quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

Um artigo de António Rego

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António Rego
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PROFETAS E CARPIDEIRAS
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Não precisamos perder-nos nas brumas da memória para notarmos que o nosso país se transformou em inumeráveis aspectos. De tal maneira que somos irreconhecíveis em relação ao que éramos há cinquenta anos atrás. Somos o povo que somos, com a nossa história com tons de epopeia e muitos tempos de pequenês e mesmo mediocridade. Ou talvez tudo aconteça ao mesmo tempo porque nunca fomos nem somos uma coisa só. Há, todavia, entre nós críticos profissionais cuja realização consiste em denegrir o que somos, com a petulante referência a estrangeirices como paraísos de referência. De tal forma que qualquer pensamento ou objecto, simplesmente por ser nosso, é intrinsecamente medíocre.
Quem dera que o pessimismo fosse agora meu para nada disto ser verdade. Mas sabemos que uma espécie de fado menor se colou às cítaras plangentes dos críticos que nada mais sabem fazer na vida além de dizer que o mundo, o nosso mundo, vai muito mal.
Na nossa dimensão, temos direito a um lugar digno na Europa e no mundo, sem nos assustarmos demasiado com os espectáculos mediáticos que continuamente se fazem com as nossas fragilidades. Só quem nunca saiu do país ou nunca viu Portugal de fora para dentro pode classificar-nos como um resto de tabela sem glória nem horizonte. O grito pela nossa dignidade, sem esconder as carências, deve estimular o que somos capazes de construir.
Em boa verdade, com o nosso estilo e à nossa maneira, temos edificado história e vencido adamastores de subdesenvolvimento, medo, ignorância, insalubridade e atrasos de toda a ordem. No meio de crises e fraquezas infindas, muitas geradas pela nossa colagem a um mundo que não goza de grande saúde, ganhámos um estatuto de parceria com muitos povos e nações.
Precisamos estimar-nos, sem projectos megalómanos, sem nos deixarmos guiar por quem se sente envergonhado pela pertença a um país como o nosso.
Fazem mais falta os profetas que as carpideiras.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

Ano dos desertos e da desertificação


Um artigo de Alexandre Cruz




Educar para a preservação da natureza será hoje dos desafios grandiosos à nova geração que nasce com quase tudo inventado e comprado




1. Talvez agora, em tempo de inverno frio e às vezes molhado, não nos apercebamos de todas as consequências da seca, e já tenhamos mesmo esquecido que há alguns meses andávamos aflitos, por todo o lado, à procura da água. Se uma certa e estudada desorientação do clima vai sendo sinal da nossa menos cuidadosa interferência na natureza, cabe-nos agora apurar, no máximo possível, a nossa própria sensibilidade de zelo para com o ambiente, fazendo mesmo sentido perguntarmo-nos como estamos a aguardar a água que no verão tanta falta nos vai fazer. Poupamos e guardamos a água – um bem vital! -, ou deixamos que corra rio abaixo para o mar salgado, continuando a não administrar convenientemente um precioso bem natural? A pergunta (possivelmente) será retórica, pois não temos “onde” fazê-lo (para além das albufeiras) e somos dos que mais confiamos no ‘desenrasque’ da hora aflitiva… Às vezes confiamos demais no São Pedro das chuvas (quando ele nos aconselha a gerirmos bem a vida e a guardarmos a preciosa água)!... Talvez, a este respeito, seja por termos o imenso mar sempre aqui ao lado, nação de longa e afectiva costa que fez sonhar além-mar navegadores e poetas, mas país que ainda não captou todas as mil possibilidades do mar, até como fonte de possível água potável que poderia fazer de nós um lindo jardim apetecível da Europa!
2. Não falamos dos desertos por influência do rali Dakar, que mostra ao mundo as belíssimas paisagens de um ecossistema tão especial como o deserto. Apercebendo-se das grandes e graves questões da desertificação à escala global, e como ponto de confluência de questões sociais, a ONU proclamou (em 17 de Junho 2005, no Dia Mundial do Combate à Desertificação) 2006 como o Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação (http://www.iydd.org), declarando “a desertificação como uma das formas mais alarmantes de degradação do ambiente”. Pretende ser este ano uma oportunidade de alerta da população mundial sobre o aumento do número de desertos no mundo, na promoção dos meios de salvaguardar a biodiversidade das regiões áridas (que constituem um terço do planeta), e dinamizando a protecção do conhecimento e cultura de mais de dois biliões de pessoas que são afectadas pela desertificação. Falar da falta de água potável (em mais de um quarto da população mundial), da redução do alimento disponível, da pobreza, fome,… é hoje, pelas agravadas consequências da crescente desertificação, levantarmos a questão cada vez mais premente do futuro em termos de desenvolvimento humano que se procura equilibrado, justo e harmonioso. Quer nas causas quer nas consequências, falar de questões ambientais e do desenvolvimento sustentável, é aproximarmo-nos das grandiosas questões humanas que desafiam este século, e diante disto ninguém pode ficar indiferente.
3. Educar para a preservação da natureza, numa sensibilidade de quem sabe gerir e economizar, pelo “sentido do outro”, da luz eléctrica acesa ao copo de água no lavar dos dentes (como se falava no verão seco!) será hoje dos desafios grandiosos à nova geração que nasce com quase tudo inventado e comprado. Mas nenhum dinheiro pagará o que se gasta e se põe fora em excesso (até em comida?...), quando toda a falta faz às pessoas como nós que secam nos desertos da indignidade humana… Sendo certo que as alterações climáticas em realização falam-nos de todas as incertezas quanto ao futuro, também é verdade que a especial sensibilização deste ano poderá despertar mais os compromissos anti-desertificação. Também para o nosso próprio país litoralizado, na promoção de mais equilíbrio num mapa que hoje nos mostra um interior desértico… Kofi Annan, Secretário-Geral da ONU sublinha que espera ao longo deste ano “trabalhar em conjunto com os Governos, sociedade civil, sector privado, organizações internacionais, entre outros, para focarmos a nossa atenção neste assunto crucial, tentando inverter a situação da desertificação e direccionar o mundo para um caminho mais seguro e sustentável que visa o desenvolvimento”.
4. Quanto a nós, pelas mais variadas razões e também por falta de visão e concertação colectiva, é uma sensação de abandono…vermos mais de duzentas escolas primárias a fechar e algumas freguesias de Portugal a terminarem a sua história nacional (estando algumas já há bons anos compradas por holandeses, alemães, ingleses). Será problema demográfico (a vida modificou-se), também é certo. Mas, imersos na cultura (das corridas loucas) da Cidade, terá sido défice de estratégia a longo-médio prazo. Que 2006 seja ano de retardar o deserto, reinventando o gosto da interioridade. Até porque a água de alguns rios nasce lá e na sua pureza original propõe-nos mais saúde e maior preservação ambiental. O que nos será possível a este respeito para que a secura não avance?... Temos de estar prevenidos, pois tal como a grande floresta verde atrai a chuva, do mesmo modo o abandono atrai deserto!

CARTÃO AVEIRO PASS

CÂMARA E ROTA DA LUZ
APRESENTAM "CARTÃO
AVEIRO PASS"
A Câmara de Aveiro e a Região de Turismo da Rota da Luz vão divulgar em conjunto o "Cartão Aveiro Pass". Trata-se de um cartão com dimensão idêntica à do cartão de crédito, que permite descontos em espaços comerciais, atracções e serviços turísticos. Além de conceder facilidades em serviços como o alojamento, o transporte, a animação, o artesanato, o desporto e o lazer, o "Cartão Aveiro Pass" estará disponível nas modalidades de 24 horas, nas valências individual (10 Euros)e familiar (20 Euros); e de 48 horas, individual (17,50€) e familiar (30,00€).
Fonte: Rádio Terra Nova

ECUMENISMO: Um texto do Correio do Vouga

Um longo caminho
para a unidade
1740 – Na Escócia, nasce um movimento pentecostal com ligações à América do Norte, cuja mensagem para a renovação da fé faz apelo à oração por todas as Igrejas, e com elas.
1820 – O reverendo James Haldane Stewart publica: “Conselhos para a união geral dos cristãos, com vista a uma efusão do Espírito” [Hints for the outpouring of the Spirit].
1840 – O reverendo Ignatius Spencer, um convertido ao catolicismo, sugere uma “União de oração pela unidade”.
1846 – Nasce a Aliança Evangélica Mundial, que reagrupa protestantes, independentemente das suas confissões particulares.
1848 – De regresso a Roma, depois de um exílio forçado, o Papa Pio IX escreve uma carta aos patriarcas do Oriente dizendo: “Voltai, respeitaremos os vossos ritos, os vossos costumes, mas voltai à Mãe-Igreja”, frase que sintetiza a visão católica da época, segundo a qual os outros é que têm de regressar.
1867 – A primeira Conferência de Lambeth (residência do bispo de Londres) reúne representantes de todas as igrejas anglicanas no mundo. A conferência repete-se de dez em dez anos.
1890 – O padre Fernando Portal encontra por acaso, na Ilha da Madeira, o anglicano Lord Halifax. Simpatizam um com o outro e iniciam um diálogo que leva o padre católico a fundar a “Revista Católica das Igrejas” para a convergência de mentalidades. Com algumas vicissitudes, o padre continua o seu esforço, que culmina nas conferências de Malines (1921-1925).
(Para ler mais, clique aqui)

SECA EM PORTUGAL: PREJUÍZOS CONTINUAM A SER CONTABILIZADOS

Prejuízos associados à seca ascenderam a 286 milhões de euros
Os custos associados à seca que atingiu Portugal em 2005 foram superiores a 286 milhões de euros, sendo quase metade deste valor atribuído à quebra na produção hidroeléctrica, segundo dados hoje divulgados pela Comissão para Seca 2005. Uma das principais preocupações resultantes da seca deveu-se ao facto da produção de electricidade ter ficado fortemente dependente dos combustíveis fósseis para compensar a quebra das centrais hídricas.Actualmente, esse impacte é de 133,5 milhões de euros, mas deverá atingir até ao final do ano 182 milhões de euros, sem contar com os custos relacionados com as emissões de dióxido de carbono (CO2).
O impacte das emissões será mais visível no final de 2007, quando for feito o balanço do dióxido de carbono emitido pelas centrais do sistema electroprodutor português, refere o relatório da Comissão para a Seca 2005.
(Para ler mais, clique PÚBLICO on-line)

Pintura de Cimabue

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A Virgem, Galeria degli Uffizi,
Florença
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CIMABUE: UM PRECURSOR
DA PRIMEIRA RENASCENÇA
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Cimabue (1240 - 1302) foi o último grande artista da tradição Bizantina e o precursor da primeira Renascença. Conhece-se pouco da sua vida, carregada de lendas, mas ainda hoje é admirado pela firmeza expresiva dos seus traços e cores.
Dante considerou-o o maior pintor antes de Giotto. Em Florença, Itália, pode ser apreciada a sua arte, cujas cópias foram espalhadas pelo mundo.

ECUMENISMO: UM ARTIGO DE FREI BENTO DOMINGUES, NO PÚBLICO

ESCUTAR
CAMINHANDO 1. Hans Küng, o grande teólogo de Tubinga, resumiu numa fórmula lapidar o percurso de uma vida de investigação e de encontros dedicada a lançar pontes em todas as direcções: “Não haverá paz entre as nações, se não existir paz entre as religiões. Não haverá paz entre as religiões, se não existir diálogo entre as religiões. Não haverá diálogo entre as religiões, se não existirem padrões éticos globais. O nosso planeta não irá sobreviver, se não houver éthos global, uma ética para o mundo inteiro” (1). Se muito caminho já foi percorrido no diálogo ecuménico, muito mais falta ainda por andar até chegarmos a um ecumenismo universal, como lhe chamou Fernando dos Santos Neves, reitor da Universidade Lusófona (2). A palavra “ecumenismo” começou por designar o esforço desenvolvido pelas diferentes confissões cristãs a fim de obter a reunião da cristandade dividida. As origens do movimento ecuménico situam-se nos inícios do século XIX, em 1805, com o pedido do missionário baptista William Carey de se criar uma “associação geral de todas as denominações cristãs existentes nas quatro partes do mundo”. Este pedido e proposta nasciam da base, nos ambientes missionários protestantes, envolvidos sobretudo na África e na Ásia, onde era mais visível o contratestemunho dos cristãos que pretendiam pregar o mesmo Jesus Cristo, mas uns contra os outros. A Assembleia de Edimburgo de 1910 marca o início oficial do movimento ecuménico. As jovens Igrejas cristãs da África e da Ásia tomaram uma posição muito clara: “Fostes vós que nos enviastes os missionários que nos fizeram conhecer Jesus Cristo. Não podemos fazer outra coisa senão agradecer-vos. Mas trouxeste-nos também as vossas diferenças e divisões. (…) Continuai a pregar o Evangelho, mas deixai a Cristo Senhor o encargo de suscitar, Ele próprio, no meio dos nossos povos, sob a solicitação do seu Santo Espírito, a Igreja conforme à sua exigência, que será a Igreja de Cristo (…) libertada finalmente de todos os “ismos” com que classificastes a pregação do Evangelho no meio de nós.” Apesar de todos os esforços, só em 1948 foi possível realizar, em Amesterdão, a primeira Assembleia Geral do Conselho Ecuménico das Igrejas (CEI), do qual a Igreja Católica romana não fazia parte. A viragem ecuménica decisiva desta realizou-se no Concílio Vaticano II (1962-1965). São datas decisivas, mas não suficientes para conseguir a unidade das Igrejas cristãs. A unidade, como mostra o grande teólogo dominicano Yves Congar, só poderá ser realizada na diversidade. Em 1983, Heinrich Fries e o jesuíta Karl Rahner lançaram um corajoso e discutido projecto: União das Igrejas – possibilidade real. Na opinião dos seus autores, o ecumenismo tornou-se uma questão de vida ou de morte para a cristandade. O que está em jogo é a própria identidade cristã: hoje em dia, são questionadas e desafiadas não as diversas confissões individualmente tomadas, mas o ser cristão, a fé em Deus, o sentido da vida e da morte. O projecto é anunciado e argumentado em oito teses que não vamos discutir aqui. Já não estamos com uma urgência derivada do mau testemunho dado na Ásia e na África, como diziam as Igrejas jovens no século XIX. Agora, o escândalo é outro: há discussões intermináveis para realizar acordos parciais, esquecendo a própria missão da Igreja no mundo contemporâneo. Parecem aquelas famílias que, por causa da repartição das heranças, acabam por se afastar. Todas as Igrejas deviam saber que são provisórias e já têm elementos comuns suficientes para poderem testemunhar do essencial, deixando a cada uma o direito à sua diferença. 2. Pouco a pouco, desenvolveu-se a consciência de que ser cristão só pode significar ser ecuménico e não, apenas, no âmbito das Igrejas cristãs. Mas estas, para serem ecuménicas, têm de despertar para uma consciência global. Se as Igrejas cristãs se devem escutar umas às outras, devem também aprender umas com as outras a descobrir e a escutar o mundo das religiões não cristãs. Por seu lado, as Igrejas e as religiões devem aprender a escutar o mundo dos agnósticos e ateus, o mundo dos sem-religião. Nada disto é linear. Dentro de cada Igreja e de cada religião há várias tendências e vários grupos, há conflitos mais ou menos profundos, por vezes, hostilidades, por razões de sensibilidade, de doutrina e de comportamentos ético-social. Dir-se-á que não se pode andar a dialogar com as outras Igrejas e religiões e não ter vontade nem paciência para as divergências no interior do próprio grupo confessional. Importa não esquecer que as únicas fronteiras não são as das instituições religiosas. Muitas vezes, sentimo-nos mais perto de pessoas e grupos de outras religiões, ou sem religião, do que de grupos e pessoas da confissão religiosa a que pertencemos. Muitas e variadas são as tarefas e os caminhos do ecumenismo. Não podem ser confiados, apenas, às burocracias das instituições nem à espera das conclusões doutrinais dos especialistas. Os caminhos do ecumenismo são os da conversão da inteligência e do coração, ajudados pela oração comum e pelo trabalho em função dos mais carenciados, a nível local e mundial. O que mais dificulta o diálogo – seja com outras Igrejas cristãs, com outras religiões ou com os sem-religião – é a ideia de que já tudo é claro no interior da própria confissão religiosa e de que só por cortesia vale a pena escutar as outras religiões ou os sem-religião. Por exemplo, quem, no campo cristão, supõe que sabe quem é Deus, o que é a criação, a incarnação, a redenção, a vida depois da morte. Se não entrarmos por uma linha simbólica que ajude a viajar sempre para novas paragens, ficaremos bloqueados para caminhar com os outros porque estamos parados dentro de nós. (1) Hans Küng, Religiões do Mundo. Em busca dos pontos comuns, Lisboa, Multinova, 2005. (2) Fernando dos Santos Neves, Do Ecumenismo Cristão ao Ecumenismo Universal, Lisboa, Edições Universitárias Lusófonas, 2005. NB: Artigo publicado no “PÚBLICO” do passado domingo.

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

"AMAI-VOS UNS
AOS OUTROS
COMO EU
VOS AMEI" De 18 a 25 de Janeiro, vai decorrer a Semana de Oração pelo Unidade dos Cristão. Por todo o mundo, não hão-de faltar momentos de oração em comum, num sinal claro de que há crentes que acreditam na possibilidade de todos anunciarem, sobretudo pela vida de todos os dias, o Salvador único, que é Jesus Cristo. Já lá vai o tempo em que se esperava que havia de chegar a hora de todas as Igrejas cristãs se unirem sob a autoridade do Papa; hoje, apenas se espera que cada uma preserve a sua identidade, dando testemunho do amor fraterno, não só para com os seus irmãos cristãos, mas para todos os homens e mulheres do mundo, independentemente das religiões que professem. Sei que é muito bom que todos saibamos e queiramos rezar pela unidade dos cristãos, unidade que se há-de manifestar no cultivo do amor a Deus e a toda a gente, mas também sei que se torna urgente avançar para formas de cooperação e de partilha de ideias e de projectos, sempre na defesa de valores que nos são comuns: os valores da verdade, da justiça, da paz, da fraternidade, da vida, da democracia, da liberdade e do amor. Nessa linha, neste meu espaço, procurarei divulgar, durante esta semana, mas não só, os sinais ecuménicos mais relevantes: sinais que possam inspirar-nos a prosseguir na caminhada da unidade, unidade que se há-de traduzir na aplicação do mandamento do Senhor – “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. F.M.

terça-feira, 17 de janeiro de 2006

SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS

UNIDADE DOS CRISTÃOS
NO CENTRO DA SEMANA DE ORAÇÃO
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Inicia-se amanhã o oitavário
ou Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos
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A Santa Sé disponibiliza, na Internet, os textos preparatórios para a celebração de 18 a 25 de Janeiro.
A Semana de Oração em 2006 terá como tema: "Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, Eu estarei no meio deles" (Mt 18,20). O Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos e a Comissão "Fé e Constituição" do Conselho Ecuménico das Igrejas publicaram textos de reflexão e oração "como convite para se encontrarem outras ocasiões, ao longo do ano, de expressar o nível de comunhão das Igrejas e orar juntas para chegar à plena unidade desejada por Cristo".
No documento preparatório, lê-se: "O que nos une é muito mais forte do que o que nos separa - eis a grande descoberta, que está na origem do movimento ecuménico. O elemento mais importante da unidade consiste na presença de Cristo ressuscitado, que prometeu aos seus discípulos que estará com eles até o fim dos tempos."
O texto preparatório para Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos foi elaborado, este ano, por um grupo ecuménico de Dublin (Irlanda), composto por representantes ortodoxos, copta-ortodoxos, metodistas, presbiterianos, católicos, luteranos e da Igreja Católica na Irlanda.O documento pode ser encontrado em
Tradicionalmente, a Semana de oração pela unidade dos cristãos é celebrada de 18 a 25 de Janeiro. Estas datas foram propostas no ano de 1908 por Paul Wattson de maneira a cobrir o período entre as festas de São Pedro e de São Paulo. Esta escolha tem portanto um significado simbólico. No hemisfério Sul, onde o mês de Janeiro é um período de férias de Verão, preferiu-se adoptar uma outra data, por exemplo nas proximidades de Pentecostes (sugestão do movimento Fé e Constituição em 1926) que representa também uma outra data simbólica para a unidade da Igreja.
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Fonte: Ecclesia
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NB: Amanhã publicarei neste meu espaço o artigo de Frei Bento Domingues, sobre este evento, publicado no "PÚBLICO, no passado domingo.

PRIMEIRO DOCUMENTO DE BENTO XVI

Papa dedica primeiro
documento doutrinário
ao «amor cristão»
O primeiro documento doutrinário do Papa Bento XVI é dedicado à caridade cristã, enquanto exigência de uma sociedade mais justa. O texto do Sumo Pontífice - que será oficialmente conhecido no final desta semana - toma como tema a epístola de S. João sobre «o autêntico amor cristão», soube o EXPRESSO junto de fonte do Vaticano. Assumindo a sua formação teológica, Bento XVI dedica a maior parte do documento - que terá apenas 46 páginas, contrariando a tradição das longas encíclicas de João Paulo II - a uma interpretação actualizada sobre o centro da vida cristã, «o autêntico de Deus», que no entender do papa-teólogo «não é uma ideologia». Contudo, Bento XVI nesta primeira encíclica - com o título «Deus Caritas Est» (Deus é Amor) - insiste que as organizações caritativas católicas terão, nas suas diversas actividades, de ter sempre como exigência moral a necessidade de «sociedades mais justas». Mário Robalo
Fonte: "Expresso on-line"

MIGUEL TORGA MORREU HÁ 11 ANOS

Miguel Torga



CORDIAL 

Não pares, coração! 
Temos ainda muito que lutar. 
Que seria dos montes e dos rios 
Da nossa infância 
Sem o amor palpitante que lhes demos 
A vida inteira? 
Que seria dos homens desesperados, 
Desamparados 
Do conforto das tuas pulsações 
E da cadência surda dos meus versos? 
Não pares! 
Continua a bater teimosamente, 
Enquanto eu, 
Também cansado 
Mas inconformado, 
Engano a morte a namorar os dias 
Neste deslumbramento, 
Confiado
Em não sei que poético advento 
Dum futuro inspirado. 

Coimbra, 30 de Janeiro de 1991 

In “Miguel Torga – Poesia Completa”

NB: Para conhecer melhor o grande poeta Miguel Torga, que faleceu em 17 de Janeiro de 1995 e que foi sepultado na sua terra natal, S. Martinho da Anta, junto dos pais e da irmã, clique aqui)

PRESIDENCIAIS: A OPINIÃO DE MARCELO, NA RTP

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Marcelo Rebelo de Sousa
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VAMOS ENTÃO ÀS PRESIDENCIAIS
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Ainda faltam cinco dias até ao termo da campanha, depois um dia de reflexão e o dia de voto. Começando com Garcia Pereira chegou tarde, não teve debates, teve entrevistas, fez a melhor campanha que lhe conheço desde que foi candidato a vários cargos. Foi a melhor no discurso, na ponderação, na sensatez e no posicionamento. Curtinha, mas boa.
(Para ler a opinião de Marcelo Rebelo de Sousa, clique DN)

Pintura de Almada Negreiros

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Primeiro estudo para a decoração do proscénio do
Teatro Muñoz Seca de Madrid (1929)
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ALMADA NEGREIROS:
ARTISTA POLIVALENTE
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Almada Negreiros, que nasceu e faleceu em Lisboa (1893 e 1970), dedicou toda a sua vida à arte. Foi poeta, teatrólogo, romancista, desenhador e pintor, tendo atingido altos níveis em tudo o que se envolveu, nos mais diversos domínios artísticos. Este estudo foi elaborado para decorar o proscénio do Teatro Muños Seca de Madrid, em 1929, revelando, como em tantas outras das suas obras, um realismo mágico e cheio de geometrias, que justifica a admiração e a consagração que recebeu ainda em vida.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

MAIORIA DE CRIANÇAS FORA DA ESCOLA SÃO MENINAS

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CENTO E QUINZE MILHÕES
DE CRIANÇAS, NO MUNDO,
NÃO FREQUENTAM A ESCOLA PRIMÁRIA
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Cento e quinze milhões de crianças em todo o mundo, a maioria do sexo feminino, não frequentam a escola primária, assinala um relatório da UNICEF sobre os desequilíbrios no acesso à educação de rapazes e raparigas. De acordo com o relatório da organização das Nações Unidas dedicada às crianças, divulgado em Pequim, 46 países estão abaixo da meta de paridade estabelecida para 2005 e noutros o número de crianças na escola continua "inaceitavelmente baixo". A UNICEF estima que apenas os Camarões, o Gabão, o Gana, a Mauritânia e São Tomé e Príncipe poderão alcançar a paridade nas escolas em 2015.
(Para ler mais, clique SOLIDARIEDADE)

SÍMBOLOS NACIONAIS

OS SÍMBOLOS DA PÁTRIA
DEVIAM MERECER-NOS
O MAIS PROFUNDO RESPEITO
Desde muito novo, fui educado no respeito pelos símbolos nacionais. Em pequeno, para mim, Pátria era o Chefe de Estado, a Bandeira e o Hino Nacionais. Quando os via, apoderava-se de mim um sentimento profundo de admiração, de contemplação, por ver neles significados que nem sabia explicar, de tão profundos eles serem. O mesmo se passava comigo no que diz respeito à religião. O Papa, o Bispo e o meu Prior eram a Igreja Católica, que devíamos amar sem condições. Hoje tudo é diferente, eu sei, mas também sei que há símbolos que deveriam manter-se sempre numa posição elevada, para que infundissem respeito a todos. Acho que os símbolos da Pátria podiam, portanto, ser olhados desse modo. Presentemente, no que diz respeito aos símbolos pátrios, continuo a nutrir por eles grande veneração. Mesmo quando o Presidente da República não mereceu o meu voto na hora da eleição, nem assim deixo de o respeitar com toda a sinceridade. E o mesmo se passa com a Bandeira Nacional, que até houve outras muito mais bonitas, e com o Hino Nacional, que inclui na letra versos sem sentido para os nossos dias. Aqui, partilho da ideia do escritor Alçada Baptista, quando defende que a letra do Hino deveria ser revista. Para quê, por exemplo, versos que incitam “às armas” e a lutar “contra os canhões”, quando todos devemos pugnar pelo pacifismo?
Quanto à Bandeira Nacional, choca-me vê-la esfarrapada por aí. A onda do Europeu de Futebol conseguiu acicatar os ânimos dos portugueses e muitos, mas mesmo muitos, mostraram o seu patriotismo içando bandeiras por qualquer canto, nos sítios mais incríveis, deixando-as depois ao abandono. Que bom seria se todos canalizassem o seu amor à Pátria para outros fins, bem mais urgentes do que ganhar um campeonato de futebol. Mas enfim. Vem isto a propósito de um anúncio publicitário que é envolvido, na televisão, pelo Hino Nacional. Não me parece bem. Já viram como se abriu um precedente que pode levar a resultados muito tristes? E se qualquer dia uma marca de cerveja, de vinho, ou de outra coisa qualquer resolver aproveitar o Hino para as suas campanhas publicitárias? E se outros comerciantes ou industriais habilidosos também quiserem pegar na Bandeira Nacional para promover os seus produtos? E se uma marca de óculos ou de chapéus se lembrar de dizer que o Presidente da República os usa no seu dia-a-dia? Aqui talvez possam dizer: isso é impossível porque não se pode brincar com uma pessoa, que por sinal é o Presidente da República. Mas poderemos, então, utilizar os outros símbolos da nossa Pátria, sem regras?
Penso, com toda a consideração que tenho pelas ideias dos outros, que os símbolos nacionais nos deviam merecer o mais profundo respeito e veneração. Fernando Martins