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domingo, 30 de outubro de 2011

Poema de Sophia para este tempo




Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncio e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades

Sophia de Mello Breyner,
Exílio

Sugestão do caderno Economia do EXPRESSO 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Para os namorados: Um poema de Sophia



APOLO MUSAGETA

Eras o primeiro dia inteiro e puro
Banhando os horizontes de louvor.

Eras o espírito a falar em cada linha
Eras a madrugada em flor
Entre a brisa marinha.
Eras uma vela bebendo o vento dos espaços
Eras o gesto luminoso de dois braços
Abertos sem limite.
Eras a pureza e a força do mar
Eras o conhecimento pelo amor.

Sonho e presença
de uma vida florindo
Possuída suspensa.

Eras a medida suprema, o cânon eterno
Erguido puro, perfeito e harmonioso
No coração da vida e para além da vida
No coração dos ritmos secretos.

Sophia de Mello Breyner Andresen

sábado, 29 de janeiro de 2011

PÚBLICO: Como os estrangeiros vêem Sophia

Sophia
«Um clássico. Sophia é estudada em universidades brasileiras, italianas, espanholas. Não foi esquecida. Embora haja discrepância entre países em relação aos livros publicados (em França há muito, no Brasil quase nada), o colóquio internacional que durante dois dias decorreu na Gulbenkian mostra que Sophia e a sua obra são "cousa amada" no estrangeiro.»

 Por Isabel Coutinho

Ler mais aqui

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sophia de Mello Breyner


Entre o catolicismo e a mitologia

«Sophia de Mello Breyner era “assumidamente católica” mas “reconhecia Deus, a religiosidade e o mundo espiritual em termos mais universais”, defende o escritor Richard Zenith.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, o investigador considera que o poema ‘Ressurgiremos’, em particular a sua quarta e última estrofe - “Pois convém tornar claro o coração do homem / E erguer a negra exactidão da cruz / Na luz branca de Creta” - constitui, “talvez”, o texto “mais emblemático do sincretismo” de Sophia.
“Embora não haja qualquer menção de Deus ou de deuses”, acrescenta, ‘Ressurgiremos’ tem “inequívocas referências à teologia cristã e a crenças pagãs”, designadamente na “ressurreição”, que “terá lugar não em Jerusalém ou em Roma, mas sim em Creta”, ilha do Mediterrâneo evocativa de narrativas e personagens da mitologia grega.»

Ler entrevista aqui

sexta-feira, 20 de março de 2009

Ares da Primavera

A FONTE
Com voz nascente a fonte nos convida A renascermos incessantemente Na luz do antigo sol nu e recente E no sussurro da noite primitiva.
Sophia de Mello Breyner

sábado, 19 de abril de 2008

SOPHIA NO PÚBLICO DE HOJE


Sophia de Mello Breyner Andresen

O PÚBLICO de hoje oferece a quem o compra uma pequena brochura com a biografia de Sophia de Mello Breyner Andresen. São pouco mais de 50 páginas sobre a mais expressiva e laureada poetisa portuguesa do século XX. Não diz muito, mas diz o suficiente para uma primeira abordagem à sua vida e obra.
Em busca de sintonia perfeita com o Cosmos, como se sublinha no livrinho, Sophia encontrava aí a sua mais profunda fonte de inspiração.

“Quando à noite desfolho e trinco as rosas
É como se prendesse entre os meus dentes
Todo o luar das noites transparentes,
Todo o fulgor das tardes luminosas,
O vento bailador das Primaveras,
A doçura amarga dos poentes,
E a exaltação de todas as esperas.”

E com este belo poema vos deixo, com votos de que a leiam. Hoje e sempre. Vale a pena.

FM

domingo, 5 de agosto de 2007

Citação: Sophia de Mello Breyner Andresen

"A cultura é uma das formas de libertação do homem. Por isso, perante a política, a cultura deve sempre ter a possibilidade de funcionar como antipoder. E se é evidente que o Estado deve à cultura o apoio que deve à identidade de um povo, esse apoio deve ser equacionado de forma a defender a autonomia e a liberdade da cultura para que nunca a acção do Estado se transforme em dirigismo."
Sophia de Mello Breyner Andresen,
in 'Assembleia Constituinte, Agosto de 1975'
:

quinta-feira, 30 de dezembro de 2004

Cem poemas de Sophia




Cem poemas de Sophia

Com a VISÃO e com o JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias, foi distribuído em 26 de Agosto, pouco depois do seu falecimento (2 de Julho de 2004), o livro CEM POEMAS DE SOPHIA. Trata-se de uma merecida homenagem à nossa maior poetisa, como muitos a consideram, e que todos os portugueses nunca poderão esquecer. Não recebeu o Prémio Nobel da Literatura, mas nem por isso alguma vez deixou um lugar alto de destaque no panorama literário português e mesmo universal. Natural que fosse de um outro país, com maior influência no mundo, ou pertencesse ela a qualquer lóbi económico-político e há muito que a sua humanidade e sensibilidade poéticas teriam sido reconhecidas pela academia que atribui o célebre prémio.
A selecção dos poemas e a introdução são do também poeta e jornalista José Carlos Vasconcelos, que se debruça sobre O ESPLENDOR DE SOPHIA, como profundo conhecedor da arte da homenageada pela Visão e JL, ao jeito de "um abrir de porta, ou de janela, para o indispensável conhecimento de todos os seus versos". Estes CEM POEMAS DE SOPHIA, que bem merecem uma leitura meditada, para se descobrir a dimensão da poetisa em todo o seu esplendor, serão uma belíssima forma, também, para cada um se iniciar na descoberta da riqueza poética do povo português.

F.M.


 As rosas 

Quando à noite desfolho e trinco as rosas 
É como se prendesse entre os meus dentes 
Todo o luar das noites transparentes, 
Todo o fulgor das tardes luminosas, 
O vento bailador das Primaveras, 
A doçura amarga dos poentes, 
E a exaltação de todas as esperas.