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sexta-feira, 17 de abril de 2009

Artistas da Gafanha da Nazaré

Ultimamente, tenho dado conta da existência, na Gafanha da Nazaré, de inúmeros artistas, de várias áreas de expressão. Folgo com isso. E só me apetecia divulgá-los todos, muito embora me pareça bastante difícil a tarefa. Gente jovem, sobretudo. Não sei explicar a razão de ser desta tão preenchida rede de artistas, mas julgo que isso será fruto de gostos refinados que as novas tecnologias da comunicação suscitam em pessoas com novos gostos e apetites por altos horizontes. É bom verificar que a arte começa, agora mais do que nunca, a ocupar mais pessoas, de quaisquer idades, num desafio constante de inovadoras expressões, capazes de convencer os mais cépticos. Gosto disso. Convencido de que vou ter muito por onde escolher, aqui prometo que, dentro do viável, poderei oferecer aos meus visitantes alguns desses artistas. Para já, não tenciono referir nomes. Seria, certamente, uma injustiça para os que ficassem de fora. FM

quarta-feira, 18 de março de 2009

ARTES de João Ricardo e José Luís Ribeiro no CAE

(Clicar para ampliar)
Arte para recordar e para meditar
Na Sala Zé Penicheiro, no CAE (Centro de Artes e Espectáculos) da Figueira da Foz, está patente ao público uma exposição conjunta de João Ricardo e José Luís Ribeiro, até 5 de Abril. Pintura do primeiro artista e escultura do segundo mostram bom gosto e sensibilidade que merecem uma visita atenta. João Ricardo de Carvalho Pinho da Cruz expôs pela primeira vez em 1975, em Maputo, cidade onde nasceu. Presentemente, está representado em Lisboa, Porto, Aveiro, Coimbra, Setúbal, Viseu e Figueira da Foz, entre outras localidades do nosso País e do estrangeiro. Recebeu o 1.º Prémio do Concurso de Pintura ao Ar Livre da Câmara Municipal de Vouzela. Gostei dos quadros que apresentou, ontem, na Figueira da Foz, com reflexos de recantos que nos são familiares e que ocupam um lugar especial nas nossas memórias. José Luís Gomes dos Santos Ribeiro apresenta escultura em madeira e cerâmica. Natural de Angola, expôs pela primeira vez em 1984. Nos primeiros anos, explorou a madeira como suporte de múltiplos entrançados de algas, cartilagens, pedras e sementes. Posteriormente envereda para o barro. Por último, tem procurado interpretar contextos de culturas envelhecidas, que procuram lançar raízes na modernidade. Os meus olhares fixaram-se, para reflectir, sobre trabalhos que desafiam o nosso o imaginário. Vale a pena uma visita. FM

quinta-feira, 12 de março de 2009

Artesanato e outras artes na Gafanha da Nazaré

Madalena Ferreira junto dos seus trabalhos
Na Gafanha da Nazaré, mais concretamente na rua Gil Vicente, Madalena Ferreira inaugurou, recentemente, uma Galeria de Artesanato, junto ao Café Calisto. Trata-se de um espaço, não muito amplo, que aposta em mostrar artistas da terra, e não só, onde é possível apreciar e adquirir trabalhos de várias técnicas e expressões, desde o artesanato à pintura a óleo, passando por escultura e arranjos florais. Madalena Ferreira, que cultiva há muito o gosto pelos "trabalhos de agulha", não se contentou em expor as suas criações artísticas, que "o artesanato também é arte", como nos sublinhou, mas abriu as portas a outros artistas, das mais diversificadas áreas. Ainda convidou instituições, para que a acompanhem neste desafio, mas até agora só o CASCI respondeu. Em resposta à nossa pergunta sobre a reacção das pessoas, garantiu-nos que tem sido a melhor possível. Pudemos confirmar isso mesmo, durante a visita que fizemos à galeria, vendo gente que chega, aprecia, pergunta e troca impressões sobre o que está exposto. Madalena Ferreira utiliza trapilho, onde o colorido de restos de tecidos, bem combinados, sobressai em sacos e outras peças de várias formas e tamanhos, com venda garantida. "Só preciso de mais tempo para mais coisas fazer, até porque já tenho uma lista de encomendas", afirmou. Como nota de realce, é preciso dizer que, neste espaço, o visitante pode dar-se conta de que na Gafanha da Nazaré há muitas pessoas vivem para a arte, nem todas suficientemente conhecidas. Apreciámos trabalhos de Xipó, Filipe Ribau, Isabel, Madalena Oliveira, José Calisto, Carlos Ferreira, Benilde Santos, Paula Ribau, Paula Cravo, Isa, Paulo Figueiras e da própria Madalena Ferreira, entre outros. Entretanto, a Galeria de Artesanato abriu inscrições para cursos, a ministrar por Paula Ribau e Carla Figueiredo, tendo por base técnicas variadas, como pintura sobre tecido e em marfinites, massa de modelar e, ainda, a técnica do guardanapo, aplicada em materiais diversos. Os cursos vão funcionar com turmas de seis alunos. FM

terça-feira, 22 de julho de 2008

Perceber a arte

Pintura de Jeremias Bandarra
A arte é dom de quem cria; portanto não é artista aquele que só copia as coisas que tem à vista.
António Aleixo
Quando hoje escolhi esta quadra do nosso maior poeta popular – António Aleixo –, logo me veio à lembrança a reacção de muita gente que tem dificuldades em entender certas expressões artísticas, sobretudo as que fogem do trivial. Olhar para uma pintura abstracta, ouvir uma música clássica e apreciar uma escultura que se situa longe do figurativo são, frequentemente, motivo de desinteresse. Das duas uma: ou os artistas são malucos ou os apreciadores que olham de soslaio para o que eles criam ainda não estão educados para entender o que está acima do normalíssimo. Penso que esta última asserção é que está certa. Sendo verdade que a arte não pode nem deve ser apenas uma cópia do que os nossos olhos vêem ou os nossos ouvidos escutam, há que fazer um esforço, com o intuito de educar os sentidos, para chegarmos mais longe. A arte é, essencialmente, não um retrato bruto e simples do que nos rodeia, mas o reflexo de sentimentos, emoções, perspectivas, imaginações e gosto estético do artista, que tem de ser, como diz Aleixo, um criador. Um criador é um artista que, do nada, faz obra que nos eleva, nos enriquece espiritualmente, nos sublima os instintos primários, nos suscita sentimentos do bem e do belo. FM

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

CÂMARA DE ÍLHAVO COM ASSESSOR CULTURAL




Soube, pela comunicação social, que Ílhavo já tem um assessor cultural, que ficará responsável pela programação do Município, nessa área. É ele José Pina, que se apresenta credenciado por larga experiência na programação cultural em Santa Maria da Feira, um dos maiores municípios do país.
Promete que vai trabalhar com o meio associativo local, “estimulando a sua produção artística”, enquanto procurará dinamizar “uma programação diversi-ficada, regular e de reconhecido valor artístico, em áreas como a música, a dança, o teatro e o cinema”.
Boa vontade e entusiasmo não faltarão, sendo certo que todos os ílhavos ficarão a alimentar a esperança de que algo de bom seja feito por todos.
Numa primeira reacção, poderíamos ser levados a perguntar se não haveria pelo concelho de Ílhavo alguém com capacidade para tais funções. Acho, no entanto, que não vale a pena perder tempo com essas questões. Hoje em dia, os trabalhos e os trabalhadores, os técnicos e os dirigentes não podem ter fronteiras. O importante é que as coisas se façam para as pessoas e com as pessoas, valorizando-se sempre as melhoras apostas, aquelas que elevam e engrandecem as populações.
Da minha humilde pessoa, os projectos do Município, sobretudo os destas áreas, tão abrangentes quanto possível, poderão contar com o meu aplauso.

FM

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

FÁTIMA-3

Cristo e Nossa Senhora

Painel, lado esquerdo de quem olha

Painel, lado direito


Espelho de água



Altar com pedra do túmulo de S. Pedro, ao centro




Painel de Siza Vieira


UMA OBRA À MEDIDA DAS NECESSIDADES
ESPIRITUAIS DO MUNDO INTEIRO


Quando entrei na igreja da Santíssima Trindade, fiquei com a sensação de uma grande beleza. Uma beleza sóbria e imponente pelas formas e decorações de enorme riqueza artística. Também de uma beleza que convidava ao silêncio e ao recolhimento. Os meus olhos ficaram fascinados pelo que viram. Arte em todos os pormenores; sem saber que mais admirar. Se a variedade de expressões artísticas, oriundas um pouco de todo o mundo, se a luminosidade serena que tudo envolve, se a ausência de ruídos ou sons do exterior, se a serenidade de quem entra e sai, se a fuga aos estereótipos nos rostos de Cristo e de Nossa Senhora, se o painel atrás do altar, no presbitério, de ouro e terracota, com o título expressivo de “Chamamento Universal da Igreja” .
Depois, o piso inferior, onde sobressaem os painéis de azulejos Siza Vieira, em que o autor procurou representar “A Galilé dos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo”. Capelas, salas para encontros, espelhos de água, tudo acoplado a um claustro amplo e bem iluminado.
Era dia de semana, mas a igreja da Santíssima Trindade estava com visitas contínuas, sem possibilidades de ali se desenvolverem actos de culto ou encontros de formação e de espiritualidade. Eu engrossei o número de visitantes na quarta-feira última. Mas estou em crer que, muito em breve, naquele espaço, à sombra da Senhora de Fátima, um fervilhar de actividades dará outra vida ao novo templo e seus anexos. E os que agora criticam o dinheiro que ali se gastou hão-de reconhecer a mais-valia que representa esta obra grandiosa para o século XXI. Uma obra à medida das necessidades espirituais dos católicos do mundo inteiro.

Fernando Martins

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

ARTE NA AUTO-ESTRADA




( Clicar nas fotos para ampliar)


ARTE NA AUTO-ESTRADA

Estou convencido de que muitos utentes das auto-estradas nem tempo têm, quando param nas zonas de serviços, para olhar para as decorações artísticas que as ornamentam. Por vezes, com sensibilidade e quase sempre com motivos históricos.
Pára-se a correr, para meter gasolina ou para tomar um café, e ala que se faz tarde.
Na viagem que fiz ontem a Fátima dei-me ao cuidado de olhar à volta para apreciar. Como, aliás, costumo fazer. E registei o que achei bonito, tendo notado que mais ninguém o fazia. Aqui fica o aperta…
Em Pombal e em Leiria lá estavam os motivos históricos, com o nosso rei D. Dinis num lugar de destaque, que bem o merece. Como rei fez coisas boas e coisas menos boas. Destas não valerá a pena falar. Mas das outras, que foram em grande número, o pela positiva tem aqui cabimento.
Foi realmente um rei empreendedor, com uma visão muito mais ampla do que era habitual, visão essa que bebeu na educação e na formação que recebeu, dos mestres que seu pai, D. Afonso III, lhe ofereceu. Dois mestres, um francês e outro português, que acabaram bispos no Reino. Ayméric d’Ebrard e Domingos Jardo (também formado em França) abriram no jovem Dinis os olhos ao mundo de então, e apuraram nele o gosto pela cultura, pelas artes e pelos saberes. Daí a criação dos Estudos Gerais, raiz da futura Universidade de Coimbra, em 1290, uma das mais antigas do mundo. Também a ele se deve a lei que estabelece como obrigatório o uso da Língua Portuguesa em documentos oficiais. Até aí eram escritos em Latim.
O que ficou dele, ainda, foi o gosto pela poesia, que ele tão bem cultivou e nos legou. Como é saboroso ler as suas cantigas de amor e de amigo.
Pois é uma dessas poesias que aqui deixo aos meus leitores. Com votos de que, a partir dessa, outras possam ler. Estão em qualquer boa antologia de poesia.
Fernando Martins

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

CONSTRUÇÕES EM TERRA, NA ANTIGA CAPITANIA







Alguns aspectos da exposição


ADOBES EM AVEIRO E NO RESTO DO MUNDO

Até ao próximo dia 21, domingo, ainda pode visitar a exposição de fotografia e de utensílios do fabrico de adobes, na galeria da antiga Capitania, junto ao olho da cidade. Da região de Aveiro e doutras partes do mundo. São fotografias que nos mostram uma arte de tempos ancestrais, com vestígios dos nossos tempos. Vi edifícios, com que me cruzei tantas vezes, sobre os quais nunca me tinha debruçado com a atenção que eles mereciam. As exposições, afinal, têm esta missão de nos alertar para a arte e para as artes que teimam em marcar presença entre nós. Fui de propósito a Aveiro para ver duas exposições, mas não encontrei muita gente com gosto por estas coisas. É pena.
O desafio que aqui deixo é muito simples: vão à exposição antes que ela encerre.
Muitas das fotografias expostas são-nos de alguma forma familiares. Mas os testemunhos de antigos adobeiros também são bastante expressivos. Manuel de Oliveira Silva, 85 anos, de Requeixo; Georgina Gonçalves dos Santos, 84 anos, de Esgueira; e Aristides Marques Ferreira, 92 anos, de Eirol, estão bem retratados, como bem retratadas estão vidas e artes doutras gerações.
Fotografias do fabrico e aplicação de adobes mostram ao visitante que é preciso olhar à volta para apreciar o que resta da riqueza dos nossos avoengos, nomeadamente das freguesias dos concelhos de Aveiro e Ílhavo. E doutras paragens, em especial da Índia, Angola, Moçambique, Egipto, Espanha, Argentina e Marrocos.
Se gosta destas coisas (e mesmo que não goste; está sempre a tempo de começar a gostar), não perca esta oportunidade.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Na Linha Da Utopia


Celebrar a Música

1. Diz o filósofo grego Platão (428/27-347) que «a música penetra mais fundo na alma humana». A música, que exige a “pausa” despertando os sentidos humanos, é, hoje, uma das expressões artísticas constantes com maior relevo. Mas há música e música! Quando Platão diz que a música penetra fundo na alma humana, convida-nos para a qualidade, sensibilidade, harmonia, virtudes fundamentais à própria experiência do ser pessoa. Conhecer e apreciar música é dar cor e poesia à vida!
2. Celebra-se a 1 de Outubro o Dia Mundial da Música. Uma oportunidade renovada, como uma rampa de lançamento, para valorizar e multiplicar as potencialidades da arte musical. Que seria do mundo sem música!? (Não seria!) Arte nobilíssima que se foi vendendo à lógica comercial da quantidade (e muitas vezes mesmo de sons reflexo da escuridão existencial), a música é, no fundo, a celebração da interioridade humana, no que ela tem da beleza da luz (mas também) da tristeza da “noite”.
3. Será possível medir o desenvolvimento de um país pela aposta formativa na área musical? Não sabemos. O certo é que saber música é “aprender” a linguagem matemática, e que nos países onde a música é rainha, a estética, a criatividade e a visão empreendedora triunfam. A música, como afinal toda a cultura, não dá resultados imediatos, não tem uma compensação lucrativa económica no primeiro momento. Exige a sabedoria da persistência no tempo, a capacidade de vencer mesmo a indiferença colectiva, o lutar todos os dias contra uma maré difícil. Só resiste quem ama!
4. São, ainda assim, muitos os grandes portugueses que se dedicam à música, sendo a sua força o “gosto” que os faz não cansar. A sua missão é heróica, para mais num país onde a música não faz parte do “programa”. Isto é, faz mas muito pouco; continuamos – por falta de dinheiros ou de visão?... - a esquecer as mil e uma potencialidades transversais da música. Talvez um dia! Felizmente que, nestes dias, despertados pelo Dia Mundial da Música, se renova a oportunidade valorizadora da arte musical, em conferências, concertos, numa viagem sempre sensibilizante pela música (o mesmo é dizer), pela Humanidade.
5. A 3ª Edição dos FESTIVAIS DE OUTONO (Universidade de Aveiro e Fundação João Jacinto de Magalhães), de 1 de Outubro a 9 de Novembro, é essa persistente e inspirada oportunidade renovadora, numa parceira envolvência regional, com grandes nomes da música nacional e internacional. Essencial ver e ouvir (programa): http://www.ua.pt/

Alexandre Cruz