sexta-feira, 14 de janeiro de 2005

Carnaval da Glória não vai animar a cidade A paróquia da Glória não vai este ano organizar o Carnaval, com tradições desde 1979. A triste notícia veio para a praça pública com o selo da falta de apoios das entidades oficiais e do comércio e indústria locais, o que não se compreende, já que a iniciativa tem sido considerada uma mais-valia para a própria comunidade, considerando a cidade e região de Aveiro. O Carnaval da Glória, que tem contado, desde a primeira hora, com o entusiasmo do pároco, padre João Gonçalves, e de muitos paroquianos e colaboradores, não tem sido mera diversão. Ele procurou sempre, como projecto da comunidade paroquial, propor a todos a vivência da fraternidade, através de uma alegria sadia, ao mesmo tempo que tem procurado congregar a população aveirense, católica ou não, em torno de uma iniciativa que nunca pretendeu ofender ninguém. Esta festa, que tem atraído a Aveiro multidões, da região e não só, foi sempre organizada tendo em conta o respeito pela dignidade das pessoas, brincando sem ferir quem quer que fosse, enquanto movimentava centenas de figurantes que partilhavam saberes, arte, alegria, boa disposição e optimismo. Mostrava, ainda, que os cristãos também sabem rir e folgar, que sabem divertir-se sem fugir do mundo, sem nunca esquecerem as bases e os valores da sua fé. Por tudo isto, é pena que o Carnaval da Glória tenha sido suspenso este ano. Mas pode ser que o povo de Aveiro, com autarquias, comércio e indústria, venha a dar as mãos para que a tradição volte a animar a cidade. F.M. Posted by Hello
Amálgama humana em paredes de tijolo V Encontro Nacional de Apoio ao Imigrante “Imigração com Abrigo” é o tema do V Encontro de Apoio Social ao Imigrante, a realizar dias 14, 15 e 16 de Janeiro, em Fátima. Para auscultar e reflectir experiências de habitabilidade e integração é organizado pela Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM) e a Cáritas Portuguesa, em parceria com a Agência Ecclesia, Comissão Justiça e Paz dos Religiosos e o Centro Social Bairro 6 de Maio.Reflectir para agir, sobre a “experiência de quem dorme em cama quente por a dividir em horários diferentes, o subarrendamento, sem esquecer os doentes migrantes que não podem ter alta nos hospitais, porque não têm família ou centro de acolhimento que os receba” é a expectativa de Eugénia Costa, da Acção Social da OCPM. As embaixadas, mesmo de países ricos, encontram solução em pequenos quartos de pensões, numa amálgama de idosos e crianças, doentes e saudáveis, muitos em condições sub-humanas, sem janelas e com W.C. comum.A habitação é um direito que condiciona outros. “O acesso à saúde, à educação e a apoios sociais” dependem de um endereço. Entre imigrantes, os sem abrigo estão mais desprotegidos que os irregulares.O sucesso dos realojamentos está no projectar do espaço e das condições mínimas de habitabilidade, mas sobretudo no atender à teia de relações humanas estabelecidas. Os tijolos são secundários à solidez relacional da afinidade familiar e afectiva. O preconceito estigmatiza os bairros e gera “novas segregações, na integração no mercado de trabalho”. A “marginalidade periférica” do endereço é passaporte para a desconfiança e desintegração laboral. No ascender por meios legítimos, “vontade de trabalhar e um curso não são suficientes” para a afirmação social.Os “realojamentos camarários” não têm valor acrescentado, quando “reproduzem o modelo do bairro de lata”, numa “discriminação negativa”, pois os habitantes “não precisam sair de lá!” – e cita o exemplo do Bairro da Cabrinha, em Lisboa “com esquadra e serviços integrados”. Os condomínios fechados são paradigma da “segregação opcional”, por contraste à involuntária – contrapõe de forma provocativa um dos painéis do Encontro Nacional.A aprendizagem intercultural é fundamental no projectar dos espaços, num respeito integrador. Há que “aprender a lidar com as alturas quando viveram sempre em espaço térreo e horizontal!. Há casas de banho frente a cozinhas! É escandaloso assistir a novas formas de guetização com casas de tijolo, escondidas dos acessos e transportes. Não basta dar-lhes uma casa!”. Há culturas que “não damos por elas! Descobrem o seu espaço” mas também se isolam, como os “chineses e paquistaneses”.A indignidade e a precariedade afecta portugueses, imigrantes e refugiados, no mercado de trabalho e na compra de casa. Experiências de vida árdua contrastam com casos de sucesso, visões institucionais e camarárias, com as de Igreja e CLAI’s à sua responsabilidade, na descoberta de microcosmos silenciosos da cultura. Cidália Calisto, Gabinete de Imprensa da OCPM

quinta-feira, 13 de janeiro de 2005

Tolentino Mendonça - Se me puderes ouvir



Se me puderes ouvir

«O poder ainda puro das tuas mãos
é mesmo agora o que mais me comove
descobrem devagar um destino que passa
e não passa por aqui

à mesa do café trocamos palavras
que trazem harmonias
tantas vezes negadas:
aquilo que nem ao vento sequer segredamos

mas se hoje me puderes ouvir
recomeça, medita numa viagem longa
ou num amor
talvez o mais belo.

Tolentino Mendonça


Fumadores com restrições O Governo prepara-se para estabelecer um conjunto de restrições dirigidas aos fumadores. Sobretudo aos que, sabendo que o fumo faz mal e incomoda muita gente, teimam em fumar em recintos fechados, nos empregos, nos restaurantes, nas escolas e nas mais diversas repartições e instituições, mesmo do âmbito da saúde. Assim, e segundo o ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, o diploma antitabaco será levado ao Conselho de Ministro até ao fim do mês, esperando-se que seja aprovado. E segundo foi anunciado, a última redacção do diploma contempla apenas a proibição de fumar nos locais de trabalho fechados, nos lares e cantinas de entidades públicas ou de empresas, nas escolas, nos meios de transporte e nos hospitais. Podem, no entanto, fumar em lares e locais de trabalho, em áreas destinadas aos fumadores. De fora, ficam as restrições inicialmente previstas para os restaurantes, bares e discotecas. Que os frequentadores de bares e discotecas possam fumar, de preferência em espaços que lhes sejam destinados, ainda se aceita, mas em restaurantes, sem áreas limitadas a fumadores, não acho bem. Como é possível que uma pessoa, enquanto está a tomar uma refeição, tenha de misturar ao que come e bebe o fumo do vizinho ou da vizinha da mesa do lado? F.M. Posted by Hello

Efemérides aveirenses

No dia 13 de Janeiro de 1962, o Bispo de Aveiro, D. Domingos da Apresentação Fernandes, subscreveu uma exortação pastoral sobre o II Concílio Ecuménico do Vaticano, que se iniciaria em 11 de Outubro, tendo sido o maior acontecimento eclesial do século, pelas repercussões que teve na Igreja e no mundo. Este Concílio deveu-se à iniciativa do Papa João XXIII, tendo sido continuado, após a sua morte, pelo Papa Paulo VI. Também neste dia, mas em 1980, foi inaugurado o edifício do Centro Comunitário Paroquial e de Assistência e Formação de S. Pedro de Aradas, junto da Igreja Matriz, obra esta que se ficou a dever ao pároco Júlio da Rocha Rodrigues. Desde então e ainda hoje, pelas suas diversas valências, presta serviços fundamentalmente às famílias, em especial às que mais precisam. Fonte: Calendário Histórico de Aveiro

quarta-feira, 12 de janeiro de 2005

Bispo de Aveiro lança apelo a favor das vítimas do maremoto

Poucos dias depois da calamidade natural que dizimou vários países do sudeste asiático e à qual ninguém ficou indiferente, a Caritas Diocesana de Aveiro fez, através dos párocos, um apelo a todos os cristãos e comunidades, a favor das vítimas do maremoto do sudeste asiático.
De muitos modos a comunicação social tem repetido este apelo ao qual um grande número de pessoas tem respondido com generosidade, a apreciar pelos resultados conhecidos.A tragédia, porém, ultrapassa tudo quanto se podia pensar e quem precisa não pode esperar e, por isso mesmo, quem ainda não deu não deve retardar.
Há sempre gente que apenas lamenta a tragédia, esquecendo-se que a todos nos é pedido muito mais do que a lamentação e o pesar.Venho insistir com as paróquias e as comunidades onde se celebra a Eucaristia que, se ainda não o fizeram, se organizem para que, da maneira que lhes parecer mais viável e estimulante, façam, quanto antes, o seu ofertório. 
Ao mesmo tempo, que se empenhem para que nenhuma pessoa fique alheia ou indiferente às vitimas desta inesperada calamidade. Canalize-se depois, com maior brevidade, o que se recolheu para a Caritas Diocesana ou Nacional, a fim de ser, de imediato, enviado ao seu destino, por meios considerados seguros.Estaremos assim, neste Ano da Eucaristia, a traduzir em actos o lema: “A Eucaristia gera fraternidade”. 
Que melhor tradução do lema do que ir efectivamente ao encontro de irmãos nossos, aos quais o maremoto levou familiares, bens, saúde e tornou incapazes, por si mesmo, de refazer as suas vidas? 

António Marcelino, 
bispo de Aveiro
IGREJA atenta à questão do aborto O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), reunido em Fátima, garantiu que vai estar atento a um eventual referendo sobre o aborto, depois das eleições legislativas de 20 de Fevereiro. D. Tomás Silva Nunes, porta-voz da CEP, afirmou que os bispos portugueses vão prestar atenção às propostas acerca do propalado referendo sobre o aborto, lembrando que a posição da Igreja católica é conhecida. "Estaremos atentos. Se acharmos oportuno ter uma intervenção, fá-la-emos na devida altura", sublinhou D. Tomás. Recorde-se que a Igreja católica, através dos seus membros e de várias organizações, fez campanha contra a interrupção voluntária da gravidez, enquanto defendeu o apoio a todas as mulheres grávidas em dificuldades. Defendeu, também, a criação de estruturas de ajuda às mulheres e famílias, no sentido de se evitarem os abortos e de protecção para si próprias e para os seus filhos. O que, aliás, está a acontecer, em muitas zonas do país. Assim, a Igreja continuará a defender a vida, desde a concepção até à morte natural, condenando abertamente o aborto, a eutanásia e a pena de morte. Posted by Hello

Arrais Gabriel Ançã


Quem frequenta a Costa Nova, ou quem por ela passa para apreciar uma das salas de visita do concelho de Ílhavo e da Região, talvez nem costume parar junto ao busto do arrais Gabriel Ançã, ali colocado em 1933. E seria bom princípio que todos nos habituássemos a descobrir as figuras gradas da nossas terras, para com as suas histórias aprendermos atitudes de dedicação e de abnegação para com gentes e comunidades. 
Cunha e Costa, em "Paisagens, perfis e polémicas", escreveu sobre o arrais Ançã, conforme pude ler na "Geografia de Portugal" de Amorim Girão, que ele "salvou para cima de cento e vinte vidas. Ainda novo, perdida estaria a tripulação da barca francesa Nathalie se não fora ele. A mulher do capitão, desvairada pelo terror, atirou-se do convés para o mar: recebeu-a o Ançan (sic) nos braços. Pesava menos que um lenço de assoar, mas como vinha tocada do alto, ainda me fez arrear um bocado os cotovelos". "... 
Ainda garoto foi dos que foram buscar a Senhora D. Maria II a Ovar. O Senhor D. Luís qui-lo para seu arrais. 'Ainda estou novo, meu Senhor, e aqui não há quem me substitua'. Como intermináveis formalidades burocráticas lhe entravassem, durante três anos, a pensão requerida, tirou-se dos seus cuidados e partiu para Lisboa com dez tostões no bolso... Chegado às Necessidades, respondeu ao familiar de serviço: 'Diga a sua Majestade que é o Ançan, e verá como ele me recebe logo'...E da visita ao Rei  D. Carlos, só lhe ficou o remorso de ter saído de proa, isto é, de costas para o Rei. 'Foi atrapalhação na manobra!'". 
"Chegou a ver todos os filhos, três, arrais como ele; e era lindo, comovedor e exemplar, ver sair, ao mesmo tempo para o mar, quatro companhas, de quatro Ançans. E se deixou a faina não foi porque já não pudesse fazer-lhe frente. 'Ainda me não assusto, mas já não salto para bordo nem acudo às aflições com a prontidão de outros tempos' e, 'tendo levado a vida a salvar gente, não quero arriscar-me a que me salvem a mim'". 
O arrais Ançã, que nasceu em Ílhavo, em 8 de Janeiro de 1845, e morreu em 1930, merece ser mais lembrado. E a propósito, João Sarabando, aveirógrafo inesquecível, escreveu em 1962 que "numerosos escritores, oradores e artistas - Luís de Magalhães, Cunha e Costa, Rocha Martins, António de Cértima, Jaime de Magalhães Lima, João Carlos Celestino Gomes, Maia Alcoforado, Abel Salazar e outros, outros muitos - fixaram o perfil do invencível e cândido arrais. Vários desses retratos são maravilhosos, mereciam ser enfeixados delicada, terna, amorosamente, num volume bioiconográfico. Publicá-lo, equivaleria a levantar outro monumento, formoso monumento, ao 'herói do mar' da terra ilhavense, das terras da velha ibéria que o Oceano enlaça. A ideia já surgiu, mas é ainda sonho. Oxalá se corporize". Não sabemos se isso aconteceu, mas ainda estamos a tempo de homenagear o 'herói' ilhavense.

 F. M.

terça-feira, 11 de janeiro de 2005

Sudeste Asiático - Imperativo universal A grave calamidade do Sudeste Asiático deixou bem visíveis três realidades de extrema importância: a contingência humana; as desigualdades económico-sociais; e a solidariedade incompleta. A contingência humana ficou bem patente no facto de não dominarmos as forças da natureza e sofrermos as consequências disso mesmo. As vítimas do sismo e do tsunami revelaram, em toda a profundidade, o peso da contingência humana. Revelaram também o peso negativo das desigualdades económico-sociais. As consequências de catástrofes desta natureza são muito mais graves em países "retardados" do que em países "avançados". Estes, ao contrário daqueles, dispõem de sistemas de prevenção, de alerta e de evacuação que permitem a adopção de providências adequadas em tempo oportuno. Além disso, aplicam técnicas de construção e de ordenamento do território mais correctas e dispõem de serviços de protecção civil e de saúde que reduzem e atenuam rapidamente as consequências das catástrofes. As próprias vítimas - mortais ou não mortais - recebem enquadramentos bem diferentes se forem, por exemplo, cidadãos suecos ou, pelo contrário, cidadãos dos países mártires do Sudeste Asiático ou de África. A solidariedade mundial perante tão grave fenómeno natural foi verdadeiramente extraordinária. Verificou-se em todo o mundo, traduziu-se em actos merecedores de todo o apreço e deu origem à recolha de fundos financeiros impressionantes. Há que registar e elogiar tudo isso. Ao mesmo tempo, no entanto, devemos ter em conta que a solidariedade em curso é notoriamente incompleta: porque os montantes financeiros ficam muito aquém das necessidades; e porque ainda não existem compromissos de atenuação das gritantes desigualdades económico-sociais. Daqui resulta o imperativo de intensificação do nosso empenhamento solidário, em termos financeiros e na promoção de práticas sociais e políticas baseadas na justiça e no respeito pela dignidade humana de cada pessoa. Tais práticas só terão a ganhar com o facto de serem desenvolvidas tanto na esfera nacional como na internacional. Nesta última, realça-se hoje, com toda a força, o apoio às vítimas do maremoto do Sudeste Asiático. Acácio F. Catarino Fonte: Agência Ecclesia Posted by Hello
Portugueses deprimidos É ponto assente que nas conversas de rua, e mesmo em privado, a ideia geral é de que os portugueses se transformaram num povo deprimido e desmoralizado. Não confia em melhores dias, não vê saída para as crises, passa a vida a lamentar-se de tudo e de todos e não consegue admitir que melhores dias virão. Um jornalista da Reuters, Ian Simpson, fez um inquérito de rua, em Lisboa, e concluiu que Portugal é um país "maldisposto e amargo", conforme divulgou hoje a comunicação social. Os inquiridos não conseguiram descortinar boas notícias nesta fase em que nos encontramos, antes das eleições legislativas. Considerando que Portugal é "o país mais pobre da Europa", o correspondente da Reuters registou que se teme pelo futuro numa EU em expansão. Ian Simpson sublinha que é difícil encontrar quem acredite numa reviravolta política, nas próximas eleições, capaz de trazer melhorias aos portugueses, enquanto lembra que nos últimos três anos vamos ter quatro Governos. Um entrevistado classificou mesmo a realidade portuguesa como "miserável", acrescentando que está "pior do que o Brasil". A propósito do actual momento político português, os nossos Bispos publicaram um documento que nos alerta para a necessidade do envolvimento de todos na procura de soluções políticas que respondam aos problemas sociais que nos afligem. E dizem: "o primeiro dever dos cristãos é a participação responsável. Que ninguém se esconda por detrás de desculpas habituais: 'estamos cansados dos políticos', 'isto não tem solução', 'para quê votar se é sempre a mesma coisa', etc. Não esqueçamos que só tem direito de criticar e denunciar quem se empenha generosamente na busca de soluções. Na campanha eleitoral que se aproxima temos todos o dever de nos esclarecermos criteriosamente, passando para além do discurso eleitoralista e apreciando as soluções objectivas que nos são propostas para o Governo da Nação. Para tal, importa avaliar da sua justiça, da sua viabilidade, da sua consonância com os princípios da dignidade humana, do respeito pela vida, da dimensão social que todas as políticas devem ter. Para os cristãos, o critério de avaliação é o Evangelho e a doutrina social da Igreja. A democracia é o quadro político da liberdade, mas também da responsabilidade. E esta só se exprimirá na busca generosa do bem comum. Não deixemos o futuro do nosso País só nas mãos dos 'políticos profissionais'. Ajudemo-los com a nossa consciência crítica e com a nossa escolha responsável. A nossa convivência democrática aprofundar-se-á qualitativamente se votarmos em propostas, mais do que em partidos, motivados pela esperança objectiva que essas propostas suscitam e não tanto pela nossa tradicional simpatia partidária. Forcemos os partidos a porem o acento da sua intervenção na qualidade das propostas que nos fazem, na competência e dignidade das pessoas e não apenas nos discursos que o ambiente de campanha habitualmente inflama." No fundo, e porque defendemos comportamentos pela positiva, acreditamos que temos de cultivar a alegria, o optimismo e a força de vontade para vencermos as vicissitudes da vida, com as nossas opções conscientes. F.M. Posted by Hello