quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

CREMAÇÃO

A Igreja proíbe a cremação? Uma leitora escreve: “Qual a posição da Igreja Católica quanto à cremação dos corpos dos defuntos? Julgo que, aqui há uns anos, era contra a cremação. Acontece que, de há pouco mais de um ano a esta parte, sei de casos de crentes e não crentes que optaram por estar forma de ser ‘sepultados’…”
: Numa palavra: Não. A Igreja não é contra a cremação; não proíbe a cremação.Por cremação entende-se a destruição dos cadáveres pela combustão, até à incineração, isto é, a redução a cinzas. A prática da cremação tem vindo a crescer entre nós por diversas razões: promovida nas grandes cidades por falta de espaço nos cemitérios; porque é mais barato cremar do que comprar uma sepultura; ou porque os familiares querem ficar com a memória do defunto através das cinzas ou ainda por razões quase hollywoodescas como lançar as cinzas no mar ou no jardim. A origem da cremação remonta à Antiguidade. Praticava-se (e pratica-se) na Índia e em outras regiões do Oriente. Mas também na Europa. Os soldados gregos e romanos mortos em combate eram cremados, a fim de os seus restos mortais poderem ser sepultados pela família na pátria. As viagens podiam demorar meses e era impraticável viajar com o cadáver. Actualmente, em países como na Alemanha, na Dinamarca ou no Japão, o número de cremações equivale ao de enterros comuns.
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ARTES E OFÍCIOS

11 DE FEVEREIRO


AVEIRO RECEBE FEIRA
DE ARTES E OFÍCIOS

A Câmara Municipal de Aveiro organiza a habitual Feira de Artes e Ofícios que irá realizar-se no dia 11 de Fevereiro, das 8 às 19 horas, nas Praças 14 de Julho e Joaquim Melo Freitas.
De realçar que a Feira de Artes e Ofícios tem por objectivo reavivar tradições e mostrar o que de melhor se faz em artesanato, transmitindo cultura e saberes às gerações mais novas.

CITAÇÃO

O Retiro da Alma Há quem procure lugares de retiro no campo, na praia, na montanha; e acontece-te também desejar estas coisas em grau subido. Mas tudo isto revela uma grande simplicidade de espírito, porque podemos, sempre que assim o quisermos, encontrar retiro em nós mesmos. Em parte alguma se encontra lugar mais tranquilo, mais isento de arruídos, que na alma, sobretudo quando se tem dentro dela aqueles bens sobre que basta inclinar-se para que logo se recobre toda a liberdade de espírito, e por liberdade de espírito, outra coisa não quero dizer que o estado de uma alma bem ordenada. Assegura-te constantemente um tal retiro e renova-te nele. Nele encontrarás essas máximas concisas e essenciais; uma vez encontradas dissolverão o tédio e logo te hão-de restituir curado de irritações ao ambiente a que regressas.
Marco Aurélio
(Imperador Romano),
in "Pensamentos"
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IMAGENS DE AVEIRO


CENTRO CULTURAL UM POUCO ESCONDIDO

Não há dúvida para ninguém de que o Centro Cultural fica um pouco escondido com o hotel que ali espetaram mesmo à sua frente.
Há anos, o antigo edifício da Fábrica Jerónimo Pereira Campos passou a ser um pólo cultural de grande relevo em Aveiro, tal é o conjunto de acções de elevado nível que ali tem lugar.
É um edifício imponente e característico do barro aveirense, com a sua chaminé a sobressair. Antes do hotel, dava gosto apreciar a antiga fábrica. Os aveirenses reviam-se nele. Agora, com o hotel a mutilá-lo, para quem olha de onde eu olhei, dá um pouco de pena. Mas o turismo tem destas exigências. E quem sabe se, à custa dele, o Centro Cultural não passará a ser mais conhecido e mais frequentado. Pode ser.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

MARINA DA BARRA



GOVERNO NÃO FECHA
A PORTA
À MARINA DA BARRA

Bernardo Trindade realçou que um dos objectivos da tutela é «mobilizar esforços para que o turismo náutico seja uma realidade». Daí que não tenha fechado a porta à construção da marina da Barra
O secretário de Estado do Turismo mostrou, ontem, abertura do Governo para a construção da marina da Barra, no concelho de Ílhavo. Bernardo Trindade realçou que um dos objectivos da tutela é «mobilizar esforços para que o turismo náutico seja uma realidade», desde que os empreendimentos previstos sejam criados «dentro da lei». O governante – que falava em Aveiro à margem da cerimónia de entrega do certificado de qualidade à Região de Turismo da Rota da Luz (ver texto na página 3) – afirmou que, salvaguardados os requisitos legais – nomeadamente os que estão relacionados com as questões ambientais – o projecto da marina «pode avançar». «Não vejo por que não», salientou aos jornalistas.

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O BACALHAU

Curiosidades...

O FIEL AMIGO

O bacalhau cresce de forma rápida e reproduz-se – entre Janeiro e Abril - também rapidamente, já que cada fêmea põe, por ano entre 4 a 6 milhões de ovos. Contudo, só cerca de 1% sobrevive e chega à fase adulta. Aos dois anos o bacalhau já tem 50 cm. Vive perto de 20 anos altura em que atinge 1,5m e chega a pesar 50 quilos.
É um peixe estenoterno, o que significa que só pode viver a determinadas temperaturas – frias – pelo que anda em constante rodopio entre a Noruega, Terra Nova, Islândia, Canadá e Alaska.
Os primeiros comerciantes deste peixe foram os Bascos, em redor do ano 1000. Já conhecedores do sal comercializavam o peixe curado, salgado e seco, o que era feito nas próprias rochas, ao ar livre, portanto.
Mas terão sido os Vikings os primeiros a usá-lo na alimentação. Desconhecedores do sal, secavam o peixe em tábuas de madeira até que perdesse a quinta parte do seu peso.
Depois era cortado em cubos que eram guardados para a alimentação.
Os Portugueses são os maiores consumidores de bacalhau do mundo. Contudo, só a partir do século XV o peixe entra na dieta em Portugal, durante o período das Descobertas. Em 1497 os primeiros exemplares são trazidos da Terra Nova.
Em 1508 o bacalhau já representava 10% da alimentação nacional. O Rei D. Manuel I, grande apreciador de bacalhau, criou um imposto sobre a pesca do bacalhau, o chamado “Dízimo da pescaria”.
Este imposto destinava-se a patrocinar expedições para a pesca do bacalhau.
As primeiras frotas pesqueiras de bacalhau eram pertença do Reino e só em meados do século XIX, altura em que o imposto sobre a pescaria foi abolido, se autorizou a que particulares se dedicassem, de igual modo, a este negócio.
As primeiras embarcações privadas eram à vela, feitas de madeira e a pesca fazia-se à linha. Os homens do mar chegavam a trabalhar 20 horas por dia.
O bacalhau foi uma revolução na alimentação, já que na altura em que começou a ser usado os alimentos estragavam-se pelas precárias condições de conservação. A salga e a seca do bacalhau, além de garantirem assim a sua conservação, apuravam o seu gosto.
A disputa entre os países foi tanta, que o peixe esteve na origem de duas guerras, a primeira em 1532 entre a Inglaterra e a Alemanha e, a segunda em 1585 entre a Inglaterra e a Espanha.
Actualmente Portugal importa cerca de 90% do bacalhau que consome, grande parte dele já salgado e seco.
O bacalhau salgado e seco é dos alimentos mais completos, já que conserva toda a qualidade do peixe fresco.
Rico em minerais vitaminas e proteínas, apresenta uma taxa de gorduras de apenas 1gr./ 100 gr. de peso.
Para além do mais, comido da forma mais simples – cozido – é de fácil digestão.
Quando há necessidade de o temperar à mesa, tal deve ser feito com azeite português, virgem, com um grau de acidez nunca inferior a 1º.
Já Eça de Queiroz escrevia que um bom tinto “é um casamento feliz com o bacalhau pela acção do tipo de sabores frutados do vinho o que dá uma sensação gustativa indirecta da doçura que ameniza o gosto oposto salgado do bacalhau”
O vinho alentejano, por mais encorpado, é o ideal para se acompanhar o peixe.
José Luís Gomes de Sá Júnior foi, a certa altura cozinheiro no Restaurante Lisbonense. Aí criou a sua célebre receita, servida pela primeira vez em 1914. Viria a morrer em 1926.
José Valentim, mais conhecido pelo Zé do Pipo, viveu no Porto onde era dono do restaurante com o mesmo nome. A si se lhe deve a confecção do seu prato em que as postas de bacalhau eram cobertas por maionese e depois levadas ao forno a gratinar.
Nos últimos 20 anos, contudo, assistiu-se a uma pesca excessiva do bacalhau, o que motivou que os cardumes fossem substancialmente reduzidos. A modernização da indústria pesqueira não foi alheia a este facto.
O bacalhau tornou-se assim uma espécie em via de extinção o que motivou já que a Comissão Europeia reduzisse drasticamente as quotas de pesca do mesmo, já a partir de 2006.
Contudo, a Noruega, por não fazer parte da Europa comunitária, já disse que não aceitaria esta norma...
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NOTA: Diariamente recebo e.mails com curiosidades e mensagens de variadíssima ordem. Hoje, de alguns amigos, recebi estas curiosidades relativas ao Bacalhau. Porque o Fiel Amigo faz parte da nossa vida, aqui fica o texto que me enviaram.
F.M.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

SAL DE AVEIRO



SAL COMO PRODUTO
AGRO-ALIMENTAR



A futura Associação dos Produtores e Marnotos da Ria de Aveiro vai apostar na classificação do sal das nossas salinas como produto agro-alimentar, considerando esta decisão fundamental para a sobrevivência do salgado aveirense.
Li esta notícia na Rádio Terra Nova e não posso deixar de me congratular por sentir que ainda há gente que acredita nas coisas que nos distinguém.
Manuel Estrela Esteves, presidente da comissão instaladora da futura Associação, garante que o nosso sal é, de facto "excepcional", acrescentando que a associação que representa vai implementar a investigação, o estudo e a divulgação de todas as questões técnicas e científicas respeitantes ao sal marinho artesanal, produzido nas salinas aveirenses.

UM ARTIGO DE ANTÓNIO REGO



OUVIR LIMPIDAMENTE
A CONSCIÊNCIA

Ninguém gosta de perder. E é possível que quem se empenhou emotivamente numa campanha pelo sim ou pelo não ao aborto, se sinta dependente da escolha inicial e não queira, por nada, dar o dito por não dito à última hora: a hora de marcar, na intimidade plena da consciência e no reduto secreto da mesa de voto, a sentença do sim ou do não. Ao aborto.
A campanha tem os defeitos e as virtudes de qualquer campanha. Acende ânimos, suscita paixões, constrói e cega argumentos. E tem muitos efeitos colaterais. Com tudo o que se diz de certo e errado: sobre a mulher, o filho, a ciência, o momento da vida, o embrião, a sua organização como ser, como corpo e pessoa, a perplexidade e razões de aceitar ou rejeitar uma nova vida, a consciência confrontada com os valores que a guiam, o debate entre o marcado pela natureza e o mascarado pela ideologia - tudo isso vem ao de cima num debate onde, por vezes, parece simples um ou outro extremo da resposta à pergunta lançada no referendo. E custa perceber que há tantos amigos, com quem compartilhamos ideais, que dizem exactamente o contrário de nós.
Há elementos extremamente positivos neste todo, vindos de ambos os lados, numa discussão politicamente livre, mas socialmente dependente. Interessa perceber que os cristãos quando dizem não ao aborto se referem essencialmente à intangibilidade da vida humana. Aqui não há subtileza. Não há meia medida. Há consciência. Os contributos científicos ou jurídicos são importantes para o debate, aprendizagem e esclarecimento. Mas não inspiram a decisão final porque essa só por ilusão se esconde ou esquece. E as mulheres – que aparentemente todos pretendem defender - são os seres que, na sua íntima voz, recusam, antes da palavra, qualquer modalidade de aborto. Seja qual for a sua religião, posicionamento de esquerda ou direita, com ou sem radicalidade. Antes do discurso de qualquer político ou entidade religiosa. Está no âmago de todo o ser. É duma evidência entranhada que dispensa demonstração moralista de esquerda ou de direita.
Neste caminho, torna-se complexo envolver o todo num manto político ou ideológico. Está em causa um valor não passível de cálculos, que ultrapassa todos os artifícios que se exibem noutras campanhas políticas. Por isso, mais forte que tudo é a consciência, como voz última, íntima e soberana, que sobrepassa todos os simulacros. Ouvir limpidamente a consciência é escutar o melhor conselheiro da vida.

IMAGENS DA GAFANHA DA NAZARÉ

LIGAÇÃO DA GAFANHA DA NAZARÉ A AVEIRO
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PONTE DE MADEIRA
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A gente mais nova, que hoje circula por pontes de betão, resistentes quanto baste, não faz ideia de como eram as antigas pontes de madeira que ligavam a Gafanha da Nazaré a Aveiro e às praias da Barra e Costa Nova.
Hoje ofereço uma imagem não muito nítida da antiga ponte por onde passavam os gafanhões quando precisavam de ir à cidade.
Por esta ponte passei vezes sem conta, a pé, de bicicleta, de motorizada e de autocarro, quando ia a Aveiro. Quer fizesse sol ou chuva, quer fosse um dia sereno ou ventoso. E quando a estrutura da ponte dava sinais de perigo, os que iam no autocarro tinham de descer e de passar a ponte a pé. O autocarro seguia devagarinho. Quando o perigo era grande, um outro autocarros esperava do outro lado os passageiros.
Na foto, em primeiro plano, está o suporte de início da actual ponte da Friopesca.
F.M.

ARTE NOVA EM AVEIRO

Museu de Arte Nova
de Aveiro abre até ao Verão
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O futuro Museu de Arte Nova de Aveiro, que irá nascer na recuperada Casa Major Pessoa, deverá começar a funcionar até ao Verão. A perspectiva foi traçada por Élio Maia, presidente da câmara municipal, numa altura em que as obras de reconstrução daquele que é um dos mais importantes exemplares de Arte Nova da cidade entraram já na sua recta final. O autarca reconheceu que a empreitada tem sofrido alguns atrasos, muito por força "das exigências técnicas" da intervenção que está a ser levada a cabo.
As perspectivas iniciais apontavam para que os trabalhos de recuperação do imóvel histórico estivessem concluídos durante o ano de 2006, mas a intervenção acabou por se estender no tempo. "Aquela requalificação é extremamente complexa, tem muitas exigências técnicas e houve um conjunto de dificuldades na concretização da obra", aludiu Élio Maia, a propósito da intervenção que espera, agora, ver concluída ainda durante este mês ou em Março.
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Um trabalho da jornalista Maria José Santana
A foto é de Miguel Lemos, de um site de Aveiro
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