terça-feira, 24 de outubro de 2006

CONTADOR

RECUPERAÇÃO DO CONTADOR
Hoje consegui recuperar o antigo contador. Há tempos, a opção por novo grafismo fez desaparecer o contador da Bravenet, sem que, na altura, houvesse possibilidades de o manter em actividade. A partir de agora, cá está ele, novamente, perdendo-se o segundo contador, que já ia nas 4200 entradas. Isto significa que o meu blogue já ultrapassou as 36 mil entradas, em 22 meses.
Fernando Martins

Editorial de António José Teixeira no DN

Desfaçatez
O acórdão do Tribunal Constitucional que avalia as contas da última campanha para as eleições legislativas volta a deixar envergonhada a democracia portuguesa. De tão repetidas as irregularidades, tendemos a relativizá-las. Não surpre-endem.
Sempre que o país vai a votos, é certo e sabido que as candidaturas se estragam em habilidades. Ou melhor, boa parte das vezes, nem sequer se dão ao trabalho de as exibir. Pura e simplesmente não justificam as despesas. A desfaçatez e a impunidade política levaram a este pântano, que coloca sob suspeita permanente aqueles que deveriam ser um exemplo de probidade para os cidadãos-eleitores.
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Leia todo o Editorial no DN

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

VOLUNTARIADO

UMA EXPERIÊNCIA
MUITO ENRIQUECEDORA
Em tempos de algum egoísmo e de muito comodismo, é salutar verificar que há gente jovem (de todas as idades) com capacidade para se dar aos outros. Assim é nos PVU - Projectos de Voluntariado Universitário, uma iniciativa do CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura) e da AAUAv (Associação Académica da Universidade de Aveiro), com apoios dos Serviços de Acção Social e da Reitoria da UA.
Esta boa iniciativa partiu da ideia de que, se quisermos, há sempre tempo para dedicar ao Serrviço do Bem Comum, sobretudo na área da formação humana.
Porque há diversas vertentes do voluntariado, a organização solicita aos interessados que procurem o CUFC ou a AAUAv, fundamentalmente para descobrirem, em diálogo aberto com os responsáveis, qual o caminho que mais se coaduna com as disponibilidades e com os dons de cada um.

UM POEMA DE MIGUEL TORGA

CONFIANÇA
O que é bonito neste mundo, e anima, É ver que na vindima De cada sonho Fica a cepa a sonhar outra aventura... E que a doçura Que se não prova Se transfigura Numa doçura Muito mais pura E muito mais nova...

Uma reflexão de Georgino Rocha

CORAÇÃO
QUE VAI À FRENTE
Muitas vezes me vêm pensamentos de ir às escolas desses lugares, gritando como quem perdeu o juízo, e principalmente à Universidade de Paris, dizendo na Sorbona aos que têm mais letras do que vontade para dispor-se a frutificar com elas, quantas almas deixam de ir à glória e vão ao inferno por negligência deles…”. Esta frase consta da carta que Francisco Xavier escreve de Cochim aos universitários de Paris, seus ex-colegas. Nessa universidade, havia sido aluno e mestre, depois faz-se padre jesuíta e parte para o Extremo Oriente nas caravelas portuguesas a 7 de Abril de 1541. São tempos de D. João III. Fiel ao lema que marca a sua vida “Mais, sempre Mais”, percorre os pontos nevrálgicos daquela vasta zona do mundo: Índia, Malaca, Molucas, Japão, China onde não chega a entrar por a morte o haver surpreendido no caminho. Tal como ele, tantos outros sentem a urgência da missão que Jesus deixa aos seus discípulos – os cristãos. “Ide por todo o mundo, anunciai a boa notícia de que Deus quer a felicidade de todos e de cada um. Eu estou sempre convosco: umas vezes escondido nas culturas e religiões dos povos aonde chegais, outras nas comunidades cristãs que ides construir, no modo fraterno do vosso relacionamento, no espírito de serviço e de partilha de que dareis testemunho”. Assim o entendeu um missionário idoso que sonha com ir às montanhas do Himalaia para ajudar os povos que aí habitassem. Põe-se a caminho, logo que a vida lho permite. É Inverno, o frio aperta, começa a chover, a neve a cair, mas nada o demove. O dono de uma pousada interpela-o, dizendo: “Onde vai, meu bom homem? Como chegou aqui?”. E ele, encharcado e quase enregelado, responde sorridente: “ Sigo o meu coração que vai à frente. É o amor que me guia. Quero chegar. Sou missionário!”. De facto, lembra Bento XVI o amor é a fonte da missão. Ser missionário significa amar a Deus, entrar no seu dinamismo, cultivar os critérios de vida que Jesus nos transmite e propor a todas as pessoas, com ousadia e simplicidade, a alegria de colaborar na construção de uma sociedade mais justa e fraterna. ::
In "Para Ti", folha dominical do CUFC

domingo, 22 de outubro de 2006

ABORTO - 4

Nota Pastoral
do Conselho Permanente
Conferência Episcopal Portuguesa
sobre o referendo ao aborto
RAZÕES PARA
ESCOLHER A VIDA
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1. A Assembleia da República decidiu sujeitar, mais uma vez, a referendo popular o alargamento das condições legais para a interrupção voluntária da gravidez, acto vulgarmente designado por aborto voluntário. Esta proposta já foi rejeitada em referendo anterior, embora a percentagem de opiniões expressas não tivesse sido suficiente para tornar a escolha do eleitorado constitucionalmente irreversível, o que foi aproveitado pelos defensores do alargamento legal do aborto voluntário. Nós, Bispos Católicos, sentimos perplexidade acerca desta situação. Antes de mais porque acreditamos, como o fez a Igreja desde os primeiros séculos, que a vida humana, com toda a sua dignidade, existe desde o primeiro momento da concepção. Porque consideramos a vida humana um valor absoluto, a defender e a promover em todas as circunstâncias, achamos que ela não é referendável e que nenhuma lei permissiva respeita os valores éticos fundamentais acerca da Vida, o que se aplica também à Lei já aprovada. Uma hipotética vitória do “não” no próximo referendo não significa a nossa concordância com a Lei vigente. 2. Para os fiéis católicos o aborto provocado é um pecado grave porque é uma violação do 5º Mandamento da Lei de Deus, “não matarás”, e é-o mesmo quando legalmente permitido. Mas este mandamento limita-se a exprimir um valor da lei natural, fundamento de uma ética universal. O aborto não é, pois, uma questão exclusivamente da moral religiosa; ele agride valores universais de respeito pela vida. Para os crentes acresce o facto de, na Sua Lei, Deus ter confirmado que esse valor universal é Sua vontade. Não podemos, pois, deixar de dizer aos fiéis católicos que devem votar “não” e ajudar a esclarecer outras pessoas sobre a dignidade da vida humana, desde o seu primeiro momento. O período de debate e esclarecimento que antecede o referendo não é uma qualquer campanha política, mas sim um período de esclarecimento das consciências. A escolha no dia do referendo é uma opção de consciência, que não deve ser influenciada por políticas e correntes de opinião. Nós, os Bispos, não entramos em campanhas de tipo político, mas não podemos deixar de contribuir para o esclarecimento das consciências. Pensamos particularmente nos jovens, muitos dos quais votam pela primeira vez e para quem a vida é uma paixão e tem de ser uma descoberta. Assim enunciamos, de modo simples, as razões para votar “não” e escolher a Vida:
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O SORTILÉGIO DA SERRA



24 HORAS
NA PAZ DA MONTANHA

Como homem do mar e da ria, pisando chão plano, sempre sonhei, desde menino, com a magia da serra. Anos e anos olhei para as silhuetas das montanhas, bem visíveis em dias claros, com sonhos de um dia sentir ao vivo a paz dos montes, rodeado do silêncio e da verdura da floresta virgem. Já crescido, recordo os meus primeiros contactos com a serra e senti muitas vezes, ao longo da vida, o sortilégio da montanha, onde vou quando posso. E o mais curioso é que, quando a visito, novas sensações me invadem a ponto de alimentar, nem sei porquê, projectos inviáveis de me fixar nos montes de vidas mais calmas e da tranquilidade absoluta que me aproxima de modo diferente do espiritual. 
Por 24 horas, fui mais uma vez ao Caramulo, onde há recantos aparentemente nunca vistos. Recantos que vamos descobrindo e redescobrindo em cada esquina, sobretudo em aldeias quase despovoadas, que estão carregados de história e de estórias que são, sem dúvida, riqueza que não pode continuar ignorada.
Dia de chuva, ora miudinha ora pesada e agressiva, com nuvens negras a indiciarem o Inverno que oficialmente ainda vem longe, as 24 horas que passei na serra proporcionaram-me uma paz interior que foi saboroso viver. 
Da janela da casa que me acolheu, fui contemplando a floresta que os fogos de Verão, felizmente, não têm mutilado nem nunca, ao que soube, transformaram em montanha de cadáveres hirtos e ressequidos. Nem carros acelerando e chiando nas cursas, que as há por ali, nem cães que ladram e gente que grita, nem altifalantes que anunciam aos berros arranhados a próxima festa, nem aviões em exercícios mecânicos e enfadonhos, nada perturbava o sossego da montanha que vivia, tranquilamente, a sua existência milenar. 
Dei comigo a prescindir da música armazenada para ouvir o silêncio apenas perturbado, docemente, pela chuva miudinha que teimava em cair, senti o prazer de conversar ignorando a caixa mágica que mudou e moldou o mundo, deliciei-me com a sesta reconfortante, apreciei um conto da escritora Flannery O’Connor que me deixou emocionado… Passeei por ruas tortuosas despidas de gente, olhei com curiosidade para a toponímia da terra, parei na fonte que corria ininterruptamente, decerto há séculos, admirei a vegetação espontânea que tudo cobre, ouvi estórias de gente que trabalhou e que sofreu, aprendendo na vida a vencer obstáculos e a ser feliz. 
As nuvens acompanharam-me neste andar e neste estar, alimentando, com as suas correrias mágicas, ao sabor do vento, os meus sonhos, que nunca me abandonaram, de um dia correr mundo, como elas... E tudo isto, e muito mais, graças a bons amigos que sabem muito dos meus sonhos e dos meus gostos.

 Fernando Martins

Um ARTIGO DE ANSELMO BORGES, NO DN

DEUS NA COZINHA
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Há uma história que Aristóteles narra sobre uma palavra do filósofo Heraclito a uns forasteiros que queriam chegar até ele. Aproximando-se, viram como se aquecia junto a um fogão. Detiveram-se surpreendidos, enquanto ele lhes dava ânimo: "Também aqui estão presentes os deuses."
Os visitantes ficaram frustrados e desconcertados na curiosidade que os levou a irem ao encontro do pensador. Julgavam ter de encontrá-lo em circunstâncias que, ao contrário do viver dos homens comuns, deveriam mostrar em tudo os traços do excepcional e do raro e, por isso, do excitante.
Em vez disso - e estou a transcrever o comentário do filósofo Martin Heidegger à história relatada por Aristóteles -, os curiosos encontraram Heraclito junto ao fogão. É um lugar banal e bastante comum. Ver um pensador com frio que se aquece tem muito pouco de interessante. A situação é mesmo frustrante para os curiosos. Que farão ali? Heraclito lê essa curiosidade frustrada nos seus rostos. Ele sabe que a falta de algo de sensacional e inesperado é suficiente para fazer com que os recém-chegados se vão embora. Por isso, infunde-lhes ânimo. Pede-lhes que entrem: "Também aqui estão presentes os deuses." Também aqui, neste lugar corriqueiro, é o espaço para a presentificação de Deus.
A mística Santa Teresa de Ávila também dizia que Deus anda na cozinha no meio das panelas. Para sublinhar que quem julga encontrar Deus fora do mundo lida apenas com as suas ilusões.
Na união com Deus, Mistério último da realidade, o crente continua no mundo, embora o veja a uma luz nova. A mística, sem o compromisso com os outros, concretizado também no amor político, que inclui o amor cósmico-ecológico, é auto-engano. Como escreveu o filósofo Henri Bergson, "a mística completa é acção"; o místico autêntico, "através de Deus, por Deus, ama a humanidade inteira com um amor divino".
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Leia todo o artigo no Diário de Notícias

Gotas do Arco-Íris – 36

CORES DE AVEIRO
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Caríssimo/a: Será que as cidades têm cor? Quem souber que responda; eu apenas sei que a minha Aveiro é toda ela uma aguarela que sempre me encantou e seduziu... De todas as povoações beijadas pela Ria, Aveiro foi a que mais profundamente se deixou invadir pelas marés; e, assim sendo, encantamento e sedução os atribuia ao sal, aos nevoeiros e neblinas, às nortadas e calmarias. Porém, o Congresso sobre Arte Nova e os livros que me surgiram, mostraram-me que ... E mais escrevi, abrindo o livro de Amaro Neves: «A Arte Nova em Aveiro e seu Distrito». Dizia também que pegando-me pela mão, me levou a admirar fachadas e a espreitar o interior de prédios e casas e solares e palácios aí me revelando a cantaria, a carpintaria, passando à serralharia (aquele gradeamento da varanda com uma borboleta em ferro forjado, na “vila Cecílio”...), ao estuque, ao mobiliário, à pintura, à azulejaria. Realçava eu as “cores arte nova”, com “tons verdes e amarelos vivos... vermelho de intenso colorido... azuis e brancos de gradações diferentes...”, enfim, “cores vivas e geralmente contrastantes”... Nesse instante o sistema operativo do computador deixou de responder, e quedei-me como se estivesse encostado àquela parede a abrigar-me da chuva. Que me resta fazer: esperar que a chuva passe ou avançar? Avancei e ... tudo o que havia escrito se apagou. E agora onde ia encontrar a luz e a cor que se espraiam e nos levavam a subir os empedrados antigos, ruas e vielas acima, a caminho do Liceu ou da Escola Comercial? Sendo-me impossível apresentar-te o meu escrito, fica o convite para que montes na buga e te surpreendas, em cada esquina, com as cores de Aveiro! Manuel

sábado, 21 de outubro de 2006

LÍNGUA PORTUGUESA

ESTAMOS SEMPRE
A APRENDER
As Línguas vivas, que estão sempre a crescer, podem levar-nos a ter dúvidas. Por isso, quem quiser falar e escrever correctamente a Língua Portuguesa tem de estar atento, para se actualizar.
Aqui ficam duas sugestões muito úteis:
Na RTP1, pode ver, à sexta-feira, o programa "Cuidado com a Língua";
No "PÚBLICO on-line" há, também, uma rubrica que pode consultar, intitulada "Dúvidas Linguísticas".