sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

Um artigo de D. António Marcelino

UM CAMINHO
A ANDAR
COM ALEGRIA
E PACIÊNCIA Todos vamos verificando, de modo muito claro, que as mudanças sociais e, sobre-tudo, as mudanças culturais têm uma enorme influência nos comportamentos das pessoas, dos grupos e das populações. Ia a dizer que quase determinam, irreversivelmente, o modo de agir, de pensar e de viver, tal é o seu peso. Por si, certamente que não determinam, mas apenas condicionam. De outro modo seríamos autómatos cegos, sem qualquer liberdade ou capacidade para influir no processo que nos afecta e mesmo para o condicionar. As coisas vão acontecendo e tocando na vida das pessoas, sem que muitas delas se apercebam que estão sendo moldadas por dentro de um jeito que nem pensam. No seu interior podem coexistir costumes, tradições e valores que ainda têm influência e uma parte do seu mundo vivencial, que já processa sob outras ritmos e batutas. A gente mais nova, porque tem ainda pouca história, já nasce ou nasceu na mudança e, por isso, suporta cada vez menos a influência dos outros por via de autoridade, rejeitada como sinal de ordem e de permanência de critérios. Porém, a sua vida, toda ou quase toda, é soprada e modelada por agentes exteriores que se impõem, apenas porque não aparecem a pressionar. É influência dos afectos, das conveniências, dos gostos, dos sonhos e desejos, que se aparece, em forma de propostas descomprometidas, mas sempre aliciantes, tentadoras e mais fáceis. O mundo dos que ainda se inquietam ou devem inquietar com o que se está passando, penso em muitos pais, educadores, agentes pastorais ou outros de responsabilidade, tanto se sente empurrado para o desconforto e para a incapacidade de reagir, como para se acomodar a atitudes interiores de aceitação acrítica. Há ainda os que, sem visões maniqueístas, procuram manter o discernimento que permite distinguir o que nas mudanças há de bem a reconhecer e a aproveitar, e o que nelas é ambíguo ou mesmo negativo, para ir sempre mais além e influir num novo processo, válido e com futuro. É evidente que ninguém pode reagir sozinho, nem pela força do seu braço. Entra aqui a necessidade, cada vez maior, de se associar, de fazer parcerias, de criar espaços de confronto e de partilha, para não ter de fugir do mundo ou de se isolar, o caminho mais rápido para alguém se tornar um inútil amargurado ou um pateta inconsciente. A Igreja, como todas as instituições mais ligadas à vida das pessoas, está neste mundo em mudança, perante um desafio que os responsáveis não podem iludir, nem deixar que se desvaneça a esperança que a animou com o Vaticano II. Ela tem riqueza interior e experiência histórica que lhe permitem entrar, sem risco de maior, neste mundo diferente. A sua vocação, ao contrário da tendência normal, é menos de conservar do que de encarar outros mundos, com sua mensagem imutável, identificada com uma Pessoa que iluminou a história, venceu o tempo, permanece nova e portadora de vida nova. Não se pode esconder o perigo e a tentação de apenas manter ou de se gastar tempo a exorcizar, quando este é pouco para criar e inovar. A criatividade e a inovação, porém, não são possíveis sem um compromisso pessoal com a verdade em que se crê, até às últimas consequências e, ao mesmo tempo, com a vida que se vive, na dimensão de alegria e de encontro, de sofrimento e de procura, com uma visão optimista do mundo. Pequenos passos, grupos coesos de gente livre, o mesmo rumo e o sentido na acção, paciência a toda a prova, permitem saborear, desde agora, a certeza de que, se não se pode mudar o mundo, que apaixona e desnorteia, pode-se viver nele com alegria, esperança e amor, abrindo caminhos novos, convidativos e possíveis para quem os quiser andar. As pessoas que o comandam semeiam gestos de solidariedade e de paz. As pessoas determinantes, hoje, são cada vez mais as que testemunham esperança e deixam pelo caminho gestos de solidariedade e de paz que todos possam entender.

Um artigo de João Miguel Tavares, no DN

O VATICANO VIRA À ESQUERDA
Deus Caritas Est é a encíclica de um Papa que entendeu e digeriu a secularização do mundo, mas que também vê na falência das ideologias uma nova oportunidade para a Igreja. Nesse sentido, é um documento inteligentíssimo, que evita cuidadosamente todos os temas polémicos que contaminam a relação do Vaticano com a cultura laica para se centrar naquilo que é o fundamento da fé cristã, e que qualquer sociedade civilizada dificilmente rejeitará a necessidade do amor e da caridade.
Na sua primeira encíclica, Bento XVI sublinha o que muitos há muito esperam ouvir. Que o amor carnal (eros) não pode ser separado do amor espiritual (agape), ainda que o eros necessite de "disciplina" e "purificação". Que a Igreja "não pode nem deve colocar-se no lugar do Estado", "mas também não pode nem deve ficar à margem da luta pela justiça". Que a "caridade cristã deve ser independente de partidos e de ideologias", porque é precisamente daí que advém a sua força diante das dificuldades causadas pela "globalização da economia", "a doutrina social da Igreja tornou-se uma indicação fundamental", que pode chegar "muito além das fronteiras eclesiais".
Não admira que a esquerda tenha acolhido a encíclica com entusiasmo. Retirem-lhe as citações bíblicas e muitos dos seus parágrafos poderiam ter sido lidos em voz alta no Fórum de Porto Alegre. Bento XVI cita Santo Agostinho "Um Estado que não se regesse segundo a justiça reduzir-se-ia a um bando de ladrões." Mas ao velho marxismo, que o Vaticano ajudou a enterrar, o novo Papa contrapõe um modelo liberal: "Não precisamos de um Estado que regule e domine tudo, mas de um Estado que generosamente reconheça e apoie as iniciativas que nascem das diversas forças sociais."
Com o mundo num impasse político, entalado entre fundamentalismos vários e um modelo capitalista que agrada a poucos, Bento XVI pressentiu uma janela de oportunidade. Em vez de se ocupar a impor regras morais aos homens, preferiu realçar a necessidade de fazer o bem. Deus Caritas Est é a terceira via do Vaticano uma viragem à esquerda de matriz liberal, com a qual o Papa tenta conquistar um mundo insatisfeito e carente de orientações.

CHOQUE TECNOLÓGICO NOS PAÍSES LUSÓFONOS

Igreja quer levar «choque tecnológico» aos países lusófonos
A Fundação Evangelização e Culturas (FEC), ONGD constituída pela Igreja Católica Portuguesa (Conferência Episcopal e Institutos Religiosos), quer levar o “choque tecnológico” aos países lusófonos.O presidente do conselho de administração da FEC, Pe. José Maia, explica à Agência ECCLESIA que a intenção é “qualificar pessoas para o trabalho com as novas tecnologias”.
A doação de equipamentos seria uma segunda fase do projecto de luta contra a infoexclusão.“A informação e o conhecimento são factores que contribuem para o desenvolvimento e a autonomia. Os povos lusófonos só serão verdadeiramente independentes se tiverem conhecimento”, explica.
A FEC (www.fecongd.net) é uma organização de matriz cristã, que desenvolve projectos de cooperação, com actividades nas áreas de Comunicação Social e Educação. Nesse sentido, o Pe. Maia espera aproveitar a experiência adquirida no terreno para aproveitar as potencialidades das novas tecnologias.“Se houver a possibilidade de começarmos projectos a 500 à hora, em vez de começarmos a 1 à hora, é óptimo”, graceja.
O responsável está consciente das várias dificuldades que se colocam à implementação de projectos tecnológicos nos países lusófonos, em situações muito difíceis, mas não desanima. “Já que estamos a formar directores de escola e professores, queremos ver se é possível incorporar na nossa formação uma vertente informática, para que possam utilizar as novas ferramentas tecnológicas”, assinala.
Assim, a FEC procura parceiros interessados nestes projectos de colaboração, tendo reunido recentemente com responsáveis da Microsoft, na mesma altura em que passava pelo nosso país Bill Gates. Os contactos, contudo, iniciaram-se já há algum tempo, com destaque para o trabalho desenvolvido durante a Cimeira Mundial da Sociedade da Informação, em Tunis, no passado mês de Novembro.
A Fundação trabalha a partir de Centros de Desenvolvimento Educativo, espaços onde a seria possível colocar uma sala dotada de equipamento informático. No futuro, a FEC tem como objectivo “dotar todas as províncias dos países lusófonos” de um projecto piloto, que mostre “aquilo que se pode fazer”, segundo o Pe. Maia.“Não nos podemos resignar a continuar a trabalhar com lápis e quadros pretos”, adianta.
Para além dos equipamentos, a intenção é oferecer “conteúdos programáticos” adaptados a cada país.A estes projectos seria associada aquilo a que a Fundação chama “Radioescola”, como forma de difusão da própria língua portuguesa.
A FEC, nascida na sequência das celebrações dos 500 anos da Evangelização das Igrejas Lusófonas, tem como missão “fomentar, potencializar e coordenar as vontades e os meios da Igreja Portuguesa no seu relacionamento e cooperação com os países lusófonos”.
Congregando bispos, religiosos, paróquias, voluntários em Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné, Moçambique e Timor, a FEC opera como ampla plataforma de dinamização e entendimento para a cooperação entre todos os países envolvidos.
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Fonte: Ecclesia

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006

ÍLHAVO: PROGRAMA VOCAÇÃO 2006

OCUPAÇÃO DOS TEMPOS
LIVRES PARA JOVENS
A ocupação de tempos livres para jovens em tempos de aulas, através de actividades que contribuam para o enriquecimento e para a formação pessoal dos participantes, funcionando em simultâneo como comple-mento académico, está aberto a jovens estudantes com idades compreendidas entre os 14 e os 25 anos, que residam ou estudem no concelho de Ílhavo.
Trata-se de um projecto que envolve diversas actividades , abrangendo áreas tão importantes como Educação, Ambiente, Desporto, Apoio à Juventude, Protecção Civil, História, Património e Animação Cultural.
Para mais informações, contactar a Câmara Municipal de Ílhavo.

DICIONÁRIO DO CINEMA PORTUGUÊS LANÇADO HOJE

Jorge Leitão Ramos recuperou 15 anos de filmes, documentários e carreiras, lançando hoje na Cinemateca Nacional, em Lisboa, o "Dicionário do Cinema Português 1989-2003"
A obra, editada pela Caminho, será apresentada por João Brites e posteriormente será projectado o filme "Vai e Vem", de João César Monteiro (1939-2003), uma das dezenas de personalidades do cinema sobre quem escreveu Leitão Ramos. Este volume, apesar de ser o segundo a chegar ao mercado, é efectivamente o terceiro da série, que começa com "Dicionário do Cinema Português 1896-1961" (em fase de redacção) e prossegue com o "Dicionário do Cinema Português 1962-1988" (lançado em 1989).
Numa nota introdutória, Leitão Ramos salvaguarda que não pretende "abarcar todo o cinema português", mas afirma que "a exaustividade foi uma meta cumprida no que se refere às longas- metragens de ficção (feitas para cinema e televisão)".
O livro inclui informação sobre muitas curtas e médias-metragens de ficção e alguns documentários, além de biografias actualizadas de actores, realizadores, produtores, directores de fotografia, compositores e argumentistas. Para Jorge Leitão, esta obra visa colmatar uma falha de informação, pois assume-se como uma "fonte" sobre a vida e obra de uma série de pessoas ligadas ao ramo.
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BIBLIOTECA COM MUITA FREQUÊNCIA

ALUNOS MADRUGAM PARA CONSEGUIREM UM LUGAR NUMA
BIBLIOTECA DE VISEU Li no Jornal de Notícias e nem queria acreditar. Alunos de Viseu madrugam para con-seguirem um lugar disponível para estudar na Biblioteca Municipal D. Miguel da Silva, em Viseu. Nem queria acreditar, porque sabia que, não há muitos anos, as Bibliotecas das Universidades e outras estavam habitualmente às moscas, quando os bares estavam cheios.
É certo que os tempos são outros, que as Bibliotecas têm agora conteúdos mais actualizados, que se modernizaram a nível do equipamento, que já são lugares apetecíveis e não espaços frios e desconfortáveis. “È cada vez mais difícil descobrir um lugar na Biblioteca, sobretudo em épocas de exames. A solução é ir muito cedo e evitar perder o lugar à hora do almoço”, diz o Pedro, da Escola Secundária Alves Martins.
Ainda bem que as Bibliotecas começam a encher-se. A cultura dos alunos vai mudar, o que será muito bom. F.M.
(Para ler mais, clique aqui)

DIA DOS CONSAGRADOS

Consagrados mostram "Vidas Radicais", no salão da Casa da Cultura, em Aveiro
O Dia dos Consagrados vai ser comemorado no dia 5 de Fevereiro com a exposição “Vidas Radicais”, no salão da Casa da Cultura (Edifício Fernando Távora, junto ao Aveiro Digital), e Eucaristia presidida por D. António Marcelino, na Igreja da Misericórdia, às 16h.A exposição dos Institutos de Vida Consagrada intitula-se “Vidas Radicais” e tem o seguinte programa: 10h - Acolhimento; 11h – Entrevistas “Radicais” a pessoas de Vida Consagrada; 12h – Animação musical com o grupo de rock Sonovox; 14h – Respostas às questões livres da manhã; 15h – Espaço de animação criativa pela comunicação da Palavra.
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Fonte: CV