1. Não admira que comecem a crescer, mais ainda, mil e uma formas de pensar e de espiritualidade, porventura nem sempre tão saudáveis, que vêm propor soluções mágicas ilusórias que na prática não se conseguem atingir. Para quem está bem acima destes problemas da maioria da sociedade portuguesa até pode dizer, comodamente, como há dias referiu o Sr. Ministro da Economia: os portugueses que poupem mais! Bom, pode-se poupar quando há recursos para isso; que o digam a este respeito os que estão no topo da tabela salarial nacional ou que tiveram a lotaria de chorudas reformas auto-conquistadas e pagas, efectivamente, pelos contribuintes. Quando se dizem esses chavões para os portugueses pouparem mais, sente-se claramente a distância entre dois mundos: os regalados que podem dizê-lo abertamente e os que no silêncio contam os cêntimos em todas as coisas para ver se conseguem gerir a vida. Esta é a realidade, que assusta milhares de famílias a caminho da pobreza, numa grande parte de classe média em asfixia. Talvez o discurso devesse ser: que os portugueses inventem mais, estudem mais, cultivem mais!
2. Ainda há dias tivemos a confirmação de que os papéis das promessas mágicas do «professor» Baba, Bobo, Bubu… ganharam nestas semanas uma maior força nos automóveis das cidades. A todas estas magias a «crise» é o terreno favorável, em que diante da incultura espiritual, nas horas de aflição corre-se e recorre-se a tudo, mesmo gastando mundos e fundos. Talvez valha a pena dizer-se claramente que todas essas promessas não são verdadeiras e que todas as energias se devem, sim, concentrar, criativamente na procura de soluções dignificantes dentro de nós. No grito pela sobrevivência, a sedução do «mágico» promete ilusoriamente fora de nós. Não é fora da pessoa humana, mas dentro da profundidade do ser que a esperança nos pode despertar para novas formas de nos reinventarmos diante dos problemas da vida. Diante do panorama de crise e grave instabilidade, já não falamos só da loucura dos portugueses pelo mágico Euromilhões, mas da tentação das soluções fáceis e imediatas de todos esses professores que é pura falácia de ignorância sobre «si mesmo».
3. Conhecer-se e alimentar-se interiormente a si próprio, nas horas boas e nas horas difíceis, é tarefa cada vez mais importante. Mesmo para manter o equilíbrio emocional, intelectual, existencial. A espiritualidade, a filosofia, a religião, as igrejas, são esse «lugar», como que fora do tempo e do espaço, de reinvenção da própria vida e da arte de viver. Quem disse que as religiões tiverem a sua época estava e está enganado. A espiritualidade humana, como fenómeno de projecção de toda a esperança existencial, floresce por todo o lado, mas tantas vezes assente nos bens materiais ou prometendo mundos e fundos absolutamente irrealistas. E as pessoas acreditam! Especialmente em tempos de crise, esta desordenança do ser pode-se agravar. A espiritualidade verdadeira, o autêntico cultivo dos valores profundos, oferece outro caminho: a paz, a serenidade, a redescoberta da esperança, a consciência que o ser humano é (criado) à imagem de Deus-Amor. Aqui tudo estará reequilibrado, também na redescoberta comprometida de forças vencedoras!
Alexandre Cruz
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