quarta-feira, 22 de abril de 2009

Centro de Estudos de História Religiosa investiga implantação da República

No seguimento do trabalho que tem vindo a ser realizado pelo Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR) nos últimos anos, e considerando as exigências do debate historiográfico existente sobre o final da Monarquia Constitucional e a instauração do regime republicano em Portugal, estabeleceu-se uma programação de investigação, de grupos de trabalho e de iniciativas científicas. Considerou-se que esta programação se deveria articular com diversos âmbitos de carácter oficial eclesial e académico, respondendo também às necessidades de participação pública no decorrer de iniciativas das Comemorações Nacionais referentes aos 100 anos da República. Esta programação, própria do CEHR, constitui-se exclusivamente com carácter científico, no âmbito da historiografia.
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Jardim Oudinot vai ter Bar e Restaurante

O Executivo Municipal deliberou aprovar, após análise do concurso público, a adjudicação da Concepção, Instalação e Exploração do Bar/Restaurante do Jardim Oudinot à firma “Reflexo Lunar Unipessoal, Lda.” . O Apoio de Praia do Jardim Oudinot foi atribuído a Maria Isabel Cruz da Silva. 
No primeiro caso, por um período de nove anos, e no segundo, de cinco anos. Espera-se agora que tudo esteja afinado o mais depressa possível, para prazer de todos os frequentadores daquele espaço à beira-ria recriado, com muito bom gosto.

O tempo e os Valores

1. A cultura precisa de tempo. O que nos fica depois do exame ou das tarefas práticas é esse rasto de luz e de sabedoria que o tempo não apaga. A sociedade actual, embora mergulhada na pressa agitada para sempre chegar primeiro, sente a carência genuína e afectiva do saborear do tempo da vida. Saboreia quem aprecia, mas para apreciar é precisa aquela distância crítica que não se aprende só nos livros, mas que se vai construindo como fio condutor de tudo o que somos como pessoas e eco dos envolvimentos a que pertencemos na comunidade. Existem muitos prémios em Portugal dedicados à área da cultura, um deles é o «Prémio Padre Manuel Antunes», atribuição que procura fazer perdurar o homem da cultura e intuição futura que foi Manuel Antunes (1918-1985) e a escola de interpelação ética que nos legou. 2. Em edições anteriores foram reconhecidos de mérito recebendo o galardão da entidade organizadora eclesial (Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura) o poeta Fernando Echevarria (2005), o cientista padre Luís Archer (2006), o cineasta Manoel de Oliveira (2007) e a professora de Estudos Clássicos Maria Helena da Rocha Pereira (2008). Este ano a atribuição recai sobre o autor de «A Espuma do Tempo – Memórias do Tempo de Vésperas» (2008), o professor Adriano Moreira (n.1922). Da palavra do júri sublinha-se uma vida cívica intensa que teve «a preocupação por inscrever a política num horizonte axiológico, que tenha a Pessoa como valor fundamental». Acrescenta a atribuição o reconhecimento do «percurso intelectual e cívico de uma figura que tem qualificadamente contribuído para a dignificação da vida pública portuguesa». 3. Acima dos méritos pessoais, como é timbre de quem vive a generosidade como sentido de serviço comunitário, seja esta também uma oportunidade inadiável de reflexão para uma axiologia política, isto é: um conjunto de valores ou “pilares” edificadores do bem comum. Alexandre Cruz

A espuma do tempo

Talvez não haja muito que contar, meus filhos, porque não são muitas as coisas que aconteceram, no espaço de uma sempre breve vida, que valha a pena reter e transmitir. Ao contrário, a arte de esquecer a inutilidade em que se traduz a maior parte das inquietações que consomem o nosso tempo, reduz as recordações a tão pouco que muitas vezes se contam num gesto, e sem palavras. É assim que os que se amam, e até os que se odeiam, adoptam uma espécie de código secreto e breve que resume num instante anos de convívio. Porque quase tudo se concentra num resumo sem grande importância, depois de ter parecido que justificava canseiras demoradas, debates prolongados, vigílias de angústia, pontos finais. Nisso se gasta a maior parte daquilo que chamam o nosso tempo, e que é simplesmente a nossa vida, que é em unidades de vida que o tempo se mede. Entretanto, descura-se o essencial nos nadas a que não sabemos que nos obriga. É por isso que os livros de memórias tantas vezes parecem mais um protesto do que um testemunho, às voltas com a espuma do tempo, tempo perdido, tempo doado, unidades de vida. Páginas consagradas ao tempo perdido, repletas das anotações raivosas do que não a valia a pena ter sido dito ou feito, e que teimam em nos fazer partilhar numa espécie de vingança indiscriminada contra as gerações futuras. Não gostaria de recordar nada que se inspirasse numa fraqueza humana, nem de contar senão aquilo que anda ligado, na minha experiência, às pessoas e coisas que me pareceram tocadas pelo sopro da sobrevivência. Adriano Moreira In A Espuma do Tempo - Memórias do Tempo de Vésperas, Ed. Almedina

O CAIXILHO: Exposição de Fotografia de Carlos Mendes

FOTOGRAFIAS COM ARTE
No Galeria Virtual Caixilho.com está patente ao público uma exposição de fotografia de Carlos Mendes, que merece ser visitada. A mostra tem por tema a Arte Xávega, uma técnica de pesca bem conhecida entre nós. Carlos Mendes, pelo que já vi, é possuidor de uma sensibilidade muito grande, apresentando registos bastante expressivos. A partir das suas fotografias, é possível fazer quadros decorativos, sendo garantido que o tema é de aceitação geral, tanto na região como para além dela.

terça-feira, 21 de abril de 2009

ÍLHAVO: Santa Casa da Misericórdia comemora 90 anos



No próximo dia 24 decorre em Ílhavo a comemoração do 90.º aniversário da Santa Casa da Misericórdia, numa altura de grande azáfama com a construção do Hospital de Cuidados Continuados Integrados, a decorrer no local do antigo hospital. 
Segundo o Provedor da Santa Casa, Fernando Maria, os trabalhos decorrem em bom andamento prevendo-se o final das obras do edifício do hospital para o final do ano corrente e o hospital a funcionar em pleno, no segundo trimestre de 2010. Em relação à Capela, e devido às precárias condições das fundações da mesma que não permitem a remodelação, terá de ser demolida construindo-se nova capela com os mesmos traços arquitectónicos da anterior. Entretanto já está aberta uma nova saída que irá dar acesso à rua Ferreira Gordo. 
A obra de construção, de autoria do Arquitecto José Paradela, começou no dia 9 de Dezembro tendo sido entregue à empresa Construções José Coutinho, SA, pelo valor de 3.546.213,20 Euros mais IVA, estando já asseguradas as verbas: do Estado no valor de 750 mil Euros, da Câmara Municipal de 400 mil Euros e do empréstimo à CGD de dois milhões e 500 mil Euros, tendo a Autarquia assumido também a responsabilidade do apoio técnico à gestão do concurso, a fiscalização da obra além do investimento das infra-estruturas de acesso e sustentabilidade do Hospital. 

Programa do 90.º Aniversário 

Dia 24 Abril:

18.30 – Bênção da obra do Hospital de Cuidados Continuados Integrados, por Sua Excelência Reverendíssima o Bispo de Aveiro 
19.15 – Missa de Acção de Graças na Igreja Matriz com a assinatura do Compromisso dos novos Irmãos 
20.00 - Jantar de aniversário no Hotel de Ílhavo durante o qual se prestará homenagem aos funcionários com 15 e 20 anos de serviço na instituição

Nós, Sri Lanka

1. Se no 11 de Setembro 2001 muito se sublinhou a consciência generalizada ocidental de que «hoje todos somos americanos», se diante do gigante Tsunami da Ásia (29-12-2004) foi um facto a solidariedade global em que todos «nós» estivemos envolvidos e que, até pelas proximidades recriadas, contribuiria para tirar as lições do que é a «condição humana» como obrigação de na terra construir a paz, se… então poderemos dizer que «nós» estamos em todo o lado. Não fisicamente (a física quântica ainda não o permite!) mas espiritualmente, pois a gestão do tempo e espaço nas novas formas de comunicação vai-nos mostrando que mesmo para os sistemas mais fechados os muros vão caindo, as barreiras físicas vão-se esbatendo ficando «nós» diante uns dos outros em ordem à convivência. 2. A noção de que somos cidadãos do mundo poderá dizer que somos «nós, europeus», «nós, portugueses», «nós, humanos» … Este sentido de se estar em comunhão universal, sofrendo com os problemas da humanidade (das pessoas) e acolhendo as suas alegrias e conquistas, poderá concretizar um dos elementos mais estudados, a designada «expansão universal da consciência». É nesta noção muito aberta e clara que, por exemplo, nunca se ouviu falar tanto de determinados assuntos ou certas localidades como após acontecimentos incontornáveis que recolocam povoações, pessoas e interesses no mapa global. Quem não se lembra de no natal de 2004 todos «estarmos» na Ásia, no rescaldo das comoventes imagens do Tsunami da Ásia e de correntes de solidariedade, de conhecermos localidades de países como a Malásia, o Sri Lanka e tantos outros. 3. Hoje, mesmo «nós, europeus» temos de nos descentralizarmos de nós próprios e especialmente «estamos» com as populações civis do Sri Lanka, em que 40 mil pessoas fugiram de zona de combates e dos guerrilheiros Tigres Tamil, apontando a Human Rights Watch, no terreno, para «um banho de sangue». Afinal, «porquê»? Já bastava o banho do mar de 2004… Falta de memória? Alexandre Cruz