quarta-feira, 22 de março de 2006

AVEIRO: Imagens doutros tempos

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Aveiro: Avenida Dr. Lourenço Peixinho
e Rua Cândido dos Reis vistas do largo da CP (1920)

Um artigo de Alexandre Cruz

Tempos
de primavera? 1. Quanto ao calendário e ao clima, ela aí está. Chegou para ficar. Março é transição para um tempo onde a própria natureza comunica o permanente, silencioso e misterioso ressurgir da vida. Não é por acaso que por estes dias são inúmeras as lembranças e efemérides simbólicas desse renovar da esperança, a partir dos próprios elementos da natureza, das expressões artísticas de beleza ou de causas fundamentais que a todos interessam. Dia Mundial da Poesia (dia 20), Dia Mundial para a Eliminação da Discriminação Racial e Dia Mundial da Árvore (dia 21), Dia Mundial da Água (dia 22), Dia Mundial da Meteorologia (dia 23), Dia Mundial da Tuberculose e Dia do Estudantes (dia 24), são, assim (ainda que como é claro efemérides não signifiquem soluções constantes para os problemas de todos os dias), algumas referências já com lugar marcado no calendário que dão sinal do projectar da esperança, agora que é começada a primavera. Num olhar cruzado e inclusivo, da literatura à cultura, das religiões à biologia, este é um tempo de absoluta revolução. Os acontecimentos marcantes, as antigas e novas páscoas e passagens a novas dimensões, a irreverência dos poetas porque da própria natureza, os saltos maiores (até dos dias) vêm neste tempo primaveril de fortes mutações e de aquecimento, quer do clima quer do próprio ambiente educativo, onde a agitação do calor amplia a desconcentração. 2. Este é um tempo de energia e de consciencialização da grandeza da própria vida. O plantar-se uma árvore que seja no Dia Mundial da Árvore, ou o sensibilizar à poupança da preciosa água (num mundo onde – dizem os relatórios - de 15 em 15 segundos morre uma pessoa por ausência ou poluição da água potável), um gesto de apreço consequente no Dia Mundial da Água, pelo menos, poderá ajudar-nos a reabrir a janela das atitudes cuidadas de todos os dias. Se mais um passo, que seja, se der em ordem a mais considerarmos a natureza como o precioso tesouro natural, um património de todos, a riqueza pertencente ao bem comum da humanidade, já valerá a pena nesta quadra – de publicação de relatórios sobre as poluições…! - pararmos e apercebermo-nos de que prejudicando a natureza sujamos as águas do presente e matamos o nosso próprio futuro. Na primavera a natureza que renasce fala-nos de uma força incalculável, que não fomos nós que inventámos, e que nos comunica a renovação interior. Mesmo ao mais pessimista a beleza da natureza quase que fala e diz: “Pára e conhece-te. Basta isso para encontrares em ti as cores da esperança!” Talvez tenhamos mesmo de aprender mais da própria ordem natural do tempo…o que não significa só estudar botânica ou biologia. Mais: parar um pouco, apreciar o pormenor, valorizar o rebento da flor do jardim, revisitar o profundo da consciência e reencontrar um oásis de frescura, paz e confiança. Até porque cinco minutos de pausa bem coloridos podem rentabilizar horas de trabalho bem mais motivado. Nós, ocidentais, temos que reaprender este viver… 3. Como se diz: “Ninguém dá o que não tem!” Estamos num tempo apressado e agitado em que cada vez temos de dar mais em menos tempo. Tempos nada primaveris, perturbados, em tantos cantos do mundo; tempos a suscitar mais reflexão, talvez mesmo num reapreciar mais a beleza da própria natureza, por um instante que seja, para que a capacidade de discernimento ao segundo não falte, para que a promoção da humanidade seja cada gesto de poesia ou exigente trabalho. Reflexão com senso e bom senso, em todos os níveis, precisa-se, até antes das legislações geladas virem atear a praça pública. Ainda: parece-nos absolutamente estranha a legislação francesa sobre o trabalho precário da juventude que está a incendiar novamente a desagregada França. Já lhe vimos chamar muita coisa… a nós, particularmente, e acima de qualquer quadrante particular, e mesmo com toda a complexidade do que está em causa, inquieta-nos: que classe política é esta que torna possível esta legislação promotora da mais gente afastada para a margem sem qualquer dignidade? Estarão assim, no gabinete, tão fora da realidade da vida da comunidade que não esperassem forte reacção dos novos excluídos das sociedades ocidentais? Muito estranho!... Que primavera está a ser esta em França? Sendo essa uma legislação fria do auge do implacável mercantilismo, estaremos a assistir à laboral Primavera Quente Francesa 2006? Que as cores do sábio discernimento desta quadra vestida de esperança iluminem e sensibilizem a Cidade Luz para que, sempre e acima de tudo (e em vez de se “apagar fogos”), todas reformas estruturais preservem o tesouro da dignidade humana e do equilíbrio social. Se assim não for então estaremos à beira de um certo “fim” e as pessoas deixam de o ser (novamente). Valerá a pena escutar mais a natureza! Uns-sem-os-outros, na permeabilidade à desigualdade que cresce, não há qualquer futuro, para ninguém!

terça-feira, 21 de março de 2006

Dia Internacional Contra a Discriminação Racial

Nos últimos seis anos, a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR) recebeu 190 queixas, das quais só duas originaram coimas Em Portugal ainda se discrimina em função da cor da pele
Hoje, assinala-se o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, altura ideal para fazer um balanço dos seis anos de actividade daquela comissão (CICDR), que depende do Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME).
O presidente da estrutura, Luís Pascoal, diz que o número de queixas representa a ponta do iceberg, pois todos os dias há casos de racismo que não chegam à comissão. "Assistimos a manifestações obviamente de carácter discriminatório, racista e xenófobo no nosso quotidiano, que não chegam sequer a ser formuladas como queixas e muito menos resultam numa condenação dos infractores", diz. As denúncias que chegam à CICDR prendem-se com as mais variadas situações, desde o emprego ao arrendamento de casa. Das 190 queixas recebidas, 69 estão a ser analisadas e apenas duas deram, até agora, origem a coimas - uma recusa em arrendar uma casa e um caso de discriminação no trabalho. Diz Luís Pascoal que muitas denúncias são arquivadas, porque é difícil estabelecer ou provar os factos relatados. Além disso, o tempo que demora o processo de instrução de uma queixa, entre dois ou três anos, dificulta o trabalho da comissão. A CICDR tem por objectivo prevenir e proibir a discriminação racial sob "todas as formas e sancionar a prática de actos que se traduzam na violação de quaisquer direitos fundamentais ou na recusa ou condicionamento do exercício de quaisquer direitos económicos, sociais ou culturais em razão da sua pertença a determinada raça, cor, nacionalidade ou origem étnica". A comissão, que reúne trimestralmente, é composta por elementos do ACIME e por representantes da Assembleia da República, do Governo, das associações de imigrantes, anti-racistas, patronais e defesa dos direitos humanos e das centrais sindicais. A CICDR possui uma Comissão Permanente cuja competência principal é a de se pronunciar previamente à decisão do alto comissário na aplicação das sanções. A última decisão cabe sempre ao alto comissário.
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Fonte RR

Um poema de Florbela Espanca

ÁRVORES DO ALENTEJO Horas mortas… Curvada aos pés do monte a planície é um brasido… e, torturadas, as árvores sangrentas, revoltadas, gritam a Deus a bênção duma fonte! E quando, manhã alta, o sol pesponte a oiro a giesta, a arder, pelas estradas, esfíngicas, recortam, desgrenhadas, os trágicos perfis no horizonte! Árvores! Corações, almas que choram, almas iguais à minha, almas que imploram, em vão, remédio para tanta mágoa! Árvores! Não choreis! Olhai e vede: – Também ando a gritar, morta de sede, pedindo a Deus a minha gota de água! : NB: Florbela Espanca, natural de Vila Viçosa, faleceu em Matosinhos em 1930, com 36 anos de idade.

ÍLHAVO: Concurso de fotografia

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“Olhos sobre o Mar”
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No seguimento do grande sucesso obtido com a realização das duas edições anteriores do Concurso de Fotografia “Olhos sobre o Mar”, a Câmara Municipal de Ílhavo aprovou as Normas de Participação no III Concurso de Fotografia “Olhos sobre o Mar”. Este concurso, e à semelhança dos anos anteriores, conta mais uma vez com o apoio do Centro Português de Fotografia/Ministério da Cultura, da revista FotoDigital e do Diário de Aveiro. O concurso será de âmbito nacional, nas categorias cor e preto/branco, decorrendo até meados de Junho.
A entrega dos prémios acontecerá em Agosto, mês em que os 50 melhores trabalhos irão ficar expostos na Sala de Exposições Temporárias (Porão de Salgado) do Navio Museu Santo André. Mais informações na própria Câmara Municipal, através do telefone 234 329 602 ou do e-mail geral@cm-ilhavo.pt.

QUERCUS: Comunicado sobre o Dia Mundial da Floresta

:: Sete prioridades
para a floresta Portuguesa
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Nos últimos 25 anos, e segundo dados oficiais da Direcção Geral dos Recursos Florestais, o equivalente a 1/3 do território português foi destruído pelos incêndios florestais (aproximadamente 2,9 milhões de hectares). Com os incêndios florestais e monoculturas de eucalipto e pinheiro-bravo, Portugal perdeu grande parte da sua riqueza florestal e biodiversidade.
Em 1995, a Quercus alertou que os “Fogos Florestais não são inevitáveis”, afirmando que qualquer solução para os problemas dos fogos teria de passar por um modelo equilibrado de intervenção sustentado em três vertentes fundamentais: Estudo, Prevenção e Combate. Passados 10 anos, foram realizados vários estudos, desenvolvidos planos e propostas, faltando agora a implementação de toda uma estratégia que aposte na prevenção, considerando que o combate é o último componente de uma estratégia global.
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(Para ler o comunicado, clique Quercus)

AVEIRO: Imagens doutros tempos

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Aveiro: À esquerda, o Hospital de Aveiro (1920)