sábado, 5 de março de 2005

Apelo urgente

Será que Aveiro merece a livraria Navio de Espelhos? A pergunta veio de pessoa amiga e com a pergunta veio o apelo que transcrevo, porque as boas causas não podem ser ignoradas. Estou com a livraria Navio de Espelhos, porque reconheço a sua importância para a cultura dos aveirenses de todas as idades e de todos os quadrantes. Sou frequentador desta livraria e continuarei a sê-lo, porque este espaço cultural não pode desaparecer. F.M. "A livraria Navio de Espelhos em Aveiro não é só um local onde se podem comprar livros ou CDs. É um ponto de encontro para falar sobre livros, tomar um café à volta de livros ou de música, ver uma exposição, assistir a um debate ou a uma apresentação, encontrar um amigo. Estes locais, que fogem à pressão do lufa-lufa e da moda, têm dificuldade em sobreviver. Por culpa de todos nós! Chegou ao meu conhecimento que a Navio de Espelhos atravessa dificuldades financeiras. Talvez, à semelhança do que aconteceu com a livraria Buchholz em Lisboa, possamos iniciar uma corrente de resistência e solidariedade, e ajudar. Basta passar mais por lá e comprar um livro ou um CD. Vale a pena. Tenta informar quem julgues que possa participar nesta corrente."

POESIA para todos

Por motivo de obras, o monumento não poderá
ser visto por uns tempos
Em frente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, há um modesto monumento ao Homem do Mar, com um pequeno excerto de um poema de Fernando Pessoa. Na minha opinião, a poesia devia ser mais democratizada, ou não fosse ela importantíssima para fortalecer a sensibilidade de toda a gente. Tenho visto por aí alguma poesia em monumentos e recantos de jardins. E até já andou em transportes públicos de uma cidade, como andou a embrulhar pão numa padaria. Mas é preciso muito mais, ou não fosse Portugal um país de poetas, quantas vezes ignorados pelo nosso povo.
F.M.

sexta-feira, 4 de março de 2005

O SANTO PADRE está melhor

Em declarações à Rádio Renascença, o embaixador português no Vaticano, João Alberto Paris, sublinhou que "o Santo Padre continua a recuperar bem da intervenção que fez há dias", estando a fazer exercícios de respiração e de fala e, por consequência, está a "registar-se uma evolução favorável, depois da traqueotomia a que foi sujeito". O embaixador português, que foi recebido pelo subchefe do protocolo da Secretária de Estado do Vaticano, aproveitou o encontro para dizer que Portugal está a acompanhar com grande emoção a reabilitação do Papa, já que o povo português tem uma ligação especial com o Santo Padre. Na sua rotina diária, o Papa começa mesmo a intensificar o ritmo de trabalho, acompanhando o dia-a-dia da Santa Sé em reuniões com os seus colaboradores.

Para meditar

Cultura cristã - da liturgia maronita Tu que deste a santidade aos santos e a sabedoria aos simples e desceste aquele ardor sobre os apóstolos que deram testemunho de Ti acolhe e santifica os grãos desta oração Teus vivificantes dons curem nosso temor dos caminhos Demora em nós a sombra do Teu nome que salva In Rosa do Mundo, com tradução de José Tolentino de Mendonça

LEITURAS

1 - Lê-se no PÚBLICO que o ex-primeiro-ministro, Aníbal Cavaco Silva, defendeu ontem que não vê o resultado das últimas eleições como uma viragem à esquerda do país. 2 - No mesmo jornal, podemos ficar a conhecer o que pensa o Presidente da República, Jorge Sampaio, sobre a seca. 3 - Li no SOLIDARIEDADE que a Comissão Europeia lança nova campanha contra o Tabaco. Para ler e pensar. 4 - Na ECCLESIA, li a mensagem do Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos para o dia 8 de Março, Dia Mundial das Mulheres.

Na Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré

Espaço de Convívio já com muita vida Por iniciativa da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, está a funcionar um Espaço de Convívio, às sextas-feiras, a partir das 14 horas, fundamentalmente para quem tem mais de 50 anos, é reformado e gosta de conviver. Esta acção, segundo me disse o presidente Manuel Serra, tem já muita vida, tendo havido uma adesão muito significativa de gente até agora praticamente desocupada. Daí a ideia de poderem vir a ser dinamizados outros grupos, em diferentes lugares da cidade. Por enquanto, os menos jovens que aceitaram o desafio da autarquia vão-se ocupando com jogos de salão e com um convívio sadio, não faltando, aos domingos, um bailarico. Manuel Serra, contudo, tem em agenda outras formas de ocupação do tempo livres, que são muitos, dos reformados, alguns dos quais deixaram as actividades profissionais relativamente cedo. Assim, uma vez por mês, quem quiser e puder, pode dar uma voltinha de bicicleta. Mas também haverá marcha, passeios por terra e pela ria, visitas a museus, começando, obviamente, pelos do concelho de Ílhavo, e iniciação aos computadores e à Internet. Depois virão os cursos de rendas e bordados, ginástica e natação, artes florais e arraiolos. Tudo isto porque, como me garantiu Manuel Serra, um autarca não pode preocupar-se apenas com ruas e limpeza de valas, entre outras acções habituais nas Juntas de Freguesia, mas deve ter em conta o social e as pessoas concretas, que não podem ficar esquecidas numa solidão injusta. As pessoas interessadas devem dirigir-se à Junta de Freguesia, onde serão bem recebidas. Ficarem indiferentes a estas ofertas da Junta é que não. Divulgo esta iniciativa porque me parece que às vezes as autarquias se esquecem das pessoas que vivem desocupadas e se encontram desmotivadas para o convívio, sempre tão salutar. F.M.

Equipas de Nossa Senhora

Retiro para casais Para os dias 12 e 13 deste mês, as Equipas de Nossa Senhora organizaram um retiro, que será orientado por D. António Marcelino, Bispo de Aveiro, e decorrerá na Casa Diocesana de Albergaria-a-Velha. Trata-se de uma iniciativa importante, ou não vivêssemos num tempo tão pouco dado ao espiritual. Com a sobrecarga dos trabalhos diários, o casal vê-se, muitíssimas vezes, sem tempo para conversar, para se debruçar sobre os problemas próprios da família, para analisar, com serenidade, o futuro dos filhos.
Eu sei que, com frequência, há muitos casais que lutam por ser felizes, que cultivam o amor conjugal, que cuidam da formação integral dos seus filhos, onde não fica esquecida a componente religiosa e espiritual, neste último caso até para os sem qualquer ligação religiosa. Os casais das Equipas de Nossa Senhora, que têm como muito importante o dever de se sentarem, com muita regularidade, para reflectir os seus problemas, vão experimentar, num ambiente de paz, a alegria de se encontraram consigo próprios e com Deus. E gostariam que outros casais se associassem, disponibilizando-se para participar no retiro. Os casais interessados podem inscrever-se através do telemóvel 964763484, até ao dia 6. F.M.

quinta-feira, 3 de março de 2005

Faleceu o Padre Messias:
sacerdote exemplar e amigo sincero
Com o falecimento do Padre Messias Hipólito da Rocha, desapareceu do meio de nós um sacerdote exemplar, pela maneira simples e sempre empenhada como se deu à Igreja e às comunidades que serviu. Para mim, desapareceu também, fisicamente, um amigo leal e aberto ao diálogo com todos, de sorriso franco e sereno, como poucas vezes tenho encontrado na vida. Jamais o esquecerei, por isso, mas tenho a certeza, pela fé que me alimenta, de que o Padre Messias não esquecerá ninguém no regaço de Deus, vivendo o grande sonho de toda a sua vida. Paz à sua grande alma, no seio do Pai que, sendo misericordioso para com todos, não deixará de o ser muito mais para quem tanto O amou. O Padre Messias nasceu a 20 de Fevereiro de 1924 e faleceu na terça-feira, 1 de Março, no Lar S. José (Ílhavo), onde estava internado. Ordenado no dia 4 de Julho de 1948, foi coadjutor de Ílhavo, director espiritual do Seminário de Aveiro, pároco da Glória, capelão da Borralha (Águeda) e seu primeiro pároco.
Entre 1974 e 1982, o Padre Messias esteve na diocese do Funchal, com o bispo D. Francisco Antunes Santana. Trabalhou também nos primeiros tempos do Stella Maris, em Aveiro, clube de apoio aos marítimos e integrado na Obra do Apostolado do Mar. Ainda prestou uma preciosa colaboração à Rádio Terra Nova, com uma meditação matinal e com comentários religiosos. F.M.

LEITURAS

1 - No Correio do Vouga, D. António Marcelino comentou, esta semana, os resultados das últimas eleições, num artigo intitulado “Ideologia, protesto e senso comum”, que merece ser lido. 2 – No PÚBLICO, Pedro Strecht aborda a questão, nunca resolvida, do trabalho infantil, num artigo que tem por título “Quarenta e sete mil”. Para ler e reflectir.

Na RTP, às sextas-feiras

"João Semana":
Uma série televisiva que vale a pena ver
Está a RTP, e muito bem, a transmitir, às sextas-feiras, à noite, uma série intitulada "João Semana", com guião escrito por Moita Flores, inspirado no célebre romance de Júlio Dinis, "As pupilas do senhor Reitor". A figura central, João Semana, médico de aldeia que poderíamos fazer corresponder ao médico de família dos nossos dias, ressalvadas que fossem as diferenças de mais de um século, é um excelente desafio dirigido aos telespectadores. Por um lado, pode ser um convite a que se releia um clássico da nossa literatura, quiçá dos mais lidos e conhecidos dos portugueses, e, por outro, pode ajudar-nos a conhecer, em alguns aspectos, a vida dos nossos avoengos e a história de Portugal. Aqui ofereço aos meus leitores o retrato do médico de aldeia que Júlio Dinis, também médico, tão bem pintou: "Erguia-se com estrelas, almoçava com luz e montava a cavalo, para começar o giro clínico, que lhe tomava o dia quase todo; e nunca reprimia a velocidade da sua pacífica e bem intencionada azémola, para gozar por mais tempo de um ponto de vista pitoresco, para escutar o gorjeio de alguma ave oculta na folhagem, nem para cortar a flor desabrochada à bordas dos caminhos, ou dentre a relva dos campos. Nada disso; se abrandava o trote da égua, era nos sítios mais azados a quedas; se parava, era à porta dos doentes ou a ouvir alguma consulta, à qual, até a cavalo, respondia, e nos mais lacónicos termos possíveis. (,,,) Cirurgião dos pobres, por encargo oficial, era-o João Semana também, e sê-lo-ia sempre, por impulsos do coração, que lhe não deixava presenciar um infortúnio qualquer, sem simpatizar com o que sofria, e sem empregar os meios para o aliviar. Muitas vezes, na mão, que estendia ao pulso dos seus doentes, ia escondida a esmola, que manifestamente se envergonhava de dar, por aquela repugnância a ostentações de todo o género, que constituía um dos distintivos do seu carácter."

Inauguração: 5 de Março

FrutaCores, no Museu da Praia de Mira Manta de trapos. Foto do BlogAveiro
Sábado, 5 de Março, vai ser inaugurada na Praia de Mira a exposição "FrutaCores", onde fica à espera dos amigos da arte e da cultura, e não só. Esta iniciativa mais não é do que um dos diversos retratos do Projecto BlogAveiro, que aposta na construção de uma montra-gigante de fotos na Net. Como todos os Projectos expressivos, este não vai fechar-se a sete chaves, porque quer romper as amarras dos álbuns pessoais e sair à cata de gente interessada no que é belo e que às vezes nos roça o nariz e nem o cheiramos. Nesta exposição, qual manta de retalhos cheia de cores e luzes, de imagens e impressões, regista-se a imaginação dos alunos do 4º ano de Fotojornalismo do ISCIA, de Aveiro, bem estimulados pelo Prof. Dinis Pedro Alves. Para saber mais pormenores, ver BlogAveiro.

quarta-feira, 2 de março de 2005

III Encontro Ibero-Francês do Apostolado do Mar

Mons. Molères e padre Carlos Noronha, director nacional do Apostolado do Mar
É urgente evangelizar a afectividade No Clube Stella Maris de Leixões, terminou hoje o III Encontro Ibero-Francês da Obra do Apostolado do Mar, que teve por tema "A Evangelização da Afectividade". Para além dos clubes portugueses representados, participaram nos trabalhos delegações de Espanha e da França. Presidiu Mons. Pierre Molères, Bispo de Bayonne, França. Participaram, ainda, D. Januário Torgal Ferreira, presidente da Comissão Episcopal Portuguesa deste sector, e D. Armindo Lopes Coelho, Bispo do Porto Mons. Molères sublinhou que, face à secularização da sociedade e ao "materialismo prático", palpáveis em todos os sectores, "os cristãos devem agir com confiança no futuro, segundo a sua fé", e têm de assumir a nova evangelização com determinação. Referiu que, face ao sofrimento que há no mundo, "a Igreja tem de tomar sempre uma atitude concreta", enquanto denunciou que "há um sagrado que enriquece o íntimo, mas que não é partilhado". Lembrou que o dom de Deus que está em nós deve marcar presença na família e nas comunidades e que, nos Clubes Stella Maris, tem de ser valorizado o acolhimento, com o aproveitamento da especificidade feminina, que é uma mais-valia na pastoral do sector. Acrescentou que os clubes Stella Maris têm de cultivar o reencontro amigável e desinteressado e as relações humanas gratuitas, abertas e fraternas, na hora de receber os marítimos que chegam a terra. "Os Stella Maris devem reflectir, quanto antes, o projecto de acolhimento cultural, sem nunca esquecer "o espírito evangelizador", numa perspectiva de nos aproximarmos das novas gerações, "que têm tantas dificuldades de vir até nós", disse Mons. Molères. F.M

A FAMÍLIA em debate mundial

Os problemas da família vão estar em foco num encontro mundial a decorrer em 120 países, entre eles Portugal, a 16 de Abril, promovido pelo movimento católico dos Focolares, anunciou a organização. A iniciativa intitula-se "Familyfest 2005" e parte dela decorrerá na Praça do Capitólio, em Roma, com transmissão mundial, mas cada país organiza um programa próprio com debates sobre a situação actual da família. Para saber mais sobre esta iniciativa, veja o SOLIDARIEDADE.

Voluntariado Hospitalar

Sorangel Capão

Há jovens atentos aos que mais sofrem 

Quem vai ao Hospital Infante D. Pedro de Aveiro não pode deixar de se cruzar com os voluntários, gente de bata amarela que se dispõe a dar-se aos que mais sofrem, oferecendo alegria, generosidade, carinho e a mão amiga, em horas de dor, a quem tanto precisa. São pessoas habitualmente não muito jovens, mas que mostram uma juventude a toda a prova. Serão as suficientes? Sei que não. São precisas muitas mais. 
Quando soube que algumas (é mesmo algumas) jovens se dispuseram a preparar-se para engrossar, ainda que ligeiramente, o corpo de voluntários hospitalares, não pude ficar indiferente a este gesto. Por isso, procurei uma delas para que me dissesse algo deste seu propósito. 
A Sorangel Capão, 21 anos, estudante da Universidade de Aveiro, mostrou-se optimista, quanto à experiência que espera iniciar em breve, ainda como estagiária. Quer ser voluntária, porque não admite estar no grupo daqueles que "andam por aí sem fazer nada". Daqueles que passam a vida a "desperdiçar horas e horas em coisas totalmente inúteis e fúteis", quando há tanta gente a necessitar da nossa ajuda. 
Sabe que a vida é muito exigente, mas também reconhece que, se quisermos, é sempre possível dedicar algum do nosso tempo aos outros. Espera, assim, dar um pouco da sua alegria aos doentes. Mas também sabe que, no hospital, vai mais para ouvir do que para falar. No fundo, como me sublinhou, espera receber mais do que aquilo que vai dar. 
A Sorangel, que respondeu a um convite do CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), acredita que podemos contribuir para um mundo mais solidário. Só tive pena de saber que nenhum jovem se dispôs a acompanhar as suas colegas universitárias ou trabalhadoras.

 F.M.
Portugal é um dos países ricos com taxas
de pobreza infantil "excepcionalmente altas" Andreia Sanches publica no PÚBLICO um artigo que reflete uma análise que nos deve fazer pensar. Baseia-se num Relatório da Unicef, ontem divulgado, onde se diz que 15,6 por cento das crianças portuguesas vivem em agregados pobres. e sublinha, depois, que a pobreza infantil tem vindo a aumentar nos países ricos. Em Portugal, atinge uma em cada seis crianças. Clique aqui para ler e depois ofereça-me a sua opinião por e.mail (rmartins38@yahoo.com.br), para a partilhar com os meus leitores.