terça-feira, 25 de janeiro de 2005

Efemérides aveirenses

25 de Janeiro 1904 - O CLUBE DOS GALITOS, fundado em 25 de Janeiro de 1904, em Aveiro, por um punhado de homens decididos a dotar a sua terra de uma instituição social capaz de dinamizar a cultura, o desporto e o convívio recreativo, celebrou, durante o ano de 2004, cem anos de existência. O sulco marcado pela acção do GALITOS na vida da cidade da Ria, de Santa Joana e de José Estêvão foi de tal modo indelével que se torna impossível dar, na situação presente, a sua síntese. Todavia, para quem não conhece a história do Clube, é necessário dizermos que ele foi, durante a sua já longa vida, um símbolo permanente da própria cidade, exprimindo-a e honrando-a nas suas múltiplas realizações, não só locais, como nacionais e internacionais. Do "site" do Clube dos Galitos Posted by Hello 1936 - Faleceu na vila de Eixo o egrégio aveirense e insigne pensador e escritor Dr. Jaime de Magalhães Lima, cujos restos mortais foram sepultados no dia seguinte, em campa rasa, no cemitério daquela freguesia. 1943 - Faleceu o ilustre aveirense Francisco Manuel Homem Cristo, oficial do Exército, professor universitário, deputado, paladino da imprensa popular, escritor e jornalista vigoroso, porventura o maior panfletário português de todos os tempos, a quem a causa das obras da Barra e do Porto de Aveiro ficou devendo os mais relevantes serviços. Fonte: Calendário Histórico de Aveiro

segunda-feira, 24 de janeiro de 2005

DA AMIZADE

“E que o melhor que haja em vós seja para o vosso amigo. E se ele tiver de conhecer o refluxo da vossa maré, que conheça também o seu fluxo. Pois para que serve o amigo se o procurais apenas para matar o tempo? Procurai-o sempre para as horas vivas. Pois ele vem para resolver as vossas necessidades, mas não o vosso vazio. E que na doçura da amizade residam as alegria e a partilha dos prazeres. Pois no orvalho das coisas pequenas o coração encontra a sua manhã e se reanima.” De O Profecta, de Khalil Gibran

PLANO NACIONAL DE LEITURA vai ser implementado

Tudo se conjuga para que um Plano Nacional de Leitura venha a ser implementado pelo Ministério da Educação, de mãos dadas com o Ministério da Cultura, durante dez anos. A premência desta medida é suficientemente conhecida e sobre ela já aqui escrevemos uma curta nota. Em Portugal lê-se pouco, lê-se mal, e nem tudo o que se lê é compreendido pelos leitores. Não vale a pena fugir a esta realidade. O Plano vai dirigir-se aos alunos das escolas de todos os graus de ensino, às famílias e às mais diversas organizações civis, numa tentativa de promover os livros e de criar hábitos de leitura, começando precisamente pelos mais novos e tendo em conta que urge combater a iliteracia (incapacidade de entender o que se lê), tão sentida pelo nosso povo. O relatório ligado a esta iniciativa sublinha que "A escola é praticamente a única instituição com possibilidades de contornar os problemas de iliteracia em Portugal", enquanto salienta que se lhe exige "que ensine a ler", mas também que "seja capaz de ensinar a gostar de ler para o resto da vida". Reconhece-se, também, que as "práticas tradicionais de ensino de leitura e da escrita, oferecidas pela escolas, não são suficientes para a aquisição de competências leitoras em qualidade e quantidade" , mas ainda com capacidade "para fazer face aos desafios das sociedades contemporâneas". O projecto será faseado e progressivo, começando pelos jardins-de-infância e escolas do 1º Ciclo, para atingir o pleno em 2009, quando chegar a todos os alunos e a todas as escolas. A "fim de evitar algum desnorte típico da introdução de novas abordagens metodológicas", o Ministério da Educação deve proceder à "elaboração de orientações muito precisas para as escolas", pode ler-se no relatório, já divulgado pela comunicação social. F.M. Posted by Hello

ECUMENISMO: passos importantes

D. Manuel Felício, Bispo Coadjutor da Guarda e membro da Comissão Episcopal da Doutrina da Fé, anunciou à Agência Ecclesia que "talvez na Assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, em Abril, estejam criadas as condições para fazermos a assinatura do documento sobre o Baptismo entre a Igreja Católica, Presbiteriana e Lusitana". Este é, sem dúvida, entre nós, uma boa notícia sobre a aproximação e sobre o diálogo entre Igrejas, nesta Semana de Oração Pela Unidade dos Cristãos que termina amanhã. Já se realizaram "trocas de redacções entre a Igreja Católica e as outras confissões cristãs" sobre o Baptismo, mas "há horizontes onde não entrámos, nomeadamente no estudo conjunto de perspectivas doutrinais que abram depois para práticas de cooperação entre as Igrejas", referiu D. Manuel Felício. Depois de sublinhar que ao nível do diálogo ecuménico ainda há um longo caminho para percorrer, o Bispo Coadjutor da Guarda adiantou que em discussão está também a questão dos "casamentos mistos" (entre fiéis de Igrejas diferentes), encontrando-se por definir o espaço de intervenção de cada uma das Igrejas. Sobre a importância do reconhecimento mútuo do Baptismo, pelas Igrejas que sobre ele têm dialogado, D. Manuel Felício frisou que é preciso lembrar que esta decisão ultrapassa em muito o plano "burocrático" de se evitar um novo Baptismo, quando alguém decide mudar de Igreja. Posted by Hello

domingo, 23 de janeiro de 2005

Ainda a Semana de Oração Pela Unidade dos Cristãos

Frei Bento Domingues, na sua habitual crónica dominical do PÚBLICO, aborda, com toda a sua capacidade teológica e histórica, o problema da Unidade dos Cristãos, sublinhando, em dada altura, que "no interior de cada cristão e no interior de cada uma das Igrejas, ou na relação de umas com as outras, o grande obstáculo à comunhão actuante talvez seja o de a vontade de dominação se sobrepor à vontade de servir". 
Ao manifestar o desejo de que não se pode esperar pelo fim do mundo para nos aproximarmos no essencial, "em favor de toda a humanidade", Frei Bento reconhece que, "apesar das mudanças de clima entre as Igrejas, dos avanços no campo doutrinal e dos acordos ecuménicos já assinados, cada confissão cristã continua a contar, apenas, consigo mesma e a desejar que as outras não se alarguem muito na sua área de influência". 
Citando a Declaração de Camberra, de 1991, Frei Bento diz que "A finalidade da nossa procura de uma comunhão plena será alcançada quando todas as Igrejas forem capazes de reconhecer em cada uma das outras a Igreja una, santa, católica e apostólica na sua plenitude. Esta plenitude de comunhão exprimir-se-á aos níveis locais e universal em formas de vida e de acção conciliares. 
Numa comunhão deste tipo, as Igrejas estão ligadas umas às outras em todos os domínios da sua vida comum, a todos os níveis, pela confissão da mesma fé, na celebração e no testemunho, nas deliberações e na acção". Este é mais um artigo de Frei Bento Domingues que vale a pena ler. 

F.M.

NOVO PADRE NA DIOCESE DE AVEIRO

Hoje, pelas 15 horas, será ordenado presbítero (padre), na Sé de Aveiro, por D. António Marcelino, o diácono Rui Barnabé, depois de uma longa caminhada de estudo e de crescimento na fé. Com esta ordenação, a Diocese de Aveiro fica mais enriquecida, pois passará a contar com mais um jovem padre para trabalhar com e para o Povo de Deus e para toda a gente de boa vontade. Nos tempos de hoje, não tem sido fácil encontrar jovens que se disponham a deixar uma qualquer carreira profissional, talvez bastante rendosa, e uma vida familiar, com todos os encantos que ela por norma pode proporcionar, para assumirem a vivência radical do Evangelho. Um padre, que assume deixar tudo para viver e levar a viver a Boa Nova de Jesus Cristo, enfrentando uma sociedade cada vez mais secularizada, deve merecer de todos os cristãos um apoio especial e constante, tanto porque sabem que podem contar com mais um sacerdote para o serviço da Igreja (A Igreja, tal como está organizada, não pode prescindir dos padres), como porque é sua obrigação contribuir para que o eleito de Deus, para uma missão tão nobre, possa perseverar na fé. Ao Rui Barnabé, que é já responsável pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil, desejamos, sinceramente, as maiores bênçãos de Deus, e prometemos a nossa humilde colaboração. Na mesma cerimónia, vai ser ordenado diácono, na esperança da ordenação presbiteral, em breve, o jovem João Alves. F.M. Posted by Hello

AVEIRO está a mudar

Aveiro está a mudar a passos largos, esperando todos os aveirenses que seja para beme para melhor. Porém, se nos descuidarmos, qualquer dia nem a conhecemos e a nossa memória esquecerá, facilmente, tudo quanto ela tinha de expressivo. Hoje aconselhamos, porque está um dia luminoso, uma visita, com os olhos bem abertos, por algumas ruas e ruelas, só para identificar edifícios, muitos deles históricos e representativos de estilos e épocas diversos. Na Avenida Dr. Lourenço Peixinho ainda pode apreciar a bela sede da Fundação Eng. António Pascoal. Posted by Hello

sábado, 22 de janeiro de 2005

Diáconos Permanentes de Aveiro celebraram o seu patrono

Diácono Luís Pelicano e esposa Marcelina

Os diáconos permanentes da diocese de Aveiro reuniram-se hoje, 22, no Seminário de Santa Joana Princesa, fundamentalmente para celebrarem o seu patrono, S. Vicente, também padroeiro do Patriarcado de Lisboa. S. Vicente, diácono da Igreja de Saragoça, morreu mártir em Valência, Espanha, durante a perseguição de Diocleciano, depois de sofrer cruéis tormentos. O seu culto logo se propagou por toda a Igreja. 
Nesta celebração, participada por diáconos permanentes e esposas, estiveram presentes, para animar uma reflexão sobre o diaconado na Diocese de Aveiro, a Irmã Deolinda Serralheiro, directora do ISCRA, a leiga Maria da Conceição, bastante conhecida pela sua militância católica, o padre Licínio Cardoso, pároco de três paróquias no arciprestado de Sever do Vouga, e o padre Georgino Rocha, delegado episcopal para o diaconado permanente, que moderou. 
A certeza de que o diácono permanente foi ordenado para o serviço da Igreja, servindo de ponte entre os leigos, de quem estão mais próximos, e os padres e o bispo, foi bastante sublinhada neste encontro. Exercendo o seu ministério na liturgia, na catequese e na caridade, o diácono permanente tem de ser a expressão visível do serviço da Igreja junto do Povo de Deus e de todos os homens e mulheres de boa vontade. Mas ainda foi referido que é sua missão organizar e dinamizar a diaconia da Igreja, bem apoiado na força libertadora do Evangelho. 
Reconheceu-se que os diáconos devem conciliar o seu múnus pastoral com a sua vida familiar e profissional, bem como têm a obrigação de procurar a formação contínua e uma espiritualidade que os ajude a ser testemunhas vivas, no mundo, da Boa Nova de Jesus Cristo. 
Os diáconos não podem ser considerados funcionários da Igreja, mas devem estar plenamente disponíveis para servir e acolher, desfazendo barreiras e criando pontes, em todas as circunstâncias, num espírito de humildade, prudência, simplicidade, competência e seriedade. 
Na Diocese de Aveiro há 28 diáconos permanentes (27 casados e um viúvo), que servem a Igreja em variadíssimos campos. 

F. M. 

A propósito de uma carta de Júlio Dinis

De quando em vez sabe bem reler os clássicos da nossa literatura, nem que daí resulte algum prejuízo, momentâneo embora, para os escritores e escritos mais na berra. E foi isso que me levou, há dias, a procurar na estante, algo desarrumada, um livro talvez pouco lido, a não ser por curiosos ou estudiosos das coisas literárias. Refiro-me a "Cartas e Esboços literários" de Júlio Dinis, com prólogo do célebre Egas Moniz, sábio que ao mundo e ao Homem muito deu no campo da medicina, mas que ainda encontrou tempo e disponibilidade interior para se dedicar a estudos sobre literatos e questões literárias, com a mesma paixão com que dissecava o cérebro humano em busca de verdades até então ignoradas. Uma das cartas, agora lida com outro sabor, talvez pelo ambiente que quis e soube criar, referia-se à Gafanha, é certo que de fugida, em termos que me apeteceu repetir para que não caíssem no esquecimento. Reza assim, na parte que interessa, a missiva dirigido de Aveiro, em 28 de Setembro de 1864, a seu amigo Custódio Passos: "Escrevo-te de Aveiro. São 7 horas da manhã do histórico dia de S. Miguel. Acabo de me levantar. Acordou-me o silvo da locomotiva. Abri de par em par as janelas a um sol desmaiado que me anuncia o Inverno. A primeira coisa que este sol alumiou para mim, foi a folha de papel em que te escrevo; aproveito-a, como vês, consagrando-te neste dia os meus primeiros pensamentos e o meu primeira quarto de hora. Aveiro causou-me uma impressão agradável ao sair da estação; menos agradável ao internar-me no coração da cidade, horrível vendo chover a cântaros na manhã de ontem, e imensas nuvens cor de chumbo a amontoarem-se sobre a minha cabeça, mas, sobretudo intensamente aprazível, quando, depois de estiar, subi pela margem do rio e atravessei a ponte da GAFANHA para visitar uma elegante propriedade rural que o primo, em casa de quem estou hospedado, teve o bom gosto de edificar ali. Imaginei-me transportado à Holanda, onde, como sabes, nunca fui, mas que suponho deve ser assim uma coisa nos sítios em que for bela. Proponho-me visitar hoje os túmulos de Santa Joana e o de José Estêvão, duas peregrinações que eu não podia deixar de fazer desde que vim aqui. A casa em que eu moro fica fronteira à que pertenceu ao José Estêvão. Há ainda vestígios das obras que ele projectava fazer-lhe e que, por sua morte, ficaram incompletas. Tudo isto se vendeu, e dizem que por uma ninharia. Chequei a Aveiro um pouco dominado pela apreensão de que talvez viesse ser infeccionado pelos eflúvios pantanosos da terra e cair atacado por sezões, circunstância que não obstante o colorido local que me havia de dar, nem por isso me havia de ser muito agradável. Nada porém de novo me tem por enquanto sucedido, e continuo passando bem, e, o que é mais, engordando". Nesta carta do romancista quiçá mais lido de Portugal, há uma mão-cheia de considerações e de notas a merecerem outros tantos estudos. Interessa-me somente dizer que afinal esta terra tem sido notada e continuará a sê-lo, assim creio, por quem deambula com olhos bem abertos à magia de recantos nem sempre suficientemente divulgados. Fico-me, no entanto, por duas ou três ideias, como esta de "imaginar-se transportado à Holanda", que "deve ser assim uma coisa nos sítios em que for bela", e a de na "GAFANHA visitar uma elegante propriedade rural" (quem diria?). Também o propósito de "visitar hoje os túmulos de Santa Joana e de José Estêvão, duas peregrinações que eu não podia deixar de fazer desde que aqui vim". Pois é verdade. Nem sempre reparamos no que é nosso e muito menos lhe damos o valor devido, por esta ou por aquela razão. E depois ficamos embasbacados, como eu fiquei, quando há anos ouvi de um amigo descrições de tal modo ricas de pormenores, ao mesmo tempo que denunciavam uma sensibilidade apurada e um gosto especial pelos ambientes bucólicos e pelo cheiro a maresia, desta terra que o mar e a ria beijam quase sempre com sedutora carícia. O tentar descobrir as belezas relatadas foi tarefa que na altura impus ao meu bairrismo, para então me deliciar meio envergonhado. Aos que me lerem, aqui deixo a sugestão de tentarem encontrar o que a vida agitada não tem deixado ver. Fernando Martins Posted by Hello

Efemérides aveirenses

22 de Janeiro 1939 - Após a restauração da Diocese, o administrador apostólico de Aveiro, D. João Evangelista, realizou a primeira visita pastoral, que foi à catedral, e presidiu à primeira grande peregrinação ao sepulcro da Princesa Santa Joana. E por que não os aveirenses e outros visitarem hoje, no Museu de Aveiro, o precioso túmulo da padroeira da cidade e diocese? Fonte: Calendário Histórico de Aveiro Posted by Hello