segunda-feira, 28 de fevereiro de 2005

Apostolado do Mar em encontro ibérico


Clube Stella Maris de Aveiro, na Gafanha da Nazaré

Está a decorrer, desde hoje até 2 de Março, no clube "Stella Maris" de Leça da Palmeira (Matosinhos), o III Encontro Ibero-Francês do Apostolado do Mar, subordinado ao tema "Educar a afectividade da família do mar". Esta iniciativa tem por finalidade partilhar e reflectir a vivência da religiosidade popular, no contexto marítimo português. 
Devoções, procissões, ex-votos, arte popular, tradições a cair em desuso, registos e superstições, de tudo se falará um pouco neste encontro. Certamente não serão esquecidas, também, as novas realidades ligadas às pescas, impostas pela UE, que muito têm afectado as zonas piscatórias e as suas gentes, com as quais se tem preocupado o Apostolado do Mar, em especial através dos clubes "Stella Maris". 
Os encontros anteriores tiveram lugar em Orense (Espanha), em 2003, e em Bayonne (França), em 2004. Uma delegação do Apostolado do Mar da Diocese de Aveiro participará, amanhã, no III Encontro Ibero-Francês, do qual daremos nota das conclusões que sobressaírem no final dos trabalhos.

Matriz Gafanha da Nazaré reinaugurada em Abril

Quem passa pela Avenida José Estêvão, na Gafanha da Nazaré, não pode deixar de constatar que a igreja matriz está em obras há meses, apresentando um aspecto de total remodelação. No entanto, essa remodelação respeita a traça original, o que lhe confere uma mais-valia, pois não foram ofendidas as marcas das construções dos templos do início do século XX, nesta região. 
Pelo que já se vê, trata-se de um trabalho que indicia muito cuidado e muito bom gosto, com total respeito pelos que, em 1912, com muita alegria, inauguraram a nova igreja matriz da paróquia, que havia sido criada em 1910, tendo como primeiro prior um gafanhão, padre João Ferreira Sardo. Tudo aponta para que a inauguração do remodelado templo seja em Abril deste ano.

Silêncio de ouro de Sócrates

José Sócrates
Estávamos habituados a saber, pela comunicação social, logo depois das eleições, quem eram os futuros ministros do novo Governo. Por linhas directos ou indirectas, tudo se sabia, e logo começavam as análises aos currículos dos propalados futuros membros do executivo, em que se sublinhavam os aspectos positivos e negativos de cada um. E quem sabe se não se iniciavam aí as pressões para que o indigitado primeiro-ministro optasse por este ou por aquele, respeitando as indicações dos jornais, rádios e televisões. 
Quantos políticos, que poderiam dar bons ministros, não terão ficado pelo caminho, por uma ou outra crítica dos politólogos dos nossos órgãos de informação. Porém, no domingo das últimas eleições, António Vitorino, o estratega do programa eleitoral do PS, lançou um alerta. "O próximo Governo não será feito na comunicação social, nem pela comunicação social; habituem-se", garantiu o ex-comissário europeu. E pelos vistos, Sócrates está mesmo a seguir à risca este princípio de não se deixar levar por quem tem tido o hábito de vender notícias à custa de uma táctica especulativa. 
O indigitado primeiro-ministro estará a trabalhar num clima tranquilo, sem pressões seja de quem for, seguindo, certamente, a sua consciência, com total liberdade e confiança do seu partido, na busca de quem tem de o ajudar a levar por diante o programa que referendou junto dos portugueses. Sócrates sabe que não pode perder esta oportunidade, mas também sabe que os portugueses estão à espera de quem lhes garanta uma vida mais tranquila e de mais futuro. Por isso, este silêncio em torno da formação do novo Governo é mesmo um silêncio de ouro. 

F.M.

LEITURAS

“A muita gente, incluindo não poucos cristãos, choca ver o Papa fisicamente diminuído e em sofrimento, como acontece há pelo menos sete anos. Alguém que, antes, irradiava vigor e praticava desporto. Porquê, então, manter tanto tempo um doente à frente da Igreja Católica?”. Esta é uma pergunta feita por Francisco Sarsfield Cabral, à qual ele responde na sua habitual coluna do DN:
 “Em Portugal, mais de dois terços dos indivíduos abrangidos pelo rendimento social de inserção são do sexo feminino. No Malawi, elas constituem 75 por cento dos pobres. E na Holanda são também mulheres que dirigem 60 por cento dos agregados que vivem situações de pobreza. Países e realidades tão diferentes são analisados num relatório do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan.” 

Para saber algo mais sobre pobreza, leia no PÚBLICO o artigo de Andreia Sanches.

domingo, 27 de fevereiro de 2005

Papa abençoou fiéis

Apesar do seu débil estado de saúde, João Paulo II apareceu hoje à janela do Hospital Gemelli e abençoou os fiéis. Devido à traqueotomia a que se sujeitou na passada quinta-feira, que o deixou temporariamente sem voz, o texto da mensagem do Santo Padre para o Angelus foi lido por Monsenhor Sandri, que conduziu a oração a Maria e deu, em nome do Santo Padre, a bênção apostólica aos fiéis na Praça de São Pedro. O Santo Padre juntou-se à oração no seu quarto do Hospital Gemelli. 
João Paulo II já foi hospitalizado nove vezes e submetido a sete intervenções cirúrgicas desde o início do seu Pontificado, em Outubro de 1978. Por todo o mundo católico sucedem-se as orações pelas melhoras do chefe da Igreja Católica. O próximo relatório médico oficial sobre o estado de saúde do Papa será divulgado segunda-feira.

Fonte: Rádio Renascença

Santa Sé propõe mercados mais justos

  

Cardeal Renato Martino diz que é preciso 
diminuir o número de pobres no mundo 

O Cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, defendeu uma globalização "mais justa", baseada "no desenvolvimento integral sustentável e na protecção ambiental". O respeitado membro da Cúria Romana considera indispensável que sejam criados "mercados produtivos e regras justas, com oportunidade de acesso para todos, mas no respeito pelos diferentes ritmos de desenvolvimento". 
Falando sobre os Objectivos do Milénio, o Cardeal Martino alertou para a necessidade de se desenvolverem "laços de solidariedade e parcerias mais estreitas e um sistema mais eficaz nas Nações Unidas", bem como o aumento dos apoios públicos ao desenvolvimento, "para diminuir o número de pobres até 2015". 
O presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz apresentava o relatório intitulado "Uma globalização justa: criar oportunidades para todos", do qual é co-autor. "A globalização pode e deve ser mudada: o actual funcionamento da economia mundial sofre de desequilíbrios inaceitáveis do ponto de vista ético e politicamente insustentáveis", escreve. 
O Cardeal Renato Martino é muito crítico ao constatar que, "para a maioria dos homens e das mulheres, a globalização não responde às legítimas aspirações de ter um trabalho digno e um futuro melhor para os seus filhos". Como caminho de futuro, o relatório aponta a promoção de um comércio "équo e solidário" para assegurar uma justa compensação a quem produz materialmente os bens.

Octávio Carmo, da ECCLESIA

Guerra Junqueiro - Antologia

 

REGRESSO AO LAR 

Ai, há quantos anos que eu parti chorando 
Deste meu saudoso, carinhoso lar!...
Foi há vinte? ... há trinta?...
Nem eu sei já quando!... 
Minha velha ama, que me estás fitando, 
Canta-me cantigas para me eu lembrar!... 
Dei a volta ao mundo, dei a volta à Vida ... 
Só achei enganos, decepções, pesar... 
Oh! a ingénua alma tão desiludida!... 
Minha velha ama, com voz dorida, 
Canta-me cantigas de me adormentar!... 
Trago d'amargura o coração desfeito... 
Vê que fundas mágoas no embaciado olhar! 
Nunca eu saíra do meu ninho estreito!...
Minha velha ama que me deste o peito, 
Canta-me cantigas para me embalar!... 
Pôs-me Deus outrora no frouxel do ninho 
Pedrarias d'astros, gemas de luar... 
Tudo me roubaram, vê, pelo caminho!... 
Minha velha ama, sou um pobrezinho...
Canta-me cantigas de fazer chorar! 
Como antigamente, no regaço amado, 
(Venho morto, morto...!) deixa-me deitar! 
Ai, o teu menino como está mudado! 
Minha velha ama, como está mudado! 
Canta-lhe cantigas de dormir, sonhar!... 
Canta-me cantigas, manso, muito manso... 
Tristes, muito tristes, como à noite o mar... 
Canta-me cantigas para ver se alcanço 
Que a minh'alma durma, tenha paz, descanso, 
Quando a Morte, em breve, me vier buscar!...

Vamos ouvir LISZT

Liszt, um compositor que merece ser ouvido 
com mais frequência

Estando em casa, podemos ouvir um clássico da música. Liszt, talvez o maior músico de todos os tempos, como o classificou o seu genro Richard Wagner, foi, de facto, um genial pianista e um expressivo compositor, que muitas vezes compôs para si próprio. Como compositor e intérprete, explorou o piano até à exaustão. Nasceu em 22 de Outubro de 1811, na Hungria, e faleceu em Bayreuth, em 1 de Agosto de 1886, depois de uma vida artística e familiar bastante agitada. 
Deu concertos em todas as grandes cidades da Europa e no fim da vida exilou-se do mundo, tendo recebido ordens menores. O CD a que vou dedicar uma parte do dia de hoje oferece-nos dois concertos para piano e um poema sinfónico. São composições que nos envolvem pelo lirismo, por vezes rapsódico, que se enquadra no romantismo. 
O poema sinfónico revela a mestria de Liszt no domínio da orquestração e uma sensibilidade única.

LEITURAS

Com o frio, apetece ficar por casa. Por isso, vou sugerir algumas leituras. A primeira é, como habitualmente, de Frei Bento Domingues, no PÚBLICO, intitulada “A mulher de Samaria”, e a segunda, no mesmo jornal, é de António Barreto, e tem por título “Querer. Poder. E saber”. Do DIÁRIO DE NOTÍCIAS, sugiro “Nós, os povos europeus”, de Diogo Pires Aurélio.
No DIÁRIO DE AVEIRO pode ler "Amiais, a aldeia que vai entrar nos roteiros turísticos", um artigo de Rui Cunha.

sábado, 26 de fevereiro de 2005

Fórum da Juventude na Gafanha da Nazaré

Centro Cultural da Gafanha da Nazaré 

A Câmara Municipal de Ílhavo inaugurou um Fórum da Juventude no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré. Trata-se de um espaço vocacionado para ocupação de tempos livres, com oferta de várias opções, nomeadamente ludoteca, mediateca e acesso à Internet. 
Este Fórum será, assim se espera, uma mais-valia para todos os jovens que apostam em tempos de lazer sadios.