quarta-feira, 26 de março de 2008

Dia cinzento


Os dias cinzentos também podem servir para nos deleitarmos com outros prazeres. Por exemplo, lendo um bom livro no sossego dos nossos recantos ou ouvindo música na paz das nossas recordações.

AVEIRO: Prostituição em debate


A globalização confere novos contornos à prostituição. Porque o tráfico de mulheres e jovens para fins de exploração sexual pede um novo olhar, a Cáritas diocesana de Aveiro, em parceria com as suas congéneres de Coimbra, Guarda, Lamego, Leiria/Fátima, Viseu e Cáritas Portuguesa, organizou as I Jornadas Interdiocesanas de Reflexão sobre a Prostituição.
(...)
Diz Inês Fontinha, directora de "O Ninho":
“Vamos tentando encontrar, com as mulheres, alternativas à sua situação”. Quando se trabalha a auto-estima, quando “as pessoas passam a gostar de si próprias, com um projecto de vida alternativo, as mulheres não se prostituem”.
Leia mais em Ecclesia e no Diário de Aveiro

PÁSCOA


VIDA PARA TODOS OS DIAS!

Hesitei se devia voltar a escrever, pelo menos por agora, da Páscoa do Senhor.
Afinal, nestas últimas semanas, toda a Igreja tem estado em reflexão itinerante, na preparação do Dia Pascal, pelo que a vontade em mudar de caminho, durante algum tempo, pode ser grande e apelativa.
Comecei por me lembrar que vivemos num mundo que parece regular-se, cada vez mais, pelo imediato, pelo já e agora, a qualquer preço, onde a tendência é para esquecer ou ignorar o que, aparentemente, já passou, e ficar, desde logo, refém da próxima novidade.
Senti que a paciência, um dos frutos do Espírito Santo (ver: Gal 5,22-23) estava a esfumar-se e a dar lugar a qualquer coisa que soasse também a novo e a imediato.
Deambulando no meio destes pensamentos, surgem-me, num curto espaço de tempo, duas situações que vieram alterar tudo quanto até ali tinha pensado.
A primeira acontece ao arrumar alguns dos meus papéis. No meio destes, encontrei a homilia que D. José Policarpo pronunciou, no dia 7 de Abril de 2007, na Sé Patriarcal de Lisboa.
Reli-a, e a vontade de não ficar calado desapareceu. Era um bom sinal!
Ao sermos criados por Deus, não só somos parte integrante da Sua Criação como Seus colaboradores e membros activos, enquanto baptizados, da História da Salvação.
Como se já não fosse o suficiente, somos convidados a participar nesta “longa vigília da criação e da humanidade, em busca da sua verdade definitiva.”
Perante tais palavras, quem poderá dizer, começando por mim, que a Páscoa já passou?
A Páscoa não passou nem passará, nunca! Tudo, na vida de cada cristão, depende dela e só dela. Ainda que viva muitos anos, sem a Páscoa o cristão jamais existirá.
Deste modo, senti que os argumentos para não falar, do dia em que a Vida venceu, definitivamente, a morte já não tinham validade, pelo que tinha que decidir em pensar noutras coisas, que não passavam necessariamente pela escrita.
Mesmo assim, sentia que a vontade também não era muita.
Decidi, então, dar uma caminhada a pé. Pelo menos daria para ajudar na saúde do corpo.
Eis que, ao sair de casa, encontro o carteiro e, através dele, é-me entregue um postal de um Amigo meu, de Sines, que logo abri. A dado passo da sua mensagem pascal, este meu Amigo, alentejano, cita Santo Agostinho: ”De modo algum nos podemos envergonhar da morte do nosso Deus; pelo contrário, ela é a razão de toda a nossa confiança e de toda a nossa glória; tomando sobre Si a morte que em nós encontrou, assegurou-nos a vida que por nós não podíamos alcançar.”
E assim, acabei por fazer a minha caminhada, convicto de que, também hoje, é dia de Páscoa.
De uma nova Páscoa, como será, sempre, a do outro amanhã.

Vítor Amorim

terça-feira, 25 de março de 2008

Primavera?


Afinal, quando é que poderemos falar de Primavera? Ainda teremos tempo, antes do Verão? Ou vamos aguardar que venha 2009?

Na Linha Da Utopia


REFLECTIR E ACTUAR NA MARGEM DA PROSTITUIÇÃO

1. Realizou-se em Aveiro, a 25 de Março, uma Jornada Interdiocesana de Reflexão sobre a Prostituição. A promoção e organização foi da responsabilidade das Cáritas Diocesanas de Aveiro (www.caritas.pt/aveiro), Coimbra, Guarda, Lamego, Leiria/Fátima, Viseu e Cáritas Portuguesa. Como intervenientes será de destacar a comunicação da responsável da Associação “O Ninho” (Lisboa) e a palestra de docente da UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro). Ainda, e descendo à nossa realidade local da Região Centro do País, contou-se com a intervenção do Lar do Divino Salvador (Ílhavo - Aveiro), do Projecto RIA (Aveiro), das Irmãs Adoradoras (Coimbra), e das Cáritas Diocesanas promotoras e presentes. Achámos oportuno a apresentação de todas estas referências participantes pois elas são, por si, sinal social de uma preocupação de todos e que cada vez mais deve ser vista de forma abrangente e parceira, quer geograficamente quer interdisciplinarmente.
2. Das diversas intervenções iniciais, de entidades da sociedade aveirense, destaque-se a premência de um “assunto” que deve ser trazido com humanidade à luz do dia. A “prostituição” traz consigo uma perturbante conjuntura de causas e promove um leque problemático de consequências, onde, como alguém lembrava, mais uma vez “a mulher é a vítima”. Encarar o flagelo da “prostituição”, em múltiplas vertentes, é reflectir sobre as piores condições de indignidade humana; actuar neste terreno complexo, nunca foi nem será uma questão legislativa, é trazer para a luz do dia como preocupação quem por determinadas circunstâncias (sendo a pobreza uma delas) entrou no precipício. Estamos diante de uma realidade social que, muitas vezes, quase que toca o “faz de conta que não se vê”. Há uma meia dúzia de “podres” sociais que existem e persistem, mas em que a sociedade do bem-estar passa ao lado. Reconhecidos os que, servindo a pessoa na sua dignidade, vivem a inquietude e dão a vida e as suas energias para minimizar, recuperar, “amar” quem vive os submundos da margem desumanizante.
3. Nas questões humanas fundamentais não há soluções fáceis, instantâneas e pragmáticas, mas uma procura concertada que capacite os que vivem a solicitude no terreno concreto. É esse o esforço meritório de entidades como as referidas que fazem “força positiva” em dar um sinal social de que sociedade terá de significar “comunidade”. Neste sentido, o que indignifica alguns deve preocupar todos. Não se espere dos Estados as respostas para tudo, seria diminuir as potencialidades de uma dinâmica e desejada sociedade civil; não se espere que a sociedade civil faça tudo sem a cooperação dos Estados, seria sinal de que estes vivem longe das pessoas. A cooperação tem veias interdiocesanas, intermunicipais, transdisciplinares e interinstitucionais. Desta forma, em rede, a reflexão fica bem mais próxima da acção solícita na “margem” da sociedade que, pelos dados estatísticos, vai crescendo com um rio… É nestas margens delicadas que se vê a “prova dos 9” do verdadeiro serviço à humanidade das pessoas. Não o discurso mas na vida; na restituição da esperança, o mesmo é dizer, na “força” que brota da Páscoa que, com este ou outro nome Altíssimo, quer chegar à Pessoa toda e a todas as pessoas!

Alexandre Cruz

José Sócrates garante: crise ultrapassada

O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou hoje que "os últimos três anos foram de uma governação muito difícil e exigente, com um grande esforço de contenção da despesa pública, mas a crise orçamental de 2002, que voltou em 2005, está ultrapassada, e os factores que a motivaram estão também resolvidos, com as mudanças estruturais feitas no país".
Andávamos todos preocupados, com medo de continuarmos num país sem futuro garantido, mas, afinal, não há razões para isso. Já podemos respirar fundo, encher o peito de ar e acreditar que, a partir de agora, sem loucuras, podemos admitir que haverá menos sacrifícios, sobretudo para quem tem passado estes últimos anos a apertar o cinto.

Delírios Suaves

"Cartas das Finanças que não estranharei se porventura me chegarem: Inquérito sobre os lugares onde compro jornais e revistas, por que raio compro tantos todos os dias, onde guardei as facturas, o que quer dizer “Rita:91123456” nas costas daquela factura da FNAC, onde está o Correio da Manhã de 27 de Dezembro a que corresponde esta factura, por que motivo não apresento facturas comprovativas da aquisição do jornal 'Meia-Hora'."
Leia mais em Pedro Rolo Duarte

LÍNGUA PORTUGUESA NO MUNDO


O Presidente da República, Cavaco Silva, de visita oficial a Moçambique, tem dedicado largo espaço à Língua Portuguesa, a quinta mais falada no mundo. Isso, porque entende que o Português que deve ser mais apoiado a nível internacional, por todos os portugueses e pelas organizações estatais. “Os nossos interesses comuns impõem um trabalho conjunto em favor de uma maior afirmação internacional da nossa língua, mais consentânea com o seu estatuto de quinta língua mais falada no mundo”, afirmou o chefe de Estado, como li na comunicação social.
Quanto ao polémico acordo ortográfico, de que tanto se fala, penso que se impõe uma maior difusão dos prós e contras do acordo, sem esquecer que a Língua Inglesa, pelo que sei, nunca precisou de qualquer acordo para se impor no mundo. O mesmo se diga do Castelhano, também tão falado em toda a parte do universo.

FM

Fisco questiona os noivos

Mas quem teria pago o bolo?

O Fisco, na ânsia de cobrar impostos e de castigar quem a eles foge, resolveu questionar os noivos, no sentido de descobrir quem pagou o quê e a quem. Acho legítimo que o Fisco procure saber o que se compra e o que se vende, com o intuito de obrigar os transgressores a cumprirem as leis fiscais do País. Mas daí a incomodarem os noivos e a obrigá-los a denunciarem as ofertas que lhes fizeram vai uma grande distância. Penso que o Fisco terá possibilidades de descobrir tudo isso sem recorrer a processos de denúncia e a inquéritos a noivos. Por esse andar, qualquer dia, teremos o mesmo em relação aos baptizados, aos funerais, às festas de aniversário e quejandos.
Acho que os questionários não podem invadir a privacidade de ninguém, muito menos de quem vive uma festa que se pretende única e para sempre. Por exemplo, porque é que o Fisco não avisa que as empresas ligadas à organização de casamentos têm de estar colectadas, com contabilidade organizada? Isso parece-me legítimo. Como é legítimo fiscalizar as lojas que vendem objectos ou produtos conotados com prendas. Agora, procurar saber quem deu prendas… e quem prestou serviços… junto dos noivos, é que não me parece correcto. Parece-me certo, até me demonstrarem que estou errado.
FM

segunda-feira, 24 de março de 2008

Segunda-Feira de Páscoa


Na segunda-feira de Páscoa, o povo da Gafanha sempre a dedicou à Feira de Março. Quando eu era miúdo, os autocarros da Auto Viação Aveirense não paravam, sobretudo depois do almoço. O pessoal não tinha carro, como hoje. O meio de transporte mais usual era a "camioneta da carreira", como então se dizia. Nas paragens, os amigos da Feira apareciam em massa. Depois, era a compra de pequenas coisas que faziam falta ao dia-a-dia: a colher de pau, o tacho de barro, os brinquedos para a criançada, as farturas que sempre ali tiveram espaço, o saca-rolhas, os sapatos e a roupa feita, etc. Compras feitas, uma voltinha nos carrocéis, uma visita ao Poço da Morte, onde o Dias, do Stand Dias, mostrou como um jovem normal também lá sabia andar de mota, era o regresso com a tralha às costas. E as camionetas, com o tejadilho cheio, lá faziam o transporte de regresso a casa. Era um dia de alegria.
FM