terça-feira, 29 de novembro de 2005

PORTUGAL SOLIDÁRIO

BANCO ALIMENTAR CONTRA A FOME
RECOLHE 1500 TONELADAS DE ALIMENTOS No último fim-de-semana, o BANCO ALIMENTAR CONTRA A FOME recolheu, em todo o País, cerca de 1500 toneladas de alimentos, sobretudo junto das superfícies comerciais. Isto corresponde a mais 19 por cento do que no ano passado, o que prova, à saciedade, que os portugueses, apesar da crise, são bastante solidários. Nesta operação envolveram-se 11 mil voluntários, muitos dos quais dedicaram os seus dois dias de folga ao trabalho de recolha de produtos alime
ntares, que vão beneficiar mais de 203 mil pessoas, através de 1148 instituições, que bem conhecem as famílias carenciadas. Penso que é bom sublinhar esta faceta solidária do povo português, quando chega a hora de ajudar os mais pobres. E é o mesmo povo que, quantas vezes na sombra e por respeito ao conselho evangélico – “Que não saiba a tua mão esquerda o que dá a tua mão direita” –, sempre está atento a quem precisa do apoio na hora certa. F.M.

Um artigo de António Rego

O tabu do Além
Há livros que leio por dever, desde que a leitura não constitua um pesadelo de paciência. Não é o caso de Saramago. Leio por dever mas gosto da sua escrita, ainda que revele uma concepção do mundo e da vida estruturalmente oposta à minha.
Das Intermitências da Morte, direi que se trata de um singular Adagio duma encantatória peça musical. A história decorre num país bem semelhante ao nosso, onde a morte suspende a sua espada, a retoma e, por fim, se engana e demite por vulgares razões de alcofa. Uma viagem fantástica, inteligente, íntima, com o leitor pela mão a ser envolto pela ironia, sarcasmo, surpresa, magnitude das palavras nos lugares e gestos comuns.
Sempre a morte e a sua ausência exploradas pelo negócio, pelo poder político, económico e religioso, sem esquecer a máfia que joga com ela como joga com a vida. A morte como objecto simplesmente pragmático.
Mas também algum azedume, numa espécie de coração seco, amargurado, vedando qualquer passagem ao além. O máximo que se permite a Deus é que seja escrito com minúscula ou que escape nalguma expressão incontida. A orquestra do mundo – com o violoncelo incluído – não tem conserto. Não passa duma montanha de acasos onde impera mais a fatalidade das sequências energéticas – porventura cegas – que um acto de inteligência doce e humano com um projecto sobre a vida.
Ficam longe as grandes questões da vida e da morte. Mas a narrativa dos factos menores e soltos, conduz à suspeita de que nem vale cansar a cabeça com tais questões.Qualquer autor tem direito a ir onde as letras o levam. Mas nestas Intermitências, dói percorrer um país como o nosso e lá só encontrar becos. Com medo de existir.
Não sei se aqui se inscreve (na expressão densa de José Gil), o ofício que mandou retirar os crucifixos das escolas. A seguir deverá sugerir-se a demolição do Mosteiros dos Jerónimos ou Alcobaça, a Igreja de São Roque... e milhares de símbolos patrimoniais cristãos que estão patentes no nosso país. Ficaria, para memória, sei lá, a Casa dos Bicos a que seria melhor chamar Casa dos Becos. Bastaria, para isso, um ligeiro retoque na Constituição.

domingo, 27 de novembro de 2005

Um artigo do padre José Maia, no SOLIDARIEDADE

Posted by Picasa Irmã Maria Isabel Monteiro
IPSS: MOVIMENTO SOCIAL?
Apesar de, após a minha retirada de presidente da ex-UIPSS, me ter abstido de comentar factos ou notícias relacionadas com as IPSS e a sua CNIS, entendi que desta vez e através desta coluna no SOLIDARIEDADE, me assiste o direito e o dever de me pronunciar sobre um facto que ocorreu e teve bastante repercussão na comunicação social, a saber: a referência a um estudo efectuado no tempo da ex-UIPSS e continuado já na vigência da actual CNIS, através do qual foi possível compreender melhor, tanto as pobrezas e exclusões com que se debate o país, como a imagem que as populações têm das IPSS na sua forma de contrariar e/ou lidar com estes fenómenos.
O comentário a este estudo ocorreu a propósito do dia da Pobreza, data em que todos os anos quase sempre as mesmas pessoas acabam por declarar normalmente as mesmas coisas. Foi para mim uma grata surpresa verificar que a CNIS e pessoas ligadas a este estudo, com especial menção para a Irmã Isabel Monteiro e a equipa de investigadores que com ela deram execução a um protocolo oportunamente celebrado entre a então UIPSS e uma Instituição de Solidariedade, através da qual esta Irmã Doroteia tem vindo a realizar vários iniciativas neste domínio, validaram este projecto que transitou da anterior gestão da UIPSS. Aliás, o próprio Presidente da República, conhecedor deste iniciativa da CNIS e do papel desta Irmã Religiosa e sua Equipa, entendeu dar um sinal público do seu apreço por este trabalho de investigação, outorgando-lhe uma comenda.
A ressonância que as conclusões desta investigação mereceram na comunicação social é a prova de que as IPSS, para além do seu trabalho no terreno, cooperando com o Estado na prestação de respostas sociais a pessoas e comunidades carenciadas de solidariedade, deverão assumir-se também como "movimento social", estudando, alertando e denunciando o que na organização da vida económica, social e política do país possa ser gerador de tais problemas e exclusões.
Sou dos que defendem que as IPSS, "na credibilidade e capacidade de adequação e inovação das suas respostas adquirem autoridade moral para fazer denúncias".
Felicito os investigadores pelo seu trabalho e espero que cada Instituição, as Uniões de Instituições e a própria Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social façam uma boa e eficaz gestão dos dados recolhidos por este estudo.
Uma vez que ele é propriedade da CNIS, podem certamente as Instituições ter acesso às suas conclusões de forma a poderem, com base nelas, tomar as adequadas iniciativas sociais nas suas áreas de actuação. Bastará apenas, suponho, requisitá-lo à CNIS .
Vamos a isso!
Fonte: Solidariedade

Um poema de Teixeira de Pascoaes

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O CÉU Ó céu profundo e virgem; Val de estrelas em flor onde murmura a origem Das almas e das cousas… Refúgio azul das lágrimas saudosas Que alumiam a face do Senhor, Infinita e invisível como a dor! Tudo o que vai da terra encontra-se no céu; O riso que se apaga, a cor que anoiteceu E o canto que fechara os olhos, moribundo… É o ar que Deus respira a dor que exala o mundo. In “A Poesia de Teixeira de Pascoaes”, prefaciada por Jorge de Sena, Brasília Editora :: NB: Extraí este texto da revista XIS desta semana. E faço-o para sublinhar a sensibilidade da directora, Laurinda Alves, que semana a semana nos brinda e nos desafia com textos que fazem pensar, seus e de outros. F.M.

ARTE DE JOÃO CUTILEIRO NA UA

Posted by Picasa Recanto da Universidade de Aveiro Até Janeiro de 2006 - Reitoria e Secção Autónoma de Engenharia Civil «Pedras na Praça: Arte Pública de João Cutileiro»
A Universidade de Aveiro, em colaboração com o Museu Municipal de Arqueologia de Sines e com o apoio da Câmara Municipal de Aveiro, apresenta a Exposição «Pedras na Praça: Arte Pública» de João Cutileiro. Esta mostra de trabalhos, apresentada em Silves em Maio passado, integra um conjunto de fotos em grandes dimensões e maquetas de 15 obras de João Cutileiro, que mostram o seu percurso de criatividade e de produção da obra de arte, isto é, da ideia à maqueta e da obra ao local.
(Para saber mais, clique UA)

Uma reflexão do padre João Gonçalves, da Glória

Tempo de acordar
As corridas do tempo parecem querer anestesiar as nossas vidas; é tudo tão bom e tudo tão rápido, que pode até acontecer que andemos por caminhos errados, que conduzem a uma vida sem sentido e, fatalmente, ao nada.
Estaremos a dormir, ou andamos noutro patamar da existência, uns tantos palmos acima da realidade? Sonhamos? Mas quem apenas sonha, é porque ainda não acordou!
Está aí outro Natal; o nosso, o dos cristãos, o que recorda e celebra o nascimento de um Homem muito especial.
Ele quer acordar-nos para o amor, a dedicação, a atenção aos outros, à heroicidade na entrega; e deu-nos capacidades e talentos para isso.
Dormir em cima dos talentos, deixar-se anestesiar por eles, é o grande perigo.
Então aí está o grito do Advento: “Acordai! Vigiai!”Com os olhos e os Critérios no nosso Redentor vê-se melhor; vê-se mais longe.
É urgente acordar!
In "Diálogo", 1050 - PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO-B

sábado, 26 de novembro de 2005

CRUCIFIXOS VÃO SER RETIRADOS DAS ESCOLAS

D. Jorge Ortiga indignado com decisão do governo O Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga, está indignado com a decisão do Governo de retirar os crucifixos das escolas portuguesas. O anúncio desta decisão do Ministério da Educação, que foi hoje tornada pública pelo jornal Diário de Notícias, deixou o presidente da CEP chocado e, em declarações à Agência ECCLESIA, afirmou que “esta é uma questão que tem de ser mais repensada e merece uma reflexão conjunta para se poder chegar a uma decisão”.
O mesmo artigo publicado por aquele jornal diário levanta a questão de muitos professores serem catequistas, situação que, segundo o Presidente da CEP, “é importante que sejamos capazes de reflectir e simultaneamente levar os portugueses a reflectir e a pensar”, afirmou.
O Conselho Permanente da CEP vai ter a sua reunião mensal no próximo mês de Dezembro e, apesar da agenda desta reunião ainda não estar elaborada, D. Jorge Ortiga disse que este tema “poderá vir a ser analisado” nesse encontro.
A Agência ECCLESIA soube ainda junto da Comissão de Liberdade Religiosa que esta não foi contactada nem consultada para a tomada desta decisão.
Fonte: ECCLESIA

DIA SEM COMPRAS É ASSINALADO HOJE

A distribuição de panfletos sobre o consumo responsável em alguns centros comerciais da Grande Lisboa é uma das iniciativas organizadas pelo Grupo de Acção e Intervenção Ambiental (GAIA) para assinalar hoje o Dia Sem Compras (Buy Nothing Day)
No Porto, o GAIA apela a uma concentração na Rua de Santa Catarina, a mais comercial da cidade, a partir das 16h00, para uma acção de sensibilização sobre o consumo. A campanha deste ano decorre sob o lema Compre Menos, Viva Mais.
O Dia Sem Compras, que é assinalado hoje na Europa (no último fim-de-semana de Novembro), desafia a os cidadãos a não adquirirem nenhum bem ou serviço durante 24 horas. A iniciativa pretende ser uma reflexão sobre as consequências ambientais, sociais e éticas do consumo. Segundo o GAIA, os países desenvolvidos - que constituem cerca de 20 por cento da população mundial - consomem 80 por cento dos recursos naturais do planeta, causando um nível desproporcionado de danos ambientais e uma injusta distribuição da riqueza.
O Dia Sem Compras pretende também servir de exemplo para uma mudança de consciência e até de estilo de vida, para um consumo mais responsável e racional.
Fonte: PÚBLICO

MIA COUTO: Citações - 2

"O jet-set, como todos sabem, é algo que ninguém sabe o que é. Mas reúne a gente de luxo, a gente vazia que enche de vazio as colunas sociais."
In "PENSATEMPOS"

Um poema de António Gedeão

Dez réis de esperança Se não fosse esta certeza que nem sei de onde me vem, não comia, nem bebia, nem falava com ninguém. Acocorava-me a um canto, no mais escuro que houvesse, punha os joelhos à boca e viesse o que viesse. Não fossem os olhos grandes do ingénuo adolescente, a chuva das penas brancas a cair impertinente, aquele incógnito rosto, pintado em tons de aguarela, que sonha no frio encosto da vidraça da janela, não fosse a imensa piedade dos homens que não cresceram, que ouviram, viram, ouviram, viram, e não perceberam, essas máscaras selectas, antologia do espanto, flores sem caule, flutuando no pranto do desencanto, se não fosse a fome e a sede dessa humanidade exangue, roía as unhas e os dedos até os fazer em sangue.

sexta-feira, 25 de novembro de 2005

Banco Alimentar faz recolha este fim-de-semana

HÁ MILHARES DE BOCAS À ESPERA DE PÃO
Os Bancos Alimentares Contra a Fome voltam este fim-de-semana (26 e 27 de Novembro) a recolher alimentos em 561 estabelecimentos comerciais localizados nas zonas de Aveiro, Abrantes, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Porto, Setúbal e S. Miguel.
Esta campanha antecede a época natalícia e tem por isso um significado especial, constitui uma nova oportunidade de expressão da solidariedade generosa com que os portugueses acolhem desde há 13 anos estas operações de recolha de alimentos.Cerca de 11 mil voluntários, vão recolher as contribuições efectuadas nos estabelecimentos comerciais que serão posteriormente encaminhados para os armazéns dos dez Bancos Alimentares Contra a Fome, onde se processará o respectivo armazenamento.
O produto da campanha, ainda com recurso ao voluntariado, será distribuído localmente a partir da próxima semana a pessoas com carências alimentares comprovadas através de Instituições de Solidariedade Social previamente seleccionadas.Para aderir a esta campanha basta aceitar um saco de plástico entregue pelos voluntários dos Bancos Alimentares Contra a Fome devidamente identificados (localizados à entrada de cada um dos estabelecimentos comerciais) e colocar no seu interior bens alimentares de preferência não perecíveis, tais como leite, conservas, azeite, açúcar, farinha, bolachas, massas, óleo, etc.
De acordo com os dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome, ao longo de 2004 foram ajudadas 1 148 instituições, que concederam apoio alimentar a mais de 203 mil pessoas comprovadamente carenciadas. No ano passado, os dez Bancos Alimentares Contra a Fome distribuíram um total de 13.789 toneladas de alimentos (equivalentes a um valor global estimado de 20 milhões de euros), ou seja, um movimento diário médio de 55,2 toneladas.
Fonte: ECCLESIA

AVEIRO: CAMPANHA DE NATAL «DAR POR UM SORRISO»

Posted by Picasa NA CASA MUNICIPAL DA JUVENTUDE
A Câmara Municipal de Aveiro, através da Divisão de Juventude e Divisão de Acção Social e em parceria com as Instituições do Concelho, promove a Campanha “Dar por um Sorriso” que tem por objectivo ajudar as crianças mais carenciadas do Concelho de Aveiro.
Esta Campanha teve início em 23 de Novembro e prolonga-se até ao dia 15 de Dezembro de 2005, período em que se pretende angariar roupas e brinquedos para serem posteriormente distribuídos pelas crianças e famílias mais carenciadas.
A autarquia pretende, assim, tornar o Natal destas crianças mais feliz, oferecendo os brinquedos e roupas recolhidos durante esta Campanha. Os interessados em colaborar nesta iniciativa podem entregar as ofertas na Casa Municipal da Juventude, de Segunda-a Sexta-feira das 09.30 às 18.00 horas.

XIX ENCONTRO NACIONAL DA PASTORAL DA SAÚDE

Posted by Picasa A saúde integral da pessoa como desafio do espiritual Terminou esta manhã, dia 25 de Novembro, em Fátima, a 19.ª edição do Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, uma iniciativa organizada pela Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, realizada no Centro Pastoral Paulo VI, no Santuário, e que congregou 900 profissionais que, durante quatro dias, debateram vários temas relacionados com a temática geral “A saúde integral da pessoa – o desafio do espiritual”. Durante o encontro deste ano, a Comissão Nacional da Pastoral da Saúde anunciou o lançamento do Prémio Padre Vítor Feytor Pinto, para distinguir trabalhos de investigação científica "nas áreas da espiritualidade e pastoral em relação com a saúde e a terapia". Este prémio, instituído junto do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa, será atribuído de dois em dois anos "a pessoas ou instituições em actividade que apresentem trabalhos científicos inéditos de investigação ou referentes a projectos relevantes na área da espiritualidade em relação com a saúde e a terapia". Com esta iniciativa, a Comissão Nacional da Pastoral da Saúde pretende homenagear o Padre Vítor Feytor Pinto, distinguido durante este mesmo encontro em Fátima com o título de Monsenhor, atribuído pelo Papa Bento XVI. No final do Encontro, foi anunciado o segundo Congresso Nacional da Pastoral da Saúde, a realizar em Novembro de 2006. Fonte: Santuário de Fátima

XIX ENCONTRO NACIONAL DA PASTORAL DA SAÚDE

Santuário de Fátima


CONCLUSÕES


Considerando: 

1. Que, numa sã antropologia, não é possível conceber a pessoa humana sem considerar a sua dimensão espiritual; 
2. Que, na Saúde, a espiritualidade tem uma importância primordial porque é uma das dimensões mais ricas da vida humana integral (complexo bio-psico-social­cultural e espiritual), elemento base na recuperação terapêutica da pessoa doente; é uma referência essencial à transcendência, para muitos à vida religiosa, que pede respeito incondicional pela diversidade de opções e convicções, especialmente no tempo difícil da enfermidade; 
3. Que a Igreja tem responsabilidades acrescidas na saúde espiritual da pessoa humana, sobretudo quando, porque doente, necessita de especiais cuidados, para o seu equilíbrio interior, indispensável para a saúde global; 
4. Que todos os profissionais de saúde e agentes pastorais devem ter em atenção a espiritualidade de cada um, reconhecendo a condição fundamental para que todos alcancem um bem-estar maior, e uma qualidade de vida onde ressaltam novas relações interpessoais, alicerçadas na justiça e no amor; 
5. Que é a espiritualidade que abre a porta a uma relação humanizada e é elemento determinante para a saúde enquanto harmonia integral da pessoa, capaz de felicidade em todas as situações da vida; 
6. Que a Pastoral da Saúde tem por vocação oferecer apoio espiritual a todos os doentes e seus familiares, profissionais e voluntários, independentemente das suas opções religiosas, ideológicas ou políticas, em ordem à salvação de cada um, no tempo e para além dele; Os 900 participantes no XIX Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, ao terminarem os trabalhos de quatro dias de estudo e partilha de experiências, propõem-se: 

1. Constituir a saúde integral como o objectivo de todas as suas iniciativas pastorais, procurando, a todos os que acompanham, proporcionar a necessária harmonia global, ajudando cada um a ultrapassar os limites únicos e psicológicos e oferecendo os valores espirituais e sobrenaturais; é este o objectivo primeiro da Pastoral da Saúde. 
2. Criar programas de formação para todos os agentes pastorais, sejam capelães hospitalares, profissionais de saúde, voluntários hospitalares ou paroquiais: tentar­-se-á, para cada grupo, propor oportunidades de formação específica no campo da espiritualidade abrangente e da prática religiosa comprometida. 
3. Estabelecer, com as estruturas do Estado e da Sociedade Civil, o diálogo necessário, para que as normas jurídicas que regulam a Assistência Espiritual e Religiosa consagrada no Plano Nacional de Saúde, sejam renovadas e levadas à prática, com o maior rigor e o máximo compromisso dos agentes pastorais. 
4. Mobilizar todas as Dioceses do país na preparação do segundo Congresso Nacional da Pastoral da Saúde, a realizar em Novembro do ano de 2006; para viver este estado de Congresso, são particularmente convocadas as direcções diocesanas da Pastoral da Saúde, as Associações Católicas de Médicos, Enfermeiros e Farmacêuticos, as Escolas católicas de Ciências da Saúde, os núcleos paroquiais da Pastoral da Saúde, as Congregações Religiosas que vivem o seu carisma no mundo da saúde e da doença e os Movimentos e Associações de Doentes; 
5. Recriar as estruturas da Pastoral da Saúde, para serem mais eficazes, numa acção verdadeiramente renovadora, a nível local, diocesano e nacional. 

Todos os participantes no Encontro, afirmando a plena comunhão com o Santo Padre Bento XVI, congratulam-se com a presença e participação do Senhor Cardeal Lozano Barragán, Presidente do Conselho Pontifício da Pastoral da Saúde, do Senhor Ministro da Saúde de Portugal, Prof. Doutor António Correia de Campos, do Senhor Núncio Apostólico, D. Alfio Rapisarda e dos Bispos ligados à Comissão Episcopal da Pastoral Social, particularmente o seu Presidente, D. José Sanches Alves. 

Fátima, 25 de Novembro de 2005

Fonte: Santuário de Fátima

SEGUNDO A FAO, CONTINUAM A MORRER CRIANÇAS À FOME

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Seis milhões de crianças
morrem de fome todos os anos
Segundo refere a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), todos os anos morrem quase seis milhões de crianças em todo o mundo devido à fome e à subnutrição. Em comunicado, a FAO diz que «a grande maioria destas crianças morrem devido a algumas doenças infecciosas de tratamento fácil como a diarreia, a pneumonia, a malária e o sarampo. Teriam sobrevivido se os seus organismos e os seus sistemas imunitários não estivessem debilitados pela fome e a subnutrição».
O director da FAO, Jacques Diouf, adianta que o objectivo fixado pela ONU até 2005 de reduzir para metade o número de pessoas subnutridas «foi muito lento» e «a comunidade internacional está longe de o alcançar». Citada pelo Diário Digital, a FAO estima que, entre 2000 e 2002, 852 milhões de pessoas estavam subnutridas em todo o mundo, das quais 814,6 milhões nos países em desenvolvimento.
A FAO insiste em dois caminhos na luta contra a fome: «aumentar a produtividade e os rendimentos das pessoas pobres e que sofrem de fome em sectores como a irrigação em pequena escala, infra-estruturas, a pesca e a silvicultura» e, por outro lado, deve-se «proporcionar acesso directo aos alimentos e criar redes de protecção social para os pobres, com ajuda alimentar para mães e filhos pequenos, refeitórios escolares e hortas escolares (…)».

Um artigo de Pedro Lomba, no DN

O fim da tutela
Há 30 anos, a 25 de Novembro, os protagonistas sérios do regime, com o general Eanes à frente, puseram-se de acordo sobre aquilo que não queriam não queriam o Prec, militares com cabeleiras, governos do PCP, o dr. Cunhal, cercos à Assembleia Constituinte (que retardassem a aprovação da nova Constituição), políticos com ideias extremas ou ideologias que impedissem a adesão de Portugal à Europa, vista pelos políticos sensatos, depois da descolonização, como a nossa única saída. Em suma, queriam um país normal, uma democracia normal, homens comuns, ideias comuns. Chesterton dizia que a democracia é a forma de governo das pessoas comuns, das pessoas que escrevem as suas próprias cartas, que têm as suas motivações comezinhas, que querem que as deixem em sossego. Acabada a Revolução, ficámos então com um regime compromissório, sem perigo de guerra civil, Forças Armadas fora das ruas (embora ainda dentro da política), um militar como Presidente da República, um acordo implícito de repartição do poder entre o PS e o PSD, um Estado à disposição dos partidos e que os partidos têm aplicadamente usado, uma Constituição desequilibrada e só modificável ao fim de alguns anos. Se tirarmos os militares, que só saíram definitivamente em 1982, é ainda o que somos hoje. Havia, no entanto, que defender e tutelar este compromisso, um poder que em grande medida ficou a cargo do Presidente da República. Os portugueses elegeram Eanes, em 1976, para tutelar os militares, e escolheram Soares, em 1986, para tutelar a consolidação da democracia. Esse período terminou. E hoje, precisamente, já ninguém sente o peso e a necessidade de um tutor especial que nos trate a todos como crianças. Sampaio foi o Presidente de transição. Nas próximas eleições presidenciais teremos finalmente o fim da tutela.

Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres

Violência doméstica matou 33 mulheres desde o início do ano
Um artigo de Ana Cristina Pereira, no PÚBLICO Foram alvejadas a pistola ou caçadeira, golpeadas com faca ou machado, mortas à vassourada, à paulada, ao murro ou pontapé. Desde o início do ano, 29 mulheres foram assassinadas por maridos, namorados ou ex-companheiros, mais quatro por familiares. Hoje é Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. O ano, na imprensa nacional, abriu com o drama de Vânia Silva. Ao princípio da noite de 3 de Janeiro, o ex-companheiro dirigiu-se ao seu local de trabalho, regou a jovem, de 18 anos, com combustível e ateou-lhe fogo. A rapariga, hospitalizada com queimaduras de segundo e terceiro grau, sobreviveu. Desde o início de 2005, pelo menos 29 mulheres foram notícia nos jornais por terem sido assassinadas por um homem com quem mantinham ou tinham mantido uma relação íntima e outras 41 por terem sido alvo de tentativa de homicídio. Há uma que morreu ao defender a irmã e ainda mais três mortas por familiares (tio, irmão, filho). O sistema legal tipifica o homicídio em função da gravidade e do dolo (simples, qualificado, privilegiado, negligente e tentado). As estatísticas oficiais não atendem às relações existentes entre a vítima e o agressor. "É preciso que a estatística faça este caminho", considera Elza Pais, presidente da Comissão Nacional para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres (CIDM).
Os levantamentos feitos a partir da imprensa - como o que a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) divulgou ontem e que o PÚBLICO cruzou com a sua própria lista - acusam "fragilidades". Não só porque nem todos os casos chegam à imprensa nacional, mas também porque alguns homicídios noticiados como tentados podem acabar por se tornar consumados.
O ano passado, a UMAR coligiu 47 casos. Já este ano, acrescentou-lhe dois que tinham ocorrido nos Açores e outros dois que passaram de tentados a consumados, explica a dirigente Maria José Magalhães. Falta cruzar informações com a polícia.
"O país ainda não tem um observatório da violência, que é o que a Estrutura de Missão Contra a Violência Doméstica está a tentar criar", lamenta Elza Pais, lembrando que tomou posse há quatro meses. O organismo deverá nascer "em 2006".
Para já, há apenas um inventário que pode pecar por defeito. E que mostra que, em Portugal, o problema assume maiores proporções do que em Espanha, país que se mobilizou contra o "terrorismo doméstico", frisa Maria José Magalhães. Em Espanha, desde o início do ano, contabilizaram-se 56 vítimas de "violência machista".
As contas são fáceis de fazer: Portugal tem 10 milhões de habitantes e o país vizinho mais de 40 milhões. Elza Pais reporta-se aos números do ano passado (Espanha somou 72) para frisar que "quatro vezes 50 não é 70 nem 80". E o número nacional torna-se mais "terrífico" olhando às tentativas noticiadas, que este ano foram "bem mais do que o ano passado", torna Maria José Magalhães.
"Fiz um estudo sobre homicídio conjugal em Portugal [tendo por amostra os detidos nas cadeias portuguesas em 1994] e deparei-me com um universo muito significativo: 15 por cento dos homicídios eram conjugais", recorda a presidente da CIDM. E muitos crimes desta natureza não chegam às cadeias - são homicídios-suicídios.
(Para ler mais, clique PÚBLICO)

MIA COUTO: Citações - 1

"A maior desgraça de uma nação pobre é que, em vez de produzir riqueza, produz ricos. Mas ricos sem riqueza. Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados. Rico é quem possui meios de produção. Rico é quem gera dinheiro e dá emprego. Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro. Ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele."
In "PENSATEMPOS"

Renascença procura novos ouvintes

RR TEM NOVA PROGRAÇÃO A Rádio Renascença (RR) quer conquistar novos públicos e por isso tem no ar, desde o início do mês de Novembro, uma nova programação. O perfil da emissora católica portuguesa tem vindo a envelhecer nos últimos anos e por isso, referiu à Agência ECCLESIA o director de programação Nelson Ribeiro, “estava na altura de continuar um caminho que já tinha sido traçado anteriormente no sentido de rejuvenescer o canal ou seja ir buscar ouvintes mais novos acima dos 35 anos”.
O perfil do ouvinte da RR “tem vindo a envelhecer nos últimos anos”, afirmou o director de programação, e por isso a aposta da rádio vai no sentido de oferecer a música que é do gosto do perfil do ouvinte traçado por esta estação, e também a produção de uma informação com qualidade. “A nossa informação é cada vez mais credível”, salientou Nelson Ribeiro. “Não é uma aposta em termos de quantidade mas sim de qualidade”, reforçou.
Assim, segundo Nelson Ribeiro que assumiu recentemente a direcção de programação da RR, as novidades na programação estão “na introdução de um espaço de humor nas manhãs - «Memória de elefante» - produzido exteriormente a partir das efemérides do dia, e à noite, da meia noite às duas, num programa interactivo com os ouvintes, num regime mais intimista. É um tipo de programa que nenhuma outra rádio no mercado oferece neste momento”, acrescentou.
A Rádio Renascença como emissora católica tem um elemento diferenciador que a distingue das outras rádios no mercado, manter o espírito cristão e católico é “um desafio crucial - considerou Nelson Ribeiro - porque temos de saber tratar os temas numa perspectiva cada vez mais actual sem divergir no essencial da mensagem do evangelho. Tem de haver - acrescenta - alguma criatividade na forma como se apresentam os temas mas sem nunca nos desligarmos daquilo que é a mensagem cristã”.
Fonte: Ecclesia

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

UM LIVRO DE MIA COUTO

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“PENSATEMPOS” “PENSATEMPOS” é mais um livro de Mia Couto, o escritor moçambicano que é um exímio criador de palavras. É um livro com textos de opinião que mais não são do que um desafio ao debate e à reflexão sobre o mundo de que fazemos parte, com a obrigação moral e cívica de nos tornarmos partícipes em tudo o que possa contribuir para a fraternidade universal, despida de preconceitos redutores. Mia Couto brinda-nos com textos que são pedaços de prosa poética que nos acicatam a alma e nos propõem um olhar atento aos comportamentos e pensares das pessoas comuns, mas também dos agentes de mudança, políticos e outros, que procuram moldar os nossos tempos, nem sempre de forma positiva. Em cada frase ou parágrafo há ideias, propostas e desafios, ao jeito de pensamentos, mas ainda marcas históricas que vale a pena recordar com a leitura que Mia Couto fez e faz de acontecimentos que viveu intensamente e que se reflectiram no nosso quotidiano. A riqueza dos textos obriga-me a transcrever, neste meu espaço, de quando em vez, alguns pensamentos deste “PENSATEMPOS”. Fernando Martins