sexta-feira, 24 de julho de 2009

FÉRIAS EM TEMPO DE CRISE: Ovos-moles e não só

Quem quiser conhecer a cidade de Aveiro, não pode deixar de saborear os seus famosos ovos-moles, agora com qualidade garantida pela UE. Mas também se recomendam as enguias de escabeche e até a caldeirada num dos restaurantes da Beira-Mar, o velho bairro, tão típico, com as suas tradições. E, pelo que me dizem, ainda há por ali umas tascas onde se podem provar sardinhas fritas e outros petiscos, bem regadas com um bom tinto.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Ler para crescer

Maria José Nogueira Pinto escreveu no Diário de Notícias uma crónica sobre a importância da leitura, sublinhando, a abrir, que "O Plano Nacional de Leitura decidiu encorajar os avós a lerem histórias aos netos". Vale a pena ler.

FÉRIAS EM TEMPO DE CRISE

Oração pelas férias Dá-nos, Senhor, depois de todas as fadigas um tempo verdadeiro de paz. Dá-nos, depois de tantas palavras o dom do silêncio que purifica e recria. Dá-nos, depois das insatisfações que travam a alegria como um barco nítido. Dá-nos, a possibilidade de viver sem pressa, deslumbrados com a surpresa que os dias trazem pela mão. Dá-nos a capacidade de viver de olhos abertos, de viver intensamente. Dá-nos de novo a graça do canto, do assobio que imita a felicidade aérea dos pássaros, das imagens reencontradas, do riso partilhado. Dá-nos a força de impedir que a dura necessidade esmague em nós o desejo e a espuma branca dos sonhos se dissipe. Faz-nos peregrinos que no visível escutam a melodia secreta do invisível. José Tolentino Mendonça

Rádio Terra Nova em Praga?

Um amigo teve a gentileza de me enviar esta foto, onde se pode ver bem, em letras gordas, TERRANOVA. E diz: "Com que então têm uma delegação em Praga e não dizem nada à malta?"
Referia-se ele, naturalmente, à nossa Rádio Terra Nova, que tem os pés, por ora, bem assentes na Gafanha da Nazaré, embora possa ser ouvida em Praga, como em todo o mundo, afinal. Mas, já agora, a ideia de delegações da RTN noutras paragens não será viável? Julgo que o sonho até é bonito. Mas como foi possível que um comerciante, tão longe, se tenha lembrado de utilizar o nome da nossa rádio para promover a sua loja? Mistérios!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

António Guterres, em entrevista ao PÚBLICO, clama por mais atenção para os refugiados

António Guterres,
Alto-comissário das Nações Unidas
para os Refugiados, afirma:
"A mesma comunidade internacional que se sentiu obrigada a gastar centenas de milhares de milhões para salvar o sistema financeiro devia também sentir-se obrigada a salvar as pessoas que estão neste grau desesperado de necessidade."
Leia toda a entrevista no PÚBLICO online, de hoje, no 2.º Caderno, páginas 4, 5, 6 e 7

VI Concurso de Fotografia Olhos Sobre o Mar

Primeiro lugar cor
Primeiro lugar preto e branco Vencedora da secção especial Fórum Náutico
Êxito renovado e esperado
Organizada pela Câmara de Ílhavo, realizou-se a 6.ª edição do concurso de fotografia, que teve por tema Olhos Sobre o Mar, com desportos náuticos. Presentes a concurso 112 fotógrafos de todo o país, com mais de 500 fotografias a cores e a preto e branco. Segundo o júri, os trabalhos presentes tiveram mais qualidade do que nas edições anteriores, o que ocasionou mais atenção da parte de quem teve de avaliar e classificar as fotografias. O júri foi constituído pelos fotógrafos profissionais, Diogo Moreira, Ivo Tavares, José Mário Marnoto, Paulo Ramos e Pedro Tavares, e, ainda, pelo Vereador Paulo Costa e por Carlos Duarte. As fotografias serão expostas durante o mês de Agosto no Navio-Museu Santo André, sendo a entrega dos prémios no dia 23 do mesmo mês, em cerimónia integrada no Festival do Bacalhau..

Com eleições à vista, é preciso reflectir e procurar esclarecimentos

PARA VOTAR EM CONSCIÊNCIA
Votar em consciência, seja em que situação for, exige reflexão, estudo e procura de esclarecimentos. Tudo medido, e de acordo com as nossas opções e princípios, temos a obrigação de votar, como direito cívico inalienável. Já começaram a aparecer sinais interessantes, como grupos de cidadãos que questionam os partidos. Não faltarão outros. É preciso estarmos atentos.

Atitudes singulares

Lwena - Angola
PARA SERVIR GENEROSAMENTE
Todos os anos, de há muito a esta parte, há jovens de todas as idades que põem em prática a sua opção de servir generosamente quem mais precisa.
Durante as férias, e para além delas, partem em missão, para países de gentes carentes de afecto e de quem lhes mostre solidariedade. São, no fundo, atitudes singulares, em épocas de hedonismos desenfreados e de egoísmos incompreensíveis. De Aveiro, e à semelhança de outras regiões do País, partem 12 voluntários, por intermédio da Orbis e do Secretariado Diocesano de Animação Missionária, depois de algum tempo de preparação específica, adequada aos trabalhos que em diferentes paragens vão exercer a sua missão, em tempo de férias. Aveiro envia 12 voluntários Do Bunheiro para Mona Quimbundo (Angola) vão Inês Tavares Rodrigues, Carla Cruz Filipe, Padre Filipe Coelho, António Silva, Ana Rita Amador Silva, Ana Daniela Guerra; De Ílhavo para Lwena (Angola): Sara Santana; Do CUFC para Lwena: Ana Guedes; para Benguela (Angola): Paulo Fontes; De Santa Joana para Lwena: Pedro Barros; De Trofa do Vouga para Benguela: Carina Figueiredo; De Angeja para Manicoré (Amazónia, Brasil, onde já se encontra há meio ano Sónia Pinho): Isabel Capela.

As eleições legislativas e autárquicas estão mais próximas do povo do que as europeias

Corrida difícil a que não faltam candidatos
Todos os países passam por momentos de perplexidade, dados os problemas a enfrentar, com propostas e soluções sempre mais difíceis e complexas. Pouco tempo passado das eleições europeias, com o amargo de boca e o desconforto das muitas abstenções, o anúncio, para breve e já com data marcada, das legislativas e autárquicas, faz viver um desses momentos, que não deixam tranquilos os responsáveis da nação, nem os cidadãos mais atentos. A menos que se pense que a solução dos problemas é só dos políticos ou a da terra queimada…
Muitos problemas se perfilam neste horizonte, em que já se multiplicam rumores, se jogam previsões, se anunciam candidatos, se insinuam ameaças, se profetizam desgraças. Ao povo, comunicação social e políticos não lhes falta imaginação.
Fala-se, com alguma razão, do descrédito da classe política; dos problemas graves não resolvidos; dos motivos conhecidos que levam à escolha dos novos candidatos; dos já eleitos antes que os votos cheguem às urnas; da crispação social e da ausência de esperança; das soluções propostas em anteriores legislaturas, que, por vezes, se agravaram os problemas que pretendiam resolver; dos políticos medíocres que querem tronos que excedem a sua estatura; da classificação, nada democrática, de os adversários normais se considerarem inimigos detestáveis; dos cidadãos de primeira, que têm tudo, mesmo sem o pedir, e dos cidadãos desqualificados e anónimos, que se vão cansando de gritar e de esperar pela resposta a direitos, não respeitados nem atendidos.
Portugal, ainda sem tempo suficiente para ter amadurecido politicamente, foi-se politizando, mais por influência de grupos, mais marcados por ideologias pobres e ânsia de poder, do que por compreensão do regime democrático e dos objectivos do bem comum, que devem ser o clima de respeito e o motor de decisão para participar e governar.
Parece urgente uma reflexão de senso comum, que, mesmo assim, em muitos casos já não vai a tempo, em virtude de compromissos assumidos, de influências locais, de caminhos mal pensados, mas abertos, por onde se passa e se chega ao sítio desejado.
As eleições legislativas e autárquicas estão mais próximas do povo do que as europeias. Os candidatos a escolher e a propor ao escrutínio eleitoral são mais conhecidos pelos eleitores a quem não escapa o juízo realista sobre as suas qualidades e defeitos, nome e fama, êxitos e fracassos pessoais, profissionais e cívicos, pelo trabalho antes realizado ou aproveitamento dos cargos onde se ganharam influências mas se perdeu o nome.
Legislar não se compadece com pessoas que pouco mais vêem que os seus interesses e os do seu partido. Não nos venham dizer que basta que alguns saibam ver o alcance das leis que se fazem e aos outros, a maioria, apenas resta votar como lhes é mandado. O país paga a todos por igual, para que, por igual, todos saibam o que fazer, a favor de todos. A situação lastimável a que se chegou com algumas leis é culpa maior dos responsáveis pela escolha, por vezes insensata e por motivos ocultos, dos candidatos a legisladores.
As autarquias, por sua vez, são hoje lugar de responsabilidades acrescidas, campo minado, ocasião de tentações. São, por isso, instâncias de exigência, maior e permanente de honestidade, de saber e competência, capacidade de acolhimento, diálogo e aguda sensibilidade, trabalho de equipa e abertura a todos.
Motivos de escolha para pagar favores, compensar perdas e desgostos políticos, por pressão de grupos e manobras locais, aparecem como desonestidade cívica, desrespeito pelos eleitores, colocação de interesses pessoais e partidários acima dos nacionais e locais. Governa-se com pessoas normais, desde que se saiba o que significa a normalidade, os seus limites e exigências. Neste juízo, cabe a lucidez sobre a capacidade dos candidatos a propor. António Marcelino

terça-feira, 21 de julho de 2009

Férias em tempo de crise: Aveiro ao alcance de todos

Painel cerâmico (pormenor)
Aveiro, com a sua história,
espera por nós em dias de descanso
Desta feita proponho Aveiro, com toda a sua história, para dias de descontracção, em tempo de crise. Não haverá, se quisermos, despesas de monta. Basta chegar, de preferência com itinerário estudado, e andar. Ver a cidade, com olhos de ver, sem pressas, o visitante pode optar pela cidade antiga ou pela moderna. Ou por ambas. É que há bairros ou novas urbanizações que, porventura, nunca nos atraíram. De quando em vez dou conta de pormenores num ou noutro local que se tornam agradáveis à vista. Mas se preferirmos o antigo, então há que recorrer a literatura que o Turismo nos fornece, para uns passeios proveitosos pela cidade e pelos seus canais. Penso que vale a pena entrar num dos mercantéis que esperam por gente interessada em conhecer a cidade de novos ângulos. Não tem havido funcionários que expliquem, mas se manifestarmos gosto por saber o que está à vista, o melhor é ocupar um lugarzinho junto ao mestre do barco. Ele explica. Então o visitante poderá confirmar quanto vale a cidade vista dos seus canais. Depois da viagem, salte até à Sé de Aveiro. Cá fora está uma réplica de um cruzeiro do século XV. Mas vale a pena entrar na Sé, para apreciar, ao vivo, o autêntico. Fica do lado direito, logo à entrada. Se sentir vontade de conversar um pouco com Deus, usufrua, em dias de canícula, de uma igreja fresca… Sente-se um bocadinho, medite sobre o bem e o bom que a vida nos dá. Em seguida, aprecie com calma a nossa Sé, que tem por padroeira Nossa Senhora da Glória. Ali ao lado há o Museu dedicado a Santa Joana, padroeira da cidade e Diocese de Aveiro. O seu túmulo é uma obra-prima, em que se distingue, para além da “singularidade decorativa”, um trabalho notável de incrustações em mármore. Mas a história da Santa Joana, pelo seu significado, vale muito mais. Igrejas de vários estilos e épocas, bem como espaços expositivos, sem esquecer a Arte Nova, com belos exemplares na cidade, de que se destaca a Casa Major Pessoa, junto ao Rossio, merecem uma visita. Depois passe pelo Jardim Infante D. Pedro, onde tantas gerações deambularam, em franca cavaqueira, em horas de “feriados”, em tempos de aulas. Na altura, o único sítio onde se corria, caminhava e apreciava a natureza verdejante, com lago à vista. Em tempos recuados, de água límpida, até se andava bem de barquinho a remos. Já agora, aprecie as estátuas que decoram a cidade, enquanto lembram a quem passa gente que fez história. Sem correrias, leia as legendas e outros escritos que completam os monumentos. Junto ao “olho da cidade”, há uns azulejos, em alto-relevo, com motivos aveirenses, da autoria de artistas locais. Mas haverá muito mais que ver e que apreciar? Claro que há. Aqui ficam apenas meras sugestões, de quem não se cansa de Aveiro. Fernando Martins