sábado, 15 de janeiro de 2005

O silêncio faz falta O ruído ensurdecedor de todos os dias é um convite à procura de silêncio. Onde quer que estejamos, se quisermos, podemos olhar para o nosso interior para contemplarmos o silêncio que ainda podemos construir. Mas há locais que podem ser uma ajuda preciosa. O Santuário de Schoenstatt é um desses locais onde é possível descobrir a paz e o encontro com Deus. O Santuário de Schoenstatt fica situado na secular mata da Gafanha. Quem vem rumo às Praias, facilmente vê as placas que indicam o caminho para esse espaço aprazível, criado há mais de um quarto de século, onde uma pequena capelinha convida à meditação, à oração e à descontracção. O Santuário, que é uma réplica do original, que se encontra na Alemanha, em Schoenstatt, pertence ao Movimento Apostólico de Schoenstatt, fundado em 18 de Outubro de 1914, pelo padre José kentenich. Nele se venera Nossa Senhora, com o título de Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, com quem as pessoas podem estabelecer uma Aliança de Amor, passo fundamental para a construção de um homem novo para uma nova sociedade. O local, sempre bem cuidado, como que nos liberta do stresse. Por ali respira-se um ar diferente, acolhedor, tranquilizador. O Santuário, sempre bem cuidado, é um sítio onde é bom estar. As Irmãs de Maria e os Padres de Schoenstatt podem dar uma ajuda. Eucaristias e outras cerimónias estão anunciadas nos locais. Passe por lá e verificará que vale a pena. F. M. Posted by Hello

sexta-feira, 14 de janeiro de 2005

A sonda Huygens já chegou a Titã A sonda Huygens já chegou à superfície de Titã, o maior satélite do planeta Saturno, o que levou o director da Agência Espacial Europeia, Jean-Jacques Dordain, a afirmar tratar-se de "um sucesso científico". A sonda transporta um sistema de câmaras digitais que deverão tirar fotografias das nuvens e da estrutura da superfície, enviando-as para a Terra, o que deverá acontecer ainda hoje, durante a noite, se tudo correr como está previsto. Um dos objectivo da missão Huygens é descobrir a fonte de origem do metano, um composto muito abundante na atmosfera de Titã e associado à actividade biológica da Terra. Posted by Hello

Um texto de Anselmo Borges

O mistério de um rosto Um rosto é um milagre. Há hoje no mundo 6200 milhões. Nenhum igual a outro: cada rosto é único. Um rosto é a visita do infinito e a sua manifestação viva no finito. Um rosto é uma intimidade visível, ao mesmo tempo manifesta e velada - os psicólogos sabem que, nas suas várias fases de desenvolvimento, o sinal de que o bebé distingue entre o Si e o não-Si é a sua capacidade de diferenciar um rosto. Esse rosto concentra-se no olhar. E o que é o olhar senão a luz que se acende na noite do mistério? Nunca ninguém viu o seu rosto e o seu olhar a não ser num espelho e sobretudo no olhar de outro rosto. Para rosto há muitos nomes: rosto, cara, face, aspecto, máscara-pessoa. De um modo ou outro, todos indicam a visibilidade de alguém. Que é um rosto senão alguém que se mostra na sua aparição? O rosto é a nossa exposição, o nosso estar voltados para os outros e para a frente, para diante. O que vai na alma vem ao rosto. Há o rosto sereno, ou amargurado, ou alegre, ou rancoroso, ou triste, esfarrapado, revoltado, suplicante, pensativo, esfomeado. De homem, criança ou mulher. Um rosto estoira em riso; um rosto desfaz-se em lágrimas. A criança tem o rosto da manhã; nas rugas do rosto velho, está escrito o trajecto de uma história. A beleza estonteante do riso num rosto nunca será explicada pela física. A química nunca há-de explicar as lágrimas de alegria, de dor, de horror, de compaixão, que nascem da fonte do olhar e descem por um rosto. Como é que foi possível o dinamismo do universo ir-se configurando ao longo de milhares de milhões de anos até á sua concentração na forma de um rosto enquanto divino visto? É nele que Deus nos visita e interpela. No rosto, há uma pessoa que se apresenta e é vista. Por isso, o mistério de um rosto morto é que nele o que se mostra é a ausência definitiva de um alguém. Para sempre. Para sempre? A arte é a vitória da vida sobre a morte. A beleza gera e materializa a esperança de presença eterna. Mas só a esperança. Por isso, a arte não é o final. Final mesmo é a convocação por Deus de todos os rostos da história do mundo, transfigurados pelo esplendor divino da eternidade. Já não haverá lágrimas nem dor nem sofrimento nem morte. Como diz o Apocalipse: "Vi, então, um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham desaparecido e o mar já não existia. E vi descer do céu, de junto de Deus, a cidade santa, a nova Jerusalém, já preparada, qual noiva adornada para o seu esposo. E ouvi uma voz potente que vinha do trono e dizia: 'Esta é a morada de Deus entre os homens. Ele habitará com eles; eles serão o seu povo e o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; e não haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor. Porque as primeiras coisas passaram.' O que estava sentado no trono afirmou: 'Eu renovo todas as coisas.'" O que a Páscoa faz é antecipar em Jesus Cristo a concretização dessa esperança de todos e para todos. In RELIGIÃO - Opressão ou libertação? Posted by Hello
Carnaval da Glória não vai animar a cidade A paróquia da Glória não vai este ano organizar o Carnaval, com tradições desde 1979. A triste notícia veio para a praça pública com o selo da falta de apoios das entidades oficiais e do comércio e indústria locais, o que não se compreende, já que a iniciativa tem sido considerada uma mais-valia para a própria comunidade, considerando a cidade e região de Aveiro. O Carnaval da Glória, que tem contado, desde a primeira hora, com o entusiasmo do pároco, padre João Gonçalves, e de muitos paroquianos e colaboradores, não tem sido mera diversão. Ele procurou sempre, como projecto da comunidade paroquial, propor a todos a vivência da fraternidade, através de uma alegria sadia, ao mesmo tempo que tem procurado congregar a população aveirense, católica ou não, em torno de uma iniciativa que nunca pretendeu ofender ninguém. Esta festa, que tem atraído a Aveiro multidões, da região e não só, foi sempre organizada tendo em conta o respeito pela dignidade das pessoas, brincando sem ferir quem quer que fosse, enquanto movimentava centenas de figurantes que partilhavam saberes, arte, alegria, boa disposição e optimismo. Mostrava, ainda, que os cristãos também sabem rir e folgar, que sabem divertir-se sem fugir do mundo, sem nunca esquecerem as bases e os valores da sua fé. Por tudo isto, é pena que o Carnaval da Glória tenha sido suspenso este ano. Mas pode ser que o povo de Aveiro, com autarquias, comércio e indústria, venha a dar as mãos para que a tradição volte a animar a cidade. F.M. Posted by Hello
Amálgama humana em paredes de tijolo V Encontro Nacional de Apoio ao Imigrante “Imigração com Abrigo” é o tema do V Encontro de Apoio Social ao Imigrante, a realizar dias 14, 15 e 16 de Janeiro, em Fátima. Para auscultar e reflectir experiências de habitabilidade e integração é organizado pela Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM) e a Cáritas Portuguesa, em parceria com a Agência Ecclesia, Comissão Justiça e Paz dos Religiosos e o Centro Social Bairro 6 de Maio.Reflectir para agir, sobre a “experiência de quem dorme em cama quente por a dividir em horários diferentes, o subarrendamento, sem esquecer os doentes migrantes que não podem ter alta nos hospitais, porque não têm família ou centro de acolhimento que os receba” é a expectativa de Eugénia Costa, da Acção Social da OCPM. As embaixadas, mesmo de países ricos, encontram solução em pequenos quartos de pensões, numa amálgama de idosos e crianças, doentes e saudáveis, muitos em condições sub-humanas, sem janelas e com W.C. comum.A habitação é um direito que condiciona outros. “O acesso à saúde, à educação e a apoios sociais” dependem de um endereço. Entre imigrantes, os sem abrigo estão mais desprotegidos que os irregulares.O sucesso dos realojamentos está no projectar do espaço e das condições mínimas de habitabilidade, mas sobretudo no atender à teia de relações humanas estabelecidas. Os tijolos são secundários à solidez relacional da afinidade familiar e afectiva. O preconceito estigmatiza os bairros e gera “novas segregações, na integração no mercado de trabalho”. A “marginalidade periférica” do endereço é passaporte para a desconfiança e desintegração laboral. No ascender por meios legítimos, “vontade de trabalhar e um curso não são suficientes” para a afirmação social.Os “realojamentos camarários” não têm valor acrescentado, quando “reproduzem o modelo do bairro de lata”, numa “discriminação negativa”, pois os habitantes “não precisam sair de lá!” – e cita o exemplo do Bairro da Cabrinha, em Lisboa “com esquadra e serviços integrados”. Os condomínios fechados são paradigma da “segregação opcional”, por contraste à involuntária – contrapõe de forma provocativa um dos painéis do Encontro Nacional.A aprendizagem intercultural é fundamental no projectar dos espaços, num respeito integrador. Há que “aprender a lidar com as alturas quando viveram sempre em espaço térreo e horizontal!. Há casas de banho frente a cozinhas! É escandaloso assistir a novas formas de guetização com casas de tijolo, escondidas dos acessos e transportes. Não basta dar-lhes uma casa!”. Há culturas que “não damos por elas! Descobrem o seu espaço” mas também se isolam, como os “chineses e paquistaneses”.A indignidade e a precariedade afecta portugueses, imigrantes e refugiados, no mercado de trabalho e na compra de casa. Experiências de vida árdua contrastam com casos de sucesso, visões institucionais e camarárias, com as de Igreja e CLAI’s à sua responsabilidade, na descoberta de microcosmos silenciosos da cultura. Cidália Calisto, Gabinete de Imprensa da OCPM

quinta-feira, 13 de janeiro de 2005

Tolentino Mendonça - Se me puderes ouvir



Se me puderes ouvir

«O poder ainda puro das tuas mãos
é mesmo agora o que mais me comove
descobrem devagar um destino que passa
e não passa por aqui

à mesa do café trocamos palavras
que trazem harmonias
tantas vezes negadas:
aquilo que nem ao vento sequer segredamos

mas se hoje me puderes ouvir
recomeça, medita numa viagem longa
ou num amor
talvez o mais belo.

Tolentino Mendonça


Fumadores com restrições O Governo prepara-se para estabelecer um conjunto de restrições dirigidas aos fumadores. Sobretudo aos que, sabendo que o fumo faz mal e incomoda muita gente, teimam em fumar em recintos fechados, nos empregos, nos restaurantes, nas escolas e nas mais diversas repartições e instituições, mesmo do âmbito da saúde. Assim, e segundo o ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, o diploma antitabaco será levado ao Conselho de Ministro até ao fim do mês, esperando-se que seja aprovado. E segundo foi anunciado, a última redacção do diploma contempla apenas a proibição de fumar nos locais de trabalho fechados, nos lares e cantinas de entidades públicas ou de empresas, nas escolas, nos meios de transporte e nos hospitais. Podem, no entanto, fumar em lares e locais de trabalho, em áreas destinadas aos fumadores. De fora, ficam as restrições inicialmente previstas para os restaurantes, bares e discotecas. Que os frequentadores de bares e discotecas possam fumar, de preferência em espaços que lhes sejam destinados, ainda se aceita, mas em restaurantes, sem áreas limitadas a fumadores, não acho bem. Como é possível que uma pessoa, enquanto está a tomar uma refeição, tenha de misturar ao que come e bebe o fumo do vizinho ou da vizinha da mesa do lado? F.M. Posted by Hello