sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Um artigo de D. António Marcelino


PROBLEMA QUE PEDE
MAIS DO QUE A MUDANÇA
DE UMA LEI

Escrevo dois dias antes do referendo e faço-o de propósito para que não seja o resultado dos votos contados a in-fluenciar o meu pensamento. Poderei, assim, antecipar algumas reflexões oportunas, quaisquer que sejam os votantes a fazer a festa.
Quero deixar claro que o resultado final não me é indiferente. Tornei público o sentido do meu voto e as razões da minha opção. Não calei, nas últimas semanas, que estamos num momento muito importante e sério da vida nacional e que os êxitos e preocupações económicas dos governantes não podem deitar para debaixo do tapete o mundo de problemas sociais e humanos graves que temos diante dos olhos e não podemos ignorar. Há situações que põem a claro o respeito ou o desprezo por valores morais e éticos essenciais, que não só dignificam a pessoa, como dão consistência à comunidade que somos e esperança ao futuro que desejamos e necessitamos.
Porque as situações e os problemas são conhecidos, temos possibilidade de tirar, desde já, algumas conclusões que podem e devem perdurar para além das eleições.
Estes meses puseram ainda mais a claro que há, na sociedade portuguesa, fracturas e divisões muito grandes e projectos muito divergentes. Desde há muito, o pluralismo nas opiniões, atitudes e opções dos portugueses se foi constituindo um desafio à convivência pacífica e ao respeito pela diferença. Uma realidade que não dispensa a mútua aceitação, o diálogo aberto, a tolerância activa, a liberdade ao alcance de todos, para que cada um se possa afirmar e exprimir, sem que seja por isso minimizado nos seus direitos de legítima cidadania, ou considerado a mais nesta terra que é também sua.
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Leia mais no CV

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Imagens de Aveiro


Aveiro: Festas do milenário
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Senhoras com trajes regionais que figuraram, em 26 de Julho de 1959, no cortejo distrital das festas do milenário.
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Fonte: "Aveiro Antigo", edição da CMA

Fotografia marítima


Heróis do mar, nobres fotos,
pescadores valentes...

O "mar português" apenas existe se for constantemente imaginado e recriado. Em 1958 um fotógrafo nova-iorquino veio a Portugal para ver e fotografar um mundo suspenso no tempo, feito de rostos tremendamente belos, porque sulcados por vidas de mar.
Dessa viagem ao país dos pescadores, o fotógrafo compôs um álbum de emoções, de figuras e cenas emolduradas sob impecáveis grafismos.
O trabalho de Bill Perlmutter é, seguramente, uma das melhores colecções de "fotografia marítima" que se fizeram e guardaram em Portugal.
Está em exposição na galeria de fotografia do Museu Marítimo de Ílhavo
até 1 de Abril.
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Fonte: Porto de Aveiro

Pobreza

Católicos em luta global
contra a pobreza



Os mais de mil milhões de ca-tólicos do mundo estão convo-cadas para uma mobilização mas-siva: unir forças e pressionar os países ricos para que cumpram as suas promessas de erradicar a pobreza.
Este é o objectivo da campanha mundial “Faça a ajuda funcionar. O mundo não pode esperar” (Make aid work. The world can’t wait), lançada na passada quinta-feira, em Roma, pela rede de Caritas Internacional (CI) e pela aliança CIDSE (Cooperação Internacional pelo Desenvolvimento e a Solidariedade).
Trata-se de solicitar aos líderes do Grupo dos Oito (EUA, Canadá, Japão, Reino Unido, França, Itália, Alemanha e Rússia) que cumpram os acordos alcançados em 2005 na reunião de Gleneagles (Reino Unido): mais ajuda ao desenvolvimento e perdão da dívida. As organizações católicas querem lembrar a estes responsáveis políticos que, entre as suas prioridades, deve estar a luta contra a pobreza nos países em vias de desenvolvimento, a maioria dos quais está na África. Mais informação sobre a campanha em www. make-aid-work.org

Estórias da Ria


A cidade não pode viver sem a Ria,
mas parece que a esqueceu

No último Fórum do Centro Universitário Fé e Cultura, sobressaiu a relação umbilical entre a cidade de Aveiro e a Ria. “Aveiro existe graças à Ria” e “Aveiro e a Ria de braços dados” foram algumas das frases ditas sobre esta relação. Mas também: “A Ria está abandonada” ou “Quem dá um passeio na Ria desanima” (por causa do lixo e degradação que se vêem). Numa “conversa aberta”, moderada pela docente universitária Teresa Fidélis, na noite de 7 de Fevereiro, tiveram a palavra Monsenhor João Gonçalves Gaspar, historiador e vigário-geral da Diocese, e Élio Maia, presidente da Câmara Municipal de Aveiro que sugeriu a criação de uma Fundação para a Ria. O público contribuiu com intervenções apaixonadas.
Entre outras imagens de Aveiro nos séculos passados, Mons. João Gaspar apresentou mapas da evolução do litoral aveirense nos últimos milénios até à fixação da Barra, em 1808. Este último facto “foi de excepcional importância”, pois “veio pôr termo a longas e frequentes tragédias”. “A nossa cidade, por sua parte, nunca mais deixaria de ver subir constantemente o seu índice de progresso e de crescer no ritmo demográfico, aliás, mercê também de outras futuras e poderosas convergências”.
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Aveiro: Carnaval


Carnaval da Glória está de volta

Como manda a tradição, a paróquia da Glória vai animar as ruas da cidade com festejos carnavalescos. Porque, como sempre se disse, a Igreja tem de estar com o povo, nas suas alegrias e tristezas. Sempre foi assim, sem exageros, que esses não serão permitidos,neste carnaval da paróquia da Glória.
Importa dizer que o Carnaval da Glória envolve muita gente, num esforço generoso de criar e organizar carros e grupos que levem para as ruas as alegrias, os ditos jocosos, as críticas oportunas, mais cor e música, tudo para animar crentes e não crentes, num divertimento sadio.
Aveiro e as suas gentes merecem tudo isto, porque tristezas não pagam dívidas e a vida tem de ser vivida com alegria e optimismo, cultivando a fraternidade e a harmonia entre as pessoas, os bairros, as instituições e os lugares típicos da cidade. Mas ainda entre cagaréus e ceboleiros, entre os aveirenses todos e os que vierem.
Bom Carnaval para todos, mesmo em tempos de crise.

Ílhavo: Carnaval


Os Cardadores

Neste mês de Carnaval, dedicamos a rubrica “A Nossa Gente” à personagem mítica dos Cardadores de Vale de Ílhavo. Figuras ímpares no mundo, quer pelo colorido dos seus trajes quer pelas suas exóticas actuações, sempre envoltas em mistério mas respeitadas por quem as observa.
De origens conturbadas e especulativas (alguns referem a sua origem nos Índios) constituem o fascínio e a atracção curiosa de muitas pessoas, com os seus gritos e enormes saltos. Dão corpo a estas figuras que saem às ruas para “cardar”, os homens, geralmente solteiros, que, em contornos de secretismo e corporativismo, fazem as máscaras e vestes tornando-os irreconhecíveis. É dito que no início dos festejos a carda era real, posteriormente os picos foram substituídos por lixa, e hoje em dia a carda é composta unicamente por duas tábuas lisas.
Os cardadores fantasiam-se com máscaras feitas de pele de carneiro, roupa interior feminina, meias até ao joelho e vários chocalhos amarrados à cintura. Nas máscaras, os olhos são desenhados e pintados com cortiça, o formato do nariz é feitos com panos vermelhos e o bigode com pêlo de rabo de boi. Na parte de trás da máscara, prendem-se as fitas de papel coloridas, curtas e estreitas, denominadas de paródias. Nas costas do cardador são cozidas à sua indumentária, fitas largas e compridas do mesmo papel.
O grupo tem um líder, e este é normalmente o solteiro e cardador há mais anos. Distingue-se dos outros elementos do grupo, por ter chocalhos maiores e um apito (símbolo de liderança com a finalidade de reunião de todos os elementos), maior volume das paródias e pelos seus grandes e vistosos penachos.
Vale a pena uma visita ao corso carnavalesco de Vale de Ílhavo para apreciar estas personagens ao vivo. Aqui fica o nosso convite!
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Fonte: "Viver em", da CMI