quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

Rádio Terra Nova, sempre ao serviço da comunidade


QUASE 20 ANOS A APOSTAR NUMA TERRA NOVA


Se há órgãos da comunicação social que merecem elogios pela sua acção diária em defesa dos interesses da comunidade ilhavense, e não só, a Rádio Terra Nova, a emitir da Gafanha da Nazaré há cerca de 20 anos, é um deles. 
Desde a primeira hora dirigida por Vasco Lagarto, tem sabido, ao longo destes anos, merecer a estima de todos os seus ouvintes, sobretudo pelo esforço com que procura ser a voz dos sem voz nem vez, tanto na denúncia de injustiças, como no anúncio do que de positivo se faz por estas terras de maresia. 
O trabalho dos seus sempre disponíveis profissionais, jovens na sua maioria e notoriamente dinâmicos, ultrapassa as fronteiras de Ílhavo, espraia-se pelos concelhos vizinhos, chega aos píncaros de serras distantes, e projecta-se, via Internet, nos mais recônditos países do mundo, onde houver um português que tenha saudades da Língua Pátria ou goste de saber o que se passa na terra natal.
Ontem, como modesto colaborador e como um dos primeiros que embarcaram na onda das rádios piratas, há mais de duas décadas, tive o privilégio de participar num jantar com muitos dos que fazem ouvir e se ouvem no dia-a-dia na Rádio Terra Nova. Foi um momento agradabilíssimo, enriquecido pela possibilidade de alguns recordarem o que foram os primeiros tempos desta emissora que nasceu com o projecto de contribuir para uma terra nova, terra de mais justiça social, de mais verdade, de mais cultura, de mais participação cívica, de mais entretenimento sadio, de mais fraternidade. 
Daqui, deste meu espaço, desejo, a todos os dirigentes, profissionais e colaboradores da Rádio Terra Nova, ânimo forte para que todos possamos construir um Natal e um Ano Novo muito melhor. 

Fernando Martins

NATAL: Um poema de Carlos Pais

Posted by Picasa Presépio russo Ele anda por aí Ele anda por aí e eu vi-O, na sequência de tantas vidas reveladas, na generosidade de tanta gente consagrada, na sabedoria de tantos idosos felizes, na frescura de tantas crianças imaculadas, na fecundidade de tantos casais dedicados, na fidelidade de tantos lutadores esforçados, na teimosia de tantos pesquisadores da verdade... Eu vi-O! E por isso aqui estou a celebrar, com todos os irmãos e irmãs de boa vontade o Seu Natal. In Voz da Verdade

Um artigo de D. António Marcelino

FREGUESIAS, ESCOLAS,
CENTROS DE SAÚDE,
EXAMES, UM VENDAVAL Penso que as decisões de quem governa, quando têm consequências inevitáveis, são ponderadas, embora às vezes não pareça. Podem é receber luz apenas de um lado e acabam por ficar coxas e sempre agressivas de direitos de cidadãos normais. O país está cansado por ver que quem chega ao poder já traz no saco, como primeiro objectivo, mudar o que os outros fizeram. Também é verdade que, se fosse para ficar tudo na mesma, não era necessário mudar os governos. Mas há modos e limites. Ao bom senso do povo não é fácil dar-lhe a volta quando vê que muito dinheiro se deita fora com mudanças pouco pensadas e, não raro, muitas coisas que agora se fazem, ontem eram criticadas pelos mesmos políticos quando estavam fora do poder. A alternância, que devia ser uma normalidade positiva e esperançosa, não passa, na maioria dos casos, de um ajuste premeditado de contas e de corrida a novos interesses. As mudanças e alterações, agora anunciadas, sucedem-se em catadupa e muitas delas provocam, como seria de prever, dúvidas e forte contestação. Eliminação de freguesias, encerrar de escolas, desactivação de maternidades e urgências, exames que incomodam, alunos preguiçoso e desequilibram estatísticas europeias…Soltou-se o vendaval. Acontece, é o caso das escolas com um número reduzido de alunos, que a procura de melhores condições para a educação justifica que o problema se ponha, não porém sem acautelar as consequências previstas. Eliminar freguesias por esses país fora, em maior número no interior desertificado do país, merece especial cuidado e atenção. A nossa terra é a nossa terra. A sua grandeza não tem que ver com o número de habitantes. A gente da cidade não tem terra, nem raízes, nem história. Isso são coisas do povo atrasado. A Igreja tem igual problema com as paróquias pequenas, mas não pensa resolver o problema eliminando-as. Há outros caminhos que não tocam com os sentimentos. E, quando um dia tudo for evidente, as soluções inevitáveis aceitam-se. Das maternidades, de há muito se vem falando. Agora, é o serviço das urgências nos centros de saúde e nos hospitais. Os políticos locais da cor do regime já se mexem por via dos compromissos eleitorais, mas há sempre maneira de os calar. Calam-se depressa e logo mudam de tom e de razões. É a vida… O povo atingido é o elo fraco e acaba por depor armas. Não é fácil entender. Se o dinheiro dos impostos é igual, porque têm uns tudo ao pé da porta e se queixam sempre, e outros nem sabem onde o têm e se calam… Contenção das despesas, exigências do orçamento? Isto tem muito que se lhe diga e o povo pergunta sempre porque é que por um lado se esbanja tanto com os interesses de poucos e, por outro, se poupa tanto, mas sempre a desfavor dos mesmos. Agora, nem dá para acreditar. Menos exames para o 12º ano! A cortar, diz-se, que seja nos de Português e Filosofia. Deixem-me brincar um pouco, porque a brincar se castigam os costumes. Para menor escândalo corta-se em primeiro lugar o exame de Filosofia. O Português acabará por si, que a hora agora é do Inglês. Filosofia, pode cortar-se já. O choque tecnológico dispensa essa banalidade que não entra nos raciocínios que levam a um progresso competitivo. Ele nem há um prémio Nobel da Filosofia… E, depois, se os jovens se habituam a pensar, a concluir e a aprofundar teorias que outrora deram revoluções, lá se vão as juventudes partidárias… É preciso que o povo conte nas mudanças anunciadas e noutras que o atingem Ou ele agora, para os novos democratas já não ordena, nem muito nem pouco? Teremos de ser sempre os mais pobres, os mais ignorantes, os eternos dependentes?

quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

A ACÇÃO SOCIAL NÃO É MONOPÓLIO DE NINGUÉM

Posted by Picasa Irmã Maria Isabel Monteiro
IRMÃ MARIA ISABEL
MONTEIRO:
"A acção social não é
monopólio de ninguém"
"A acção social não é monopólio de ninguém nem pode ser politizada; no momento em que se transformar em bandeira política, acaba a acção social." Este foi um alerta da Irmã Maria Isabel Monteiro, directora da Casa Nossa Senhora do Rosário, da Figueira da Foz, em conversa com o Solidariedade. E logo adianta que "não podemos admitir que as populações sejam exploradas nas campanhas eleitorais".
Conhecedora profunda da problemática social, sector a que se dedica há muito no âmbito da comunidade das Irmãs Doroteias, a que pertence, a Irmã Maria Isabel Monteiro viu já reconhecido o valor da sua capacidade de intervenção social pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, que lhe atribuiu uma comenda da Ordem de Mérito, em 2004, no Dia Internacional da Mulher.
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Maria Isabel Monteiro referiu, em resposta à questão que o SOLIDARIEDADE lhe pôs, sobre os objectivos das IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social), que todas têm de ser a "consciência social das populações", criando desenvolvimento, fomentando a igualdade de oportunidades, estando sempre ao serviço dos mais pobres. No seu caso concreto, e porque a instituição que dirige - Casa Nossa Senhora do Rosário - é uma instituição católica, não pode menosprezar a acção evangelizadora.
No entanto, adianta, o facto de ser uma instituição católica, não significa que pretenda ser um "gueto", porque não fecha a porta seja a quem for. "Somos uma comunidade integradora: temos os mais pobres e temos os que têm posses, possibilitando a convivência entre todos, o que é uma urgência, hoje mais do que nunca", salientou.
Sublinhou que as pessoas "têm de sentir que todas são importantes na construção da própria comunidade", devendo as IPSS estar atentas ao contexto social em que se integram, apresentando-se com uma abertura muito grande, face às exigências dos tempos que correm. "Hoje, perante a multiplicidade de situações de necessidade, e sobretudo à grande heterogeneidade das sociedades, nós temos de estar abertos a todos, trabalhando com todos, porque a pobreza é um conceito muito lato, muito abrangente", disse.
(Para ler mais, clique SOLIDARIEDADE)
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NB: Nas minhas saídas, aproveito para conhecer instituições e pessoas cuja intervenção social e cultural merece ser divulgada. A acção da Irmã Maria Isabel Monteiro poderá servir de estímulo a muita gente.

“A esperança é a alavanca que levanta o mundo”

O Alto Comissário para os Imigrantes e Minorias Étnicas, Rui Marques, esteve no Centro Universitário Fé e Cultura, na noite de 7 de Dezembro, e mostrou a sua visão dos imigrantes, dos recentes problemas sociais em França, ou do caminho que a Europa está a seguir. Uma visão crítica, desassombrada, realista, mas acima de tudo cheia de esperança. Excertos de uma conversa de duas horas.
Conflito ou encontro?
As dicotomias do “ou” devem ser postas de lado. Vivemos um tempo de conflito e de encontro. Tem sido muito acentuada pela dinâmica mediática a dimensão do conflito, desde o atentado às Torres gémeas. Há dimensões importantes de conflito entre o Ocidente e o Islão que importa não ignorar, mas não são as mesmas que os mídia nos trazem.
Os mídia são como
as salas de espelhos
Vivemos num contexto de sala de espelhos, onde uma pessoa se vê mais gorda, mais magra, aos bocados, complemente distorcida na sua realidade. Os mídia deformam significativamente a realidade nas suas proporções e relevância. A dimensão do conflito tem sido realçada pelos mídia.
O comum
é que nos separa
Todo o discurso do conflito é estruturado em função das diferenças. São assumidas diferenças. Mas o problema não está no que nos separa, mas no que nos é comum, como naquela história magnífica do “século cristão” do Japão. No início, os missionários europeus foram bem acolhidos. Tal como os comerciantes. Mas, quando chegam os militares, os japoneses pensam que vai acontecer a guerra que estava a suceder nas Filipinas e martirizam os missionários e os cristãos. O desejo de domínio era comum. Aí é que está a raiz do conflito. E não no que separa.
(Para ler mais, clique aqui)

Gaspar Albino mostra “Percurso”

De uma pintura feita aos nove anos até aos trabalhos “concluídos há dois dias”. Este é o arco temporal de “Percurso”, exposição de trabalhos de Gaspar Albino, patente na Galeria Morgados da Pedricosa.
Mas não se trata de uma retrospectiva da vida artística do autor aveirense, nascido em 1938, vencedor de um concurso de desenho a nível mundial, na sua juventude, e fundador do CETA (Círculo Experimental de Teatro de Aveiro) e da AveiroArte, que organiza esta exposição. É antes uma mostra representativa dos estilos, técnicas e temas do artista, numa exposição comissariada pela esposa, Claudete.
Estilos: o abstracto, com uma obra que, segundo o autor, terá sido “a primeira pintura abstracta feita em Aveiro”, ou o neo-realista, que o aproxima de Júlio Resende e Pomar – escreve Jeremias Bandarra no folheto da exposição. Técnicas: o óleo sobre tela, o desenho a tinta, a aguarela, o acrílico, o linóleo. Temas... Não será antes tema? Sim, Aveiro é o tema principal de Gaspar Albino.
Na abertura da exposição, no último sábado, o artista agradeceu aos amigos – eram muitos, incluindo autarcas da gestão anterior e da actual e o governador civil – e disse, emocionado: “Agradeço acima de tudo, à minha terra, Aveiro, por tudo”. E é maioritariamente Aveiro que se admira na obra de Gaspar Albino.Aveiro na forma dos seus ilustres, como no linóleo de Mário Sacramento; Aveiro nos moliceiros omnipresentes (foi um moliceiro que pintou aos nove anos); Aveiro nas figuras típicas da peixeira, do salineiro; Aveiro num quadro aparentemente abstracto mas que é feito, afinal, das curvas de uma canastra; Aveiro na arte de xávega. “Arte de xávega, porque xávega é substantivo e não adjectivo”, esclareceu, para depois rematar: “E quem anda no mar sabe como são substantivos os trabalhos do mar!” Aveiro numa série de dois quadros em que predomina o azul e em que a linha do horizonte foi abolida, como se não houvesse fronteiras entre a Ria e o céu.
Talvez seja mesmo essa a mensagem de Gaspar Albino. Há continuidade entre a Ria de Aveiro e o céu.A exposição, na Galeria Morgados da Pedricosa (Av. Princesa Santa Joana, 8), pode ser vista até 4 de Janeiro de 2006 (excepto nos dias 24, 25 e 31 de Dezembro e 1 de Janeiro), das 14 às 19h.
J.P.F.
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Fonte: Correio do Vouga

NATAL: Um texto de Alexandre Cruz

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Natal na Cidade? Repensar as Cidades, nas suas desagregações e mobilidades, evoluções e misérias escondidas, será hoje um desafio de humanização cada vez mais premente. Ao apercebermo-nos de que setenta por cento da população da Europa, Ásia e América vive em cidades, uma imensidão de reflexões serão cada vez mais uma oportunidade inadiável no sentido de humanizar, de passar do típico anonimato às pontes fraternas entre as pessoas. A Cidade, enquanto organização da sociedade é, por si mesma, um ponto brilhante da própria Civilização. Todavia, a Cidade, para o ser de facto, nunca poderá simplesmente existir por si mesma, nunca poderá ser um conjunto de avenidas, edifícios, instituições, comércios, apartamentos, … A Cidade reclama que o Cidadão seja mesmo Homem da Cidade! Como na amálgama da multidão, das escravaturas ou interesses do corre-corre individual de hoje, da vida familiar fragmentada e mais ligada à ‘empregada doméstica TV’ que às palavras humanas, conseguir gerar espaços e tempos de reencontro do Cidadão (com os outros e por isso) com a Cidade Natalícia? Reflectir a urbanidade, toda a panóplia de âmbitos (com valores e limites) da Cidade contemporânea, tem sido tarefa levada a cabo em termos eclesiais pelo Congresso da Nova Evangelização das Cidades, onde, a par de algumas cidades Europeias, está também a nossa capital, Lisboa, que acolherá o Encontro de 2005. Aproximando-se a época natalícia cabe reinterpretar os sinais que vemos ao nosso redor, colher neles o que haverá de sensibilização colectiva, e proporcionar um reconstruir do pensamento e vida que nos leve à verdadeira origem do acontecimento Natal. Mas aquele Natal, que não se compra nem se vende! Que contém em si uma chama de simplicidade e humildade capazes de encher de luz e sentido de viver as noites da caminhada pessoal e social. Seria possível hoje dizer ‘Natal’ sem o acontecimento de há cerca de 2000 anos, o nascimento de Jesus Cristo? (Já dizia Lapalisse, claro que não!) Na sociedade e Cidade(s) do Ocidente já globalmente rendidas, vendidas, patrocinadas e vestidas de vermelho e de barbas brancas, que, após dolorosas e saturantes compras, carregam de presentes as crianças que já estão fartas,… que lugar para a raiz de toda esta festividade colectiva, o Natal de Cristo? Será este já só o ‘arranjo’, ou nem sequer isso?!... É preciso parar, e vermos donde vimos para saber onde vamos! Nem que seja por honestidade intelectual, da quadra por excelência da maior sensibilização comunitária repleta de valores e referências positivas, terá de haver lugar de sensibilidade para Ele re-nascer e recriar as nossas cidades. A Cidade humana precisa do Natal, ou não existam tantas pessoas que ainda não viram sua dignidade reconhecida; as pessoas, cidadãos, precisam de se aperceber sempre mais de que sem esse humilde ‘gesto’ Absoluto (de Deus), o nascimento de Cristo estaríamos muitos séculos atrás no re-conhecimento do Ser Humano em si mesmo e com possibilidades bem menores na (às vezes tão frágil) convivência de uns com os outros. Estes dados serão, simplesmente, uma questão de reconhecimento intelectual, mesmo para a nossa Cidade Europeia que vai caminhando para a asfixia (das raízes) dos seus Valores. Um estudioso deste fenómeno das cidades há dias dizia que “a cidade contemporânea é um organismo vivo que tenderá a suicidar-se como sociedade humana se esquecer o lugar das Pessoas”. Só com uma grande dose de humildade e projecção da esperança no invisível, depois de toda a inteligência se ter esforçado ao máximo na Sua compreensão, será possível apreciarmos o que na enigmática Gruta de Belém ocorreu no primeiro Natal… Fomos visitados pelo Absoluto, em primeira Pessoa! Inédito, para sempre! Lá, nesse espírito infinitamente criativo e dinâmico, motor da história, nunca chegará a frase feita, pois tudo foi e continua a ser constante novidade; aquilo que os homens do século XX encontraram como o sonho de coordenadas comuns, a Declaração dos Direitos Humanos (celebrada cada 10 de Dezembro), já há 2000 anos fora a gigantesca janela aberta da dignidade (divina) de cada ser humano. Uma vida lida nesta ‘chave’ atingirá novas altitudes, terá a arte de construir Natal cada dia! Que todas as luzes da(s) Nossa(s) Cidade(s) sejam mesmo sinal profundo da Grande Luz que quer possibilitar um renascimento de cada Pessoa, no caminho da justiça, do amor, da felicidade comum. Se assim for, será mesmo confraternização de Natal! Se não, será só uma (vazia, desenraizada) festa social…

"Pela-Positiva": Um texto de José Carlos Sá

PARECE QUE FOI ONTEM E JÁ LÁ VAI UM ANO
Parece que foi ontem e, afinal, já lá vai um ano. Este é, porventura, o melhor elogio que podemos fazer ao blogue "Pela Positiva" da autoria do professor Fernando Martins. Primeiro por curiosidade, depois por manifesto interesse pelos artigos e pelas fotografias que são editadas com uma regularidade notável passei a ser um leitor atento. Sem surpresa, o "Pela Positiva" faz parte da minha lista de sítios na internet aos quais dedico atenção diariamente.
Pelos temas que trata, pelos pontos de vista que regista, pela atenção que presta a temas de inegável interesse, o blogue "Pela Positiva" passou, com toda a naturalidade, a ser uma referência obrigatória na blogosfera regional. Chegou, viu e venceu.
Acresce que este espaço já ultrapassou fronteiras e, ao completar um ano de actividade, é também uma presença semanal, às quartas-feiras, na "Rádio Terra Nova". Depois de mais de trinta anos ao serviço do Ministério da Educação, o professor Fernando Martins continua, por esta via, a “ensinar” os cidadãos anónimos dos quatro cantos do mundo que não dispensam uma visita regular ao seu espaço na Internet.
Bem-haja por isso e conte muitos anos de actividade na blogosfera. Sempre Pela Positiva. Parabéns e um forte abraço deste seu leitor, José Carlos Sá.

“Pela-Positiva” nasceu há um ano

TUDO FOI BOM.
VOU CONTINUAR A ideia já fervilhava há muito. Mas foi há um ano, precisamente no dia 14 de Dezembro de 2004, que o meu blogue viu a luz do dia. Graças ao estímulo e às primeiras lições, rápidas mas muito objectivas, do meu amigo e jornalista José Carlos Sá, foi possível, poucas horas depois, entrar na blogosfera. Até hoje. Foi um ano em que tempos porventura mortos foram ocupados com a partilha de gostos, saberes, sentimentos, emoções e sonhos com amigos e desconhecidos. Foi um ano de troca de ideias, de receber e de dar experiências e certezas, de oferecer a quem me lê o que gostei de ler e de ver, na esperança de contribuir para um mundo melhor. Não fiz tudo o que queria, houve muita coisa bonita que me passou ao largo, mas o saldo foi positivo, tendo em conta os reflexos que ao longo do ano me foram chegando. Deste meu recanto aberto ao mundo, cheguei onde nunca pensei que fosse possível chegar, contactei com gente que longe me leu, respondi a questões que muitos me lançaram, de conhecidos e desconhecidos. Senti-me membro interveniente da aldeia global de cujo futuro todos somos responsáveis. Tudo foi bom. Vou continuar. Fernando Martins

terça-feira, 13 de dezembro de 2005

CRUCIFIXOS NAS ESCOLAS

Conferência Episcopal pede bom senso na questão dos Crucifixos
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) espera “bom senso” de todas as partes na questão da retirada dos Crucifixos das escolas do país.Reunido esta manhã em Fátima, o Conselho Permanente da CEP analisou este tema da actualidade e defendeu um sistema de laicidade que respeite os símbolos religiosos e não que os elimine.
Em declarações à Agência ECCLESIA, D. Carlos Azevedo, secretário da CEP, esclarece que “esta é uma questão de respeito para com uma dimensão religiosa e cultural dos cidadãos”.“O debate, sereno ou mais acalorado, que tem ocorrido nestes últimos dias, é muito proveitoso”, considera o prelado, esperando que o mesmo ilumine “qualquer decisão sobre este tema”.
Este responsável assegura que “a Igreja Católica não vai exigir que os Crucifixos permaneçam nas escolas, porque não foi ela quem exigiu que eles lá fossem colocados”. “Aqui há uma questão de bom senso, em cada comunidade educativa, e não pode haver um grupo de pessoas que se dê à inquisição das escolas que têm ou não crucifixos para denunciar esse facto ao Ministério”, acrescenta.
Para o futuro, refere o secretário da CEP, é necessário “que se tenha em conta a realidade das comunidades educativas, os problemas que lá existem ou não, o que levará a que se respeitem, retirem ou acrescentem símbolos religiosos”.“As pessoas devem habituar-se a viver na tolerância, num verdadeiro regime de laicidade, que é um regime de respeito para com os sistemas religiosos e não de apagamento dos seus símbolos, como parece ser o sistema laicista”, observa.