quarta-feira, 27 de maio de 2015

O vento


Tronco com heras

Não gosto do vento. Nunca gostei. Eu sei que as nossas terras são ventosas, ou não fossem elas do litoral. Todo o litoral português é marcado pelo vento, exceto o algarvio. E se o vento vem carregado de chuva ou humidade, muito menos. Do vento de inverno nem falar, por tão agreste ser. 
Talvez por ter nascido à sombra do vento, que se não está logo virá, fujo dele como o diabo da cruz, por mais brando que ele seja. Nem em esplanadas em pleno verão consigo aceitá-lo, mesmo em tempo de canícula. Se ele sopra, mesmo de mansinho, escapo-me sorrateiro para sítio abrigado. Sou assim.
No alpendre da minha residência costumo gozar o silêncio que me permite ler e escrever tranquilamente, contemplando a relva e o arvoredo que o envolve. Que me envolve. A natureza ajuda-me a experimentar a alegria da paz. O cão e a cadela comungam do meu prazer. Deitam-se e dormitam. Depois levantam-se quando desafiados por algum pássaro que ousa aproximar-se. Umas corridas e voltam aos  meus silêncios. 
De repente, traiçoeiramente, o vento surge para incomodar. E vai crescendo de agressividade. Não tanto como há anos que me derrubou um pinheiro alto e possante, de que ficou parte do tronco que a minha Lita envolveu com heras. Arte no relvado. E então volto à luta contra ele, escolhendo recanto para continuar no contato com a natureza-mãe. Como acontece frequentemente. 


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terça-feira, 26 de maio de 2015

Portugal é dos países mais pobres e desiguais

"O fosso entre ricos e pobres diminuiu, mas Portugal continua entre os países mais desiguais e com maiores níveis de pobreza consolidada da OCDE, segundo um relatório que analisa a evolução da desigualdade de rendimentos nos últimos anos."


Li aqui

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O vinho guarda-se na memória


"O vinho além de se guardar no estômago, guarda-se na memória"

Li no PÚBLICO

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Liberdade e Responsabilidade

"Tudo quanto aumenta a liberdade, aumenta a responsabilidade"

Victor Hugo (1802-1885)

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segunda-feira, 25 de maio de 2015

ADIG em diálogo com a Junta de Freguesia

A ADIG (Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré) e a Junta de Freguesia reuniram-se para tratar de assuntos pertinentes para a nossa terra e nossa gente. O diálogo foi protagonizado pelos respetivos presidentes, Humberto Rocha e Carlos Rocha.
Entre outras questões, foi solicitada pela ADIG a colocação de placas toponímicas indicativas de locais e edifícios importantes, de que destacamos o Forte da Barra, o Farol, a Junta de Freguesia, a GNR e as Igrejas, matriz, da Cale da Vila e Chave.
A colocação de novo busto do Mestre Mónica no monumento a ele dedicado no jardim da Alameda Prior Sardo também foi proposta pela ADIG, que ainda pediu abrigos para as paragens de autocarros.
Aquela associação alertou a autarquia para a necessidade de aplicar lombas nos cruzamentos perigosos e sinais de estacionamento proibido no lado norte da rua envolvente do Mercado. Sugeriu zonas de estacionamento de bicicletas, em especial na Cale da Vila e junto à Igreja.
Problemas do desnível das sarjetas e das tampas de saneamento, bem como da aplicação de placas nos limites da freguesia, foram debatidos neste encontro.
A ADIG recordou a urgência de se lutar para que a A25 passe a ser designada por Autoestrada entre Gafanha da Nazaré e Vilar Formoso ou Barra – Vilar Formoso, pois inicia-se no quilómetro 0, na rotunda da Barra.
Sobre o Parque de Campismo, ficou no ar uma pergunta pertinente sobre o seu futuro. A este propósito, o comunicado da associação diz que o autarca tomou nota das suas pretensões, tendo o presidente da Junta adiantado que o Parque de Campismo iria ser reestruturado, provavelmente com a categoria de Parque de Campismo Rural, «que não obriga a tanta burocracia e equipamentos luxuosos».

Ler comunicado aqui

domingo, 24 de maio de 2015

A catástrofe

"Um dia ouviremos na televisão que a desgraça já está em marcha e nesse dia ninguém nos virá salvar."

Ler a crónica de Vasco Pulido Valente no PÚBLICO

Nota: Vasco Pulido Valente é um conhecido cronista e historiador. Como cronista, é tido por pessimista ou, melhor dizendo, catastrofista. É rara a crónica em que anuncie coisas boas. Dá a impressão que nasceu com algum espírito de contadição, porque critica tudo. Muito menos será capaz de um aplauso. Contudo, às vezes, leva-nos a pensar. Se calhar é isso mesmo o que ele quer.


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Não desistir do espírito do Pentecostes

Crónica de Frei Bento Domingues 


«A Europa, depois de ver o Mediterrâneo 
transformado num imenso cemitério, 
resolveu discutir a atribuição, por cada país, 
dos migrantes que batem à sua porta. 
Veremos, como diz o cego.»

Frei Bento Domingues


1. Ao começar a crónica deste Domingo, escrevi: a festa de Pentecostes não celebra o que já foi, mas o que falta fazer. De repente, deparei com a notícia: a morte de cerca de uma centena de passageiros de um navio carregado de migrantes do Bangladesh e da Birmânia.
Este navio andou quase dois meses à deriva no alto mar, depois da guarda costeira da Malásia e da Tailândia o ter impedido de aportar a estes países. A luta desesperada pelos últimos mantimentos, a bordo, provocou a morte de uma centena dos passageiros. Já em segurança na Indonésia, os sobreviventes contaram a crueldade dessas mortes: esfaqueados, sufocados, atirados ao mar.
A Europa, depois de ver o Mediterrâneo transformado num imenso cemitério, resolveu discutir a atribuição, por cada país, dos migrantes que batem à sua porta. Veremos, como diz o cego.
Apesar das apregoadas virtudes da modernidade e da laicidade, a fraternidade universal foi ficando pelo caminho. O pensamento liberto do obscurantismo da religião não construiu a realidade, segundo o bem do ser humano, isto é, de todos os seres humanos. A grande maioria não passa de simples meio e instrumento de uma minoria privilegiada.

sábado, 23 de maio de 2015

Os almanaques



Gosto de ler e ver almanaques, sobretudo quando se apresentam com arte, que os olhos, uma das portas do nosso entendimento, também precisam de ser estimulados. Mas o recheio destas edições, normalmente anuais, despertam em mim uma enorme curiosidade, já que me revelam pormenores de artes, ciências e culturas diversas, sensibilizando-me para outras leituras.
Hoje tenho em mãos a Agenda Almanaque 2015 de "Olegário Fernandes - Artes Gráficas, S. A." que me revelou um livro, "ABC Illustrado", "Offerecido gratuitamente pelos proprietários da FARINHA LACTEA NESTLÉ".
Um texto anexo, intitulado "Aprender a ler e a beber leite", fala-nos do Professor Egas Moniz que impulsionou a Indústria leiteira do nosso país, "a ele se devendo a criação da primeira fábrica de leite em pó em Avanca, 1923, Sociedade de Produtos Lácteos Lda, que viria a dar origem à Nestlé Portugal."

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Reconciliação com a vida

"Eu nem sequer gosto de escrever. Acontece-me às vezes estar tão desesperado que me refugio no papel como quem se esconde para chorar. E o mais estranho é arrancar da minha angústia palavras de profunda reconciliação com a vida."

Eugénio de Andrade 
1923-2005)

Li no Almanaque Bertrand 2014-2015


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O bom humor

"O bom humor tem algo de generoso: dá mais do que recebe"

Émile-Auguste Chartier (1868-1951)





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