domingo, 7 de janeiro de 2007

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 2

AS “CRACKERS”
Caríssimo/a: São 3 horas da tarde, ou, p.m., como dizem. Aqui (na Escócia, em Aberdeen, conhecida por “the granite city” ou “the silver city” e que é considerada “the oil capital of Europe”) já é noite. Ali na carpete brincam o Daniel e a Sara, com o lego, construindo uma quinta. Recordam certamente a tia Susan que, em Gask, com Ian, seu marido, cria galinhas e pratica uma agricultura biológica. Lá estivemos, no Sábado anterior ao Natal, a cumprir um ritual: sempre que vem alguém de Portugal a primeira visita que faz é à tia Susan. Brindaram-nos com a refeição festiva da Escócia (a mesma que apreciaríamos, com ligeiras alterações, no dia de Natal e no Ano Novo). * De início, as “crackers”: imagina um rebuçado redondo aí com uns 30 centímetros de ponta a ponta. Cada pessoa tem direito à sua; constituídos os pares, cada um puxa do seu lado com toda a força que tiver, até se ouvir um estampido seco – TRECK –, é o papel rasgar-se; do cilindro sai um “toy”, uma “joke” e uma coroa de papel colorido que nos apressamos a colocar na cabeça. O “toy”, que traduzo por “brinquedeira”, tanto pode ser um corta-unhas como um sofisticado e minúsculo instrumento musical ou o último modelo de automóvel. A “joke”, anedota ou dito jocoso, é manifestação do fino humor britânico e a ilustrá-lo aí ficam duas que me saíram: “Q.-Why was the computer so tired? A.-Because it has a hard drive.” “Q.- Who is the most famous married woman in America? A. – Mrs. Sippi.” * Veio o salmão: uma delícia. Ao sermos confrontados com uma montanha de “beefdinner” – o prato já preparado e posto à nossa frente – com puré, carne picada, feijão verde, cenoura, … sei lá que mais, tivemos que reconhecer a nossa incapacidade para a trepar: andámos às voltas, pela base, e fomos subindo, libertando o interior. A sobremesa: “clootydumpling” e … “trifle”. Outros nomes, outros sabores. Ah, já me esquecia que, por deferência muito especial, bebemos vinho tinto do … Chile! * Seguiu-se a visita à quinta; a colheita dos ovos (dois) debaixo dos macios onde as galinhas fizeram a postura. Vieram então as palavras do Ian, enquanto dava a comida ao latagão do gato preto e renovava os grãos dos comedouros dos pássaros, e que ainda agora me ressoam nos ouvidos: - Aqui tudo é feliz! Veja, até o gato! * Bom dia de Reis. Manuel

sábado, 6 de janeiro de 2007

UM POEMA DE FERNANDO PESSOA

O INFANTE
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. Deus quis que a terra fosse toda uma, Que o mar unisse, já não separasse. Sagrou-te, e foste desvendando a espuma, E a orla branca foi de ilha em continente, Clareou, correndo, até ao fim do mundo, E viu-se a terra inteira, de repente, Surgir, redonda, do azul profundo. Quem te sagrou criou-te português. Do mar e nós em ti nos deu sinal. Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez. Senhor, falta cumprir-se Portugal!

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In "Mensagem"

IMAGENS DA RIA

COSTA NOVA
COM SUAS CORES
Pintura a óleo de Carlos Fragoso. Trabalho de 1921, com assinatura do autor, no canto inferior direito.
A composição revela-nos um belíssimo conjunto de palheiros da Costa Nova, que delimitam a obra. Predominam as tonalidades frias, em azul, que entram em harmonia com as tonalidades quentes de castanhos e dourados.
Esta peça foi doada ao Museu Marítimo de Ílhavo pelo autor e integra as colecções desde 1934.
Este é mais um bom motivo para visitar o museu ilhavense.
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Fonte: "Viver em", edição da CMI

NAVIO-MUSEU SANTO ANDRÉ

Navio-Museu Santo André

REABERTURA
NO PRÓXIMO SÁBADO
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Concluídos os trabalhos de restauro, o Navio-Museu Santo André encontra-se novamente atracado no Canal de Mira, junto ao Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré, com data de abertura marcada para o próximo dia 13 de Janeiro (Sábado). Nesse dia, e para assinalar a data, o Navio-Museu Santo André encontrar-se-á em regime de Dia Aberto, entre as 14 e as 20 horas. Às 16 horas, assista à apresentação do programa comemorativo dos 70 anos do Museu Marítimo de Ílhavo. Não perca!
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Nota: Ontem passei pelo Navio-Museu Santo André, a que me ligam tantas recordações, desde que este navio chegou à Empresa de Pesca de Aveiro, destinado à pesca do bacalhau. Gostei de o ver já preparado para receber visitantes.
Permitam-me, no entanto, um reparo: a área envolvente, que não é, ao que suponho, da responsabilidade das autarquias, mas sim da APA (Administração do Porto de Aveiro), precisa de ser remoçada. Tal como está, não passa de um espaço morto e abandonado, mesmo à espera de quem olhe para ele. E dele faça, então, um jardim que atraia as pessoas e proporcione, também, condições para os visitantes do Navio-Museu se sentirem bem, antes ou depois da visita.
Falta, de facto, por ali qualquer coisa que torne mais digno todo o enquadramento do Santo André. Os arquitectos saberão melhor do que eu o que é necessário que se faça.
O apelo aqui fica, na esperança de que alguém o leia.
F.M.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

CORTEJOS DOS REIS

GAFANHAS DA NAZARÉ
E ENCARNAÇÃO
CUMPREM TRADIÇÃO
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As paróquias da Gafanha da Nazaré e Gafanha da Encarnação continuam, e bem, a cumprir a tradição. No domingo, dia 7, os Cortejos dos Reis vão animar as ruas daquelas cidade e vila, com os autos de Natal a mostrarem, sem cansar, uma tradição verdadeiramente popular.
Penso que este cunho popular é que garante a repetição, ano após ano, dos Cortejos dos Reis, em favor daquelas paróquias. O povo participa mesmo, quer na preparação dos autos e no ensaio dos cânticos, quer incorporando-se nos cortejos que percorrem as principais ruas das freguesias. E depois, claro, no leilão dos presentes.
Confesso que gosto de ver esta movimentação em torno do Cortejo dos Reis. Não só porque dá vida a tradições com muitas décadas, mas também por unir as pessoas, contribuindo, assim, para a valorização das comunidades cristãs.
Felicito, pois, todos os que cultivam o gosto pela preservação das boas tradições dos nossos avoengos.
F.M.
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Foto do boletim "Viver em", da CMI

BOCA DA BARRA

FUI VER O MAR
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Hoje tive saudades de ver o mar. Numa fugida, fui à boca da Barra para respirar o ar puro que ainda vem do oceano... Foram apenas uns minutos para apreciar a serenidade do mar, que o princípio de tarde, sem vento, proporciona. Outros por lá andavam também. Foi muito bom.
À boca da Barra há sempre barcos que entram e saem, normalmente guiados pelos pilotos.
Nesta foto, pode ver-se a lancha dos pilotos a acompanhar mais um barco que se dirige ao Porto de Aveiro.
Este gosto que tenho de ir ver o mar e barcos que entram e saem não é só meu. Há muita gente que nunca se cansa de admirar esta vida do Porto de Aveiro, com as suas valências comercial, industrial e pesca.
Recomendo a quem anda cansado que saia de casa para ver o mar calmo ou mais agitado. Um e outro emprestam-nos forças para derrubar o stresse.

FILARMÓNICA GAFANHENSE

A Filarmónica Gafanhense, constituída em 1836, é a mais antiga associação do concelho de Ílhavo. Nesta entrevista, Carlos Sarabando Bola, presidente da direcção, traça os objectivos da colectividade
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Filarmónica Gafanhense

FILARMÓNICA GAFANHENSE
DÁ MÚSICA DESDE 1836
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A Filarmónica Gafanhense é a mais antiga colectividade do concelho de Ílhavo. Depois de ter estado relativamente parada, regressou em força ao activo. Como tem sido estes últimos tempos?
Este último ano, 2006, foi um ano de arranque com uma perspectiva de cativar os jovens, de procurar ensinar a mais jovens a cultura musical e, ao mesmo tempo, dar-lhes condições para eles poderem apanhar mais gosto, incentivo e amor à causa que é a Filarmónica Gafanhense, para a desenvolver no seu todo. Uma banda filarmónica requer um número considerável de executantes.
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Neste momento, quantos músicos é que tem a Filarmónica Gafanhense?
Neste momento, já podemos contar com um número de sensivelmente 40 executantes. Em Março de 2006, quando iniciámos o mandato, propusemo-nos terminar o ano com 40 executantes, e conseguimos alcançar esse objectivo. Agora, vamos procurar alcançar o maior número possível de músicos. Temos mais quatro que estão a aprender o solfejo e o instrumento que eles mais gostam, para os podermos integrar na banda.
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Qual a percentagem de músicos jovens?
Cerca de cinquenta por cento dos executantes têm entre 9 e 17 anos de idade, o que nos dá uma satisfação muito grande, embora também nos dê uma responsabilidade maior. Para podermos contar com eles, temos que dar-lhes melhores condições, mas também devemos exigir mais deles, na medida em que cada um deles quer fazer mais por si.
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Leia mais em Diário de Aveiro
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Um trabalho do jornalista Cardoso Ferreira