areais de Vagos, mas também dos mais variados recantos de Portugal.
Quando eu era miúdo, por exemplo, recordo-me bem das gentes do Norte, sobretudo de Fafe e suas redondezas, que, a caminho das secas do bacalhau, onde trabalhavam de sol a sol, cantavam em grupo as modas das suas terras, enquanto faziam meias de lã. Penso que estas áreas da etnografia e do folclore precisam de ser estudadas.
Neste dia de aniversário, aqui fica a sugestão.
Um abraço para todos quantos dirigem e trabalham, com muito amor, no Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré.

Um artigo de Anselmo Borges, no DN

O JESUS DE RATZINGER-BENTO XVI (2)
:
Passados dois mil anos sobre a sua execução, um terço da população mundial acredita hoje em Jesus como o Cristo, o Messias, o Filho de Deus, o Salvador. Sobre ele escreveram-se centenas de milhares de livros e artigos. Os debates filosófico-teológicos por causa dele não têm conta. Por causa dele se morreu, por causa dele se matou. Há milhares de lugares consagrados ao seu culto. Não houve na História nenhum homem tão discutido e sobre o qual se tenha debatido e escrito tanto. "Ele dividiu a História ao meio" (padre Carreira das Neves). A questão de Jesus é a da relação entre o Jesus da História e o Cristo da fé. Como se chegou à confissão de que Jesus é o Cristo, que quer dizer o Messias, e o Filho de Deus? É a fé que estabelece esse laço, mas baseada na História. Sem o Jesus da História, o Cristo não passaria de um mito, mas, sem a confissão de fé de que o Jesus da História é o Cristo, Jesus não passaria de um mestre espiritual e mais uma vítima no calvário do mundo. A vida e a morte de Jesus abrem para a sua interpretação e reconhecimento como o Cristo; o Cristo ilumina a vida e a morte de Jesus. A chave acaba por ser a experiência da ressurreição - o Crucificado é o Vivente em Deus para sempre. J. Ratzinger-Bento XVI, no seu "Jesus de Nazaré", resultado de "uma longa caminhada interior" e que não é "um acto do Magistério", pressupõe esta tensão dinâmica e entrecruzada da História e da fé, mesmo se, como disse o cardeal Carlo Martini, especialista em estudos bíblicos, "ele não é exegeta, mas teólogo e, se bem que se mova agilmente por entre a literatura exegética do seu tempo, não fez estudos de primeira mão, por exemplo, sobre o texto crítico do Novo Testamento". Num horizonte mais paulino e agostiniano, acentua o Cristo eterno da fé, mas sublinhando que esse é o Jesus da história, "o dos Evangelhos". O cristianismo tem o seu núcleo na cristologia e, portanto, na confissão de fé da mais íntima unidade de Jesus com o Pai. Em Jesus, Deus vem ao nosso encontro. Ele é Deus presente no meio dos homens. Quem ler atentamente depara-se com um belo testemunho sobre Jesus e a fé tradicional da Igreja. O seu pendor conservador é notório, por exemplo, quando, ao explicar a oração do Pai Nosso, afirma que, apesar de todas as imagens sobre o amor materno de Deus, "Mãe" não é um título com o qual possamos dirigir- -nos a Ele. Embora a dimensão sociopolítica da actividade de Jesus fique na penumbra, Ratzinger- -Bento XVI não deixa de reconhecer a importância da presença das mulheres na comunidade mais próxima de Jesus e que é inegável "a opção preferencial pelos pobres". Apesar de declarar que o lugar do Reino de Deus é "a interioridade do Homem", alerta para os horrores do totalitarismo e da injustiça: "Face ao abuso do poder económico, face às crueldades de um capitalismo que degrada o Homem a simples mercadoria", compreendemos a advertência de Jesus frente ao deus Dinheiro, que "mantém grande parte do mundo numa opressão cruel". Comentando a parábola do bom Samaritano, sublinha a sua actualidade, e escreve sobre a África: quando traduzimos a parábola para as dimensões da comunidade mundial, "vemos que nos dizem respeito os povos de África, roubados e espoliados. Vemos então como são realmente nossos 'próximos', que também o nosso estilo de vida e a nossa história os espoliaram e espoliam. E isto não se passa apenas com a África." Não vemos também à nossa volta "o Homem espoliado e destroçado"? "As vítimas da droga, do tráfico de seres humanos, do turismo sexual, seres humanos intimamente destruídos, que, no meio da riqueza material, estão vazios." O fio condutor da obra de Ratzinger-Bento XVI é que o sinal de Deus para os homens é o próprio Jesus. Agora, sabemos que Deus é amor. É preciso "converter-se do Deus--Lei ao Deus maior, o Deus do amor". Para se não trair o essencial da mensagem, não se pode misturar a fé e a política. O preço da fusão da fé e do poder político é "a fé pôr-se ao serviço do poder e ter de se dobrar aos seus critérios."

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Bispo que aprovou a criação da paróquia


D. Manuel Correia de Bastos Pina, Bispo-Conde de Coimbra, diocese a que pertencia a Gafanha da Nazaré, foi o autor da erecção canónica da paróquia, em 31 de Agosto de 1910. 
Há dias, o prior da freguesia, Padre José Fidalgo, lembrou, numa celebração, que este bispo não tinha o seu nome perpetuado na cidade. Pediu, então, às autoridades, que diligenciassem nesse sentido. Concordo plenamente, até porque há pela cidade muitas ruas com nomes que nada nos dizem. 
D. Manuel de Bastos Pina nasceu no lugar da Costeira, freguesia de Carregosa, Oliveira de Azeméis, em 19 de Novembro de 1830. Começou os seus estudos em Ílhavo, com o Dr. José António Pereira Bilhano, que depois foi Arcebispo de Évora.
Foi confirmado Bispo de Coimbra a 22 de Dezembro de 1871. Foi Bispo-Conde de Coimbra mais de 40 anos. Faleceu na sua casa de Carregosa em 19 de Novembro de 1913, dia em que completava 83 anos de idade.

Paróquia de Nossa Senhora da Nazaré celebra aniversário


Em 31 de Agosto de 1910, D. Manuel Correia de Bastos Pina, Bispo-Conde de Coimbra, assinou a criação da paróquia da Gafanha da Nazaré. A freguesia havia sido criada por Decreto Real de D. Manuel II, com data de 23 de Junho do mesmo ano.

NOTAS:

- A Gafanha da Nazaré era, à data, um lugar de São Salvador, Ílhavo, Diocese de Coimbra. A Diocese de Aveiro seria restaurada em 1938;

- Tinha já gente em número suficiente para exercer de forma capaz os diferentes cargos paroquiais;

- Estava nas condições de exigidas por lei para poder ser erecta freguesia;

-Possuía uma capela, sob a invocação de Nossa Senhora da Nazaré, com capacidade, paramentos, vasos sagrados e alfaias necessárias para servir, provisoriamente, de igreja paroquial;

- Estava a construir uma nova igreja, já numa fase adiantada;

- Obrigava-se a pagar, anualmente, cem mil reis de côngrua ao pároco, que ficava ainda com as demais benesses e emolumentos que fossem de uso, direito e costume na freguesia de que era desanexada.

In Boletim Cultural da Gafanha da Nazaré, n.º 1

O AR QUE RESPIRAMOS



PÓ DO PORTO COMERCIAL
INVADE TUDO
NA GAFANHA DA NAZARÉ

É público que o Prof. Carlos Borrego, da Universidade de Aveiro, vai coordenar um estudo sobre o ar que se respira na Gafanha da Nazaré. Pela sua indiscutível competência, penso que todos vamos ficar a saber se podemos, ou não, andar descansados.
Ninguém ignora que uma zona industrial e portuária tem custos acrescidos na área do ambiente. Há produtos tóxicos e poluentes a serem armazenados e manipulados, o que não pode deixar de inquietar as populações, já que, com regularidade ou esporadicamente, há o perigo de derrame ou de fuga para o ambiente.
Há anos, e por mais do que uma vez, a Gafanha da Nazaré sofreu as consequências de situações dessas, com produtos químicos altamente perigosos a serem derramados para a atmosfera, na área do Porto Industrial. Na altura foi dito que a região das Gafanhas, e em especial a Gafanha da Nazaré, estava constantemente sob um “barril de pólvora”, prestes a rebentar a qualquer hora. Depois vieram os técnicos garantir que tudo estava controlado, não havendo perigo para ninguém.
Entretanto, a Gafanha da Nazaré começou a ser invadida por areias e pós que vinham do Porto Comercial. Incomodavam, obviamente, toda a gente, chegando a invadir as casas. O povo começou a protestas e desses protestos se fizeram eco os diversos órgãos de comunicação social.
Promessas e mais promessas de que tudo se iria resolver, tranquilizaram as pessoas. Mas a cena vai-se repetindo, ao ponto de os responsáveis resolverem avançar com o estudo entretanto anunciado.
É bom que ele seja feito, para tirar dúvidas e para ficarmos com certezas. Não é possível sentir o pó em tudo quanto é canto das nossas próprias casas. Mas o pior é que ele também vai ocupando um lugar garantido nos nossos pulmões. E isto não pode ser.

Fernando Martins

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Jardim Oudinot vai ter nova cara

Réplica da Guarita, já no espaço do jardim,
espera um enquadramento mais bonito

Jardim Oudinot
remodelado no próximo Verão

O projecto de qualificação urbana e ambiental do jardim Oudinot abre a concurso neste mês de Setembro. Se tudo correr como previsto, as obras estarão concluídas no Verão do próximo ano. Percursos pedonais, parques infantis, um ancoradouro de recreio e um pequeno hotel são apenas algumas das infra-estruturas a incluir neste espaço.
:
Leia mais no Diário de Aveiro

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Um artigo de D. António Marcelino



PESADELOS
DE UMA PROFECIA FALHADA


Foi muito curiosa, apesar de esperada, a reacção dos responsáveis do Ministério da Saúde em diversos graus e escalões, perante a primeira contagem dos abortos realizados, com um mês de vigência da lei. Só 300? Como é possível acontecer assim? Estamos perdidos! E multiplicaram-se as explicações para esta desgraça (!), para eles inesperada. Até que, dias depois, as vozes apareceram mais animadas. Já eram 526! Mas lamentava-se, em surdina, que sete ou oito mulheres, (que pobre gente!) depois das explicações regulamentares recebidas, tinham desistido de abortar. E lá se foi dizendo, como que a prevenir para evitar derrotas morais, que se esperavam 1600 abortos por mês… Só com estes se pode dar razão às razões e promessas do referendo…
Se não aumentarem os abortos a pedido, dizia-se nas entrelinhas, como se poderá chegar aos 30 mil clandestinos de que tanto se falou na campanha? O fantasma, porém, está aí de novo. O problema é preocupante, porque os do “não” continuam em campo e não vão desarmar, nem se vão calar… Que pesadelo! Como se não bastassem os números.
Para levantar os ânimos abatidos dos preocupados, o Director Geral, um técnico com tiques e reacções a pedir um estudo das profundidades, já vai ensaiando, segundo os jornais, dois cenários apaziguadores: aos três meses de contagem dos abortos, pedidos e realizados, é que se saberá o andamento, por isso há que esperar confiantes, até Outubro; se os abortos não aumentarem, na linha da profecia que afirmava os clandestinos a roçar os 30 mil por ano, então é porque, finalmente, (!) as grávidas portuguesas se dispuseram a participar na redução do número de abortos, de harmonia com os objectivos previstos pela lei…Nem mais.Toda esta conversa só se justifica porque no Verão pouca gente lê os jornais e depressa se passa a página. Também não é muita a gente que ouve os políticos, a não ser que haja sarilhos e “botas” desenquadradas. Por outro lado, com o futebol a entrar em cena, tudo o mais passa a secundário.
Os movimentos abortistas de há muito depuseram armas, uma vez que a sua batalha estava ganha. Voltam-se, por agora, para os transgénicos… As clínicas abortadoras legais estão em boa maré. Mais dez ou menos dez semanas, há sempre razão para acolher bem quem as procura para se aliviar de pesadelos e de fetos vivos. As não legais actuam sem temores e os juízes são agora mais benevolentes…Assim vai o país no que de mais sério se pode pedir a quem governa e aos cidadãos: defender a todo o custo a vida já gerada e promover a saúde própria e a de todos.
Entretanto, fecharam-se maternidades por razões técnicas e, também, porque davam prejuízo, mas há agora, em cada quartel de bombeiros, uma maternidade de quatro rodas, que vai fazendo partos pelas estradas, umas vezes bem sucedidos e outras não tanto. De quem é a culpa dos fracassos, quando ocorrem? Dos jornais, claro, que dizem tudo… Sempre houve fracassos nas maternidades normais e não se fazia tanto barulho. Tudo natural, a não ser que o escândalo fosse grande e a família não se conformasse…
A gente sensata previa tudo, até os confrontos escandalosos aí à vista. Já nada traz novidade. A descriminação entre uma parturiente normal, trabalhadora, e uma grávida que quer abortar é simplesmente inadmissível. Os muitos direitos desta fazem correr o ministério para que tudo se resolva sem encargos para ela, aqui, ali ou além. E no resto da saúde? Portas abertas para fazer abortos, portas fechadas para milhares de portugueses que esperam em vão por uma cirurgia urgente, que se resolve a conta gotas, pondo o Ministro a ser ridículo pelas explicações que dá ao país.
Sobra cada vez mais pano para fazer mangas. É preciso continuar. Que a gente que pensa, acorde e perceba, perante o que se vê, se vive e se legisla, que as soluções legais, nem sempre são justas, morais e éticas. E que as políticas, muitas vezes são um logro.


António Marcelino

Passeios baratos

Jorge Pires Ferreira sugere
no Correio do Vouga
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Trilho das Padeiras (Foto da Hera)

Passeios baratos,
saudáveis, ecológicos e culturais
:

O período de férias está a chegar ao fim. Mas ainda há tempo para sugerir alguns percursos pedestres. Caminhar nestes trilhos, além de barato, é saudável, ecológico e cultural, com a vantagem de esta prática poder ser levada a cabo em qualquer altura do ano.
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O turismo ecológico (ou ecoturimo) está em alta. São cada vez mais as pessoas que procuram alternativas à praia, virando-se para o campo e a montanha. Entre as práticas do ecoturismo mais comuns estão as caminhadas.
Caminhar faz bem ao corpo e à mente. É uma necessidade cada vez maior, para contrapor aos estilos de vida actuais, maioritariamente sedentários. Daí que, respondendo à procura das pessoas, muitas câmaras municipais e freguesias marquem percursos no campo ou em meio urbano e editem folhetos sobre a história, cultura e natureza que esses trilhos permitem observar. Sem esgotar todos os percursos da região de Aveiro, deixamos aqui algumas sugestões em Sever do Vouga, Ílhavo e Estarreja.
:
Para mais sugestões, clique aqui


Exposição de Fotografia no Aveirense

Aurore de Sousa apresenta...

“A CIDADE AZUL, FRAGMENTOS
DE UMA REALIDADE INEFÁVEL”



Vai ser inaugurada amanhã, 30 de Agosto, pelas 18 horas, no Salão Nobre do Teatro Aveirense, uma Exposição de Fotografia, “A Cidade Azul, Fragmentos de uma Realidade Inefável”, da autoria de Aurore de Sousa.
Aurore de Sousa nasceu em Portugal e vive e trabalha actualmente em Grenoble, na França, onde tirou a sua licenciatura na Escola Superior de Artes de Grenoble.
Desde 1990, consagra-se à fotografia.
A exposição pode ser apreciada até 30 de Setembro.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Contas dos partidos políticos

QUEM NÃO GOVERNA BEM
A SUA CASA COMO PODE
GOVERNAR BEM O PAÍS?
:
O Tribunal Constitucional (TC) divulgou ontem um acórdão relativo à campanha eleitoral para as legislativas de 2005 que determina a aplicação de coimas aos partidos políticos num valor total de 115.781,9 euros, por irregularidades na apresentação das contas. Dos 11 partidos que concorreram a este acto eleitoral, apenas um, o Partido Operário da Unidade Socialista, não irá ser sujeito a coima, embora receba também uma admoestação do TC.
O PSD, o CDS-PP e o PS são os partidos mais penalizados: os sociais-democratas terão de pagar um valor equivalente a 67 salários mínimos, ou seja, 25.104,9 euros, os democratas-cristãos foram condenados ao pagamento de 23.231,4 euros e os socialistas a uma coima de 21.357,9 euros.
Seguem-se o PCP e o PEV (enquanto membros da Coligação Democrática Unitária - CDU) que terão de pagar uma coima de 15.737,4 euros, o Bloco de Esquerda (11.241 euros) e o Partido da Nova Democracia - condenado ao pagamento de 6.369,9 euros.
:
NOTA: Esta foi a notícia ontem divulgada. O Tribunal Constitucional não é uma entidade qualquer. Por isso, tem muito valor a sua decisão.
As contas irregulares ou à margem da lei dos partidos políticos surgem com alguma regularidade. Há partidos que não são constituídos, afinal, por gente que goste de contas direitas, mas são fundamentais à democracia. Então, há que acertar o passo com a legalidade e com a transparência. Se não são capazes de governar bem as suas casas, como podem garantir-nos que são capazes de governar o País?

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

GAFANHA DA NAZARÉ MAIS LIMPA


UMA CIDADE
MAIS LIMPA
E ARRUMADA
DEPENDE DE TODOS


Em declarações à Rádio Terra Nova, o presidente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, Manuel Serra, lembrou que uma cidade mais limpa e arrumada depende de todos. "Todos os moradores desta cidade devem zelar pelo espaço exterior da sua residência, já que a Junta de Freguesia não tem mão-de-obra disponível e suficiente", referiu.
Há anos, quando a Gafanha era mais terra agrícola do que outra coisa, os proprietários tinham de abrir as valas e limpar os caminhos que passavam junto das suas casas e terrenos. Depois, os hábitos foram-se alterando e passou a Junta a tratar disso.
Concordo com a proposta do presidente Manuel Serra. Se todos dermos uma ajuda, tudo será mais fácil e a Gafanha da Nazaré passará a ter mais encanto. Ficamos à espera de ver se os gafanhões cooperam.

Gafanhões no mundo


LAR INTERNACIONAL
:
Há dias encontrei, numa casa da Gafanha da Nazaré, uma placa no mínimo curiosa. Na parte frontal, lá bem no cimo e à vista de toda a gente, pude ler: DEUS ABENÇOAI ESTE LAR INTERNACIONAL BRAZIL FRANÇA AMÉRICA E PORTUGAL. Isto diz muito a quem passa, até porque é bem conhecido de todos quantos conhecem verdadeiramente a Gafanha da Nazaré. Aqui residem, adoptando esta terra como sua, gentes dos mais variados recantos. Neste caso concreto, do mundo. Brasil, França, América e Portugal de mãos dadas num lar gafanhão. Um lar verdadeiramente internacional.